O
evangelismo contemporâneo tem se caracterizado por uma ênfase sentimentalista
em nossos dias. Se não bastasse a preocupação de um alcance em nível nacional a
causa evangélica, como o slogan “vamos ganhar o Brasil para Cristo”, a própria
essência daquilo que se propõe realizar está repleto de erros e concepções
erradas doutrinariamente.
Parte
da ênfase dada neste movimento é predominantemente arminiana, com sua idéia
básica de salvação do maior número de pessoas, desde que estes, as pessoas que
escutam o evangelho, possam assentir salvadora e voluntariamente. Segundo esta
mesma linha, os que estão vivendo sem o conhecimento de Cristo, como os
descrentes em nosso próprio país e em outros, como no caso das nações hindus,
budistas e islâmicas. Segundo ainda esta mesma tese, os responsáveis pelo
perecimento desses incrédulos é a apatia da própria igreja do Senhor e para
justificar esse ponto de vista, culpam a inércia, a discórdia e o secularismo
por este alcance deficiente.
Não
quero ser mal interpretado quanto a este particular, não justifico a
ociosidade, nem tão pouco o desleixo de muitos, mas a razão pela qual estes não
estão sendo salvos pode ser explicada da seguinte perspectiva.
A
incredulidade deles
– Naturalmente o homem nasce preso a esta incredulidade, até ser regenerado ele
vive em total desconhecimento de Deus, não consegue por suas próprias forças se
achegar a Deus. Vários textos bíblicos podem ser usados quanto a este
particular, mas o fato deles não irem a Cristo implica tão somente que estes
não o desejam, nem, tão pouco, estão interessados no conhecimento do Salvador.
Digo isso, fundamentando que nunca e em tempo algum foi tão fácil ter acesso
direto a fé cristã. Da mesma forma que é possível a uma pessoa nascida em um
país cristão se tornar adepta do budismo e de religiões orientais é possível a
alguém vivendo na Ásia, mesmo na China, conhecer e servir ao Senhor, ou pelo
menos ter uma noção clara do que é o cristianismo. Estas informações ele pode
coletar na internet, ou procurar uma igreja, o que será mais complicado, porém
isso não é de todo impossível. Portanto, não justifico os descrentes desta
época, eles têm recursos suficientes, assim ocorre também com aqueles que vivem
em terras cristãs como o nosso país.
A ação de Deus
na salvação
– Parte do conhecimento defendido na perspectiva redentiva da humanidade parte
de um pressuposto equivocado a respeito do efeito da obra do Mediador e sua
perfeição. A obra de Cristo, ou seja, sua função como Mediador não foi
debilitada sob aspecto nenhum. Com isso quero ratificar que a expiação ou a oferta
preciosa de Cristo foi perfeita e atingiu perfeitamente os propósitos divinos.
Por assim dizer, afirmo que nenhuma gota de sangue ou qualquer escárnio sofrido
pelo Senhor foi em vão. A obra atingiu e atinge perfeitamente a todos aqueles
que foram destinados para a salvação. Logo, não apresentaremos o Senhor rendido
a disponibilidade de alguém que possa lhe abrir a porta do seu coração, mas um
Deus, planejando sabiamente, toda a obra redentiva, especificamente destinando
cada meio para atingir o eleito. Um Deus diferente disso é simplesmente uma caricatura
grotesca e horrenda, não passa de um fantoche sem poder algum e não é o Deus da
Bíblia, nem o Deus e Pai do nosso Senhor Jesus Cristo.
O inferno e
seus habitantes
– O inferno destina-se ao diabo e seus anjos (Mt.25.41), mas também destina-se
a aqueles que não são incluídos no número dos eleitos. Estes voluntariamente se
indispõem a aceitarem a Cristo como Senhor e Salvador. Percebe-se que aqui há
muitas dúvidas nas mentes de alguns que não conseguem separar um Deus santo de
um Deus justo. Apesar da santidade de Deus, bem como de Sua misericórdia na
salvação de pecadores, Ele ainda continua a efetuar sua justiça e isso em parte
alguma atinge a sua santidade. Deus não se torna menos santo por enviar
pecadores ao inverno. Na realidade o inferno é a coroação de sua justiça. O
inferno não é a casa de satanás, mas o lugar preparado por Deus para punir. É
então, sua masmorra e prisão para todos aqueles que lhe desobedecem. Ele não
estará cheio de pessoas “boazinhas” que não tiveram chances, ele estará repleto
de sodomitas, adúlteros, efeminados, matricidas, parricidas, corruptos e toda
sorte de pecadores. Um discurso que não valorize os efeitos e propósitos do
inferno, como coroação da justiça divina, é um discurso falso e anematizado,
muito distante daquele encontrado na Bíblia.
Termino
esta postagem ratificando o que foi dito acima, essa visão distorcida do
evangelho, vendida pelos ícones evangelicais modernos não passa de uma fraude
daquilo que de fato é o Evangelho. Ninguém irá ao inferno sem merecimento,
todos os que desceram a juízo de Deus estarão devidamente recebendo aquilo que
merecem e ninguém será condenado sem a justa justiça de Deus. Ao pregar, saiba
que você prega para aqueles que receberão a vida e aqueles que negarão a Vida.
Você não é a causa e o efeito da salvação, mas apenas instrumento daquilo que
Deus destinou a você como trabalhador na obra. Chega desta visão distante e
torpe do evangelho, preguemos a sinceridade do Evangelho, sem adornos falazes,
sem maquiagem, sem véu, esta deve ser a nossa preocupação como embaixadores de
Cristo em dias relativistas como os de hoje.
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