INTRODUÇÃO: Nossa perspectiva reformada de evangelização tem como urgente necessidade uma absorção rápida de evangelismo para bem servir a igreja de Cristo. Falo no sentido de oferecermos uma forma simples de evangelizar, fazer com que a abordagem evangelística contemple a sadia fé reformada, sem a utilização de materiais que demonstrem uma teologia não condizente com a nossa fé.
Também este nosso evangelismo tende a ser eminentemente prático, visto que na abordagem não teremos muito tempo em dias agitados onde as pessoas desejam algo conciso, para absorverem durante um processo posterior. Entrando ai o discipulado, outro assunto que desejamos contribuir em outra oportunidade.
Por esta razão, apresento um pouco daquilo que entendo serem os passos básicos de nossa evangelização. Espero que possa servir para direcionar irmãos reformados que desejem doutrinar bem e evangelizar segundo os padrões da Reforma.
I. A MISERABILIDADE UNIVERSAL HUMANA
1.1. A Queda – A Bíblia ensina que o homem deveria obedecer ao Senhor que exigiu da parte do primeiro homem a obediência de não comer o fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal (Gn 3.2-3), mas este não obteve êxito (Gn 3.5). Em conseqüência disso foi afastado da presença de Deus (G.3.23). Não somente o primeiro homem, mas todos os que nasceram dele, chegando até os nossos dias (Rm 5.12). Pois tal como foi o infortúnio de Adão assim é o nosso também.
1.2. O Afastamento de Deus – A bênção mais preciosa que podíamos ter era a presença de Deus com suas criaturas (Sl 84.10). Mas nem mesmo isso o homem conseguiu preservar. Ele está afastado por causa do pecado e pecado é a quebra da Lei de Deus (1 Jo 3.4). Por força própria o homem não pode se aproximar de Deus, visto que existe um imenso abismo o separando do Criador e este abismo é sua própria pecaminosidade.
1.3. O Sofrimento Humano – Desta primeira transgressão decorrem todas as mazelas da humanidade. Dor, sofrimento, depressão, miséria, violência e todas as crises em relacionamentos (Lm 3.39). Não podemos medir a conseqüência deste grande mal, visto que não podemos nem mesmo imaginar este mundo sem dor.
1.4. A incapacidade Espiritual – Esta incapacidade impede a comunicação com o Criador, visto que “Deus é Espírito; e importa que os Seus adoradores O adorem em Espírito e em verdade...” (Jo 4.24). O caminho para esta comunicação também não pode ser reparado pelo homem comum.
1.5. A presente condição e a conseqüência – Tal situação coloca o homem em estado crítico. Sozinho não pode se salvar, não consegue contemplar o que é espiritual e sem Deus de nada adianta praticar boas obras. O fim disso é punição já nesta vida (Gl. 6.7 e Sl 1.4,5) e por fim a condenação eterna (Mc. 9.43, 47 e 48).
II. CRISTO O MEDIADOR ENTRE DEUS E O HOMEM
2.1. A falha do primeiro Adão e o êxito do Segundo – Se o primeiro Adão falhou como representante da raça humana o Segundo não (Rm 5.12). Ele cumpriu cabalmente toda a obra tornando-a perfeita (Mt.5.17). O primeiro adquiriu maldição e o Segundo salvação e justificação (Rm.5.18).
2.2. Verdadeiramente Deus e verdadeiramente homem – Este Mediador foi providenciado pelo próprio Deus (Jo 3.16). Ele é Deus e homem, pois somente Deus podia refazer o caminho perdido (Jn 2.9 parte b) e precisava ser homem para que pudesse representar a todos nós (1 Pd 2.24).
2.3. A nossa substituição efetuada por Ele – Ele tomou o nosso lugar na cruz (1 Pd 3.18). O sofrimento dele foi um sofrimento vicário. Nele, Deus agradou moê-lo (Is 53.10). Seu penoso trabalho foi feito com êxito (Is 53.11).
2.4. Ele nos purifica com Seu sangue – Assim como na Lei de Moisés havia a necessidade de aplacar a ira de Deus com o sangue inocente. Naquela época o sangue de bodes e de touros (Hb 9.13,14). Jesus derramando Seu sangue na cruz desvia a ira divina. Seu sangue nos purifica do pecado que não podíamos reparar (1 Jo 1.7).
2.5. Ele é um fiel Advogado – Ele, Jesus, se coloca como nosso Advogado fiel, nos defendendo das acusações que satanás possa fazer (1 Jo 2.1). Bem como, quando o Senhor olha para nós, quando perdoados, não olha para nossa justiça, mas para a justiça de Cristo, pois Ele é Justo e justificador (Rm. 3.26).
III. O ARREPENDIMENTO PARA SALVAÇÃO
3.1. Não é remorso – O arrependimento exigido para a salvação não é remorso. Remorso é aquilo que sentiu Judas ao trair o Senhor Jesus (Mt.27.3) e consiste em frustração movida por uma série de conseqüências adversas, o arrependimento exigido pela Palavra é uma condição interna ocorrida no eleito (2 Tm.2.25-26 e Lc 24.47).
3.2. É uma graça da salvação – Alcançada apenas para aqueles que são chamados para a vida. Pode vir acompanhado de choro e grande tristeza (Lc 22.61-62), mas não é necessariamente obrigatória tal condição.
3.3. Ódio ao pecado – Acontece quando o homem chamado por Deus sente-se repulsivo perante Deus (Ez 36.31). Deseja ardentemente se ver livre da sujidade espiritual que o pecado impõe. A conseqüente postura é o retorno para Cristo, abandonando as antigas práticas e desejando uma vida de obediência.
IV. A IGREJA E A REDENÇÃO
4.1. A Igreja é o povo de Deus – Não um templo como muitos imaginam, mas a coluna e baluarte do Deus vivo (1 Tm 3.153). É o Seu povo escolhido, aqueles que o Senhor agradou morrer. Povo de diferentes lugares, etnias, línguas e costumes, que são ajuntados para servir a Deus em todas as épocas (Ap 7.9).
4.2. A necessidade de congregar – Visto que é em meio a este povo que o Senhor atua mais completa e especialmente. É necessário, portanto, o convívio entre este povo. Aprender a Palavra em suas reuniões, bem como viver as glórias e as dificuldades que este povo enfrenta.
4.3. A redenção como fator histórico – Redenção, portanto, é o movimento divino de alcance do Seu povo. São todos os meios e sinais usados para redimir esse povo. Povo exclusivo de Deus, zeloso e de boas obras (1 Pe 2.9).
4.4. O final desse processo – O final desse processo é a restauração de todas as coisas. É o enxugar das lágrimas dos eleitos (Is 25.8), o término da batalha contra o Inimigo e consumação do Reino restaurado e eterno. Fim para qual caminha a humanidade e que inaugurará tempos de paz e prosperidade divina.
V. O DESTINO ETERNO DA ALMA (A PERDIÇÃO E A GLÓRIA)
5.1. A alma condenada – A bíblia só nos fornece duas condições para a humanidade. A perdição e a glória. Na primeira a alma condenada por, voluntariamente, desejar estar longe Deus, enfrentará as alienações do inferno e da perdição. Afastados eternamente de Deus em tormentos eternos (Mt. 25.41 e Mt 10.28)
5.2. A alma glorificada – É o estado que espera os que foram arrependidos das suas sujidades, que viram que necessitavam de um Salvador e se entregaram completamente a Deus por meio do Seu Filho. Estes serão para sempre herdeiros de um reino eterno e deleites e prazeres que nunca podemos imaginar nesta vida para todo o sempre (1 Co 2.9).
Conclusão: Depois de tudo que você ouviu, uma resposta é exigida da sua parte. Que tipo de atitude você tomará. Você não é mais leigo, você ouviu da sua presente situação morta em delitos e pecados e que por suas próprias forças você não virá a Deus. Foi necessário o envio do Mediador, puro, santo e imaculado. Ele levou sobre si os pecados do Seu povo e é necessário saber se você pertence a este povo. Para isso você deverá manifestar o arrependimento para a vida. Confessar os seus erros e deixá-los. Só então poderá habilitar-se na expectativa do Reino Celeste. Que Deus lhe ajude neste caminho e caso precise de mais informações, nos procure no endereço abaixo, solicite-nos uma visita ou vá aos cultos nos horários informados. Deus o abençoe.
Soli Deo Gloria!
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