Mateus 6.19-21
INTRODUÇÃO: Questões que envolvem as nossas finanças são sempre controvertidas. Além disso, a maioria de nós trata o assunto como se fosse algo restrito e exclusivo, não aceitando que outros se intrometam por se tratar de algo particular. Só que a Bíblia não deixa que assuntos como esses fiquem sem consideração. O Senhor Jesus via em nossa administração financeira algo que envolvia nossa saúde espiritual é por isso que Ele trata disso aqui.
Para que possamos entender melhor esse assunto, dando continuidade ao Sermão do Monte, sugiro um título para contemplação: “O tesouro nos céus o lugar para nosso coração”.
Acredito que esse assunto em nossos dias é grandemente palpitante. Principalmente pelas considerações que trouxeram as igrejas neo-pentecostais nestes últimos tempos. É necessário ouvir a Palavra de Cristo se quisermos ter um real discernimento sobre este assunto. Para tanto, observemos o mesmo sob três perspectivas propostas pelo Senhor:
I- O acúmulo de bens na terra (v.19)
A bíblia não vê o lucro e o acúmulo de bens como pecado. Em Eclesiastes lemos “Eis o que eu vi: boa e bela coisa é comer e beber e gozar cada um do bem de todo seu trabalho, com que se afadigou debaixo do sol, durante os poucos dias de vida que Deus lhe deu” (Ec.5.18). Pecado é o lucro e o acúmulo sem responsabilidade. Muitos discípulos na época do Senhor eram ricos (ex. Barnabé), mas a forma como eles encaravam a riqueza é que mudou ao longo dos anos. No texto em questão vemos as seguintes verdades:
a) A transitoriedade das riquezas – O Senhor explica que elas nunca estão seguras. Quem fia sua confiança nelas tem sua vida pautada em areia movediça e não na rocha, visto que existe a transitoriedade das mesmas.
b) Os riscos para aqueles que confiam nelas – Estes podem a qualquer intempérie ficar facilmente sem as mesmas. Seja por uma calamidade, por reveses na questão econômica ou por serem roubados. Logo, o Senhor demonstra para nós o quanto esta prática redunda em nada e revela um caráter desaprovado ao buscarmos as mesmas como um fim em si mesmo.
II- A prática do acúmulo para os céus (v.20)
Em contrapartida, a vida do fiel é empenhada em acumular para o reino de Deus, vejamos o que isso significa:
a) Investimento de tempo – Assim como aquele que investe tempo num empreendimento para ficar rico, o fiel investe tempo para acumular riquezas para o reino de Deus (Mt 25.14-30).
b) Investimento de dinheiro – O fiel, sempre que possível, quando suas condições lhes forem favoráveis, devem buscar não somente o sustento de si próprios, mas dos semelhantes e também da igreja. Isso passa pelos dízimos e ofertas, que demonstra o quanto devemos ser voluntariosos e abnegados para o trabalho.
c) Investimento intelectual – Outra faceta desse investimento é a busca constante pelo crescimento intelectual nos princípios bíblicos. Assim como um estudante de medicina precisa estar por dentro de tudo que diz respeito a sua profissão, os servos do Senhor devem buscar o zelo no aprendizado das doutrinas cristãs, isso também é investimento.
III- O nosso coração quanto às riquezas (v.21)
Diz-nos muito aquilo buscamos avidamente. De modo que se temos metas quanto a nossa vida, empreendemos o alcance das mesmas. Esta é a consideração do Senhor da seguinte forma:
a) Se buscarmos as riquezas – A falta de equilíbrio quanto a esse particular nos mostra onde fatalmente estamos errando. Se buscarmos freneticamente ficar ricos, demonstramos que estas coisas são as mais importantes para nós, consequentemente, mostraremos a nossa distância daquilo que importa.
b) Se buscarmos o Reino – Do contrário, quando buscamos o Reino fazemos de nossa busca aquilo que de fato é a vontade de Deus. Cumprindo a nossa responsabilidade em entesourar para ele, evangelizando, aprendendo e investindo nele.
Conclusão: Em dias onde o amor ao dinheiro e o materialismo tem alcançado níveis altíssimos ao ponto de vermos igrejas inteiras buscando esse fim, fica aqui esta advertência, não devemos ter o nosso coração naquilo que não permanece e que no máximo dura apenas essa vida. Os bens que se pode acumular neste mundo são transitórios e efêmeros, enquanto que aqueles que acumulamos no Reino de Deus são eternos. O que devemos buscar? Certamente a resposta correta é o Reino de Deus, se quisermos encomendar nossa vida a conceitos eternos e firmes.
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