quarta-feira, 25 de maio de 2011

Considerações sobre o casamento cristão

Os padrões bíblicos para os relacionamentos humanos devem ser preservados em nossa sociedade. Não apenas porque faz parte do conceito religioso entre os relacionamentos, nem tão pouco porque queremos ser radicais e retrógrados, como acusam os nossos adversários. Mas porque o padrão estabelecido pelo Senhor visa o bem da humanidade e contempla uma ordem de santidade que muitos não consideram mais hoje em dia. Na realidade, boa parte das posturas utilizadas hoje nessa questão, não se importam em preservar a vontade de Deus, com isso se igualam a rebelião preconizada pelo nosso Pai, Adão, reconsiderando uma ordem de Deus ao bel prazer, acabamos nos balizando por nossos conceitos pecaminosos, incorremos, portanto, na mesma transgressão cometida por nosso pai.

O casamento é um desses relacionamentos que têm sido constantemente golpeado por esta rebelião de contradizer o propósito divino. Ao instituir o matrimônio, o Senhor não quis apenas estabelecer um acordo entre homem e mulher, mas uma aliança, com exigências pactuais a serem obedecidas pelos conjuges. Lamentavelmente, este conceito bíblico está sendo substituído gradativamente por uma idéia displicente acerca do matrimônio e muitos líderes religiosos são responsáveis por essa decadência. Tendo em vista esse problema gostaria de refletir sobre alguns aspectos do casamento que deveriam acender um sinal de alerta para todos que desejam ver o casamento sendo colocado em um lugar de honra, um lugar que faz o casamento a célula mater de nossa sociedade, sendo extremamente necessário para esta mesma sociedade. Vejamos a seguir estes aspectos:

O Casamento um propósito divino - Deus institui o casamento no Éden, antes do pecado original, dando a entender que o mesmo faz parte de uma comunidade redentiva e que não foi posto apenas para remediar um dano. Esse casamento é deveras monogâmico, pois o Senhor não cria mulheres para Adão e sim Eva, uma mulher auxiliadora. O homem e a mulher são concebidos assexuados, com orgãos genitais que tinham o nítido princípio de reprodução e não apenas isso, mas que conferia prazer na relação, também antes mesmo do pecado original. Isso destrói a tese de que o sexo no casamento é pecado, defendido pelo catolicismo por muito tempo. Deus não nos teria feito com esta constituição se ele concebesse o sexo como pecado. É claro que aqui temos uma conjectura, uma vez que não existe relato na bíblia, mas sem dúvida, os nossos pais viviam normalmente em um relacionamento entre homem e mulher, se relacionando sexualmente e tendo a bênção de Deus neste relacionamento.
 
O modelo Bíblico da Igreja e Cristo - Paulo no Novo Testamento tem isso em foco quando em Efésios 5.22-33, traça um paralelo do casamento ao usar a alegoria de Cristo e a Igreja para determinar os fundamentos do relacionamento existente entre homem e mulher. Nesse texto a mulher tem suas obrigações e o marido também. Neste relacionamento o homem é o cabeça da mulher, assim como Cristo é o Cabeça da igreja, indicando a submissão da mulher e da igreja a Aquele que foi constituido superior (v.23). Este conceito não dá base para o domínio autoritário do homem, mas a regência em amor, assim como Cristo trata a igreja. Com o exemplo de Cristo somos instruídos que o marido deve amar a mulher no mesmo sumo exemplo oferecido pelo Senhor, dando Sua vida por Sua igreja, sendo exemplo de dedicação e autruísmo em prol de sua amada (v.25). A base desse relacionamento é a pureza, a castidade, nos moldes desse relacionamento. Assim como Cristo se mantém casto por Sua igreja, o marido se conserva casto num relacionamento monogâmico e piedoso com sua esposa, bem como é exigido da igreja subserviência e dedicação ao marido que é Cristo, por parte da igreja, e a esposa também deve se conservar em obediência a este relacionamento de amor. Tal conduta tem em vista um propósito, apresentar essa mesma igreja gloriosa e sem mácula (v.27), a esposa é portanto a glória do marido, assim como a igreja é a glória de Cristo. É função do marido cuidar da própria carne e isso ele faz quando cuida da mulher, visto que são ambos uma só carne (v.29). Finalizando Paulo diz que este relacionamento é vivido sobre bases de unidade, citando Gênesis 2.24, Paulo indica que os noivos devem deixar pai e mãe e se tornarem uma única carne, num relacionamento pleno de concórdia e auxílio mútuo por toda vida. 
Esse relacionamento não pode ser quebrado em hipótese nenhuma, a não ser por relações sexuais ilícitas ou por falecimento de um dos conjuges (Mateus 19.3-12). Não é aceitável perante Deus o rompimento dessa aliança, pois a mesma foi ratificada na presença de Deus e o homem não tem mais poder sobre ela (v. 6). O facilitamento que existe no tocante ao divórcio, promovido pelo Estado, é ímpio segundo o ensinamento divino e jamais se poderá aceitar na presença de Deus o rompimento desses laços, a não ser pelas ocasiões enumeradas acima.

A manutenção do casamento - Quanto a manutenção do casamento é dever primeiramente dos conjuges manter as bases dessa aliança. Os conjuges devem empenhar-se em conhecer o outro e tolerar possíveis falhas que houverem, não usando pretextos, como incompatibilidade de gêneros para se divorciar. O problema dos casamentos atuais é que muitos já se casam pensando no divórcio. Muitos vêem no casamento uma oportunidade para se conseguir bens após uma separação. Os padrões bíblicos estão sendo maculados e questionados e muitos nem sequer o consideram mais, numa atitude displicente e profana, violam o matrimônio, corrompendo-se e adulterando. Outra prioridade de manutenção é da igreja de Cristo. Esta deve se empenhar para inculcar a doutrina acerca do casamento em seus membros, de modo que não reste dúvida sobre este compromisso. Que os membros também estejam informados sobre a consequência dos votos desfeitos e da condição que estarão incorrendo, caso isso aconteça de acordo com Mateus 19.9. Os pastores são responsáveis perante Deus quanto a isso, não permitindo que aqueles que fazem uso do matrimônio tratem o mesmo de forma incoviniente e irreverente, casando-se várias vezes com o aval da igreja. Por último o Estado deve ser o mantenedor do matrimônio, penalizando aqueles que descumprirem a aliança e dificultando o divórcio civil. Infelizmente não é essa a postura do Estado Brasileiro, visto que dia após dia, algumas leis têm sido criadas para legitimar o divórcio em um flagrante derrespeito ao ensinamento de Deus.

Os desafios hodiernos que comprometem o casamento - O casamento cristão nos moldes bíblicos corre sérios perigos hoje em dia. Se não bastasse a cultura pagã que infesta nossa sociedade que relativiza nossos conceitos e nos torna uma sociedade cada dia mais promíscua, com a pemissividade de pastores que não são mais exemplos para o rebanho, aceitando os vários casamentos dos membros de suas igreja e eles mesmos casam-se e divorciam, sem haver nenhum tipo de sensura. Não podemos esperar muito de um Estado promíscuo e paganizado como o nosso, mas pelo menos as igrejas deveriam priorizar o casamento e honrá-lo. É necessário um debate com aqueles que são responsáveis pela manutenção desta instituição divina. Devemos mantê-lo nos moldes originais, mesmo que sejamos taxados de retrógrados e antiquados. Uma igreja, um pastor que relativiza isso, corre sérios perigos em sua doutrina, sendo desqualificados para o santo ministério.

Concluo fazendo um apelo a aqueles que pensam seriamente a este respeito. É necessário usarmos o freio da Palavra nesta nossa sociedade. A igreja deve deixar de aprovar conceitos seculares e promíscuos e voltar para a autoridade da Palavra, não podemos negociar estes valores. Somos responsáveis pela integridade de nossas congregações, cuidando para que a mesma seja, em tudo, santificada ao Senhor. Da mesma forma que o casamento é santificado no convívio monogâmico entre homem e mulher debaixo da aliança divina, a igreja a principal mantenedora dos conceitos bíblicos e éticos do casamento cristão. Como coluna e baluarte da verdade somos os mantenedores desse ensino e não o Estado e o mundo. Deus nos torne fiéis a este respeito, amém.

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