segunda-feira, 7 de novembro de 2011

O desejo pela glória de Deus

Êxodo 33.17-20

INTRODUÇÃO: Shekhinah é uma palavra hebraica que significa habitação ou assentamento. Mas, biblicamente, ela passou a se identificar com a presença de Deus no templo, ou como a característica do evento em que o Senhor aparecia aos filhos de Israel na Antiga Aliança.
É verdade que ao longo dos anos nós nos acostumamos uma religião meramente institucional. Ou seja, boa parte dos nossos relacionamentos com Deus não acontece de uma maneira transcendente, mas muitas vezes apenas dentro do previsível. Perdemos oportunidades riquíssimas de nos achegar a Deus de uma maneira mais plena e podermos nos encontrar com Sua glória.
Moisés não vivenciava uma religião meramente “institucional”, o relacionamento deste com Deus era algo profundo, ao ponto de ser chamado “amigo de Deus”. No texto em questão vemos algumas características do compromisso de Moisés com Deus. Para tanto, sugiro um título para a nossa meditação: “O desejo pela glória de Deus”.
Se quisermos também manter um relacionamento íntimo com o Senhor precisamos observar, a partir deste texto, como era o relacionamento de Moisés, por isso vejamos:
 
I- Moisés tinha desejo pela glória de Deus (vv.17-18)
A passagem que estamos observando nasce em um período importante do êxodo israelita. O Senhor havia se indignado contra os idólatras que haviam erigido um ídolo, um bezerro de ouro. O Senhor estava disposto a matar a todos os que haviam saído, mas Moisés intercede pelo povo. No texto em questão, Moisés deseja saber que era Aquele que havia lhe comissionado para uma tarefa tão árdua, por isso ele solicita a presença de Deus (Êx. 33. 12-16). Vejamos como isso acontece:
a)    A resposta de Deus ao pedido (v.17) – O argumento divino quanto a súplica de Moisés e a razão pela qual ele seria atendido é bem óbvio, Moisés “achou graça” aos olhos de Deus. Deus também explica que Moisés era conhecido pelo nome. É claro que Deus conhece a todos, mas o eleito é conhecido de perto por Deus. A razão de Moisés receber algo tão grande não está nele, mas em Deus.
b)   Uma súplica repetida ansiosamente (v.18) – Moisés aqui suplica como alguém que não consegue deixar de pensar em algo. Ele estava resoluto quanto a isso. A glória era necessária, para que o relacionamento entre Deus e adorador fosse mais aproximado.

II – A glória de Deus é algo gracioso (v.19)
a)    A exigência divina – O evento não seria nos moldes de Moisés. O próprio Deus estabelece como ocorrerá. Ele manifestará toda a Sua bondade diante de Moisés e a exaltação do Seu nome será também conhecida.
b)   A graça para quem Ele quer dar – O texto em questão é lembrado por Paulo em Romanos 9.15. Moisés escuta aquilo que todo homem deveria clamar para escutar, ele escuta que Deus lhe quis manifestar Sua misericórdia e isso veio apenas por graça divina.

III- A glória de Deus e o lugar dos adoradores (vv.20-23)
Finalmente, Deus estabelece sua vontade quanto a este encontro, bem como, estabelece os limites para atuação de Moisés como adorador, vejamos o texto:
a)    Moisés não veria a face de Deus (v.20) – Cantamos um hino que diz “Nem Adão chegou a vê-Lo, antes mesmo de pecar”. Deus reserva os limites desse encontro, reservando uma parte de Sua glória que homem algum poderia ver.
b)   O local de Moisés na ocasião (v.21) – Não é claro o local que ambos estavam nesta ocasião, pelo texto parece indicar que este evento ocorre na tenda da congregação, mas também pode ter sido no Monte de Deus, o Sinai, porém, o que somos informados é que Moisés estaria num lugar específico, uma penha, um alto lugar para ver aquele que é altíssimo.
c)    A preocupação com Moisés (v.22) – Deus sabia que Moisés podia não resistir a visão de Sua glória, por isso Ele o leva com Sua própria mão para um local seguro, mas nem toda a glória lhe seria revelada, ele teria sua visão limitada, até que o Senhor houvesse passado.
d)   Deus pelas costas (v.23) – Isso não significa menosprezo, mais zelo com Sua glória e amor ao servo Moisés. Depois daquele dia, Moisés nunca mais foi o mesmo. Ele teve a certeza com quem estava tratando e isso o consolou profundamente.

Conclusão: Não podemos limitar nossa aproximação do Senhor. Ele está disponível para todos que assim como Moisés desejarem encontros profundíssimos (Jr. 29.13). Não podemos fazer de nossa adoração algo mecânico e institucional. Precisamos insistir para vermos a glória de um Deus gracioso, próximo de todos aqueles que clamarem. Compassivo e amoroso, preocupado com Sua glória e com nosso bem estar.

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