Mateus 6.9-15
INTRODUÇÃO: Agora chegamos a uma parte que nos mostra como deve ser a nossa oração. Por muito tempo alguns erraram em pensar que estas palavras podiam ser repetidas e isso lhes traria algumas dádivas especiais. Exatamente caindo no erro condenado em 5.7. Pois, esta oração é na realidade um modelo de como o crente deve orar. É, portanto, por esta razão que daremos o seguinte título: “O Pai nosso, modelo da prece do piedoso”. Justifico o título levando em consideração que não sabemos orar como convém (Rm. 8.26), por isso além do Senhor nos conceder o Santo Espírito, nos deixou este exemplo, a oração do Senhor como parâmetro para todas as demais petições.
Diante disso, faz-se necessário observar de que maneira, se desejamos ser piedosos, devemos ter esta oração como sumo modelo para nós. Vejamos isso de acordo com as seguintes considerações.
I- O Pai, Aquele a quem pedimos (vv.9-10)
Algumas considerações devem ser feitas com relação ao foco da oração, vejamos então:
a) O lugar de Deus (v.9) – Ele não é nosso igual. Não mantemos uma conversa amigável com Ele. Estamos revestidos de solenidade, estamos conscientes da Sua divindade e da nossa miséria humana ao orarmos.
b) Deus Santo – Ele é Santo, enquanto nós somos pecadores. É bom ter isso em mente, antes mesmo de, começarmos a dirigir qualquer palavra diante dEle.
c) A vinda do Reino (v.10) – O Senhor nos relembra que esta oração não é algo comum a aquele afastado da piedade, é algo que almeja os filhos de Deus, logo este filho, deseja ver o Reino divino manifestado hoje, em sua vida, na sociedade e em tudo o que vê.
d) A vontade de Deus – A oração é uma confissão de insuficiência é o reconhecimento de que sem Deus nada podemos fazer, por isso, não temos pudor em confessar que a vontade de Deus é melhor do que a nossa própria. Tanto nas regiões celestes quanto nossa época, ela sempre será feita e isso nos faz descansar nEle, se é que estamos nEle como convém.
II- A lembrança de que tudo vem dEle (v.11)
Como dito anteriormente, o crente confessa na oração sua completa dependência diante de Deus. Aqui ele reconhece que o suprimento que lhe mantém de pé é somente proveniente de Deus. Aqui não há lugar para o ufanismo próprio dos arrogantes, mas a confissão piedosa e sincera diante de Deus.
III- O perdão que recebemos e nossa atitude (v.12)
As melhores traduções atribuem a palavra grega opheileima como débito, logo, seguindo esse raciocínio estamos em débito para com o Senhor. Na realidade temos falhado em viver uma vida santa, ao orarmos confessamos isso. Bem como, o Senhor pressupõe que estamos perdoando aqueles que estão falhando conosco. Então, Ele deseja para nós uma conduta similar ao do nosso Santo Pai, perdoando aqueles que nos ofendem.
IV- O clamor por proteção quanto à tentação (v.13)
O crente assume que em fraqueza pode muitas vezes cair em tentação, mas que apenas Deus pode livrá-lo delas, por isso roga para evitar as mesmas. Ele coloca as tentações como algo mal, ruim, que lhe causa dano a uma vida santa. A segunda parte desse texto encontra-se apenas em algumas traduções, mas expõe um complemento que na realidade é uma doxologia, diante de tão grande poder em nos acudir.
V- A aplicabilidade do perdão (v.14-15)
Por fim, este modelo de oração enfatiza algo importante sobre a idéia do perdão, vejamos o que nos ensina:
a) Devemos perdoar a fim de recebermos perdão (v.14) – A ordem das sentenças aqui não é importante, visto que primeiro recebemos o perdão de Deus e não o contrário. Apenas o Senhor nos lembra que também devemos perdoar, pois isso é uma exigência para a vida do crente.
b) Uma exigência qualificadora (v.15) – A prova de que somos perdoados é o fato de também podermos perdoar. Aqueles que são falhos neste particular demonstram reprovação e não sincero arrependimento.
Conclusão: Não devemos nos esquecer de que a maior mazela da igreja hoje é o esquecimento da prática da piedade manifestada na oração. A oração é o vínculo que nos une a Deus, mas para isso é necessário entender a postura daquilo que se deseja fazer na oração é por isso que recebemos esse modelo. Portanto, é necessário aprendê-la como modelo e não como reza ou ladainha. A profundidade dessas palavras devem nos fazer inspirar quando estivermos de joelhos diante de Deus. É assim que deseja o Senhor para a nossa vida de oração.
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