Mateus
7.1-6
INTRODUÇÃO:
Desta
feita chegamos ao último capítulo a ser considerado no Sermão do Monte. O
capítulo sete do Evangelho de Mateus é um apanhado de orientações aos cristãos
que dão conta de questões morais, foco ministerial, oração, orientações sobre a
entrada no Reino, advertência quanto aos falsos profetas e o fundamento da fé.
No texto em questão
estaremos contemplando um dos assuntos principais desse sermão que é a
hipocrisia, além de sabermos como devemos nos conduzir quanto a Palavra de
Deus. Diante daquilo que já foi dito, sugiro um título para a nossa meditação: “A trave dos nossos olhos e as santas
pérolas”.
Justifico o título em razão
de esses serem os principais assuntos aqui tratados, como também a preocupação do Senhor
em termos um juízo acertado de todas as coisas. Isso posto, observemos algumas
necessidades para sabermos aplicar estes princípios:
I- Um
correto julgamento exercido pelo cristão (vv.1-2)
Antes de continuarmos,
faz-se necessário dizer aquilo que o Senhor não mencionou aqui, uma vez que
existem opiniões erradas quanto a estes versículos.
a)
Ele não está falando de tribunais humanos – O Senhor não está
condenando a ordem jurídica, visto que o pensamento em questão aqui gira em
torno da hipocrisia, logo, os tribunais são úteis para a manutenção da ordem
social e consequentemente aprovados por Deus.
b)
Ele não está dizendo que os crentes não julgam – Todos devemos nos
lembrar de textos como 1 Coríntios 6.3 “Não sabeis que havemos de julgar os
próprios anjos? Quanto mais as coisas desta vida!” E também e João 7.24 “Não
julgueis segundo a aparência, e sim pela reta justiça”. Todos esses textos e
mais outros nos ensinam algum tipo de julgamento, logo aquilo que é proibido
aqui é algo totalmente diferente.
c)
Ele está condenando o juízo hipócrita (vv.1-2) – Ele concebe que quando somos hipócritas o nosso juízo desajustado pode nos condenar. Uma vez que aquilo que nos
propomos a julgar pode ser nossa própria condenação. A Palavra é a medida que
julgará a todos e quanto a isso ninguém pode escapar.
II- A
hipocrisia de olharmos apenas os outros (vv.3-5)
a)
O argueiro e a trave (v.3) – O argueiro é algo
insignificante, enquanto que a trave é um mastro grande que certamente impediria
a visão de qualquer coisa. O Senhor nos chama a atenção para o fato de estarmos muito
preocupados com a vida do outro em lugar de olhar para aquilo que realmente
incomoda, só que quanto a isso somos falhos em trabalhar, a retirada de nossos próprios pecados.
b)
Uma intenção não tão boa assim (v.4) – Aqui Ele nos lembra alguém
tentando chamar a atenção próximo para algum pecado notório, sendo que este mesmo não leva em consideração suas próprias falhas de teor gravíssimo, acima daquele que ele pretende chamar atenção. A principio isso pode parecer uma boa ação, mas no fundo não passa
de hipocrisia e falta santificação.
c)
Uma necessária recomendação (v.5) – Antes de tentarmos fazer
o que outrora foi dito é necessário o caminho inverso, ou seja, limparmos o
nosso próprio olho e só então buscarmos a limpeza do outro. Este é o processo
natural e não o contrário.
III-
As pérolas direcionadas devidamente ao objetivo (v.6)
Por fim, o Senhor se preocupa
com nossa disposição a compartilharmos o Evangelho, veja o que Ele ensina:
a)
Os cães – São aqueles que não valorizam o Evangelho,
mas estão dispostos a criticar e arruinar todo o caminho de Deus.
b)
Os pecadores – Todos somos pecadores, mas existem certas
classes de pecadores, conhecidos aqui como cães e porcos que não se
converterão, mas farão do nosso caminho um laço, ameaçando tudo aquilo que
cremos.
c)
O Evangelho pisoteado – Estes não contarão dois tempos em arruinar
o nosso caminho e nós mesmos corremos riscos se não estivermos atentos.
d)
A atitude recomenda – Devemos saber identificar aqueles que são
mais suscetíveis a Palavra e orarmos pelos inimigos do Evangelho, se eles forem eleitos,
mesmo a despeito dos seus muitos pecados, serão salvos e perdoados.
Conclusão:
Não
devemos julgar tendo como objetivo sermos mais santos ou mais virtuosos, mas
buscarmos o bem do nosso próprio. Conseguiremos isso se buscarmos a
santificação em Cristo de maneira a termos uma correta opinião sobre todas as
coisas. E também devemos tomar cuidado com quem estamos evangelizando, nem
sempre são estes que devemos trabalhar, mas estarmos prontos para identificar
aqueles que serão convertidos. Deus nos ajude a praticar estes ensinamentos e
que possamos buscar o caminho de santidade por meio de Cristo, amém.
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