quarta-feira, 22 de outubro de 2014

O homem é Deus?

João 10.34

Queridos irmãos, uma atitude comum a todas as épocas e não somente aos dos dias atuais é uma atitude de rebeldia do homem para com Deus. Algumas expectativas a esse respeito são bem conhecidas como a do vocalista da banda Beatles, John Lennon, que afirmou em 1966 que “o cristianismo estava em declínio e que os Beatles eram mais populares que Jesus Cristo”[1].

É interessante perceber que essa proposta é bem antiga e foi originalmente proferida por satanás em Gênesis 3.5 “Porque Deus sabe que no dia que dele comerdes se vos abrirão os olhos e, como Deus, sereis conhecedores do bem e do mal”. Esse flerte de rivalidade com Deus está no âmago do homem caído. Toda vez que ele peca um pouco desse sentimento prevalece, pois está intrínseco na personalidade adâmica do homem. Quando vemos o homem repetindo as palavras de satanás a Eva em Gênesis 3.4 parte b “...é certo que não morrereis”, estamos ouvindo o eco dessa ideia que infesta as pretensões humanas e que faz atingir até mesmo a religião.

Historicamente um movimento intelectual que descaradamente defendeu a primazia do homem sobre as forças sobrenaturais e sobre Deus é conhecido como humanismo. A Wikipedia define o humanismo da seguinte forma:

“O humanismo é uma filosofia moral que coloca o homem como objeto principal, numa escala de importância. É uma perspectiva comum a uma grande variedade de posturas éticas que atribuem a maior importância à dignidade, aspirações e capacidade humanas, particularmente a racionalidade”[2].

Esse movimento tem sido de diferentes formas, observado não somente no homem descrente, mas até mesmo no homem tido como religioso, que a despeito de ter um Deus, não consegue entender a primazia do Senhor sob sua vida e destino. É comum vermos pessoas tidas como religiosas desafiando Deus. Num exercício blasfemo e perigoso que sem dúvida alguma terá consequências gravíssimas.

A pergunta que eu faço, baseado no texto que lemos é como podemos saber se estamos ou não cheios de nós mesmos. Os fariseus na época de Jesus estavam buscando motivos para acusa-lo de blasfêmia, pois queriam saber se de fato Jesus se fazia o Messias, se este era o Seu ensino.

Esse texto de fato, nos presta uma grande informação sobre como o Senhor compreende Seu ministério. Nesse diálogo Ele diz acerca de Si mesmo:

1.   Ele assume que é o Messias, só que os fariseus não podiam crer nisso (v.25);
2.   A razão deles não crerem é porque eles não eram das ovelhas de Cristo (vv.26-27);
3.   Jesus é um com Deus (v.30);
4.   A Escritura não falha, o Messias foi prenunciado no Antigo Testamento (v.35);
5.   O Messias foi santificado por Deus Pai e enviando ao mundo (v.36);
6.   As obras de Cristo são as obras do Pai (vv.37-38).

Dito isso gostaria de refletir no seguinte título: “O homem é Deus?” Esse título em forma de questionamento tem como objetivo entender porque o homem tão arrogantemente deseja ser como Deus. Para isso, convido os irmãos a refletirem nas seguintes verdades provenientes do texto:

Jesus argumenta baseado no Salmo 82.6.
Depois de fazer uma declaração que enfureceu os fariseus “Eu e o Pai somos um”, nosso Senhor indica que essa não é a primeira vez que um título tão exaltado como Deus é atribuído a alguém nas Escrituras. Para isso ele cita o Salmo 82.6, que diz: “Eu disse: sois deuses, sois todos filhos do Altíssimo”. Observemos a explicação do mesmo:

O Salmo 82 – Esse salmo foi escrito por Asafe que no corpo do Salmo enfatiza que Deus julgaria os juízes de Israel que estavam julgando injustamente a Lei de Deus (vv.2-4). Deus estava mostrando, através do Salmo, que Ele é o único Juiz de toda a terra (v.8). Os fariseus, certamente, conheciam esse texto, porque razão nunca observaram ou questionaram esse ensino?

Outros exemplos de algo similar – Moisés havia recebido uma designação semelhante perante o Faraó (Êx. 4.16 e 7.1); Os juízes tinha status de reverência, similar ao tributado a Deus (Êx.22.28) e eles quando julgavam faziam isso como se fosse o próprio Deus (Dt. 1.17). Logo, o ensino de Cristo estava pautado nas Escrituras que os fariseus diziam conhecer.

Jesus argumenta de forma retórica e desafiadora.
No argumento de Cristo, além de existir a ratificação de que Ele não estava ensinando nada novo, existe o fato dele usar uma retórica desafiadora para derrotar os seus interpeladores. Vejamos como isso acontece:

Ele os desafiou a olhar para si mesmos – Esse desafio nos faz buscar a razão de nossa própria rebeldia perante Deus. Porque temos o costume de nos autovalorizar, nos colocar na frente dos outros, buscarmos nossos próprios interesses? Apesar de não professarmos abertamente em muitas ocasiões nos colocamos em posição exaltada, isso demonstra que Jesus não falou algo impensadamente.

Ele os desafiou a depender mais de Deus – É somente quando temos nossa altivez destruída, quando nos arrependemos dos pecados que cometemos que podemos realmente entender que nunca estaremos no nível de Deus. O mundo pode mentir para nós e tentar nos lisonjear, mas esse empreendimento em um crente fiel será sempre frustrado, porque Ele aprendeu a depender exclusivamente de Deus e ele não se vê em posição de igualdade com Deus.

Jesus argumenta com o propósito de nos levar à humilhação. Jesus termina nos mostrando que os fariseus não podiam ser seus discípulos enquanto estivessem cheios de si mesmos. Isso nos incita a buscar em nós aquilo que tem nos levado ao orgulho e aquilo que cativa nosso coração para nos afastar do caminho do Senhor. Vejamos um pouco mais isso:

Cristo é o Único Deus – Não existem dois senhores, ou você pertence a Cristo ou não pertence a ninguém. Não é possível termos um culto sincretista, dividido entre nós e Deus. Se você tem posto sua confiança em você mesmo e não em Deus isso significa que você é um crente sincrético, misturando o humano com o sagrado como diz Paulo em Romanos 1.24-25:

“Por isso, Deus entregou tais homens à imundícia, pelas concupiscências de seu próprio coração, para desonrarem o seu corpo entre si; pois eles mudaram a verdade de Deus em mentira, adorando e servindo a criatura em lugar do Criador, o qual é bendito eternamente, amém.”

Cristo é a nossa vida – Ao nos opormos ao pensamento dos fariseus de que Cristo era um blasfemo, nos identificamos com o próprio Cristo com Seus milagres, com Sua obra e com Sua justiça. Quanto mais temos a Cristo, mais temos a nossa condição restaurada, mais nos afastamos da idolatria do culto a si mesmo desses dias.

Todos aqueles que trocam Cristo por si mesmos são grandessíssimos idólatras. Com o pretexto de se preocuparem consigo mesmos, acabam relegando a obra de Cristo, Seu culto e a santidade. Precisamos terminantemente ser contra toda e qualquer conceito, seja ele intelectual, seja ele de acomodação, que nos coloque no centro de nossas prioridades.

Lamento que hajam tantos crentes que não escapam dessas palavras pronunciadas por Cristo a tanto tempo. Eles são egoístas, avarentos, amantes de si mesmos e idólatras. Precisamos de cristãos que estejam deixando a si mesmos todos os dias aos pés de Cristo, que não estejam interessados em buscarem seus próprios interesses e sim o de Cristo.

Quando isso ocorrer em nós, descobriremos como são doces as palavras que nos convocam a ter vida, como nos beneficiaremos como Paulo que disse em Gálatas 2.20: “Já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim”. Alguém assim renunciou o próprio eu, tem uma índole parecida com a de Cristo que se identificava com Deus, sendo um com Ele. Deus nos faça assim para Sua glória, que Ele nos abençoe ricamente, amém.




[1] Ver no link http://en.wikipedia.org/wiki/More_popular_than_Jesus
[2] http://pt.wikipedia.org/wiki/Humanismo

quinta-feira, 9 de outubro de 2014

Refletindo nas passagens preferidas no período de eleição

Provérbios 21.1

O mundo inteiro pertence ao Senhor, nada acontece por acaso ou pelo destino. Confiamos plenamente na soberania de Deus e segundo essa doutrina cremos que nada ocorrerá sem a preordenação e permissão divina. Caminhando junto com essa doutrina está àquela chamada de responsabilidade humana, essa nos informa que o homem toma decisões responsáveis perante um Deus Santo. O homem não é uma máquina, mas um ser autônomo e responsável. Essas duas doutrinas não se conflitam, mas se complementam.

Hoje fomos às urnas para eleger nossos representantes no contexto político da nossa nação. Os que forem eleitos nesse processo serão responsáveis por uma parte considerável de nossas vidas nos próximos quatro anos. Temos a responsabilidade perante Deus por nossas escolhas, mas também cremos que Ele está conduzindo nossa história. Mesmo os nossos erros estão sendo administrados por Deus e é por essa razão que trabalhamos para que nossas decisões reflitam os valores do Reino, quando isso acontece, somos abençoados, mas quando fazemos o contrário, não nos resta nada a não ser pagarmos pelas decisões que tomamos equivocadamente.

Dentro desse conceito de eleições eu gostaria de refletir sobre quatro passagens bíblicas que são geralmente evocadas nessa época. Gostaria de refletir quais são as implicações dessas passagens, saber se realmente aplicamos elas corretamente quando as usamos e vermos o que podemos deduzir de tais passagens. Para isso, a fim de nos orientar, gostaria de sugerir um título: “Refletindo nas passagens preferidas no período de eleição”. Sei que não serei exaustivo na exposição, mas buscarei instruir a igreja naquilo que Deus deseja para nós, nesses momentos onde estamos fitos naquilo que esse processo eleitoral nos reserva.

Considere comigo as seguintes lições das seguintes passagens:

Salmo 33.12, a nação feliz governada pelo Senhor.
Essa passagem bíblica é exaustivamente usada por políticos cristãos. Segundo a comum interpretação, eles entendem que uma nação governada por Deus envolve representantes que sejam fiéis, que tenham princípios cristãos a fim de tornar uma nação realmente governada por Deus. Observemos o texto de perto e vejamos as lições que podemos tirar dele:

Contexto – Esse salmo de romagem demonstra um dos benefícios da comunidade do pacto na antiga dispensação. O salmista está especificando os benefícios da nação de Israel em comparação com as outras nações. As outras nações rivais a Israel confiam em reis, exércitos, homens valentes (v.16), mas Israel confia em Deus.

Relevância para nós – Esse texto tem por base uma nação que pactualmente depende de Deus, logo, bem sabemos que quase nenhuma nação atualmente goza desse privilégio. Mesmo Israel atualmente não tem o direito de se por dessa forma, uma vez que esses negaram o Messias. Este status que foi dado a Israel, nenhuma outra nação possui atualmente.

Aplicação espiritual – É inegável que as nações que tem a graça de que homens de Deus governem estão mais próximas de serem conduzidas por Deus para Seus propósitos santos, mas isso não quer dizer que Deus não possa nos abençoar sob o governo de ímpios. A Inglaterra do século XVI, sob o governo de Mary “a sanguinária” recebeu talvez os homens mais santos da Europa ocidental e isso foi uma bênção para a igreja daquele país.

Provérbios 21.1, o coração do rei nas mãos do Senhor.
Essa passagem é bastante usada para demonstrar a regência de Deus sobre o coração do rei. E isso quer dizer suas volições, vontades e inclinações. Vejamos a mesma mais de perto:

Contexto – O livro de provérbios é uma coletânea de pensamentos em linguagem de sabedoria. O mesmo é atribuído ao rei Salomão, que pediu sabedoria a Deus e recebeu. O texto em questão se enquadra nesse conceito, pois não tem nexo com o restante dos outros versos a não ser o verso seguinte provavelmente.

Relevância para nós – Deus continua sendo o administrador do coração de qualquer líder que haja no mundo. Esse não é um privilégio apenas de Salomão. Mesmos reis ímpios são usados por Deus como Ciro, são usados por Deus para obedecerem ao Seu propósito (Isaías 45.1). Esse conceito ajuda-nos a confiar no governo de Deus, mais exaltado do que qualquer governo.

Aplicação espiritual – Nesse entendimento entendemos que toda história obedece à determinação do Senhor, mesmo reis ou governantes que não conheçam ao Senhor podem ser usados por Ele e isso Ele o faz. Eles seguem o curso que Deus determinou, mesmo sem saber, mesmo sendo eles descrentes e ímpios. Somos confortados com o governo de Deus sobre toda a terra.

Provérbios 29.2, o governo dos justos.
Outra passagem preferida pelos políticos cristãos é essa que estamos analisando. Segundo eles, apenas quando somos governados por justos teremos o lenitivo, em contrapartida um governo ímpio é uma tragédia para o povo. Vejamos o que podemos aprender aqui:

Contexto – Nem todas as traduções traduzem בִּרְב֣וֹת - birōw por governo. Algumas usam a expressam como “multiplicar”, como no caso da revista e atualizada. Na King James a tradução é “tem autoridade”, logo, nem todas indicam governo, na forma como conhecemos. Segundo a tradução que usamos pode ser entendida somente como quando crescem os fiéis há mais justiça sobre a terra.

Relevância para nós – Deus não depende de governos para fazer a Sua vontade. Na época de Cristo existia claramente um governo muito distante dos propósitos divinos, mas foi a época conhecida como plenitude dos tempos. No período apostólico a igreja conheceu talvez a pior perseguição que já houve, no entanto, foram dias de crescimentos expressivos em número e em piedade. Nesse caso os justos se “multiplicaram”, mesmo sem a interferência no Estado.

Aplicação espiritual – O texto nos conclama a buscarmos a expansão do Reino de Deus através de nossas vidas santificadas, no testemunho, piedade, evangelismo, igrejas sadias. Não nos diz que devemos ter um “projeto de poder”, ou seja, dominarmos todas as esferas culturais e sociais. Isso pode acontecer um dia, mas enquanto isso não acontece devemos continuar nossa marcha de levarmos pecadores aos pés de Cristo.

Mateus 22.21, o que pertence a César e o que pertence a Deus. Finalizando estaremos observando o último texto, esse por sua vez está no Novo Testamento e foi dito pelo próprio Senhor Jesus Cristo.

Contexto – Jesus está sendo questionado o pelos discípulos dos fariseus e pelos herodianos (v.16). O primeiro grupo já estava a algum tempo buscando fazer o nosso Senhor cair em alguma falha na Lei de Moisés. O segundo grupo tinha uma bajulação subserviente à Roma, então todos estavam interessados em saber um pouco sobre a opinião do Senhor sobre as questões relativas ao Estado. Seria Jesus contrário ao Estado? Eram essas as questões envolvidas aqui.

Relevância para nós – A fé cristã não se opõe as organizações humanas como o Estado. Jesus deixou claro que ambos podem coexistir, a fé e as responsabilidades cívicas. Não somos como os anabatistas no passado, contrários e com pensamentos anarquistas quanto a toda forma de governo. Servimos a Deus neste mundo como peregrinos, sabendo que nossa pátria está no céu. “Tememos a Deus e honramos o rei” (1 Pedro 2.17).

Aplicação espiritual – Enquanto depender de nós trabalharemos exaustivamente para que todas as esferas de nossa atuação nesse mundo caído reflitam os princípios do Reino de Cristo. Ele reina, mesmo que esses princípios não estejam plenamente estabelecidos. Nós somos instrumentos desse Reino, vivemos como se lá vivêssemos, com isso cumprimos a determinação de Cristo exposta nesse texto.

Quando descansamos nessa expectativa, ou seja, Deus governa o mundo, entendemos que nada pode impedir o avanço fiel de sua Grei. Somos instrumentos de Deus nessa terra, seja em nossas famílias, nossa sociedade e em nosso Estado. Os governantes dessa nação estarão nas mãos de Deus, sejam eles crentes ou descrentes. Nenhum deles tem autonomia de governarem sem Deus. É por isso que oramos para que eles exerçam seus governos com a bênção de Deus. Que a igreja não seja tocada por eles, pois assim sendo a ira de Deus vira sobre os mesmos.


Seja quem for que seja eleito, hoje e no futuro, serão como todos os outros do passado, apenas homens que Deus colocou ali. Não estão neles a nossa confiança de coisa alguma. Nossa confiança está em Deus. É nEle que descansamos, e é somente nEle que iremos viver. Que Deus conduza todas as coisas em nosso país. Que os justos se “multipliquem”, que os crentes trabalhem para o bem de nossa pátria e que Deus governe todas as nossas esperanças, amém.

segunda-feira, 6 de outubro de 2014

UM NORDESTINO TENTANDO ENTENDER OS VOTOS DO NORDESTE EM DILMA ROUSSEFF


Faz um bom tempo que não debato política em meu blog, acredito que não somente eu, mas outros blogueiros com o crescimento das redes sociais no Brasil, deixaram de publicar mais opiniões em blogs ou sites de notícias. Mesmo esses sites, contam com bastante visibilidade nessa nova plataforma o que fez com que muitos deixassem de ler exclusivamente dos blogs. Esse é um blog reformado cristão que se ocupa em sua grande maioria, com notícias referentes a trabalhos realizados nesse âmbito, bem como instrução a aqueles que precisam conhecer mais o ponto de vista reformado, além de se divulgar os esboços das mensagens pregadas pelo autor do blog. Mas hoje desejo fazer uma análise, baseado no descontentamento de alguns amigos do facebook e também de algumas notícias vinculadas na mídia nacional acerca da vantagem obtida pela candidata presidente Dilma Rousseff no Nordeste brasileiro. Eis a minha modesta opinião.

A falta de instrução do eleitor nordestino. É inadmissível que os cidadãos nordestinos estejam alheios aos debates que estão ocorrendo no cenário político nacional no que concerne aos escândalos recentes envolvendo a administração ptista. Ninguém, com razoável capacidade intelectual e tempo suficiente para assistir ou navegar na rede pode se desculpar de desconhecimento a esse respeito. Não é possível que não leiam, que não vejam o retrocesso de nosso país em diversos setores, inclusive do ponto de vista moral, que essa administração tem empreendido. É fato notório que as regiões norte e nordeste são as mais precariamente assistidas no quesito educação em todo o país. Os índices neste quesito são baixíssimos nessas regiões o que justifica um pouco a questão toda envolvendo a participação política de qualidade dos habitantes dessa região.

O Estado de Pernambuco. O único estado do Nordeste a não conceder a votação majoritária para a candidata Dilma foi justamente o Estado onde moro, Pernambuco. Aqui alguns fatores são dignos de nota, como a influência da família Campos nessas eleições, fato comprovado pelas vitórias no Senado com Fernando Bezerra Coelho e para Governo com Paulo Câmara, aliados políticos do já falecido ex-governador do Estado Eduardo Campos, além da votação expressiva conquistada por Marina Silva, que fazia chapa com o ex-candidato a presidência. Esses fatores servem para indicar a rejeição a Dilma, mas é necessário realçar que essa oposição se deve a uma questão política, mas que também indica as diferenças econômicas de Pernambuco em relação aos outros estados do Nordeste.

Entendendo o Nordeste. Outro fator determinante para isso é a condição extremamente degradante que vive o povo nordestino. Nenhum governo foi capaz de transpor as barreiras econômicas nessa região, no sentido de tornar a mesma em trajetória crescente de desenvolvimento. Obras no período ptista que poderiam viabilizar algum tipo de crescimento como a transposição e a transnordestina estão quase paralisadas e pouco modificaram as regiões beneficiadas. Mesmo estando no PAC, programa do governo que se autodenomina “de aceleração do crescimento”, estão envoltas em atrasos e superfaturamento. O Nordeste a se julgar pela eleição ao Senado de Collor em Alagoas e outros tantos que estão no cenário político a tantos anos e nada fizeram por seus estados, continua a trabalhar em um clientelismo grandioso, mesmo com a ascensão da tão afamada “classe média” dos governos Lula-Dilma. Esse clientelismo eleitoreiro e de cabresto está cada dia mais forte em tempos de Bolsa Família. O afamado programa de governo assistencialista do governo federal que escraviza tantos brasileiros é o programa de governo mais eleitoreiro da história da República Brasileira. Tudo isso, ao juntarmos falta de instrução, voto de cabresto e outros fatores típicos da cultura nordestina, ajudam a explicar tão esmagadora votação em comparação com os outros estados brasileiros.

Meu conselho ao novo governo, que espero ser o de Aécio Neves. Não despreze o povo nordestino. Priorize essa região importante da nação, que decide eleições, mas não só por isso, mas que ajude o povo nordestino a se desvencilhar desse clientelismo paralisante que temos presenciado por gerações sem fim. Que o restante do país procure entender esse fenômeno não fazendo do Nordeste brasileiro o responsável pelos déspotas dessa nação, mas tenham o anseio de colaborar com o desenvolvimento dessa região que não precisa de favores, precisa sim de atenção.

Acredito que essa região, responsável por tantos intelectuais em tão diferentes esferas em nosso país pode ser o celeiro de desenvolvimento de nossa nação. Um Nordeste forte significa um Brasil mais forte ainda. Essas são bandeiras que o nosso futuro “presidente” precisa abraçar. Que Deus se apiede do povo do Nordeste.