Êxodo 33.17-20
INTRODUÇÃO: Shekhinah é
uma palavra hebraica que significa habitação ou assentamento. Mas,
biblicamente, ela passou a se identificar com a presença de Deus no templo, ou
como a característica do evento em que o Senhor aparecia aos filhos de Israel
na Antiga Aliança.
É verdade que ao longo dos anos nós
nos acostumamos uma religião meramente institucional. Ou seja, boa parte dos
nossos relacionamentos com Deus não acontece de uma maneira transcendente, mas
muitas vezes apenas dentro do previsível. Perdemos oportunidades riquíssimas de
nos achegar a Deus de uma maneira mais plena e podermos nos encontrar com Sua
glória.
Moisés
não vivenciava uma religião meramente “institucional”, o relacionamento deste
com Deus era algo profundo, ao ponto de ser chamado “amigo de Deus”. No texto
em questão vemos algumas características do compromisso de Moisés com Deus.
Para tanto, sugiro um título para a nossa meditação: “O desejo pela glória de Deus”.
Se quisermos também manter um
relacionamento íntimo com o Senhor precisamos observar, a partir deste texto,
como era o relacionamento de Moisés, por isso vejamos:
I- Moisés
tinha desejo pela glória de Deus (vv.17-18)
A passagem que estamos observando
nasce em um período importante do êxodo israelita. O Senhor havia se indignado
contra os idólatras que haviam erigido um ídolo, um bezerro de ouro. O Senhor
estava disposto a matar a todos os que haviam saído, mas Moisés intercede pelo
povo. No texto em questão, Moisés deseja saber que era Aquele que havia lhe
comissionado para uma tarefa tão árdua, por isso ele solicita a presença de
Deus (Êx. 33. 12-16). Vejamos como isso acontece:
a) A resposta de
Deus ao pedido (v.17)
– O argumento divino quanto a súplica de Moisés e a razão pela qual ele seria
atendido é bem óbvio, Moisés “achou graça” aos olhos de Deus. Deus também
explica que Moisés era conhecido pelo nome. É claro que Deus conhece a todos,
mas o eleito é conhecido de perto por Deus. A razão de Moisés receber algo tão
grande não está nele, mas em Deus.
b) Uma súplica
repetida ansiosamente (v.18) – Moisés aqui suplica como alguém que
não consegue deixar de pensar em algo. Ele estava resoluto quanto a isso. A
glória era necessária, para que o relacionamento entre Deus e adorador fosse
mais aproximado.
II – A glória
de Deus é algo gracioso (v.19)
a) A exigência
divina
– O evento não seria nos moldes de Moisés. O próprio Deus estabelece como
ocorrerá. Ele manifestará toda a Sua bondade diante de Moisés e a exaltação do
Seu nome será também conhecida.
b) A graça para
quem Ele quer dar
– O texto em questão é lembrado por Paulo em Romanos 9.15. Moisés escuta aquilo
que todo homem deveria clamar para escutar, ele escuta que Deus lhe quis
manifestar Sua misericórdia e isso veio apenas por graça divina.
III- A glória
de Deus e o lugar dos adoradores (vv.20-23)
Finalmente, Deus estabelece sua
vontade quanto a este encontro, bem como, estabelece os limites para atuação de
Moisés como adorador, vejamos o texto:
a)
Moisés não veria a face de Deus (v.20) – Cantamos um
hino que diz “Nem Adão chegou a vê-Lo, antes mesmo de pecar”. Deus reserva os
limites desse encontro, reservando uma parte de Sua glória que homem algum
poderia ver.
b)
O local de Moisés na ocasião (v.21) – Não é claro
o local que ambos estavam nesta ocasião, pelo texto parece indicar que este
evento ocorre na tenda da congregação, mas também pode ter sido no Monte de
Deus, o Sinai, porém, o que somos informados é que Moisés estaria num lugar
específico, uma penha, um alto lugar para ver aquele que é altíssimo.
c)
A preocupação com Moisés (v.22) – Deus sabia
que Moisés podia não resistir a visão de Sua glória, por isso Ele o leva com
Sua própria mão para um local seguro, mas nem toda a glória lhe seria revelada,
ele teria sua visão limitada, até que o Senhor houvesse passado.
d)
Deus pelas costas (v.23) – Isso não
significa menosprezo, mais zelo com Sua glória e amor ao servo Moisés. Depois
daquele dia, Moisés nunca mais foi o mesmo. Ele teve a certeza com quem estava
tratando e isso o consolou profundamente.
Conclusão: Não podemos
limitar nossa aproximação do Senhor. Ele está disponível para todos que assim
como Moisés desejarem encontros profundíssimos (Jr. 29.13). Não podemos fazer
de nossa adoração algo mecânico e institucional. Precisamos insistir para
vermos a glória de um Deus gracioso, próximo de todos aqueles que clamarem.
Compassivo e amoroso, preocupado com Sua glória e com nosso bem estar.
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