sexta-feira, 12 de junho de 2015

O dano do extremismo e o caos da alienação mesmo as bem intencionadas

As mídias sociais, há quase uma semana estão inundadas de assuntos relacionados a chamada “marcha gay” ocorrida recentemente na cidade de São Paulo. Onde um travesti, seminu, interpretou uma versão de um crucificado, tendo como objetivo atingir o público religioso, o principal oponente desses movimentos em nosso país. Muitas opiniões têm chegado ao nosso conhecimento e principalmente textos enfurecidos, onde os evangélicos afirmam que tiveram sua fé vilipendiada pelo movimento gay. Depois de considerar todos os lados envolvidos, menos aqueles que se referem ao próprio movimento LGBT que não divulgou nota alguma sobre o episódio, nem os organizadores da marcha, nem mesmos os seus diretórios estaduais. Penso que cabe uma palavra de reflexão sobre o assunto, até mesmo depois que ouvi renomadas figuras evangélicas nacionais opinarem sobre o mesmo. Considero as seguintes conclusões sobre isso tudo.

1) O movimento gay como conotação ideológica – O movimento conhecido como “movimento gay”, nitidamente propõe um doutrinação ideológica de suas práticas. Encontrando adeptos tanto naquilo que é no âmbito político como “liberalismo”, como no caso do partido democrata nos EUA, em partidos de bandeiras vermelhas como o PSOL e o PT em nosso país. Em comum, existe o entendimento do estado laico, ou seja, que as normas de uma nação não podem ser direcionadas por nenhuma confissão religiosa. Em nosso país, desde a afluência do partido dos Trabalhadores ao poder, uma campanha maciça tem sido orquestrada para implementar aquilo que ficou denominado de “agenda gay”, onde as diversas agremiações homossexuais contam com o apoio público para empreender uma doutrinação homossexual a partir da infância, em crianças de idade escolar, influenciadas pelo Estado Brasileiro. Esse apoio estatal faz com que cartilhas sejam confeccionadas com esse objetivo. No centro do debate está o cerne comum entre essas divergentes ideologias políticas como a secularização da sociedade, onde, como é perceptível, o movimento gay penetra nas brechas fornecidas por uma sociedade que gradativamente se afasta das Escrituras Sagradas, com recursos financiados pelo Estado. Em minha opinião, temos algo de culpa nisso tudo como igreja. A demora dos líderes ao perceberem esta orquestração ideológica foi a causa do atual embate que hora enfrentamos. Tanto nos EUA como por aqui, aconteceu o mesmo. Quando os cristãos deixaram de influenciar a sociedade pela sua cosmovisão bíblica. Sistemas secularistas se apropriaram de setores como a educação e a política e isso com o consentimento de muitos líderes cristãos. Hoje existe um confronto direto e não sabemos se nessa guerra os conceitos milenares serão preservados uma vez que existe o apoio da mídia nessa questão, favorável aos gays.

2) O movimento gay é altamente midiático – Sem dúvida nos faltará espaço para citar aqui toda essa revolução empreendida com sucesso pelos proponentes gays. Eles estão entranhados na cultura midiática disseminada por Hollywood, onde por exemplo, filmes com a temática homossexual ganham em projeção. O filme Milk, traduzido no Brasil como “A voz da igualdade”, interpretado por Sean Penn, retrata a vida do político americano chamado Harvey Milk, foi vencedor do prêmio Oscar em 2008 nas categorias melhor roteiro original e melhor ator, além de ser indicado para seis outras categorias.
Filme vencedor do Oscar em duas
categorias, Melhor ator e melhor
roteiro original


















Desde filmes como “Priscila, a rainha do deserto” e “Brukeback Montain”, Hollywood tem empreendido lançamentos, com algum sucesso cinematográfico.
O estilo clássico do ícone americano masculino
Velho Oeste narrando um relacionamento
Homossexual


No Brasil, o que hora percebemos, é a influência da Rede Globo de Televisão, que tem investido espaço no horário nobre de suas telenovelas a personagens gays que recebem algum sucesso de tempos em tempos como o “Capitão Gay”, interpretado por Jô Soares no Programa Viva o Gordo na década de 80
Capitão Gay no Programa Viva o Gordo
, até o sucesso estrondoso de Félix Khoury da novela “Amor à vida” interpretado por Mateus Solano. Essa novela foi a primeira a exibir um beijo gay na TV brasileira por essa emissora. Além do fato, que a partir do sucesso obtido, quase todas as tramas contam com um personagem homossexual, que sendo, afirmam os escritores, refletem um segmento crescente da sociedade brasileira.
Félix na novela "Amor a Vida"



3) O movimento gay não tem confissão religiosa – Apesar de, evidentemente, cada indivíduo ter sua confissão particular, o citado movimento não busca angariar o apoio dos religiosos. Mesmo estando em um país predominantemente religioso, com números perto dos 90% da população, o movimento prefere empreender uma batalha ideológica com os religiosos. Nos principais nomes odiados pelo movimento gay figuram nomes como o pastor Silas Malafaia e o deputado, também pastor Marcos Feliciano. Nesse particular, o movimento se distancia da tática empreendida pelo movimento americano, que conta com o apoio de denominações inteiras como a PCUSA (Igreja Presbiteriana dos Estados Unidos), que acolhe em sua membresia homossexuais e pastores com essa orientação. No Brasil o movimento prefere atacar, os pastores e suas denominações. Como foi o caso da recente marcha do orgulho gay realizada na cidade de São Paulo onde um travesti de alcunha “Viviane Beleboni” encenou um crucificado. Tal atitude teve reverberações imediatas tanto de evangélicos como de católicos e isso demonstra a ruptura do movimento em conseguir o apoio evangélico e romanista.

Extremismo e Alienação
Em minha perspectiva a igreja, genuinamente cristã, nunca se tornou e nunca se tornará um empecilho para a entrada de pecadores. O chamado evangélico para o arrependimento é igualmente destinado para homens e mulheres héteros e também homossexuais, apesar desta distinção não ser determinada pela Palavra. Os pecadores são identificados como a grande massa humana afetada pela queda original, isso independe de que maneira eles são rotulados de acordo com os seus pecados.

Há, no entanto, sempre o risco de cometermos exageros extremistas e alienação coletiva, quando incitamos o ódio aos nossos semelhantes. Não apenas ao grupo em questão, mas a todos os outros que pensam diferente de nós. Os países onde os cristãos são maioria, sempre estiveram no centro daqueles que mais dialogaram com as oposições. Não somos como o Estado Islâmico que mata os “infiéis”, mas toleramos as divergências, mesmo tendo posições firmes e contrárias em muitas opiniões. Quando observo irmãos, falando de orações imprecatórias e ódio a uma classe específica, não consigo dissociar daqueles trágicos eventos na história da humanidade, onde o contraditório foi destruído por ideias religiosas e políticas e que tanta dor causaram em suas épocas. Como pastor, recomendo o debate franco e respeitoso, mesmo sabendo que esse pode não dar em algo útil, do ponto de vista do efeito, pois sabemos que aqueles que andam nas trevas, podem não aceitar o “escárnio da cruz” e darem de ombros para os seus próprios pecados. Mas também, é evidente, existe o outro lado da moeda, pecadores desejosos por conhecer a Cristo genuinamente, podem estar nas fileiras do movimento gay e não proponho aqui uma cura para os gays, mas que eles deixem seus pecados aos pés de Cristo, mesmo aqueles que eles tanto amam, como nós também devemos depositar. Que Deus nos livre do discurso de ódio de tantos oportunistas. Que o Senhor nos conceda a mesma misericórdia existente em Cristo, que foi conhecido como amigo dos pecadores, eis a razão de estarmos hoje em Sua graça. Perdoados e redimidos por Aquele que estende seu amor ao mais vil pecador.

Com essa opinião não busco atenuar os graves incidentes ocorridos na marcha, pois tais ações foram graves e extremamente ofensivas, mas busco refrear, pelo menos em mim mesmo, algo que me remeta aos princípios evangélicos extraídos das Santas Escrituras. Os homossexuais não são meus inimigos. Ele não estão na classe denominada "principados e potestades, que é mencionado em Efésios 6, mas sim na classe denominada sangue e carne, logo, precisarei manter focado o meu evangelismo, caso contrário, não poderei alcançá-los pelo Evangelho, pois o entrave será meu ódio a eles, aliás, o mesmo que eles parecem defender quando afrontam símbolos cristãos. Que Deus nos livre de sermos empecilhos para a obra de Deus seja em que for, que Ele nos leve a sentir a mesma misericórdia que um dia nos alcançou.



Nenhum comentário:

Postar um comentário