sábado, 28 de agosto de 2010

Exercendo a paciência em nossa vida


Dia do Senhor – 29 de Agosto de 2010
Tiago 5. 7-11

INTRODUÇÃO: Se tem algo que sabemos que devemos ter e geralmente não temos é a paciência para resolvermos nossos problemas. Se assim acontece com a vida como um todo, o é também na vida espiritual. Esta é a razão porque esta recomendação aparece por três vezes no nosso texto.
Será que também não somos demasiadamente ansiosos em nossa vida espiritual? Tiago neste texto nos exorta a considerarmos a paciência como uma virtude cristã. E para que possamos entender o que ele quer dizer com isso, sugiro um título: “Exercendo a paciência em nossa vida”.
Vejamos o que ele nos ensina sobre a prática de sermos pacientes. Ele aborda este assunto por meio de três conselhos práticos:

I- Pacientes quanto à salvação (v.7)
Algumas coisas importantes são ditas por Tiago neste verso, observemos as mesmas:
a)   Pacientes até a volta de Cristo (parte a) – Aqui está algo urgente ao cristão, uma vez que não podemos prever este retorno, mas o temos como certo. Ser paciente para este dia significa estar preparado para o mesmo, buscando a real prática da vida cristã.
b)   O lavrador e o fruto da terra (parte b) – A linguagem aqui parece ser parabólica, mas fica claro que o Lavrador é o próprio Deus e o fruto da terra são os eleitos. Quanto à chuva, ele indica que os eleitos são gerados como os frutos na agricultura, dependem das épocas da visitação divina. Deste ponto podemos entender também o derramar do Espírito em épocas distintas.

II- Pacientes quanto à maturidade cristã (v.8)
Outra questão abordada por Tiago é o fato de não termos a paciência para crescermos espiritualmente, vejamos o que ele nos ensina:
a)   Para sermos maduros fortalecer o coração (parte a) – De que maneira podemos atingir isso? Segundo o ensinamento geral das Escrituras, significa desenvolvermos os meios de graça, oração e leitura da Palavra. Além do fato de estarmos nos envolvendo com as coisas santas.
b)   Para sermos maduros esperar o Senhor (parte b) – Esta é a segunda referência a esta atitude. A repetição não é mera redundância, mas uma urgência principalmente em dias, tão egoístas e descrentes.

III- Pacientes como foi Jó (vv.9-11)
Tiago finalizando nos fornece um padrão, um modelo de paciência, Jó, o patriarca. Vejamos o que ele nos ensina:
a)   A queixa contra os outros (v.9) – Devemos ser contra a acusação, levando o nosso próximo a tribunais humanos. Ao invés disso, devemos olhar para si mesmos e vermos como somos falhos.
b)   Os profetas como exemplo (v.10) – Tiago nos recomenda a olhar para os homens consagrados do passado. Estes tiveram de suportar muitas perseguições por causa de Cristo, permanecendo sempre pacientes, apesar das circunstâncias.
c)    Jó e o modelo de homem paciente (v.11) – O nosso maior exemplo são pessoas que perseveraram, destas podemos destacar o patriarca Jó. Nas palavras de Tiago “ele foi recompensado”, mas além do fato dele ter sido abençoado, revela-se o caráter divino, Ele é cheio de terna misericórdia e compassivo. Foi por isso que Jó conseguiu esperar, sendo paciente.

Conclusão: Esta deve ser a nossa postura frente aos desafios de nossa vida espiritual, a paciência. Não crescemos tão logo nascemos, passamos por um processo, e este é a santificação. Por esta razão devemos buscar agradar o Senhor empreendendo a paciência, quanto à salvação, quanto à maturidade cristã, e a exemplo de Jó. Deus nos faça ter todas essas qualidades, amém.

Soli Deo Gloria!

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

O Trabalho do Campo Missionário Presbiteriano em Ouricuri

O trabalho presbiteriano no sertão pernambucano na região da chapada do Araripe é marcado por muita força de vontade e por muitas espectativas. Estamos numa das regiões mais pobres do Brasil, o que em si, já nos daria motivos para desanimar. Mas não é isto o que vemos em nossos corações, principalmente quando me refiro ao trabalho presbiteriano na cidade de Ouricuri. Este trabalho que desenvolvemos é bastante gratificante, visto que são inúmeros os frutos colhidos na salvação de vidas e também na influência reformada em uma cidade de grandes contrastes culturais. Por esta razão, creio que somos muito abençoados por Deus, pois Ele mesmo tem sido a nossa maior esperança.
Somos um campo com alguns desafios e talvez o maior deles seja a ratificação deste trabalho em nosso solo nordestino. Por esta razão, estamos expondo as nossas dificuldades para alcançar pessoas que juntamente conosco queiram contribuir de alguma forma. Como podemos ver acima temos uma estrutara bastante limitada, apesar do nosso zelo, temos ainda um grande gigante para vencermos que a falta de recursos para conseguirmos comprar um terreno e consequentemente construirmos o nosso templo. Nossa membresia é composta de pessoas bem variadas, temos desde pessoas simples do campo, até pequenos empresários do município, porém, a mesma não passa de 30 pessoas e nossa renda é insuficiente para pensar em adquirir o nosso templo. Como se não bastasse temos ainda dois aluguéis que consomem boa parte de nossas finanças. Daí você pode imaginar em que condições estamos.
Ponto de Pregação em Passagem de Pedras
Interior do templo alugado na av. Fernando Bezerra, nº984, Centro
Trabalhamos em duas frentes de evangelização, uma na cidade de Ouricuri, que fica a 630 Km de Recife, a capital do estado de Pernambuco e outra na localidade de Passagem de Pedras, na zona rural do munícipio a aproximadamente 40 km de Ouricuri. A comunidade de Passagem de Pedras é predominantemente de baixa renda, composta em sua maioria de agricultores de subsistência. Sua principal renda vem dos recursos do governo como bolsa família e auxílio safra. Temos uma missionária que nos ajuda neste trabalho, o nome dela é Francisca Ediene e ela é casada com Orlando e tem três filhos pequenos. Sua vida não é fácil, pois além de cuidar de casa, ela é professora e missionária, mas louvamos a Deus por seu empenho e esforço para com esta obra. Em Passagem de Pedras possuímos um templo construído pela missão Duas Rodas, construído em 2005, o mesmo é pequeno, mas atende as necessidades da congregação. As principais carências envolvem o sustento da missionária, para que ela se dedique exclusivamente ao campo, e o trabalho de ação social através de cursos e capacitação escolar, para que se possa oferecer uma espectativa para aqueles que vivem em uma região tão carente.
O campo também desenvolve um importante trabalho com as crianças filhas dos crentes e também dos vizinhos do nosso templo. A professora de Escola Dominical, Maria do Socorro tem conseguido com a graça de Deus desenvolver um evangelismo estratégico com estas crianças e nas atividades da igreja essas crianças convidam seus pais, fazendo-os ouvirem a Palavra de Deus.
Este trabalho no sertão pernambucano não pode parar e nossa espectativa é que Deus nos dê condições de continuá-lo para sua glória. Mas você pode fazer parte desse nosso sonho, ajudando-nos a plantar a igreja Presbiteriana de Ouricuri. Entre em contato conosco pelo e-mail fabianocfw@yahoo.com.br e receba as informações de como nos ajudar. Também dispomos deste recurso o blog Evangelismo e Reforma onde você pode acompanhar o nosso trabalho ficando sempre a par de nossas ações. Tenho certeza que este é o propósito de Deus, que você nos ajude a contribuir para a expansão do Reino de Cristo, por esta razão junte-se a nós nesta empreitada e nos ajude a conduzir as almas sertanejas aos pés do Senhor Jesus Cristo.

Rev. Fabiano Ramos Gomes, pastor evangelista do Campo Missionário Presbiteriano em Ouricuri-PE.

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Eleições 2010 – A Questão Ética dos Candidatos


O Brasil estará escolhendo seus governantes em nível federal e estadual no mês de outubro deste ano. E como nação democrática o povo vai literalmente as urnas para escolher seus representantes com a consciência que suas escolhas afetarão todo um curso de ações no poder público ao longo do quadriênio 2011-2015. Com exceção do presidente da república que ficará no cargo até 2016.
Essas escolhas são preponderantes uma vez que o nosso país deverá ser o foco de dois eventos esportivos marcantes, a copa do mundo de 2014 e as olimpíadas de 2016 no Rio de Janeiro. As obras estão avançadas em algumas cidades, mas o impulso maior virá do governo federal, quando da disposição de verbas para a conclusão dos projetos. Mas o que dizer das outras necessidades da nossa nação, do nosso Estado e assim por diante? É verdade que temos uma situação desafiadora, pois devemos dar continuidade à taxa de crescimento econômico da nossa população, e do nosso modelo econômico que já é hoje a 5º economia do mundo, mas o Brasil ainda precisa de direcionamento em outras áreas ainda não resolvidas como educação e saúde pública.
Mas o que dizer dos nossos candidatos que ainda não manifestaram abertamente seus conceitos éticos sobre a pena de morte, aborto, eutanásia, e casamento gay? É verdade que estas questões estão sendo observadas em segundo plano e muitos cristãos quando escolhem um candidato não observam como fator decisivo o pronunciamento dos candidatos sobre estes assuntos. O pior é que estes assuntos tornam-se futuro pauta e poderemos ver como no caso do governo Lula, a tentativa de se cercear a liberdade de imprensa, a aprovação de uma lei que deu benefícios a Igreja Católica Romana, entre outras.
O fato é que arrefeceu a cruzada evangélica para eleger parlamentares e presidentes da república, ainda que Marina Silva seja membro da Assembléia de Deus, ela não faz do seu palanque um púlpito, frase utilizada por ela. Parece ter ficado claro para alguns políticos que uma campanha pautada no apelo religioso não é o melhor caminho a fazer e historicamente não rende dividendos e é por esta razão que alguns deles preferem não se posicionar de forma religiosa. Mas falar dos temas acima é uma necessidade, caso contrário, faremos como na Argentina, protestaremos após a aprovação das leis e teremos alguns anos para nos arrepender do nosso voto, porque não questionamos  hoje a posição ética dos nossos representantes?
É dever do eleitorado brasileiro, pelo menos daqueles que estão preocupados com o rumo ético da nossa nação, que os candidatos a presidente, governador, senadores e deputados federais e estaduais se pronunciem abertamente. Que isso não fique como uma dúvida ou como algo subjetivo, mas esteja claro, pois os que se preocupam com o servir a Deus desejam votar em candidatos que não vilipendiem a sua fé, que no futuro se portem contra a igreja de Cristo com leis contrárias a Palavra de Deus e assim por diante.
Cabe a nós eleitores pressionarmos os candidatos a se posicionarem quanto a estes fatos, pois bem sabemos que no futuro os mesmo haverão de propor e votar leis que serão de cunho ético e religioso e se caso não ficarmos sabendo de suas propostas a este respeito poderemos nos arrepender tarde de mais. Por isso cada militante deve acima de tudo buscar estas informações nos meios da mídia, como sites oficiais dos candidatos, seus pronunciamentos em debates, e assim por diante. Chega daquele período de inocência democrática, onde o povo votava por questões meramente eleitoreiras e por meio de fraudes, quando vendia os votos e coisas do gênero. O cristão deve estar informado, sendo um canal de promoção da glória de Deus através do seu voto, assim como deve influencia neste mundo sem Deus, deve influenciar no voto consciente, que busca além de desenvolvimento social da nação, o desenvolvimento de sua harmonia no conceito de fé e padrão o conseqüente desenvolvimento do nosso país.
Portanto, iremos às urnas esclarecidos, votando com a mente de Cristo, fazendo julgamentos criteriosos pela Palavra de Deus e questões como saúde pública, segurança e outros tantos serão determinantes apenas na medida em que julgarmos todas as coisas pela Palavra de Verdade. Deus nos ajude nestas escolhas e que apenas os melhores sejam eleitos para o bem espiritual de nosso povo. Amém.   

domingo, 22 de agosto de 2010

Uma séria exortação aos ricos



Dia do Senhor – 21 de Agosto de 2010
Tiago 5.1-6

INTRODUÇÃO: Chegamos agora ao último capítulo desta carta que tem sido nossa companheira ao longo desses últimos meses. E desta feita estaremos observando uma recomendação que Tiago faz aos ricos de sua igreja. Para que tenhamos um maior aproveitamento no observar deste texto sugiro um título: “Uma séria exortação aos ricos”.
Esta exortação direcionada por Tiago aos ricos de sua igreja, pode ser observada de três formas:

I- Eles possuem uma riqueza maldita (vv.1-3)
Observe que a crítica de Tiago não é direcionada ao fato destes membros de sua igreja ser ricos, mas o modo que alcançaram a riqueza e o que eles estão fazendo com ela.
a)   Uma introdução sem ânimo (v.1) – Esta não é o tipo de início de conversa que desejaríamos. Tiago começa a fala aos ricos enfatizando que eles deveriam chorar e lamentar, por que algo de muito ruim ia acontecer com eles. Certamente ele está se referindo ao fato do Senhor lhes alcançar com justiça.
b)   Uma riqueza maldita (v.2) – As desventuras que lhes acometeriam seriam pelo fato de não estarem usando os dons de forma adequada. Os mesmos irmãos tinham riquezas corruptas pela forma que tinham conseguido. Tudo o que vinham delas era, portanto, apodrecido.
c)    Um saquitel furado (v.3) – Tudo aquilo que eles tanto queriam espiritualmente não servia de nada. As coisas estavam sumindo assustadoramente e eram provas da iniqüidade deles. Tiago explica que suas riquezas seriam a causa da destruição deles, pois acumularam infortúnio em lugar da verdadeira fortuna.

II- Eles possuem uma riqueza injusta (v.4)
Agora Tiago explica como as riquezas adquiridas eram injustas.
a)   Eles enriqueceram por meio da exploração – Trabalhadores honestos e muitas vezes irmãos havia sido explorados. Haviam trabalhado e não tinha recebido justamente o seu soldo.
b)   O clamor dos desvalidos­ – Existem leis que favorecem os ricos, até mesmo a sociedade lhe apóia, mas o Senhor ouve os suspiros dos que foram explorados e os socorre oportunamente.

III- Eles possuem uma riqueza sanguinária (vv.5-6)
Por fim, Tiago considera qual será a condição de uma riqueza adquirida de formas tão injustas, ele considera que:
a)   Os ricos vivem abastados (v.5) – As porções deles era acima da necessidade vivam em prazeres infindos, engordando o coração de coisas desnecessárias, assim como animais para engorda que são esperados no dia da matança.
b)   Uma sanguinária retribuição (v.6) – Ao invés do pagamento justo, morte. E para piorar era a morte de alguém que não tinha como se defender nem reagir. Esta forma de dizer pode ser aplicada de forma literal.

Conclusão: Depois de considerarmos essas linhas ditas por Tiago, teimamos em admitir que estes homens fossem crentes. Mas é justamente isso que acontece com muitos hoje em dia. Os ricos se comportam dessa maneira, pois ainda necessitam desses conselhos. Por esta razão é necessário atentar para estas advertências e sermos justos em nossos negócios e na forma como ganhamos a vida.
Que Deus nos livre de sermos injustos com os nossos funcionários e abençoe nossas posses, para a glória do Seu nome, amém.


Soli Deo Gloria!

domingo, 15 de agosto de 2010

“A questão da maledicência e os projetos humanos”




Dia do Senhor – 14 de Agosto de 2010
Tiago 4.11-17

INTRODUÇÃO: No decorrer desta carta Tiago enfatiza a prática do viver cristão de forma absoluta. Nesta oportunidade observaremos esta prática de duas maneiras o cuidado com o que se diz e como devemos fazer planos. Olhando por estes dois lados, sugiro um título que é “A questão da maledicência e os projetos humanos”. Na realidade estes assuntos são distintos, mas nos ajudará a reconhecer qual é o nosso papel para com o nosso próximo e como piedosamente devemos nos comportar ao planejar o futuro.
Diante disso, sugiro então três considerações nestes assuntos, as quais são:

I- O julgamento procede exclusivamente de Deus (vv.11-12)
Neste aspecto Tiago condena a forma como insultamos nosso próximo ao comentar os erros um dos outros, vejamos o que ele nos ensina a fazer:
a)   Não devemos falar um do outro (v.11) – Isso é muito comum na igreja e quantas vezes somos vítimas e agentes. Tiago mostra que aquele que fala mal do irmão julga a Lei, sendo por isso não observador, mas juiz. Se postando acima da Lei e isso não pode ser aceitável.
b)   Deus é o Legislador e Juiz (v. 12) – Deus mesmo sendo superior aos homens não se coloca acima da Lei, mas foi Ele que legislou, logo foi Ele que criou e depois por meio desta mesma Lei Ele julga a todos. Tiago termina com uma pergunta, é como se dissesse “se Deus age assim, quem é você para se sentir superior a Deus?”

II- A postura mundana quanto aos projetos (vv.13-14)
Desta feita, Tiago mostra-nos exatamente como se comportam aqueles que não temem a Deus. Veja o que ele diz:
a)   As pretensões arrogantes (v.13) – Estas são abertamente contra Deus. No projeto dos arrogantes, Deus está excluído. O que há neles é apenas o desejo de prosperar se considerar o Senhor.
b)   A situação real destes homens (v.14) – Tiago explica que os que assim procedem não consideram algumas circunstâncias. Não conhecemos nada a respeito do dia de amanhã. Segundo a vida sem Deus não é nada. Terceiro e último, temos menos valor do que uma neblina. Logo, os falíveis projetos humanos não são nada e revelam uma imensa descrença.
III- A postura do crente quanto aos projetos (vv.15-17)
Já quanto ao crente exige-se dele uma postura superior e piedosa quanto aos seus projetos, vejamos o que ensina Tiago:
a)   Tudo o que acontecesse é da vontade de Deus (v.15) – No Pater (Mateus 6.10), o Senhor Jesus ensinou isso. O piedoso considera estas palavras como reais e claras quanto à dependência do que planeja. Nosso sucesso depende da permissão de Deus, dos seus decretos direcionados a nós e da manifestação de Sua glória.
b)   Algo diferente é jactância (v.16) – Jactar-se significa se orgulhar de algo. O crente não planeja jactar-se sem Deus, mas busca a dependência. Não devemos nos comportar como incrédulos, se assim o fizermos nossas obras serão tidas como malignas.
c)    O fazer o bem (v.17) – Tiago termina com esta declaração de exortação. Se soubermos o que devemos fazer e fazemos errado estaremos nos conduzindo como pecadores. Entendamos este preceito e busquemos o fazer o bem, confiando apenas no Senhor.

Conclusão: Termino dizendo que somos desafiados neste ensino a termos uma postura piedosa frente a estas duas situações. Primeiro evitar falar mal do irmão e segundo aprendermos a fazer os nossos projetos não como descrentes, mas como crentes dependentes do Senhor. Que o Senhor nos faça ter uma postura aceitável quanto a estas duas necessidades, amém.

Soli Deo Gloria!

  


sábado, 14 de agosto de 2010

ARREPENDIMENTO E CONVERSÃO


JOEL 2.12-14


A conversão é o primeiro ato externo do coração alcançado pela graça de Deus. É através da conversão que acontece uma guinada significativa na vida espiritual. É quando o homem morto em delitos e pecados, rendido à escravidão do pecado se volta para Cristo, arrependido, confessando seus pecados.
A conversão por esta razão é um ato que acontece de uma vez por todas. Logo não se converte duas ou três vezes, mas somente uma vez. Só que esta é totalmente eficaz a aquele que é chamado eficazmente. Só que ao longo dos anos a fé do eleito é provada através de inúmeras ocasiões e nem sempre os efeitos da conversão primária realizada no homem podem ser vistas abertamente. Mas o homem que foi alcançado, precisa paulatinamente de “conversões” constantes. É desse tipo de conversão que o profeta Joel está se referindo. Este texto foi escrito para homens e mulheres que já haviam sido alcançados pela graça de Deus na Antiga aliança, logo estes não eram descrentes, mas crentes no Senhor.
Hoje também precisamos ser alcançados por um renovo divino, por uma conversão, pois existem provas claras de estamos perdendo o foco, sendo a causa de inúmeros males que afligem a igreja brasileira. É por esta razão que o texto começa com o “ainda assim, agora mesmo”, demonstrando a urgência deste ato. Não podemos esperar mais para vermos vidas realmente comprometidas com o Evangelho se rendendo aos pés de Cristo. São danosas as influências aterradoras que destroem denominações inteiras, igrejas e famílias. A sociedade com um todo não pode deixar de contemplar tão grande calamidade, pois a igreja serve como bússola e prumo para este mundo caído, eles precisam olhar para ela para ver retidão e temor do Senhor, caso contrário ficaram desorientados e jamais encontraram o caminho certo. Portanto, creio que esta atitude não pode ser deixada para trás, nem para as próximas gerações de crentes, é para o dia de hoje, para este momento de crise moral, da perca da espiritualidade e da falta de confiança que se direciona esta vocação.
A conversão segundo Joel, deve ser de todo coração. Ou seja, não pode ser apenas nominal e de forma oratória, mas interna e completa. Deve ecoar em todas as facetas da vida humana, deve servir de ponto de referência para a moralidade da alma, antes de externar, completamente pois se assim não for revelará uma postura meramente hipócrita e sem vida e a conversão desejada por Deus é para o alcance da alma humana, antes de qualquer coisa.
As atitudes externas desta conversão são enumeradas por Joel de modo explicitamente religioso. É claro que o alcance desta conversão não é apenas exteriorizado de forma a enfatizar um aspecto isolado, mas antes deve vir acompanhado de uma atitude externa de explicitação da fé alcançada. Por isso o jejum é mencionado, pois o mesmo é a aflição voluntária do fiel para assumir a total dependência do Senhor, é voluntariedade de uma postura de mortificação dos valores deste mundo e uma preocupação reveladora com as bênçãos espirituais. Tal prática, ao longo dos anos vem sendo abandonada por um conceito meramente assertivo da fé, que certamente sofre deficiências agravantes a consagração do fiel.
Ainda Joel enfatiza o choro e o pranto, dando a entender que não se pode ter uma genuína conversão da alma se o arrependimento externado por esse lavar da alma não estiver presente. Logo, a alma convertida assume externamente, de uma maneira não sugestionável que tem padecido de interesses outros, que os tais não têm revelado uma atitude coerente com a fé professada. Por esta razão ela externa o sentimento por meio da lágrima e da contrição.
O verso treze continua a argumentação dizendo que esta atitude externa não pode ser confundida com indignação exterior. O ato de rasgar as vestes é muito comum no antigo testamento e até mesmo Paulo e Barnabé fizeram isso em sinal de indignação pela adoração que receberam em Icônio (At. 14.14). Tal prática explicita um inconformismo e uma atitude consciente de algo está fora da ordem natural. É um voto de protesto contra alguma situação. Apesar de não ser questionado o ato em si, Joel explica que antes devemos rasgar o coração, ou seja, a indignação contra o nosso pecado é eminentemente espiritual. Deve partir e rasgar um coração endurecido pelo pecado e expor um coração amainado pela Palavra de Deus.
A partir desta postura externa que um olhar para dentro de si, nós vemos que a conseqüência disso é uma recompensa deveras gratificante, a contemplação de virtudes divinas até então pouco conhecidas de nós. Ele inúmera estas virtudes começando pela misericórdia divina, que a prova inequívoca de que miseráveis como nós podem ser alcançados pelo favor do Senhor. Depois ele cita que podemos contemplar em Deus compassividade, antes de uma postura aterradora de condenação do pecado o nosso Deus compreende que a punição tem a ver com a restauração do dano, e nos permite nos reconciliar com Ele, por meio do Seu Filho. Depois cita em imediato o fato de o Senhor ser tardio em irar-se, ainda que tenha todos os motivos de se indignar conosco a ira de Deus nunca é apressada, mas tardia no sentido de que ele a exerce, mas antes concede ao pecador a condição de arrependimento, sendo Ele mesmo o condutor a isso. Após ele ressalta que Deus é grande em benignidade, mais benignidade do que a que reside em Deus não pode ser encontrado em nenhum outro. Sua benignidade prova que sua bondade é algo real e perceptível, palpável a todos que se achegam a Ele. Por fim Ele apresenta o Senhor como arrependido de fazer o mal. É claro que isso não quer dizer que o Senhor se arrepende de fazer o que quer, mas que Ele considera as implicações futuras de uma vida sem arrependimento, livrando o convertido da condenação pelo pecado.
Logo, onde reside um coração emperdenido e sem conversão não pode haver a plena restauração de uma atitude que se volta para Deus. A mensagem para o dia de hoje, portanto, é que aqueles que não se arrependeram a Deus apressem-se para isso e que aqueles que já são convertidos busquem o arrependimento diário, observando a afluência dos conceitos humanos, fazendo uma real análise de onde estão e de onde pretender chegar a Cristo e abandonem todo o mal que estiverem praticando. Deus nos livre de ter chegado a um estado que não contemplemos mais essa necessidade, que Deus fomente em nós arrependimento e conversão para anunciarmos fielmente a glória de Cristo, amém.
  

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

As contendas que existem na alma humana


Sermões do Rev. Fabiano Ramos Gomes
Dia do Senhor – 08 de Agosto de 2010
Tiago 4.1-10

INTRODUÇÃO: Esta carta de Tiago nos traz a questão um verdadeiro desnudar da nossa alma. Na porção que estaremos considerando, Tiago, sem medo de ser indelicado, aguça nossa auto-análise espiritual nos conduzindo a uma contemplação sincera sobre a nossa fidelidade ao Senhor. Já disse alguém que “um verdadeiro amigo não esconde os nossos defeitos, mas nos ajuda a melhorar”. Então sejamos melhorados pela maravilhosa Palavra de Deus.
Considere comigo um título: “As contendas que existem na alma humana”. Segundo Tiago, há no interior do homem guerras e contendas que nos afastam de Deus, analise comigo as mesmas por meio de alguns conselhos:

I- Os conflitos existem em nós porque pedimos mal (vv.1-3)
Dissemos que somos crentes, mas falta-nos algo para vivermos a plenitude da fé. Da nossa alma emerge agonias e pouca satisfação, veja o que Tiago ensina a esse respeito.
a)   Os prazeres militantes em nossa carne (v.1) – Tiago faz-nos considerar o quanto somos deficientes na fé. Ele mostra que do nosso íntimo procedem guerras e contendas. Estas são verdadeiras agonias de um coração em constante antagonismo. Isso acontece, diz ele, porque milita em nossa carne um suspiro por prazer.
b)   Uma explicação de nossos fracassos (v.2) – Tiago passa a nos mostrar nossas atitudes negativas e essas são as causas de não conseguirmos nada. Diz ele que cobiçamos, matamos e invejamos, vivemos a lutar e a fazer guerras e mesmo assim continuamos sem nada. Ele encerra dizendo que não pedimos. Alguns podem considerar isso um exagero, mas quando pedimos não temos sido inclinados pelos motivos certos.
c)    O esbanjamento dos prazeres (v.3) – Ele agora nos mostra onde erramos. Não é no pedir, pois fazemos isso. É na intenção da súplica, que ele revela como esbanjamento de prazer. Por esta razão não recebemos, pois o pedido não parte de um coração sincero.

II- Os conflitos existem em nós porque somos infiéis (vv.4-6)
Não poucas vezes a Sagrada escritura chega a esta conclusão, demonstramos infidelidade. Você pode dizer, mas eu creio em Deus, só que falta-nos uma verdadeira postura daqueles que crêem e ninguém deve se sentir ofendido com isso. Veja o que Tiago ensina a esse respeito.
a)   Somos amigos do mundo (v.4) – Enquanto haver no coração do homem uma atração pelo mundo ele terá vontade de ser seu amigo. Só que esta é inimiga de Deus. Isso porque não existe harmonia entre Deus e o mundo. Temos uma única opção, ou nos achegamos a Deus, ou seremos tidos como seus inimigos.
b)   Pomos o Espírito em ciúme (v.5) – Quando nos afastamos de Deus entristecemos o Espírito. A linguagem de Tiago diz que Ele sente ciúmes de nós. Ele não deseja nos compartilhar com ninguém, mas quer exclusividade.
c)    Somos tidos como soberbos (v.6) – Em razão de termos acesso ao mundo e não a Deus, somos tidos como soberbos. Aos tais, Deus resiste, mas se formos humildes receberemos graça.   

III- Os conflitos existem em nós porque não fazemos o que é certo (vv.7-10)
Tiago passa a enumerar algumas atitudes que se esperam de um crente genuíno, vejamos quais são:
a)   Sujeição (v.7) – Esta deve ser a Deus e não ao mundo. Resistimos ao diabo quando nos sujeitamos a Deus, ele não suportará um crente que serve ao Senhor e se retirará de nós.
b)   Achegarmo-nos a Deus (v.8) – Ir ao encontro de Deus, não por métodos mirabolantes, mas conforme ensina a Palavra. Então Ele mesmo virá a nós. Purificando-nos do pecado e o nosso ânimo dobre será um só, quando limparmos o coração por meio da comunhão com Deus.
c)    Aflição, lamento e choro (v.9) – Outras posturas quanto a nossa falha são exigidas. A aflição o lamento, o choro, a conversão do riso em choro e a alegria em tristeza. Porque tudo isso é exigido? Por causa da nossa degradante situação.
d)   Humilhação (v.10) – A última condição é a humilhação. Você não se humilha na presença de homens, mas de Deus. Este é um pré-requisito para alcançarmos as bênçãos que Tiago falou nos versos 2 e 3. Só ai você receberá. É isso que ele quer dizer com “exaltará”.

Conclusão: O que sentimos quando somos descortinados assim? Sentimo-nos como se não fossemos ninguém. É isso que o Senhor que nos fazer, Ele quer nos fazer confessar os nossos pecados. Mostrar que não somos nada sem ele, para que apenas o nome dele seja glorificado. Você e eu queremos alcançar o favor divino, mas precisamos aprender com esta lição. Quiçá o Senhor nos faça aprender verdadeiramente, amém.

Soli Deo Gloria!

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

AS MISSÕES NA IGREJA PRESBITERIANA DO BRASIL


Este ano é o último ano de uma parceria, pelo menos oficialmente, do presbitério de Petrolina (PRPE) e Junta de Missões Nacionais JMN-IPB, instituições da Igreja Presbiteriana do Brasil, aqui no sertão do Araripe, interior de Pernambuco, região nordeste do Brasil. Isso significa que é possível que este trabalho começado a cinco anos esteja se direcionando para outra jurisdição e até mesmo continuar da forma que já está, apenas contando com um novo direcionamento.


Durante cinco anos de trabalho nesta região tiro algumas lições e são estas conjecturas que gostaria de contemplar, juntamente com aqueles que lêem estas linhas para uma reflexão no planejamento do trabalho missionário.


1) A Parceria – Entendo que o sistema de parcerias, da nova forma de trabalho da Junta é realmente um bom direcionamento para os campos no Brasil, ainda que seja um pouco complicado administrar os investimentos do parceiro que pode ser uma igreja ou um presbitério. Mas algo precisa ficar bem definido quanto a isso, principalmente quais são os motivos que fazem, o potencial parceiro buscar a parceria. Fica claro que, em alguns casos, o parceiro busca a parceria não para investir tempo, dinheiro, atenção e empreendimento no projeto, mas apenas tentar resolver um problema com uma congregação ou campo, sem muitas vezes buscar a real solução, que é a efetiva plantação do campo missionário.


2) As dificuldades com o tempo proposto – Está aí um grande desafio. Tanto no sistema de plantação da Junta e do PMC existe um tempo limite para a plantação da nova igreja e isso é importante uma vez que organiza as prioridades na plantação, bem como estabelece um cronograma para direcionar o trabalho. Além do que o parceiro que é a instituição missionária fica desimpedido para investir em outro lugar ao término do acordo de parceria. Só que algo extremamente importante tem que ser lembrado quanto ao tempo de organização de uma igreja. Nos moldes exigidos pela IPB de igreja organizada é necessário ter independência financeira, líderes locais e um patrimônio para ser utilizado pela futura igreja. Isso por si só é um grande entrave, pois o tempo é curto para se conseguir tanto desenvolvimento. Deve-se ainda considerar que as dificuldades na plantação são diversas, desde a escolha equivocada de um obreiro, até a linha do trabalho desenvolvido no quesito evangelização. Há de se esperar o desenvolvimento natural do mesmo que é realizado no tempo de Deus e se considerando as intempéries circunstanciais.


3) O investimento no projeto – Algo a ser extremamente pensado é a forma de manutenção do trabalho a ser desenvolvido. Para tanto é necessário considerar a forma em que foram abertos os trabalhos presbiterianos no passado, quando da empreitada para estabelecer o presbiterianismo em solo pátrio. O investimento qualitativo na aquisição de propriedades, além de se ter um modus operandis estabelecido que no caso específico do passado, contemplou a educação e as missões. Isso fez com que missionários residentes, pudessem desenvolver pólos presbiterianos em diversas regiões do sudeste do país e também do nordeste. Hoje os recursos investidos são parcos e pouco se assemelha ao empreendimento americano de plantação de igreja. Hoje a IPB é uma denominação forte financeiramente e apesar de não ter tanta presença nas diversas cidades brasileiras é possível encontrar uma boa filosofia de missões na IPB, inclusive a determinação do Supremo Concílio de se investir mais da metade dos recursos em missões. Só que mesmo com o investimento de algumas igrejas visionárias a participação missionária das igrejas locais médias é muito pequena e pouco acrescenta no quadro mais amplo de plantação de igrejas. Tudo isso dificulta a conseqüente estabilidade dos projetos atuais. Como seria ideal se todas as igrejas se conscientizassem de que precisam investir em missões e que a tarefa não ficasse restrita aos esforços denominacionais que são insuficientes para tão grande obra. É necessário ainda lembrar que para ajudar um campo não é obrigado a se sustentar todo o trabalho, mas a ajuda pode ser direcionada a fim de contribuir verdadeiramente, traçando planos para se intensificar cada dia mais os investimentos.


4) Os obreiros – Também é necessário o investimento na formação de uma boa mão de obra especializada. Para tanto, é necessário também o investimento nos institutos bíblicos, seminários e igrejas locais. Pois são nas igrejas que se desenvolvem os missionários. Permitir que a chamada efetue-se na igreja local é dever dos conselhos e pastores. Nisso todos podem se engajar, inclusive os presbitérios, promovendo encontros anuais de missões com a presença de todas as igrejas jurisdicionadas.


5) O alcance da nossa nação – Por fim, devemos estar atentos com os desafios que se nos aparecem para estas épocas. É claro que podemos nos animar com os relatórios de que estamos alcançando praticamente todo o território nacional, mas precisamos ter igrejas fortes e influentes. Não basta ter uma boa membresia é necessário que esta seja ativa socialmente e capacitada teologicamente na divulgação da doutrina reformada, senão de nada adiantará termos crescimento, se perdermos nossa identificação presbiteriana.


Todas essas questões devem ser consideradas. Não apenas pelos órgãos plantadores, mas por igrejas locais, conselhos, pastores, presbitérios e membros. O trabalho evangelístico está em nossas mãos. Não podemos esmorecer, urge a necessidade de sermos mais relevantes para o alcance de novos rumos para o presbiterianismo. Deus nos ajude nesta tarefa e ao invés de somente criticar, vamos arregaçar as nossas mangas em prol do Reino de Deus.