Lamentavelmente as datas cristãs no ocidente tiveram um triste fim, a paganização. Em tempos globalizados algo tão triste quanto acontece, o consumismo. É assim com o Dia de Ação de Graças e também com o Natal. Tais festas são comemoradas pela maioria cristã nos países onde existe uma forte tradição neste segmento, o que contribui para que as comemorações tenham um teor familiar de celebração e por que não dizer de frenético consumismo. Isso acontece porque em dias de franca industrialização de tudo que consumimos, tendemos a buscar no comércio aquilo que desejamos para a festa. Ora se há procura, há demanda, iniciando as inevitáveis transações dessa natureza.
O natal está repleto de demandas mercadológicas quanto a isso. Se não bastasse a ceia natalina, tradição celebrada em muitos lares, existem também a necessidade da ornamentação das casas, tanto no que se refere à iluminação externa, como também a árvore de natal e assim por diante.
Do ponto de vista da fundamentação bíblica aqueles que defendem este comércio citam o texto de Mateus 2.11, onde na ocasião, os magos do oriente oferecem a Jesus ainda menino, tesouros e especiarias, conforme a Bíblia são estes: ouro, incenso e mirra. Daí existir a fundamentação para o comércio, bem como a celebração dos comerciantes da maior data para este segmento com vultosas movimentações financeiras.
Mas o que dizer do procedimento daquele que é cristão genuíno, daquele que deseja celebrar o natal sem os mesmos conceitos equivocados aplicados por uma massa cada vez mais distante do significado do natal, o nascimento de Cristo? Como devemos comemorá-lo nos desfazendo dessas falácias e do desenfreado apego aos lucros?
Entendo que algumas sugestões nos deveriam ser oferecido quanto a isso, por isso gostaria de sugerir algumas:
Sabermos o que significa a festa – O Natal não é a festa do bom velhinho, a “magia” dele não se encontra em renas, neve ou lareiras cheias de presentes. É necessário que essa verdade seja informada às crianças de nossa sociedade, para isso teremos que lutar contra o conglomerado midiático da propaganda secular, bem como, contra uma tradição deveras equivocada. Faremos isso ao lembrar que o Natal celebra o nascimento do Filho de Deus encarnado, o Senhor Jesus Cristo. Sua insofismável encarnação inaugura a restauração de todas as coisas, por esta razão, Jesus é o motivo maior dessa festa.
A comemoração da festa e o local – Defendo que o melhor local para comemorarmos esta festa não é em casa, mas na igreja. Isso porque a igreja é do maior interesse do aniversariante, logo se essa é sua preocupação, logo, deveria ser a nossa. Entendo que aqueles que buscam celebrar o natal em família acabam se posicionando com a cultura consumista e individualista de nossas épocas. É preciso honrar esta data no templo, com cânticos, louvores e júbilo pela encarnação do Verbo, que se fez carne e habitou entre nós. Celebrar a Sua divindade, mas também a Sua humanidade ao se fazer uma singela criança na noite de Natal.
O espírito natalino – Entendo que quanto a isso deveríamos nutrir este intento em cada dia de nossa vida e não apenas no natal especificamente. Porém, ao celebrarmos a data deveríamos ser conscientizados de que o natal é uma época de grande alegria. Alegria essa que deve ser compartilhada com todos. Por isso as igrejas, as famílias deveriam estender seu olhar para o bairro, os menos favorecidos e todos outros que são tidos como excludentes nesta sociedade e revelar o amor de Cristo, friso novamente, não apenas no natal, mas em todas as épocas.
Nós somos os presentes – Finalizando, proponho uma mudança radical para esta festa. Ao invés de presentearmos os outros com notebooks, tablets, roupas e outras coisas, que tal se não fossemos nós próprios os presentes? Refiro-me ao fato de podermos contribuir com a felicidade de outrem realizando ações como, visitar orfanatos, doar sangue, visitar asilos, fazer boas ações? Existem formas mais nobres do que meros presentes para se comemorar o natal e essas não serão perdidas e esquecidas quando acabar a festa. Outra coisa é buscarmos alimentar aqueles que têm fome ao invés de alimentarmos nossos corpos bem nutridos com peru e outros petiscos. O natal é uma época solitária para muitos e o que você vai fazer para diminuir isso?
Conclusão: Não precisamos de um Natal consumista. Precisamos do amor de Cristo em nossas vidas. Um amor que se rebaixa por nossa causa. Amor que não mede consequências, que não pensou na ostentação ao se encarnar, mas pensou em nossas dores e desventuras. Deus nos livre de sermos consumistas e egoístas e façamos da maior festa da cristandade, o exemplo daquele que é o seu único homenageado, Jesus Cristo o Filho de Deus.
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