Poucas doenças
eram mais desesperadoras do que a paralisia, hoje conhecida como poliomielite.
Essa doença prostrou inúmeras pessoas no passado e nos tempos de Cristo havia
implicações graves, levando muitos a óbito. A pólio é transmitida por via fecal-oral. É uma inflamação que atinge
a medula e que na grande maioria dos casos (90%) não manifesta sintomas. Em
apenas 1% dos casos atinge o sistema nervoso central, destruindo os neurônios
motores e causando a paralisia. A vacina da pólio
foi descoberta apenas na década de 1950. Até lá, milhares contraíram a doença.
No
texto em particular, somos transportados às implicações, não apenas da doença
do paralítico, mas também acerca do debate desenvolvido a partir do momento que
Jesus resolve perdoar os pecados deste. No judaísmo era inerente a Deus essa
função, os judeus taxam o Senhor de blasfemo por entenderem que essa era uma
prerrogativa exclusiva de Deus.
Até
hoje existem pessoas que se comportam da mesma forma desses homens letrados em
Moisés. Seus dogmas são mais importantes do que a misericórdia. A religião deles
não passa de palavras, são havidos em defender suas teses, mas não são capazes
de ver a carência e as necessidades mais básicas daquele que sofre bem embaixo
dos seus narizes.
Quanta
hipocrisia existe nessa religião de língua. Hoje veremos o extremo oposto
disso, veremos isso sob o seguinte título: “O
poder de Cristo manifestado no perdão de pecados”. Justifico o título
defendendo que se quisermos ser semelhantes a Cristo, precisamos manifestar o
mesmo perdão. Precisaremos desenvolver esse caráter santo, com auxílio de Deus
o Espírito, que qualifica todos aqueles que foram lavados e remidos por Cristo.
Vejamos como podemos fazer isso da seguinte forma:
I- O
companheirismo e absolvição coletiva (vv.17-19).
O ensino de
Cristo confrontando a apatia espiritual (v17) – Parece que essa ocasião
ocorreu bem defronte onde havia alguns homens dos mais críticos de Jesus. Eles
se representavam com aqueles que vinham da Judéia, Galileia e Jerusalém. Jesus
não se importou com a presença deles ali, mesmo sabendo que não estava em solo
amistoso. Ele continuou sem ensino, muito embora sua plateia se voltasse contra
Ele. Jesus mantinha Seu ensino e vida em perfeita harmonia, Ele não era um mero
teórico, mas claramente evidenciava o que falava através dos Seus milagres.
Um
companheirismo mais do que bendito (v.18) – Certo ditado popular diz
“diga-me com quem andas e eu te direi quem és”. Acredito que aqui se aplica
esse ditado. Muitas pessoas se associam a diversos grupos de interesses, mas
apenas aquelas que têm em seu círculo de amigos, pessoas piedosas podem se
regozijar como esse homem. Quais são seus amigos? Eles lhe levam a Cristo? Eles
são como esses homens? Se não são, suponho que você os escolhe de modo leviano
as suas amizades e que de fato não seja um cristão piedoso, caso contrário
teria amigos piedosos como esse homem.
O esforço
desses homens é evidente (v.19) – A bíblia está cheia de exemplos que
nos fazem entender que nada pode atrapalhar o nosso movimento em direção a
Cristo. Esses homens tinham uma casa pequena pela frente, uma grande multidão e
muitos que se incomodaram com a ação deles. Mas, isso não foi o suficiente para
detê-los. O acordo inicial, entre eles e o paralítico tinha que ter um bom
desfecho, por isso eles o levaram diante de Cristo. Quem tem amigos ao exemplo
daqueles homens, deve confiar que mesmo que exista uma grande dificuldade, esta
pode ser transposta pela fé, que grande e santo exemplo de companheirismo!
II- O perdão
não entendido pelos cultos homens questionadores (vv.20-23).
A fé
recompensada pelo reconhecimento de Cristo (v.20) – A princípio
Jesus direciona Sua atenção aos homens “vendo-lhes a fé”. Estes não tiveram
papel secundário neste propósito, eles, tanto quanto o homem paralítico,
precisavam ouvir de Cristo que seus pecados estavam perdoados, algo que sem
dúvida encontraram, por isso, eles não podem ser desprezados aqui nesse texto.
Em segundo lugar, Jesus contempla a fé daquele homem inerte, que acometido por
esse terrível mal, ouviu as solenes palavras “Homem, estão perdoados os seus
pecados”. Dando a entender que é mais urgente o perdão de pecados do que a cura
do corpo. Se muitos se conscientizassem disso, certamente tremeriam antes de
ver nosso Senhor como apenas um curandeiro, Ele é antes de tudo Aquele que nos
perdoa pecados.
A cegueira
espiritual dos homens cultos (v.21) – Estes homens não estavam
preocupados com aquele que estava diante deles em estado de miséria, o
paralítico. Também não estavam preocupados com Aquele que perdoara os pecados
destes, Jesus. A preocupação deles era com dogmas antigos, que faziam de Deus
um conceito abstrato e frio. Poucos sabiam acerca do Messias, sendo Ele Deus,
tinha o poder para fazer tal coisa. De fato ninguém pode perdoar pecados, só
Deus, a questão é que Jesus é Deus e eles não tinham condições espirituais para
enxergar isso.
A repreensão
de Jesus (v.22)
– Aqui o Messias, entende que eles em seus corações maquinavam o engano e o
erro. Ele não precisou que ninguém fornecesse informações sobre aqueles homens.
Em Sua onisciência, percebeu o dolo nestes homens e os repreendeu severamente.
Ele estava vendo seus corações malignos, manifestando eles mesmos a blasfêmia
que condenavam em Cristo.
A pergunta de
Cristo (v.23)
– Essa pergunta é retórica, visto que Ele não a fez com intuito de ser
instruído, mas de respondê-la segundo aquilo que Ele é capaz de fazer. Ele
tanto podia fazer uma coisa como a outra e realmente o fez.
III- O perdão
alcançado e demonstrado fisicamente (vv.24-26).
O perdão e o
milagre físico (v.24)
– Esse texto emudece os adversários que subestimam o poder de Cristo. Sim, Ele
tem poder para perdoar. Ele não diz novamente o que já havia dito, mas sim
aquilo que ainda precisava dizer “Eu te ordeno: Levanta-te, toma teu leito e
vai para casa”. Sim, Ele pode perdoar, bem como pode fazer o paralítico andar e
fez isso na frente de todos para que soubessem quem era o Filho do Homem.
A ação do
paralítico (v.25)
– Aquele que não tinha o menor interesse com debate em questão, uma vez que já
sabia quem era o Filho do Homem, pois para isso creu, louvou a Deus por tão
grande benefício. Seu salto revela o quanto Deus nos soergue para uma nova vida
em Cristo, confiados no amor do Senhor e em Sua graça. Pela primeira vez, seus
pés o levaram de volta para o lar, sem ajuda de ninguém a não ser do próprio
Cristo.
A admiração de
todos os presentes (v.26) – O texto não é claro em dizer se entre aqueles
que se maravilharam existia algum homem culto, mas com certeza, aqueles que
murmuravam viram de fato uma pregação não apenas de língua, mas de vida. Esse
último versículo narra a frase “Hoje, vimos prodígios”. Ninguém deixou de
vê-los apesar da descrença de muitos. Jesus não precisa de artifícios para
fazer a Sua obra. Tudo quanto Ele decretou se cumpriu independentemente da
descrença e dos opositores.
Algumas
questões precisam ser reforçadas antes de terminarmos:
Em
primeiro lugar quem são seus amigos? Eles te levam para Cristo ou te afastam de
Cristo. Com quem você se agrada ficar quando direciona sua vida? Ninguém será
plenamente cristão se não tiver a companhia de pessoas piedosas. Esses te
levaram constantemente para perto de Cristo, assim como esses rapazes fizeram
com seu amigo doente.
Segundo,
tomemos cuidado com nosso juízo acerca do poder de Deus. Não temos o direito de
limitar o Seu poder, fazendo que ele atinja apenas as nossas débeis
expectativas. Não penetrou no coração humano aquilo que Deus preparou para os
que o temem, logo, descrer do poder de Deus e viver sem a completa confiança
nEle e consequentemente viver uma fé pobre e vacilante.
Terceiro,
nossa religião precisa ser demostrada. Assim como Cristo a demostrou. Não seja
um fariseu acusador, seja alguém envolvido com a causa de Cristo, alguém que
visa em todos os aspectos provar que a fé que habita em seu coração é
sobrenatural e que tem efeitos permanentes.
E
por último, aprendamos o poder que existe no poder manifestado por Cristo no
perdão de pecados. Perdoe aquele que te ofendeu isso lhe caracterizará como
filho de Deus. Não guarde mágoas em seu coração. Permita-se viver uma vida
destituída de conceitos que nos fazem sempre estar na defensiva. Destitua-se
desse sentimento que o próprio Deus desprezou ao nos perdoar. Se quisermos ser
como Ele, precisamos fazer o mesmo. Que Deus abençoe sua vida, amém.
Soli Deo
Gloria!!!
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