Judas 3
INDRODUÇÃO: Amanhã comemora-se 494 anos que um monge agostiniano afixou 95 teses na porta de um castelo de uma
cidade alemã, sem expressão, sendo ele mesmo desconhecido, que abalou o mundo.
Estamos falando da grande Reforma Protestante. Seus efeitos ainda hoje causam
fervor em nossos dias.
Pertencemos a uma igreja formada pouco
tempo depois desses acontecimentos. Estamos próximos àqueles ideais que
sacudiram o mundo naqueles dias. Por isso, aproveitamos este dia de culto ao
Senhor para agradecer aquele dia.
Neste sermão quero chamar a atenção
para os pilares da Reforma Protestante, aquilo que foi denominado em latim, os
“cinco solas da Reforma”, trazendo o
seguinte título para a nossa meditação: “Os
cinco solas reformados”.
O texto de Judas que iniciamos mostra
a importância de termos uma fé comum. Ele ao empreender esta carta, tem como
objetivo preservar esta fé, bem como, exorta-nos a batalhar, lutar por nossa
fé. Fé essa que foi entregue de uma só vez, aos santos. E é justamente isso que
estamos fazendo nesta noite. Ao lembrar nossas doutrinas, estaremos preservando
a nossa fé e daqueles que ainda estão sendo iniciados. Para tanto, vejamos os
nossos pilares fazendo uma comparação com os nossos dias:
I- Sola Scriptura, somente as Escrituras
(Jeremias 1.12).
a) O que
defendemos
– Acreditamos que apenas a Bíblia é a Palavra de Deus e que são falsos todos os
ensinos que não se possam provar biblicamente. Chamamos de Palavra de Deus as
Escrituras do Velho e Novo Testamento. Em matéria de fé, não cremos em nada que
venha de outra fonte, somente as Escrituras podem regular a vida da Igreja.
b) Os nossos dias – Desde
muito, sempre houve períodos que a Palavra de Deus foi esquecida e hoje não é
diferente. A igreja de hoje está repleta de gurus, novas revelações e outras
tantas heresias atuais. Mas se quisermos fazer a vontade de Deus, precisamos
ser crentes bíblicos, tendo a Bíblia como nossa única regra de fé.
II- Sola Christus, somente Cristo (Atos
4.12).
a) O que pensamos – Defendemos
que a salvação vem apenas pelos méritos perfeitos de Jesus. Não acreditamos no
mérito humano, mas no perfeito sacrifício do Senhor na cruz. É Ele que nos leva
para próximo do Pai, Ele é o nosso Mediador, fonte de graça e misericórdia, é
Ele quem nos livra da ira vindoura.
b) Os nossos dias –
Substituíram a mensagem da cruz e do sacrifício substitutivo por uma mensagem
pragmática que visa agradar o homem. A salvação passou a ser pregada como algo
possível ao homem caído. Técnicas mirabolantes foram colocadas na mensagem,
enquanto se afastaram mais e mais do verdadeiro Evangelho.
III- Sola Gratia, somente a graça (Efésios
2.8).
a) O que
defendemos
– Que o homem é liberto da escravidão do pecado apenas pela graça divina. Não
existe nada nele que leve o Senhor a se inclinar em seu favor, mas apenas
corrupção. O fato de estarmos em Cristo, não derivou de nossos merecimentos e
busca, mas da exclusiva graça de Deus para míseros pecadores.
b) Os nossos dias - Os
pecadores acham-se merecedores da mercê divina, estamos quase ouvindo
blasfêmias que dão conta da bondade humana e a quase necessidade de Deus salvar
certos indivíduos. O “evangelho da mídia” é um evangelho que enaltece o homem e
o eleva ao status de deus e não de servo, sendo uma verdadeira aberração aos
olhos de Deus.
IV- Sola Fide, somente a fé (Tito 1.1).
a) O que
defendemos
– Que a salvação é somente por Cristo e Sua graça, por meio da fé. Este é o
ponto pelo qual a igreja permanece ou cai. A fé não é algo fabricado pela
vontade do homem, mas algo conferido apenas aos eleitos. Apenas eles podem
responder salvificamente a Deus e nenhum outro.
b) Os nossos dias – Atualmente
é possível ver aqueles que defendem que a salvação pode ser produzida através
de certos métodos, bem como pensam que qualquer um pode manifestar a fé.
Confundem a justificação como um processo comum. Ao fazerem isso estão trazendo
fogo estranho para a igreja, bem como se afastando daquilo que é ensinado na
Palavra de Deus.
V- Sola Deo Gloria, somente a glória a Deus
(Isaías 6.3).
a) O que
defendemos
– Que apenas Deus merece o louvor. Que o homem nada é diante de Deus (Hebreus
2.6). O Senhor, no entanto, é altíssimo, maior do que os céus, a terra não o
pode conter. Não partilhamos sua glória com o homem, ídolos ou quem quer que
seja, visto serem estas coisas idolatria. Só Ele merece a glória e o louvor,
apenas Ele é o Deus da igreja.
b) Os nossos dias – Fabricam
deuses segundo a conveniência. Ou o dinheiro, ou o trabalho, ou cantores, ou
pastores. Pastores se auto intitulam apóstolos, ou algum excêntrico título. Os
homens são bajuladores e fazem ídolos a todo instante, parecem que nunca se
livraram do romanismo.
Conclusão: Ao
lembrarmos o dia de amanhã, lembremo-nos da nossa caríssima fé. Esta é a fé dos
mártires, não a fé da teologia da prosperidade, do evangelho fácil e de tantos
outros que pensam apenas em si mesmo. Comemore a Reforma, lembre-se do rastro
de sangue que acompanha sua história. Lembre-se de seus votos diante de Deus,
não seja mais propenso a este falso evangelho e retorne para Cristo e fundamentos
de nossa fé comum. Esta é a melhor maneira de honrar a Deus no dia de amanhã.
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