INTRODUÇÃO: Novamente em nossa exposição o foco do Senhor é a segunda tábua da Lei, mais especificamente o 10º mandamento “Não dirás falso testemunho contra o teu próximo”. Essa é a razão que faz o Senhor tecer comentários sobre a questão do juramento. Na época em questão os fariseus procuravam cumprir o 3º mandamento com o seguinte argumento: “o juramento pelo santuário não serve, mas se jurar pelo ouro do altar fica obrigado, se jurar pelo altar não serve, mas se jurar pela oferta fica obrigado” (Mt. 23.16-19), com isso faziam juramentos que podiam ser quebrados sutilmente, achando brechas na Lei acrescida deles.
O juramento aqui mencionado é um ato solene. Tanto quanto na Lei, este juramento precisa ser feito com equidade, levando em consideração a palavra de quem empenha e Aquele que ele representa. Na época da Reforma um grupo chamado “Anabatistas” divulgavam que não havia a necessidade de se fazer julgamentos, hoje seus discípulos são as Testemunhas de Jeová. E nós o que devemos pensar a este respeito? Para esta resposta sugiro um título: “A seriedade da palavra do cristão”.
Vejamos como devemos levar seriamente esta questão da seguinte forma:
I- Um juramento além da tradição (v.33)
Nesta época, como dito acima, os judeus haviam acrescido novas normas para não transgredirem o 3º mandamento. O acréscimo parecia ser piedoso e justo, mas deixava brechas para se quebrar o mesmo, caso a conveniência exigisse.
a) Um correto entendimento – O juramento é um ato solene, desenvolvido por todo aquele que deseja empenhar sua palavra evocando algo superior a ele próprio. A Escritura está cheia de juramentos feitos por grandes homens de Deus, bem como pelo próprio Deus. O próprio Senhor Jesus Mt 26.63, Paulo em Romanos 1.9 e o argumento do escritor aos Hebreus Hb. 6.17.
b) O ensino geral das Escrituras – Não podemos fundamentar uma doutrina em um versículo apenas. Ela precisa ser respaldada por outros textos bíblicos, inclusive com a análise do contexto onde o verso em foco está inserido.
II- Um juramento sincero (vv.34-36)
a) A contestação do juramento – O Senhor ao tratar deste aspecto procura evitar o uso de pretextos para se fazer juramentos por algo superior que posteriormente não venha a se observar. Por esta razão ele usa os exemplos do trono de Deus, da terra, de Jerusalém e pela própria cabeça.
b) O objetivo – Seu objetivo é nos fazer valorizar o peso de nossas palavras, bem como impedir o uso imoderado de coisas sagradas, como o nome de Deus e o de Cristo.
III- Um juramento em elevado nível (v.37)
a) A palavra do cristão – Outra questão abordada aqui é o testemunho de nossas palavras. Não podemos nos esquecer que estamos acompanhados de uma grande nuvem de testemunhas, pessoas que nos observam e que podem nos pegar mentindo. Isso seria uma afronta ao caminho que defendemos, visto que não podemos respaldar nossas vidas com mentiras.
b) Sim e não – Aqui não se está forçando o crente a sob qualquer custo honrar a sua palavra. Existem momentos que não conseguimos assumir os nossos compromissos. Mas quando isso acontecer devemos ter a hombridade de nos desculpar e pedir a aquele a quem devemos que nos dê a oportunidade de reconsiderar. Mas quanto a isso é necessário seriedade para não termos nossas palavras lançadas ao descrédito.
Conclusão: Não devemos ser irresponsáveis com nossas palavras. Devemos, a todo o custo, fazer o possível para honrá-las. Se isso não for possível, peça perdão. Tenha cuidado quando usar o nome do Senhor em vão, não faça de coisas solenes um desprezo, mas vele para apelar para elas só em momentos solenes. Deus nos faça valorizar a nossa palavra, assim como Ele mesmo faz com a Sua, amém.
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