segunda-feira, 19 de setembro de 2011

OS NÃO EVANGELIZADOS E O INFERNO, O QUE ESTÁ ERRADO NO EVANGELISMO ATUAL


O evangelismo contemporâneo tem se caracterizado por uma ênfase sentimentalista em nossos dias. Se não bastasse a preocupação de um alcance em nível nacional a causa evangélica, como o slogan “vamos ganhar o Brasil para Cristo”, a própria essência daquilo que se propõe realizar está repleto de erros e concepções erradas doutrinariamente.

Parte da ênfase dada neste movimento é predominantemente arminiana, com sua idéia básica de salvação do maior número de pessoas, desde que estes, as pessoas que escutam o evangelho, possam assentir salvadora e voluntariamente. Segundo esta mesma linha, os que estão vivendo sem o conhecimento de Cristo, como os descrentes em nosso próprio país e em outros, como no caso das nações hindus, budistas e islâmicas. Segundo ainda esta mesma tese, os responsáveis pelo perecimento desses incrédulos é a apatia da própria igreja do Senhor e para justificar esse ponto de vista, culpam a inércia, a discórdia e o secularismo por este alcance deficiente.

Não quero ser mal interpretado quanto a este particular, não justifico a ociosidade, nem tão pouco o desleixo de muitos, mas a razão pela qual estes não estão sendo salvos pode ser explicada da seguinte perspectiva.

A incredulidade deles – Naturalmente o homem nasce preso a esta incredulidade, até ser regenerado ele vive em total desconhecimento de Deus, não consegue por suas próprias forças se achegar a Deus. Vários textos bíblicos podem ser usados quanto a este particular, mas o fato deles não irem a Cristo implica tão somente que estes não o desejam, nem, tão pouco, estão interessados no conhecimento do Salvador. Digo isso, fundamentando que nunca e em tempo algum foi tão fácil ter acesso direto a fé cristã. Da mesma forma que é possível a uma pessoa nascida em um país cristão se tornar adepta do budismo e de religiões orientais é possível a alguém vivendo na Ásia, mesmo na China, conhecer e servir ao Senhor, ou pelo menos ter uma noção clara do que é o cristianismo. Estas informações ele pode coletar na internet, ou procurar uma igreja, o que será mais complicado, porém isso não é de todo impossível. Portanto, não justifico os descrentes desta época, eles têm recursos suficientes, assim ocorre também com aqueles que vivem em terras cristãs como o nosso país.

A ação de Deus na salvação – Parte do conhecimento defendido na perspectiva redentiva da humanidade parte de um pressuposto equivocado a respeito do efeito da obra do Mediador e sua perfeição. A obra de Cristo, ou seja, sua função como Mediador não foi debilitada sob aspecto nenhum. Com isso quero ratificar que a expiação ou a oferta preciosa de Cristo foi perfeita e atingiu perfeitamente os propósitos divinos. Por assim dizer, afirmo que nenhuma gota de sangue ou qualquer escárnio sofrido pelo Senhor foi em vão. A obra atingiu e atinge perfeitamente a todos aqueles que foram destinados para a salvação. Logo, não apresentaremos o Senhor rendido a disponibilidade de alguém que possa lhe abrir a porta do seu coração, mas um Deus, planejando sabiamente, toda a obra redentiva, especificamente destinando cada meio para atingir o eleito. Um Deus diferente disso é simplesmente uma caricatura grotesca e horrenda, não passa de um fantoche sem poder algum e não é o Deus da Bíblia, nem o Deus e Pai do nosso Senhor Jesus Cristo.

O inferno e seus habitantes – O inferno destina-se ao diabo e seus anjos (Mt.25.41), mas também destina-se a aqueles que não são incluídos no número dos eleitos. Estes voluntariamente se indispõem a aceitarem a Cristo como Senhor e Salvador. Percebe-se que aqui há muitas dúvidas nas mentes de alguns que não conseguem separar um Deus santo de um Deus justo. Apesar da santidade de Deus, bem como de Sua misericórdia na salvação de pecadores, Ele ainda continua a efetuar sua justiça e isso em parte alguma atinge a sua santidade. Deus não se torna menos santo por enviar pecadores ao inverno. Na realidade o inferno é a coroação de sua justiça. O inferno não é a casa de satanás, mas o lugar preparado por Deus para punir. É então, sua masmorra e prisão para todos aqueles que lhe desobedecem. Ele não estará cheio de pessoas “boazinhas” que não tiveram chances, ele estará repleto de sodomitas, adúlteros, efeminados, matricidas, parricidas, corruptos e toda sorte de pecadores. Um discurso que não valorize os efeitos e propósitos do inferno, como coroação da justiça divina, é um discurso falso e anematizado, muito distante daquele encontrado na Bíblia.

Termino esta postagem ratificando o que foi dito acima, essa visão distorcida do evangelho, vendida pelos ícones evangelicais modernos não passa de uma fraude daquilo que de fato é o Evangelho. Ninguém irá ao inferno sem merecimento, todos os que desceram a juízo de Deus estarão devidamente recebendo aquilo que merecem e ninguém será condenado sem a justa justiça de Deus. Ao pregar, saiba que você prega para aqueles que receberão a vida e aqueles que negarão a Vida. Você não é a causa e o efeito da salvação, mas apenas instrumento daquilo que Deus destinou a você como trabalhador na obra. Chega desta visão distante e torpe do evangelho, preguemos a sinceridade do Evangelho, sem adornos falazes, sem maquiagem, sem véu, esta deve ser a nossa preocupação como embaixadores de Cristo em dias relativistas como os de hoje.

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