terça-feira, 27 de março de 2012

UMA CONVERSA INFORMAL SOBRE O CRISTIANISMO


(Conversa hipotética entre um crente do século XVI e outro dos dias atuais)

Crente século XVI – Caríssimo irmão é um grande privilégio conversarmos sobre nossa fé comum, ainda que estejamos separados por quase cinco séculos. Gostaria muito de saber dos avanços da causa de Cristo nos seus dias. Importa se lhe fizer algumas perguntas?

Crente atual – Claro que não, digníssimo irmão. Eu é que me sinto honrado em conversar com alguém que esteve em uma época tão distinta de nossa história, fique a vontade para me fazer as suas perguntas.

Crente século XVI – Acredito que você está informado de nossas agruras no passado. De como labutamos por reformar a religião vigente em nossa época e como o Senhor nos concedeu graça de prevalecermos contra os nossos adversários. Gostaria de saber como andam eles e que tipo de adversários vocês têm nestes dias?

Crente atual – Estimado irmão, ainda contamos com muitas lutas para mantermos nossas convicções. Os mesmos inimigos do passado ainda prevalecem, de fato, eles receberam um duro golpe em sua época, porém ainda persistem, com suas mesmas idolatrias e dogmas ultrapassados, mas agora eles mantêm um discurso mais moderado, nos chamando de irmãos separados e empreendem esforços para unir todas as igrejas cristãs em algo chamado de ecumenismo. Na realidade nossos maiores inimigos são aqueles que estão dentro daquilo que chamamos “evangelicalismo”, aqueles que se parecem conosco e não são e que são contados como se fossem evangélicos.

Crente do século XVI – Ora, irmão. Em nossos dias também tínhamos nossos opositores que surgiram em nosso meio. Eles eram conhecidos como anabatistas e místicos e nos trouxeram muitos males. Quais são os inimigos da igreja de Cristo nesses dias e quais são suas doutrinas.

Crente atual – Os inimigos da igreja atualmente, travestidos de ovelhas são aqueles que anulam a cruz de Cristo e fazem do Seu sacrifício algo menor do que nada. Eles dizem que podem salvar a si mesmos e quando dão alguma parte a Cristo dizem que Ele possibilitou a salvação apenas, mas não que Salvou eficazmente os eleitos que Ele mesmo comprou com Seu precioso sangue. Alguns deles continuam acreditando em teologias místicas e pensam que Deus atende uma agenda evocada por líderes poderosos que fazem “grandes sinais”, como curas, línguas estranhas e que podem até mesmo falar com uma palavra de revelação divina. Mais recentemente, alguns grupos passaram a crer que não podem ser pobres e que a riqueza pode ser adquirida com a frequência em alguma reunião realizada pela igreja e por chamadas “campanhas”, onde se pode comprar, através da oferta, a bênção do Senhor. Esses são um grupo grande que não pregam a conversão e que mantém grandes impérios econômicos de mídia e em geral enfrentam processos na justiça.

Crente século XVI – Em nossa época já existiam pessoas assim, como mencionadas por você, esses eram conhecidos como semi-pelagianos e mais tarde foram chamados de arminianos. Com relação aos místicos eles eram mais comuns aos papistas que buscavam a glória do homem e não de Deus. As campanhas que você mencionou, também eram feitas por eles, estranho o fato desses que você comentou sejam conhecidos como evangélicos. Mas me diga como está à adoração do povo em dias tão modernos que tipo de experiência nosso povo tem experimentado com nosso Senhor?

Crente atual – Hoje em dia adorar na igreja e em particular é algo bem menos praticado. É bem mais comum a adoração coletiva, mas não a adoração coletiva pratica na igreja, onde o adorador é motivado a conhecer a glória de Deus e tem repulsa a sua vileza pecaminosa. Existem em nossos dias grandes grupos de músicas que são contratados pelos poderes públicos e que fazem grandes encontros religiosos. Esses ganham grande quantia de dinheiro ao fazerem esses encontros e se dizem “ministros de Cristo”. O povo consequentemente, vê nesses encontros a oportunidade de receber aquilo que não recebem na igreja. Esses encontros não contam com a ministração da Palavra, mas apenas menção dela, e os sentimentos proporcionados pela música são mais importantes do que a Palavra de Deus.

Crente século XVI – Isso realmente é muito sério. Mas o que dizer dos pastores dessas ovelhas de Cristo? O que eles fazem para manter a igreja longe dessas práticas?

Crente atual – Eles, hoje em dia, têm inúmeras dificuldades. São tentados a atender tais reivindicações com medo de perder suas funções em igrejas grandes, além de serem fracos em conhecimento bíblico e também no temor de Cristo. Aspiram grandes coisas, como crescimento econômico, influência e notoriedade pública através da política. Muitos deles não estudam mais as Santas Escrituras, nem mesmo a conhecem bem. Pois preferem o conhecimento de certas linhas do conhecimento humano como psicanálise e marketing, além de gestões empresarias. Eles são mais administradores do que pastores. Mas nem todos podem ser contados dessa maneira, havendo como sempre há pessoas fiéis ao Senhor que se empenham em ter seus ministérios aprovados pelo Senhor.

Crente século XVI – Caro irmão, quando entregamos o bastão as nossas gerações posteriores sabíamos que não teríamos solo fértil. Pois, a fábrica de ídolos insiste em ganhar o coração humano. Já em nossa época tínhamos muitos desafios, mas permanecemos firmes e conseguimos muitos avanços. Espero que vocês encontrem como barrar esses desafios tão urgentes na época de vocês e que o nome do Senhor sai vitorioso, no valioso testemunho de homens fiéis. Espero sinceramente que nossa época, bem como, nossos líderes sirvam de inspiração para vocês e que vocês sejam bem sucedidos em tudo. Essa é a nossa sincera oração pela igreja do Senhor.

Crente atual – Ficamos honrados por tão grande entusiasmo. Sabemos dos desafios e buscaremos sempre que possível levar adiante a mesma fé dos nossos antepassados. Mesmo sabendo da grande oposição, o Senhor será conosco. Que Ele continue a nos conduzir e certamente sairemos vitoriosos. Deus seja glorificado em todos os tempos, nações e circunstâncias, amém. 

quarta-feira, 21 de março de 2012

Implicações do Estado laico


No último dia 6 de março (terça-feira), a justiça do estado do Rio Grande do Sul, atendeu o pedido da ONG Liga Brasileira de Lésbicas, no que concerne a presença de símbolos religiosos, como crucifixos, que no entendimento da ONG, prejudicava o conceito de Estado laico. Na oportunidade o relator do caso, o desembargador Cláudio Baldino Maciel, afirmou que "que um julgamento feito em uma sala onde há um 'expressivo símbolo' de uma doutrina religiosa não é a melhor forma de mostrar que o julgador está "equidistante" dos valores em conflito." 

A presente situação acima, vivenciada pelas autoridades gaúchas não é, de forma alguma algo nova na atual conjuntura social daquilo que conhecemos como Ocidente. Vários países estão tendo a mesma interpretação, mudando suas posturas naquilo que os identifica com seus vínculos cristãos como nações formadas por heranças dessa orientação, mas que ainda guardam traços marcantes na formação de seu povo, bem como, muitas opiniões ainda são tomadas tendo por base o juízo de valores orientado por esta religião.

É fato que a ONG mencionada deva ter suas razões para fazer tal pedido, porém, fica mais do que comprovado que não somente os juízes, mas também toda a sociedade, guarda traços religiosos fortíssimos em suas opiniões. Todas elas concebidas, na sua maioria, por princípios cristãos. Tal é assim, que casos polêmicos como os direitos dos homossexuais e o aborto não podem ser analisados fora de uma perspectiva altamente norteada por aquilo que crê e prega a religião cristã. Mas algo bastante preocupante está acontecendo no Ocidente. Enquanto que nos estados muçulmanos é quase axiomática a teocracia, os países ocidentais, em troca da defesa da laicidade do Estado, rompe com suas tradições. Algo muito preocupante. Principalmente quando julgamos a filosofia muçulmana de expansão cultural em países que naturalmente estão se tornando pós-cristãos. 

Diante disso gostaria de refletir sobre as seguintes implicações, no que dizem respeito a importância do Estado em assuntos religiosos.

1. O Estado é laico, mais não é ateu. Apesar de não concordar totalmente com este jargão, pois entendo que o Estado não se constitui em um ser autônomo onde ele seja a diretriz de avaliação de suas diversas linhas religiosas, logo não pode ele ser qualificado por ser nem uma coisa nem outra, entendo que o Estado deve se manter isento de manifestações religiosas. Nisto, entendo que ele não pode promover qualquer religião que seja, ainda que preserve os traços dessa religião em seu foro íntimo, em cada cidadão que compõe a sociedade desse Estado.

2. O Estado deve preservar a religião culturalmente aceita em seu país. No caso do nosso país a religião cristã deve ser preservada pelo Estado em razão desta ser esta a principal corrente religiosa do seu povo. Tendo heranças profundas em sua sociedade. E como tal deve ser preservada assim como se mantém a cultura de um povo. Cultura essa que dá as qualificações dessa mesma sociedade. Também pelo valor das instituições religiosas para o bem deste mesmo país. Ainda que as reivindicações de certos setores posam ser importantes para o debate democrático, no entanto esses setores não podem contar com esse legado tão expressivo na história do nosso povo. Setores abortistas e homossexuais estão longe desta contribuição e nada podem garantir que estarão aptas se equiparar a igreja cristã, mesmo que isso leve muitas gerações.

3. O Estado deve se esforçar para não favorecer uma religião em detrimento de outra. Outro princípio do Estado laico é que ele não pode pender, em suas decisões, para o favorecimento de nenhuma linha religiosa. Isso serve para manter o equilíbrio democrático, fazendo com que as diferentes correntes existentes estejam equiparadas socialmente falando, mesmo que se possa levar em consideração o número de uma determinada religião, mesmo assim, faz-se necessário preservar as minorias religiosas.

4. O Estado deve ouvir a igreja em questões que afetem a sociedade. Se o Estado promover mudanças sociais que afetem a nação, por alguma orientação filosófica que se afaste do senso comum e que seja contra os interesses do seu povo, essa norma pode ser considerada arbitrária e distante da realidade social existente em seu país. o Estado não deve buscar apenas seus interesses de orientação partidária, afim de se comprometer com uma postura da época, mesmo que essa postura tenha resistência no seio religioso do seu povo. O Estado então, ao tomar decisões contrárias, estará entrando em conflito com sua própria sociedade, sendo de fato consideradas ditatoriais e arbitrárias essas decisões. Pois no sistema democrático não é possível a defesa de interesses de conotação meramente filosófica que ofenda o direito comum do povo em questão.

5. O Estado deve impedir os choques entre religiões. Por fim, entendo que o Estado deve buscar a harmonia entre os diferentes credos em suas políticas públicas. Não favorecendo uma linha em detrimento de outra. Ele é, portanto, na visão dos reformados, é o protetor da religião cristã e consequentemente, deve buscar a harmonia entre esses segmentos religiosos.

Concluo esse artigo entendendo que a postura defendida por alguns tribunais deve ser mais coerente com aquilo que citamos acima. Qualquer postura tomada por um segmento do Estado que esteja em desacordo com as diretrizes democráticas que promova uma reação social deve ser taxativamente evitada, a não ser que se deseje imprimir uma linha de raciocínio que faça esse mesmo Estado romper com os princípios democráticos estabelecidos constitucionalmente. Entendo que aqui começa o debate e devemos estar prontos para defender os nossos interesses como país cristão.

segunda-feira, 12 de março de 2012

O chamado divino firme e santa promessa


Daniel 9.19

Daniel é inspirado nessa belíssima oração em um contexto desfavorável para qualquer um. Nesta ocasião ele estava no exílio e apesar de ser um dos mais eminentes líderes no exílio ele não perdia de vista o propósito para o povo judeu, ou seja, de ser o povo escolhido, separado para a adoração ao Senhor, na terra de seus ancestrais. Sua oração nasce do entendimento que ele obteve quando estudava o livro do profeta Jeremias que o cativeiro duraria 70 anos (v.2). Esse entendimento não causou nele um sentimento de alívio pelo fim do cativeiro, mas um sentimento contrito, partindo do entendimento daquilo que fez a nação ser afligida pelo Senhor.

O final da oração é justamente o texto que eu gostaria de abordar, tendo em vista a consideração do nosso chamado diante de Deus. De acordo com Daniel esse chamado reveste-nos de uma grande consolação, uma vez que está respaldado em Deus. Diante disso, gostaria de refletir no seguinte título: “O chamado divino firme e santa promessa”.
Justifico o título no próprio texto, pois o profeta relaciona o fato das promessas desse chamado estarem intrinsicamente relacionadas com o nome do Senhor. Dito isso, gostaria de sugerir três verdades a este respeito:

A súplica do profeta evoca a ação divina (parte a)
Três súplicas menores são relacionadas aqui, observemos uma a uma individualmente:
Que o Senhor ouça – Esta sem dúvida é o objetivo de todo aquele que ora a Deus, não que não saibamos da Sua audiência, pois Ele é onipresente, mas se Ele está disposto a atentar para nossos anseios de uma maneira especial, santa e atenciosa. Daniel busca essa audiência, característica das orações que são feitas na vontade de Deus, o mesmo que deveríamos fazer todas as vezes que O buscamos.

Que o Senhor perdoe – Toda a oração anteriormente tinha esse foco, a confissão da maldade nacional de Israel. Aqui somos lembrados de que não é possível estar diante de Deus sem lembrarmos da nossa malignidade. O profeta, portanto, nos dá uma fórmula para que façamos o mesmo em nossas preces, pois estamos diante de um Deus Santo.

Que o Senhor atenda e agisse – Aqui está a expectativa do profeta, de que aquela oração não fosse apenas orar por orar, mas dada a sua importância, que ela fosse atendida cabalmente. Quantas vezes não começamos a orar sem motivação alguma, sem a expectativa de recebermos, esta não deve ser a nossa condição. Outra questão é a certeza de o Senhor agiria, tão logo houvesse a necessidade prevista por Ele mesmo. Isso não é uma ordem, mas uma súplica piedosa, fiada na santidade e no caráter divino.

A súplica do profeta evoca a urgência em socorrer (parte b)
O que justifica essa urgência, penso que tem a ver com:
A glória de Deus – O profeta, nem por um momento pensa e atenuar o seu próprio sofrimento e do seu povo. Ele não está se queixando dos efeitos do cativeiro, pois via neles a mão retribuitiva e justa de Deus punindo o povo. Mas sim na glória do seu nome. É por causa da honra e daquilo que Deus é que o profeta se preocupa e não consigo ou com o povo.

O efeito da demora – Poderia lançar o nome do Senhor, entre os pagãos, de uma maneira cruel, como se tivesse abandonado o povo que Ele mesmo escolheu, algo muito parecido com a visão de Moisés, a respeito da glória de Deus.

A súplica do profeta evoca o fato de o povo ser guardado nas promessas de Deus (parte c)
Deus de Seu povo – Deus é relacionado aqui no contexto grandemente pessoal. Ele não é o Deus dos pais de Daniel, nem do povo de Israel, mas seu Deus pessoal, amado e respeitado.

A cidade e o povo “chamados” pelo Teu nome – A identificação de Deus e Seu povo é uma verdade exposta nas Escrituras. Não defendemos nossos interesses, mas os de Deus. Não devemos meramente nos preocupar com nosso umbigo, mas com a glória de Deus, caso contrário, não podemos ser chamados de povo de Deus.

O chamado divino é a associação plena e completa que o fiel deve manter com seu Deus. Ele deve buscar o zênite dessa oração de Daniel que repousa tão somente na glória de Deus. Nossos interesses, nosso sofrimento, nossas expectativas devem descansar nessa grandiosa necessidade, sermos conhecidos como povo de Deus. Caso contrário, de nada adiantará, clamarmos em alto em bom som “Somos Teu povo”, se nossas vidas reprovarem nossas palavras. Que toda essa oração possa nos conduzir a este fim é o que devemos buscar imensamente por toda a nossa vida, amém.



segunda-feira, 5 de março de 2012

Como continuarmos nossa carreira guardando a fé


II Timóteo 4.6-8

Precisamos constantemente de incentivos para continuar nossa carreira cristã. É por esta razão que o Senhor dia a dia nos motiva a contemplar uma faceta nova dessa nossa carreira, nos ensinando coisas novas e revitalizando nossa esperança.

Nesta noite eu gostaria de falar a respeito de nossa capacidade de nos cansar e de como Deus nos levanta para recebermos um novo fôlego para que possamos continuar. Por esta razão eu gostaria de propor o seguinte título: “Como continuarmos nossa carreira guardando a fé”.

Em nosso texto o apóstolo Paulo está recomendando ao seu filho Timóteo à maneira de proceder como pastor em uma igreja, no caso aqui na igreja de Éfeso. Essa é a segunda carta que Paulo escreve tendo como destinatário Timóteo. Ela contém uma saudação (1.1-2), ações de graças (1.3-5), recomendações à firmeza no trabalho (1.6-14), Paulo queixando-se de alguns colaboradores seus (1.15-18), recomendações à perseverança (2.1-13), o dever de se portar como mestre (2.14-26), anúncios proféticos (3.1-9), a ênfase que deve ser dada a Palavra de Deus e os efeitos dela no ministério (3.10-17), a exortação à fidelidade na pregação (4.1-5), o anúncio de Paulo no que concerne ao seu martírio (4.6-8), a queixa de Paulo quanto ao seu abandono por todos os que lhe seguiam (4.9-18) e por fim suas saudações finais (4.19-22).

No presente texto, Paulo está nos mostrando como, mesmo velho (Fl.1.9), que não havia perdido o cuidado e o zelo pela causa de Cristo. Observemos o que ele quer nos dizer nesta noite:

Estamos próximos da prestação de contas com o Senhor (v.6)
Paulo prevê seu martírio, anunciando que estava mui próximo a sua entrega. Essa seria de uma forma sacrificial, como aroma suave ao Senhor, esta expressão encontra eco nas ofertas votivas do Antigo Testamento quando Deus aceitava o sacrifício. Paulo identifica seu ministério dessa forma, na certeza do que vez para Deus.
Nossa vida – Podemos dizer como apóstolo que nossa entrega a Cristo assemelha-se a uma oferta agradável ao Senhor?
Como prestaremos contas a Deus? – Qual é a forma que pretendemos comparecer diante do reto juiz? Uma vida frouxa e acovardada não nos fará ter uma identificação com essas solenes palavras.

Precisamos guardar a fé até o fim (v.7)
Paulo tinha certeza de que como bom soldado de Cristo ele tinha cumprido sua missão. A ordem foi dada e ele levou a termo. Mesmo depois de se encontrar com seu Capitão foi capaz de afirmar que tinha guardado a fé e completado sua carreira, como um valoroso guerreiro da causa de Cristo.
Estamos em guerra – Estamos alistados em uma guerra que tem feito baixas tremendas, onde homens e mulheres têm sido espezinhados pelo pecado, pelo mundo e por satanás. Porque nos comportamos como se isso não fosse conosco?
Completar a carreira – Ele se coloca aqui como um veterano de guerra. Ele olha para trás e vê o seu rastro histórico de lutas e conflitos que foram vencidos. O cristão maduro também faz o mesmo, não tem tempo para lamúrias e lágrimas desnecessárias, ele está fito em seu prêmio.
Guardei a fé – Isso não implica tão somente em morrer na igreja. Mas em manter sua consciência, na fala de Lutero, “cativa a Palavra de Deus”. Faz parte de uma consciência que jamais se inclinou a aceitar as fantasias atrativas do mundo, mas que, prementemente buscou o Senhor em Sua Palavra e encontrou.

Ao concluir a obra receberemos nossa coroa (v.8)
Paulo está certo nessas palavras que sua obra não foi em vão. Quantos de nós podemos dizer o mesmo? Poucos. Pois nossos maiores empreendimentos estão ligados a coisas corruptíveis. Vejamos o que ele diz:
A sua coroa está guardada – O crente deve morrer com esta esperança. O vale da sombra e da morte (Sl.23.4) para o crente não é um vale amargoso. Mas a grata esperança de que Cristo lhe encontrará do outro lado do rio. Ele o espera com uma coroa de justiça que é o presente de todos aqueles que são vitoriosos nesta vida.
O reto Juiz – O mesmo Senhor que justificou a vida de Paulo é o mesmo que lhe confiará esta vitória. É o mesmo que aprova e desaprova nossa vida. Juiz que não pode errar se vender ou revogar a Sua Lei. É esse que nos espera neste grande dia.
O amor pela vinda de Cristo – Isso faz toda a diferença. Apenas aqueles que amam esse dia receberão essa coroa. Os amantes desse século, como Demas (II Tm.4.10), não podem se alegrar no dia da vinda do Senhor. Esses não podem ter parte naquele dia, mas apenas aqueles que amam a Sua vinda.

O desânimo não pode imperar em nossa vida por grande tempo. Precisamos desempenhar valorosamente nossa carreira. Precisamos manter a fé, pois, o Justo Juiz nos aguarda. Ao entrarmos nessa guerra não podemos fazer parte das baixas que acometem aqueles que ficam pelo caminho. Amamos a vinda do Senhor e isso não nos faz amar o presente século. A obra que nos foi confiada depende da nossa saúde espiritual e de nosso vigor neste empreendimento. Amém.

sexta-feira, 2 de março de 2012

Novas igrejas do Presbitério de Petrolina

O Presbitério de Petrolina neste ano de 2012 demonstra seu vigor e sua organização eclesiástica na concretização de novos trabalhos nas cidades de Salgueiro-PE e Petrolina-PE. No último final de semana, nos dias 25 e 26 esteve organizando, através de comissão composta pelos reverendos Cornélio Beserra Gonzaga (relator), Fabiano Ramos Gomes e Manuel Tobias da Cruz, presbíteros Francisco de Oliveira e Ednaldo Francisco da Silva, a oitava igreja organizada deste concílio. Trata-se da Igreja Presbiteriana do Divino, situada no bairro do Divino Espírito Santo em Salgueiro-PE. Todo o processo de organização ocorreu com um profundo sentimento de gratidão a Deus, por parte de todos os membros da novel igreja, bem como dos membros da comissão. Aliás, este sentimento já tomara todo o concílio deste que o Presbitério recebeu a solicitação da Primeira Igreja Presbiteriana de Salgueiro o pedido de organização da igreja.

Na oportunidade foram arrolados novos membros que foram batizados e recebidos por profissão de fé, além da ordenação de oficiais, que totalizaram quatro diáconos e três presbíteros. A igreja será pastoreada no ano de 2012 pelo rev. Manuel Tobias da Cruz. A igreja Presbiteriana do Divino situa-se na Rua José Duperron, nº118, Bairro do Divino Espírito Santo, Salgueiro, Pernambuco. 

Petrolina também celebrou o nascimento do novo trabalho presbiteriano na cidade. Trata-se da Igreja Presbiteriana Reformada, pastoreada pelo rev. Marcelino Silva Oliveira. O trabalho nasceu de um sonho antigo do reverendo em trazer uma nova temática litúrgica para a igreja, o que se tornou uma identificação eclesiástica bastante singular em seu contexto. A Igreja Presbiteriana Reformada situa-se no principal acesso dos bairros COHAB VI e Rio Corrente. Tem também amplas condições de alcançar os bairros próximos como o Rio Claro e São Gonçalo. A igreja reforça o trabalho presbiteriano naquela região, região que já dispôs de um antigo trabalho no passado, mantido pela Primeira Igreja de Petrolina. Os irmãos remanescentes daquela época e que estavam congregando em outras igrejas se alegraram com a abertura da congregação, que está ligada a Primeira igreja de Juazeiro da Bahia, bem como outros irmãos, provindos de outras igrejas e que somam forças na plantação do novo trabalho.

O Presbitério de Petrolina prossegue valorosamente plantando novas igrejas presbiterianas no interior do Nordeste, apesar dos desafios de se encontrar em uma área geográfica bastante importante e contar com poucos recursos. Nossos desafios é a implantação de trabalhos presbiterianos em todas as cidades jurisdicionadas pelo nosso concílio. Uma grande tarefa, mas cremos na condução do Senhor neste empreendimento. Bem vindos os novos trabalhos, que o Senhor os fortaleça dia a dia nesta tão importante tarefa, amém.

Soli Deo Gloria