Romanos
14.1-12
Queridos
irmãos, estamos diante de um assunto que é perfeitamente recorrente no meio da
religião cristã, que é o nível de apreensão que dispomos no caminho de Cristo.
Como a fé destoa de pessoa para pessoa na questão de maturidade, havendo uns
que estão em um nível e outros estão em outros, de tempos e tempos, deveríamos
nos submeter ao crivo da Palavra e buscarmos a paz da igreja quanto a este
assunto.
Paulo
enfrenta de perto este contexto nessa parte da carta aos romanos. Ele repreende
a atitude dos mais fortes em condenar os mais fracos, que parece pelo texto,
ser o grupo menos influente e por isso o que sofria por sua defesa. Esta noite
saberemos, conforme o texto bíblico, qual é a vontade de Deus para nós, quando
nós também estivermos diante da mesma situação. Conforme o ensino das
Escrituras, estaremos aprendendo como tratar o fraco, caso sejamos fortes, de
acordo com o padrão do Espírito, nela elucidado.
Devemos
promover a paz no meio da igreja e cabe aqui uma citação de Calvino quanto a
isso:
“Aqueles que atingem os cumes do conhecimento da
doutrina cristã devem acomodar-se aos menos experientes, envidando todos os
esforços para que as fraquezas de tais pessoas sejam supridas”. – Comentário
de Romanos, Editora Fiel.
Diante
desse assunto, proponho o seguinte tema para a nossa meditação: “O cuidado dos fortes para com os fracos na
busca da paz na igreja”. Justifico o título defendendo que nós devemos
lutar contra o erro e que podemos muitas vezes nos ver inseridos em alguma
demanda controversa, mas cabe a nós ceder, dentro dos limites da Palavra, para
que a paz na igreja possa ser preservada.
Vejamos
qual deve ser a nossa procedência de acordo com o texto que estamos
contemplando:
O
“acolhimento” do crente fraco deve ser desenvolvido (vv.1-4). Não é consenso
entre os comentaristas acerca da situação aqui envolvida. Hendriksen defende
que existiam dois grupos na igreja de Roma que pensavam de forma diferente em
razão da expulsão dos judeus da cidade de Roma por um tempo, durante o governo
de Cláudio, o que fez com que esses recebessem um ensino mais característicos
dos judaizantes e depois tentaram imprimir o mesmo estilo de vida na igreja,
mas tinham encontrado resistência em razão do pequeno número de adeptos. Como a
igreja estava em transição, do judaísmo para a igreja gentílica, isso causava
alguns transtornos.
Outros
comentaristas, no entanto, como Calvino e Murray veem apenas questões de
natureza de opinião. Murray argumenta que Paulo está tratando de um problema
diferente de 1 Coríntios 8, onde naquela situação tratava com os judaizantes,
aqui ele trata com pessoas que temiam ingerir comidas sacrificadas aos ídolos,
mas que não tinham a influência daquele grupo. Vejamos então, os conselhos do
apóstolo quanto a tudo isso:
O
“acolhimento” e a discussão (v.1) – Paulo enxerga um problema com a
discussão com os fracos. Eles provavelmente eram novos convertidos e podiam
correr o risco de ter sua fé abalada caso não fossem tratados com cuidado. Por
isso a ordem em acolher. Não há aqui o intento de esconder a verdade, mas de
amar o próximo, preservando-o do erro.
Uma questão de
dieta (v.2)
– Como dissemos a influência do judaísmo ainda era forte aqui. Os irmãos faziam
isso no intuito de se preservar das comidas dos ídolos, mas os outros não viam
necessidade, talvez se estribando no que Paulo tinha dito a respeito disso “o
ídolo nada é”. Eles eram vegetarianos. Paulo os chama de “débil”, logo estavam
com um conceito diferente e até mesmo infantil de se portarem para Deus.
O desprezar
deve ser evitado (v.3) – Essa atitude “desprezar” é bem comum hoje.
“Quem não pensa comigo deve estar errados”, pensam alguns, mas a orientação é
buscar a concórdia e não a divisão. Havia dois pecados aqui o desprezo e o
julgar, todos deveriam ser evitados.
O sustento de
Deus (v.4)
– Aqui existe uma advertência aos “fracos”, uma vez que Paulo os acusa de
julgamento. Paulo insta para que não julgue, pois apenas Deus pode julgá-los,
além de mantê-los de pé, pois Ele é poderoso para isso.
A guarda
dia e a dieta não deve ser a causa de tropeço (vv.5-8). Outra
característica do grupo considerado “fraco” era a guarda dos dias. Paulo parece
ter uma posição branda e conciliatória quanto a isso, vejamos o que ele nos diz
aqui
A opinião e a
convicção (v.5)
– Essa “guarda de dias” pode não se restringir apenas ao sábado, mas às outras
festas judaicas. Não havia consenso aqui quanto a isso. Só posteriormente houve
a aceitação completa do Dia do Senhor, estamos aqui num período de transição.
Paulo recomenda a convicção como nosso juiz, mas isso é claro com o auxílio da
Palavra.
A “ação de
graça” na prática (v.6) – Os dois grupos estavam tentando agradar a Deus,
logo seria o próprio Deus que julgaria a intenção e a observância de cada
postura na Sua presença.
Não
pertencemos a nós mesmos (vv.7-8) – Nesse entendimento somos
propriedade de Deus e Ele é que nos julga naquilo que fazemos para Ele. Somos
dEle tanto na vida quanto na morte. Prestaremos satisfação a Ele em tudo o que
fizermos.
Todos nós
somos responsáveis e compareceremos perante o tribunal de Deus (vv.9-10).
A morte de
Cristo e o domínio sobre nós (v.9) – Eis aqui um dos textos que
demonstram claramente o propósito da redenção. Segundo Paulo é por isso que Ele
morreu, para ter todos sob seu domínio e poder.
O julgar e o
desprezar (v.10)
– Paulo novamente está falando dos pecados característicos aqui (desprezo e
julgar). O primeiro pertencente aos “fortes”, o segundo aos “fracos”. Ele
afirma que daremos conta a Deus no Seu tribunal.
A fala
divina e a responsabilidade pessoal (vv.11-12).
Joelhos
dobrados e língua louvando (v.11) – Paulo está citando Isaías 45.23,
ele está enfatizando em que condição todo homem se apresentará diante de Deus
Novamente o
tribunal (v.12)
– Ao finalizar essa parte, Paulo mostra que não estamos aleatoriamente
conduzidos na igreja. Prestaremos contas a Deus, e apesar de sermos
distinguidos por grupos nossa prestação de contas será individual.
Apesar de
sabermos que a verdade é o nosso maior vínculo enquanto corpo de Cristo é
inevitável que existam contendas. Muitas delas são teológicas como no caso
aqui. Não podemos pensar com isso que não devemos condenar o erro, mesmo
daqueles que consideramos nossos irmãos. Mas essa condenação deve ser com amor
e cuidado cristão, afim de preservar o corpo de Cristo. Aqui no texto exposto,
Paulo nitidamente se solidariza com o grupo denominado de “fortes”, mas nem por
isso pede a cabeço dos “fracos”. Que tenhamos o mesmo cuidado, mas que,
sobretudo, amemos a verdade, sem ofender os irmãos que são “débeis na fé”.
Blog encantador,gostei do que vi e li,e desde já lhe dou os parabéns,
ResponderExcluirtambém agradeço por partilhar o seu saber, se achar que merece a pena visitar o Peregrino E Servo,também se desejar faça parte dos meus amigos virtuais faça-o de maneira a que possa encontrar o seu blog,para que possa seguir também o seu blog. Paz.
António Batalha.
Obrigado por gostar do nosso blog Antonio Batalha, pode deixar estarei atento ao conteúdo do seu blog irmão. Abraço irmão.
ResponderExcluir