É
claro que em dias como os nossos, todo recurso de áudio visual disponível é
usado de uma maneira a divulgar idéias e porque não até mesmo fazer
proselitismo entre as religiões existentes no Brasil.
Assim
é comum que católicos e evangélicos busquem espaço quanto a este particular. Só
que do ponto de vista da igualdade os evangélicos saem grandemente em desvantagem.
Não que eu pense que este é o melhor meio de se buscar convertidos e membros de
igreja, mas que é necessário considerar a maneira como as coisas são postas na
TV brasileira. Tenho algumas opiniões a este respeito, convido-o a contemplar
as mesmas.
A desigualdade
–
É claro que a mídia parece sempre estar inclinada a maioria. Não apenas por ser
mais cômodo, mas porque esta postura ajuda a vender produtos e divulgar idéias
comuns. No caso católico não é necessário nem mesmo lutar muito por espaços,
visto que a esmagadora maioria das televisões brasileiras são dirigidas por
pessoas ligadas a esta igreja ou simplesmente pretendem ficar neutras quanto a
este particular, algo que contribui para o crescimento da mídia católica
romana.
É
tradição em nosso país, mais especificamente em todo feriado religioso
mostrar-se as celebrações católicas em períodos escancaradamente privilegiados.
Enquanto que os eventos ligados aos evangélicos não dispõe de nenhum destaque e
quando não, recebem notas pequenas e inexpressivas.
As igrejas
evangélicas
– Estas não são nem de perto o quadro religioso brasileiro, ou seja, as igrejas
que aparecem na televisão não refletem todas as características do cenário
encontrado no Brasil. Não são representantes de nada, mas apenas representam
suas próprias idéias e são divulgadoras de proselitismo denominacional,
geralmente centrado em um tele evangelista carismático. Elas também são responsáveis
em onerar os horários das mídias seculares, o que inviabiliza a igualdade na TV
brasileira no que concerne a divulgação da grande maioria das igrejas.
O ideal para o
espaço religioso
– Não é aceitável em um país democrático que qualquer mídia ou grupo televisivo
seja abertamente religioso. Cada indivíduo que trabalhe nestes grupos tem o
direito de manifestar a sua fé, seja em que for, porém, não é correto que
grupos televisivos que tem suas concessões administradas pelo poder público dêem
mais espaço a religiões mais aceitas por eles. Isso digo, no caso também de
haver uma televisão que seja evangélica ou de qualquer outro credo. Espaço
igualitário deveria ser o mínimo a ser buscado e posto em prática nas mídias
televisivas, ao invés de trazerem um conteúdo abertamente proselitista.
A corrupção
política e religiosa quanto a este particular – Boa parte daqueles que são
eleitos e trazem consigo alguma bandeira denominacional são eleitos basicamente
para fomentar esses conglomerados religiosos. Isso corrompe não somente a
função deste parlamentar, mas também as próprias igrejas que eles representam.
É preciso lamentar tal postura proveniente de ambas as partes e lutar para que
uma mentalidade, sobretudo, democrática seja desenvolvida. É claro que em
outras questões é possível que estes parlamentares manifestem suas questões
éticas e religiosas, porém, nunca pervertendo sua função.
Hoje,
em um dia que um feriado e tantos outros servem como plataforma proselitista,
devemos lutar para que tão grande retrocesso não seja desenvolvido. “O Brasil é
um país laico”, algo tão bradado por muitos, mas que na realidade, tem sido
apenas para aprovar leis que favorecem a falta de debate social e não
necessariamente em todas as questões que envolvem o relacionamento Igreja-Estado.
Uma nação desenvolvida deveria buscar este equilíbrio e não favorecer a
desigualdade entre as religiões. Algo do que digo neste post parece soar
bastante utópico, mas esta deveria ser a postura a ser tomada.
Lamento
nossa situação atual e rogo a Deus que Sua Palavra cresça, mesmo a despeito de
tão grande proselitismo.
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