quarta-feira, 25 de abril de 2012

O cuidado de Deus por Seu povo

O texto de 2 Reis 4.42-44, onde Eliseu supre a carência de alimento de 100 homens com apenas vinte pães de cevada e espigas verdes, nos fazem contemplar a imensa provisão divina às nossas necessidades mais básicas. A comida, as vestes, o sustento diário, nossos empregos, enfim, aquilo que não pode ser considerado luxo nem esbanjamento é aquilo que qualquer homem deseja para si mesmo ou para aqueles que estão consigo. No entanto, em uma vida onde parecemos estar em meio a lutas constantes, por dentro e por fora, somos inclinados a pensar que nem sempre alcançaremos êxito em questões que muitas vezes de tão básicas nos parecem, nosso direito, ou mesmo não concordamos que elas nos faltem.

A bíblia nos lembra, através de exemplos, para lá de claros, que o Deus que servimos é um Deus supridor. Deus que se agrada em conceder dádivas graciosas a seu povo. Muito embora as situações sejam contrárias e adversas. No entanto, Deus demonstra o Seu amor eletivo e especial por Seu povo que nEle espera, fazendo-os não somente serem alvo de Seu favor, mas também fazendo-os entender que em todos os instantes Ele estará suprindo as Suas necessidades no que for possível ou impossível.

Quanto aos descrentes, aqueles que não nutrem a mesma esperança, a bíblia nos informa que Deus faz nascer o Seu sol sobre justos e injustos (Mateus 5.45), logo eles também são alvo da misericórdia de Deus, só que por não serem gratos por este suprimento gracioso, muitas vezes sendo arrogantes, crendo que suas próprias mãos conseguem o seu próprio sustento, bem como atribuindo a ídolos ou deuses falsos tal manutenção, aumentam para si mesmos os seus próprios pecados. Ao recusar o favor gracioso de Deus, especialmente designado, naturalmente para todos, não conseguem entender "a largura, e o comprimento, e a altura, e a profundidade e conhecer o amor de Cristo, que excede todo entendimento" (Efésios 3.18, 19).

Esses fatores nos ajudam a entender a razão pela qual o Senhor vem suprindo a Sua igreja ao longo dos séculos. De fato, a prova mais evidente de que Deus não desampara a Sua igreja é ver Sua providente mão em momentos dos mais diversos. Momentos onde essa mesma igreja parecia ter desaparecido em razão da pouca importância ou da pouca influência em tempos áridos. Momentos onde inimigos poderosos ameaçavam riscar essa igreja do mapa, sem, contudo, conseguirem êxito. Enfim, Deus guardou e guarda o Seu povo amado. Em nada lhe impropera, mas em tudo supre aqueles que são "a menina dos olhos do Senhor" (Zacarias 2.8).

A nutrição do Senhor ao Seu povo é farta e abundante. Não serve para os corações opulentos e acostumados com as vaidades e riquezas deste mundo enganador, mas para o louvor daqueles que tiveram seus olhos aclarados pela santa vocação dos eleitos. Aqueles que conseguem ver o cuidado e o amor paternal de um Deus que cuida dos Seus. Um Deus amoroso que nunca nos abandona, mesmo quando estamos na região da sombra da morte, em lugares tenebrosos de sequidão de estio. O solo do coração de Deus sempre é produtivo e gracioso para os Seus eleitos e nunca nenhum bem sonegará a Seu povo. Quão grande graça é ser cuidado por um Deus amoroso, quão distante laboram aqueles que põe a força em seu braço e voltam-se para os ídolos. Quanto a nós povo de Deus, nos alegramos em toda a graça recebida dia a dia por esse gracioso e portentoso Deus. Aleluia.

segunda-feira, 2 de abril de 2012

Os adoradores imediatistas e a verdadeira fé


João 6.26

Sem dúvida nada ilustra mais o engano de muitos nessas épocas do que esse texto que estamos hoje contemplando. Muitos pensam que ganharão o favor da divindade apenas por realizar algo ou pertencer a um determinado movimento.

No texto em questão, nós vemos que o Senhor pode colocá-los em seu devido lugar, e demonstrar que certas ideias tão comuns nesses dias com relação à religião não passam de um grande engano. Vejamos atentamente a verdade a esse respeito, contemplando primeiramente um título: “Os adoradores imediatistas e a verdadeira fé”.

Na ocasião que observamos esse texto, o Senhor estava na Galiléia, realizando a obra de Deus por meio de milagres e proclamação da Palavra. Ele realiza um milagre grandioso, alimenta a multidão de mais de cinco mil homens apenas com cinco pães e dois peixinhos (vv.1-14).

Os homens que foram alimentados no dia anterior percebem que Jesus não estava mais ali e correm atrás dele, mas ao contrário de uma boa recepção, eles recebem uma lição que serve para todos nós nessa época. Vejamos então o que Ele tem para nos ensinar:

Eles não o buscavam sinceramente (vv.26-27).
Certamente o Senhor conhece os que lhe pertence, logo Ele também conhece os corações dos homens e não seria enganado tão facilmente.

- Adoradores do próprio ventre (v.26) – Nada é mais deplorável do que observar que estes que buscavam o Senhor estavam na realidade tentando cultuar seu próprio ventre. Pode ser engraçado o entendimento de que eles estavam interessados na comida, mas hoje em dia existem aqueles que fazem o mesmo, achando que também podem enganar o Senhor, com respeito às suas motivações.

- Adoradores do objetivo errado (v.27) – Jesus percebe qual é esse objetivo. Era o trabalho pela comida perecível, a partir disso, Ele apresenta a verdadeira comida que devemos trabalhar, esta é espiritual e ratificada pelo selo de Deus.

Eles não compreenderam a obra de Deus (vv.28-33).
- Uma pergunta hipócrita (v.28) – Eles não estavam interessados nas obras de Cristo, como fica evidente na defesa que fazem de Moisés (v.31). Eles tinham interesse de se manterem em sua religiosidade, logo, não buscavam conhecer e obedecer a Cristo.

- Apenas crer (v.29) – Jesus parece não oferecer algo muito grande para ser feito, mas recomenda apenas crer. O problema é que isso não estava dentro da capacidade deles, nem de ninguém, pois a fé é um dom exclusivo de Deus (Ef. 2.8), e é restrita aos eleitos (Tt 1.1).

- Uma proposta hipócrita (vv.30-31) – Eles queriam pôr Cristo à prova, como se aquilo que tinham visto no dia anterior não fosse suficiente. Ao contrário disso pedem mais sinais, querem ver mais de Cristo, no entanto queriam apenas se justificar diante da velha religião que professavam.

- A verdadeira comida é o próprio Cristo (vv.32-33) – Eles, corretamente lembram que o maná do A.T. veio do céu, mas não percebiam que estavam diante da verdadeira comida espiritual que é o próprio Cristo. Ele foi dado pelo mesmo Deus que deu o maná, mas diferentemente daquele, os efeitos desse pão do céu nos dá a vida eterna a todos os que lhe experimentam.

III- Eles não podiam compreender porque não eram eleitos (vv. 34-40).
- Um pedido inútil (v.34) – Apesar de fazerem o certo, pedir, eles não foram atendidos, qual é a explicação? Que ainda continuavam com a mesma hipocrisia. O desejo por este pão não era sincero, nem tão pouco estavam eles cientes de que precisavam dele.

- Jesus o pão da vida (v.35) – Duas atitudes são requeridas aqui, ir e crê. Eles tinham ido, mas ainda incrédulos, portanto, não atenderam essa exigência, ainda restava o crer e isso também não estava sendo realizado por eles.

- Eles não criam em Cristo (v.36) – Eles estavam presos à incredulidade natural ao homem sem Deus, bem como a hipocrisia e a religião pragmática de seus pais, por isso não podiam ser chamados de crentes.

- O efeito real dos que veem (v.37) – Contrastando o ir daqueles que não buscam firmemente, o Senhor mostra como os que buscam eficazmente buscam de forma completa. Eles são dados pelo Pai a Cristo, depois eles vão a Cristo e depois disso jamais serão lançados fora.

- A vontade de Deus é a salvação dos eleitos (v.38-40) – Cristo cumpre a vontade de Deus, que é boa, perfeita e agradável (Rm 12.2). A vontade não é dele próprio, mas do Pai. Essa vontade dá conta que nenhum dos eleitos perecerá, mas que seja ressuscitado no último dia.

Evidentemente que há grande diferença naqueles que buscam o Senhor de forma hipócrita e aqueles que são enviados a Cristo pelo Pai. Aqueles não o buscam para se satisfazer em Cristo, mas para se auto satisfazerem em suas próprias cobiças. O deus deles é o próprio ventre e não o Senhor. Aqueles que buscam o Senhor como eleitos, o recebem como aqueles que nunca terão fome e sede e que jamais serão lançados fora, recebendo por fim o Reino prometido aos eleitos, desde a fundação do mundo, em amor (Mt.25.34).