Lucas 13.1-5
INTRODUÇÃO: A religião cristã é uma grande dádiva divina. Nela o Senhor
nos chama a um relacionamento de intimidade com Ele. Sendo o nosso Deus e nós o
Seu povo. Povo que vive por Sua Palavra e procura honrá-lo em tudo que faz.
O cristianismo não está livre dos abusos das religiões não
inspiradas, por isso é comum vermos exigências e ditames contrárias a Palavra,
propagando um costume que nunca foi exigência do Senhor. Para que tenhamos
cuidado com o afastamento desse legalismo, proponho um título: “A verdadeira religião do arrependimento”.
O remédio para a hipocrisia é o arrependimento. Nunca, em
parte alguma isso foi tão propagado do que nas Santas Escrituras. O problema é
que mesmo entre aqueles que se chamam cristãos, essa verdade vem sendo
esquecida e a religião que devia ser marcada por arrependimento pode encobrir
posturas petulantes e pedantes, típicas de verdadeiros hipócritas.
Contemplemos como isso acontece neste texto e
consequentemente observemos a recomendação do Senhor.
I- Os boatos a respeito de alguns
galileus e os mortos na queda da torre.
Em uma porção da Escritura onde vários fatos são mencionados
a respeito da vida de Jesus, Lucas relembra as palavras do Mestre a respeito de
alguns fatos históricos existentes em Sua época. Observemos a situação da
seguinte forma:
a) O envolvimento de Cristo com o mundo – O Senhor estava atento quanto a tudo que estava
acontecendo em Sua época. Neste texto vemos um claro exemplo disso. Esses
boatos corriam por toda Judéia e Jesus se pronuncia sobre os fatos
autoritariamente.
b) A visão de mundo centrada na mensagem – Mesmo ao refletir sobre estes fatos o Senhor não perde a
centralidade de Sua mensagem. Sua resposta contempla o Seu ensinamento geral, a
fim de que a mesma mensagem fosse colocada de maneira prática.
II- O caso dos galileus mortos por Pilatos (vv.1-3)
a) As barbáries de Pilatos (v.1) – Pôncio Pilatos foi prefeito da Judéia na época de Cristo.
Esse é o mesmo que condenou Jesus a morte mais adiante. Este sanguinário romano
é culpado de inúmeras mortes, como no caso da profanação do templo dos judeus e
quando matou muitos samaritanos em 35 d.C. Ele morreu cometendo suicídio em 37
d.C. após a queda do imperador Calígula
b)
A refutação
de um conhecido argumento (v.2)
– É certo que Deus retribui o ímpio com sua justa mão. O problema é pensar que
sempre que acontece algo calamitoso com alguém é porque este está em pecado.
Aqui o Senhor prova que esta norma tem suas exceções. O pecado destes não era
maior do que os pecados dos outros galileus, e essa questão é lembrada por
Jesus.
c)
Exemplo para os impenitentes (v.3) – O Senhor
aproveita este assunto para lembrar o castigo daqueles que não se arrependem.
Ele enfatiza que a exemplo daqueles todos perecerão. O arrependimento faz parte
das boas novas e é parte integrante da postura daquele que nasceu para Cristo,
sem ele, não somos crentes, somos míseros telespectadores da graça, sem jamais
termos nascido de novo.
III-
O caso dos mortos do desabamento da torre de Siloé (vv.4-5)
Jesus narra
aqui outro evento calamitoso muito popular em Seus dias, o desabamento da torre
de Siloé. Neste desabamento muitos perderam suas vidas. Neste evento o Senhor
nos ensina o seguinte:
a)
Os mortos não eram piores do que os habitantes de
Jerusalém (v.4)
– Aqueles que não estavam presentes e não foram mortos podiam estar pensando
que eram mais dignos do que os outros que foram ceivados, mas o Senhor ensina
que isto era algo enganoso. Os vivos tinham pecados parecidos, o Senhor
simplesmente preordenou tal evento, não pelos pecados, mas por Sua soberania.
b)
Um recado repetido aos impenitentes (v.5) – A exemplo
do que Ele tinha dito no verso 3, fica evidente que as calamidades atingem a
todos. É fato que ela virá sobre o ímpio em maior quantidade do que no justo,
mas isso não significa que o justo não possa sofrê-la. Ele termina novamente
enfatizando o arrependimento, alertando que aquele que desconsidera este ponto
sofrerá danos bem maiores.
Conclusão: Não pensemos
como aqueles que foram mencionados neste texto que somos melhores, só pelo fato
de estarmos vivos. A altivez em nossa condição espiritual é prova de que não
nascemos de novo. Calamidades podem acontecer com qualquer um, seja crente ou
descrente, mas o Senhor nos conduzirá a escapar da maior de todas as
calamidades, o afastamento eterno de nosso Senhor. Apenas a aqueles que não se
arrependeram de suas obras está destinada a condenação e os tormentos do
inferno.
Analisemos
sinceramente se já nos arrependemos, caso contrário jamais poderemos escapar
deste triste fim.
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