Filipenses 2.5-11
INTRODUÇÃO: Somos por natureza seres auto-suficientes. Não nos vemos inferiores a nada a não ser que por algum motivo nos sintamos menosprezados. Ainda assim nestes momentos somos movidos por um sentimento de amor próprio e indignação e quase sempre buscamos a aceitação para nos sentirmos iguais. O problema é quando nos achamos superiores. Somos seres iguais e nada nos faz melhores do que os outros, mas o pecado não nos permite pensar assim.
No texto que estaremos refletindo esta noite vemos algo que a lógica teima em não aceitar. Quem seria capaz de pensar em Deus como um Deus que se deixa rebaixar-se? Mas é isso que esse texto nos ensina esta noite e para que possamos compreender a complexidade deste rebaixamento sugiro o seguinte título: “O esvaziamento de Deus em Cristo para o nosso exemplo”. Ele que é Altíssimo e todo poderoso nos deixa nestes versos um exemplo gracioso de humildade, observemos três implicações desta atitude admirável de nosso Deus:
I- Um exemplo de sentimento (vv.5-6)
Paulo nos orienta neste versículo a olhar para Cristo. Do que ele está falando a não ser para o exemplo de Cristo na Sua encarnação, ministério e doação. Ele nos orienta a observar o exemplo de sentimento que Cristo teve, portanto, vejamos:
a) A disposição de Cristo (v. 5) – A lógica, como já disse, não pode explicar tal postura. A não ser que O vejamos totalmente interessado em um propósito que envolvia Sua própria essência como Deus. Esta disposição de Cristo contemplava uma obra grande em demasia. Sua disposição e ação testificam isso.
b) A subsistência como Deus (v.6) – Aqui vem outro conceito incompreensível, a pré-existência de Cristo. O texto deixa claro qual era sua antiga natureza, Ele era Deus. Isso nós todos sabemos, mas o que Paulo quer enfatizar é a glória de Deus, antes do esvaziamento que Ele desconsiderou, nas palavras “não julgou como usurpação”, Ele desconsidera tudo isso por causa deste propósito e missão.
II- Um exemplo de servo (vv.7-8)
Outra característica demonstrada pelo apóstolo é o fato de Cristo ser exemplo de servo. Ele aborda isso da seguinte maneira:
a) O modelo de servo (v.7) – Isaías já tinha demonstrado esta característica do Messias no capítulo 52.13-15. Aqui Paulo declara o seu esvaziamento, a fim de se tornar um humilde servo. Logo o Messias é um servo e um Rei ao mesmo tempo, assumindo forma de homem para ser reconhecido como tal, um homem de fato.
b) A humilhação (v.8) – Paulo enfatiza que tudo isso levou ao Altíssimo, certa desonra, era como um oleiro se tornasse como sua obra, um jarro ou um vaso. Se para nós isso é um demérito imagine para Deus. Mas aqui o apóstolo mostra-nos no que resulta Sua obediência, é a fidelidade ao propósito que falamos antes, fidelidade que O leva para a morte e morte de cruz, a mais desprezível forma de morrer.
III- Um exemplo de exaltação (vv.9-11)
Finalizando, o apóstolo contempla o que isso resultou, ou seja, o esvaziamento de Cristo. Ele nos mostra que:
a) Deus O exalta (v.9) – Na economia da Trindade Deus Pai o exalta como Filho, dando-Lhe um nome maior do que fora o próprio nome dEle. Sob o nome de Cristo, todos os demais se submetem. Não há nome maior do que este no céu e na terra.
b) A prostração de todos perante Ele (v.10) – Ele aqui aponta para o grande desfecho cósmico envolvendo este nome, todos lhes prestarão honras. Todos deverão se dobrar, isso significa a subserviência de tudo o que existe no céu e na terra. Hoje não podemos ver isso, mas este dia já está decretado pelo propósito eterno de Deus.
c) Cristo é o Senhor (v.11) – Aqui está outra grande questão abordada por Paulo em sua cristologia, toda língua confessando Jesus como Senhor. Para Deus em Seu propósito não basta apenas reis, reinos, poderes espirituais, demônios prostrados, mas que estes também confessem a gloriosa majestade de Cristo, glorificando como Senhor e isso para a glória de Deus Pai.
Conclusão: Fica perfeitamente claro aquilo que o Senhor requer de nós, no exemplo de Cristo, que nós esvaziemos e nos tornamos servos, assim como foi com o Senhor Jesus Cristo. Chega de altivez e jactância de corações ainda envoltos em pecados, clamemos a Deus a fim de nos submetermos inteiramente a este propósito eterno, no exemplo de Cristo. A honra e a glória sempre será dEle, mas nós também seremos exaltados, quando estivermos perante Sua face como redimidos e vitoriosos por Ele. Que esta seja a oração desta igreja, amém.
Soli Deo Gloria!
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