sábado, 25 de dezembro de 2010

Buscando a Deus para viver

AMÓS 5.4

INTRODUÇÃO: Algumas questões me vêem a mente quando avalio este texto. Seu contexto é de um momento onde Israel já não mais buscava o Senhor. Era uma nação próspera sob o reinado de Jeroboão II que vivia um momento de estagnação espiritual. Tal atitude tinha sido grandemente recriminada pelo Senhor e até mesmo a chuva tinha deixado de cair por causa da incredulidade (4.7). O profeta Amós não queria ser profeta, ele era apenas um humilde fazendeiro e jamais esperava esta função (Amós 7.14-17). Sob seus ombros havia uma missão, alertar o povo de que eles caminhavam para a destruição.
Antes dessa destruição anunciada ele recomenda uma postura para aqueles que ainda não haviam se perdido e é nessa frase que eu gostaria de refletir nesta noite. Reflita comigo no seguinte título: “Buscando a Deus para viver”. Vejamos como se deve dar esta busca por meio de três recomendações:

I- Uma busca por ordem divina
Somos calvinistas e acreditamos que o Senhor é que nos busca (João 4.23), então porque estamos falando desta forma? A razão pela qual falamos desta forma é porque Deus também anseia que nós o busquemos e isto ocorre da seguinte maneira:
a)      Não é uma busca para salvação – Não está no homem à volição para esta busca, estando morto ele não se inclina para Deus. Ainda que exista nele a imago Dei, ainda assim isto não é suficiente. Portanto, não é uma ordem que não possamos cumprir.
b)      É uma ordem graciosa – Parte do prisma que a imago Dei imprimida no homem já renovado o inclina graciosamente a desejar mais o Senhor, logo é uma obra interna nos eleitos, Deus está dizendo que devemos fazer isso porque dessa busca haverá benefícios que colheremos.
c)      Uma ordem paternal – Não um pai suplicando o amor dos filhos, mas sabendo que dos filhos se exige este amor, por graça e compaixão. Logo, Ele exige porque sabe que seus filhos lhe devem este amor e este achegar diante de Sua Santidade.

II- Uma busca pela busca
a)      Buscando a fidelidade – Nesta o fiel se inclina para conhecer mais o Senhor. Destituído de artifícios profanos, sejam seculares ou pagãos, este se volta para uma busca conscientemente bíblica, munido de apenas a ânsia por encontrar o Deus revelado, não um deus qualquer, mas o Deus e Pai do nosso Senhor Jesus Cristo.
b)      Buscando a essência – Essa essência é a adoração mais plena que se pode conseguir, não a forjada pelo culto estranho, de fogo estranho, mas a adoração fiel e genuína, que na linguagem bíblica, entra no santo dos santos, sem acanhamento, mas pelo novo e vivo caminho, conseguido na cruz pelo Salvador.

III- Uma busca pela vida
Esta, por fim, culmina em uma grande promessa, vejamo-la de perto:
a)      Saindo da morte – É como se o amortecimento da fé fosse revertido, como se o entulho da incredulidade fosse retirado de nós, falamos como Jó “agora os meus olhos te vêem” (Jó 42.5). É o renovo da fé que devemos buscar, e não o consentimento entregue que estávamos, outrora, acostumados.
b)      Entrando na vida - Da morte para vida somos transportados quando levados por Deus a buscá-lo somos incitados, logo o que nos espera além da morte são impressões reais de uma vida plena, ao lado daquele que é a própria vida, o nosso Senhor.

CONCLUSÃO: Algumas considerações devem ser feitas aqui. Temos buscado o Senhor em meio às lutas dessa vida? Temos nos entregado a essa busca no intuito de estarmos mais perto dele para que tenhamos vida? Acredito que boa parte de nós está acostumado com as migalhas de uma adoração débil e pobre, que quase nunca se inclina para buscar as riquezas da vida com Deus. Queridos, não nos enganemos, a diferença de um crente morto e um incrédulo morto é que o primeiro é uma grande aberração. Somos criados para a vida, para buscar o Senhor e encontrá-lo e não para nos frustrarmos em uma busca sem objetivo. Busque o Senhor e o encontre-o, recorra a Ele e desfrute as riquezas do Seu majestoso Reino, amém. 



Soli Deo Gloria!

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Retrospectiva do Nosso Campo (Fatos e Fotos) Parte 2

Dando continuidade a nossa retrospectiva do ano de 2010, chegamos aos meses seguintes. Também temos o que agradecer nestes meses que se seguiram e convidamos você a acompanhar conosco a partir do mês de julho a nossa segunda parte de nossa retrospectiva.

JULHO
Estivemos neste mês dando continuidade aos nossos discipulados e evangelismo e fomentamos juntamente com outros pastores da cidade de Ouricuri o O Conselho de Pastores da cidade. Na ocasião foram reunidos pastores de diversas denominações evangélicas que se dispõem a coloborar com o Evangelho em questões de interesse mútuo.

AGOSTO
Em agosto estivemos realizando um culto em Ação de Graças ao Dia dos Pais. Na oportunidade estivemos utilizando a data para convidar os pais das crianças da Escola Dominical para terem um primeiro contato com a nossa igreja.
Painel comemorativo

SETEMBRO
Já no mês de Setembro o reverendo Fabiano esteve pregando na inauguração da Igreja Batista Missionária em Ouricuri, bem como participando de uma reunião Extraordínaria do Presbitério de Petrolina na cidade de Salgueiro. Enquanto ao campo tivemos no dia 21 a comemoração do aniversário do reverendo Fabiano. Na oportunidade esteve pregando o Pr. Ednel Nunes e se fizeram presentes outros pastores da cidade.
Pregação na inauguração da Batista Missionária

OUTUBRO
O mês de outubro foi especial pela retomada do nosso projeto de construção do nosso templo. Foi realizada uma feijoada, tendo como objetivo a arrecadação de recursos financeiros para isso. Estivemos também recebendo os irmãos da Missão Duas Rodas que estiveram visitando o campo de Passagem de Pedras. Os mesmos foram os responsáveis pela construção do templo naquela localidade.
Feijoada para a compra do terreno do templo
Missão Duas Rodas em Passagem de Pedras
NOVEMBRO
No mês de novembro o reverendo Fabiano esteve no Congresso Unificado do Presbitério de Petrolina realizado na cidade de Juazeiro-BA, bem como o campo se envolveu na participação da primeira Marcha para Jesus na cidade e por fim estivemos celebrando o Dia de Ação de Graças, como muito para agradecer a Deus.
Pastores no Evento Marcha para Jesus
Congresso Unificado em Juazeiro
Dia de Ação de Graças
DEZEMBRO
Finalmente chegamos no mês de dezembro. Neste mês estivemos participando de confraternizações e a primeira delas foi um almoço que juntou alguns pastores do Conselho, além de realizarmos Santa Ceia e outras atividades, como a celebração de um casamento na igreja Assembleia de Deus El Shadday em Ouricuri.
Almoço de Confraternização com pastores
CONCLUSÃO: Terminamos este ano certos de que fizemos aquilo que Deus quis que fizessemos. Faltou-nos muitas outras coisas, mas não faltou vontade e disposição. Para o próximo ano esperamos conquistar muito mais ainda daquilo que traçamos como meta. E em nosso foco principal está a conversão de pecadores e a construção do nosso templo. A todos que oram pelo nosso campo missionário agradecemos o amor a causa, solicitando a Deus maiores bênçãos no ano que vem para todos nós. Feliz 2011.

Retrospectiva do Nosso Campo (Fatos e Fotos) Parte 1


O ano está se findando e nós que fazemos o Campo Missionário Presbiteriano de Ouricuri estamos alegres por todas as bênçãos que foram derramadas sobre nós neste ano. E para nos congratularmos juntamente com os leitores de Evangelismo e Reforma resolvemos fazer uma breve restrospectiva dos trabalhos que tivemos aqui neste ano de 2010. Convido a todos a acompanhar com fotos e comentários um pouco daquilo que vivemos durante este ano.

FEVEREIRO
Este mês estivemos participando de uma reunião com o supervisor da Junta de Missões-IPB, rev. Mariano Alves na cidade de Trindade-PE e estivemos recebendo novos congregados em nossa igreja, Paulo e Ana que vieram da Igreja Congregacional de Garanhuns e Luciely, nova convertida. Os mesmos foram recebidos e logo acolhidos por todos.
Luciely ao lado de Eptácio
 
Paulo e Ana e as crianças
MARÇO
Já no mês de março tivemos em nosso campo missionário uma reunião da Junta de Missões do nosso presbitério. Nesta ocasião tivemos a oportunidade de prestarmos um relatório em loco daquilo que estava sendo aplicado e daquilo que estaria sendo previsto para o ano em curso. Foi um mês onde também estivemos avaliando alguns pedidos de recebimento, junto a membresia, bem como tomando outras decisões burocráticas no campo. Estivemos também neste mês promovendo um café da manhã com culto e Santa Ceia, onde enfatizamos o valor dos sacramentos em uma igreja reformada.
Santa Ceia com Café da Manhã
Irmãos se servindo do delicioso café da manhã

ABRIL
Foi um mês relativamente normal, onde nossos trabalhos não contaram com eventos especias, mas com o trabalho realizado normalmente, como cultos em Passagem de Pedras, visitações e outros.

MAIO
No mês de maio estivemos planejando o Projeto de Promoção da Cultura Evangélica. Na oportunidade foram adquiridos os primeiros 40 livros para o projeto, além de mantermos contato e confirmarmos com o rev. Moisés Bezerril a fim de que este fosse o palestrante. Neste mês também estivemos comemorando o dia das mães em nossa igreja, bem como viajando até a cidade de Recife para participarmos de um congresso de missões oferecido pela Primeira Igreja Presbiteriana do Recife e JMN-IPB.

Comermoração do Dia das Mães

Encontro de Obreiros em Recife

JUNHO
No mês de Junho estivemos promovendo pela primeira vez, o Projeto de Promoção da Literatura Evangélica, tendo como palestrante o rev. Moisés Bezerril, professor do Seminário Presbiteriano do Nordeste em Teresina-PI. Na o oportunidade estivemos estudando o livro A Redescoberta da Santidade de J. I. Packer , publicado pela Editora Cultura Cristã. Participaram pessoas de várias denominações evangélicas de Ouricuri.
Rev. Moisés Bezerril em nosso Projeto

CONCLUSÃO: Este semestre foi bastante profeitoso para o campo e destaco o Projeto de Promoção  da Cultura Evangélica que foi uma porta aberta para a promoção da fé reformada em nossa região, além da fundação do Conselho de Pastores, associação que visa integrar as forças evangélicas nesta região. Sobretudo, foi um período de vitórias e desafios, todos eles vividos sob a preciosa graça de Deus. Nossa restrospectiva continua na próxima postagem.

Soli Deo Gloria!

domingo, 19 de dezembro de 2010

O primeiro natal, anjos e pastores louvam ao Senhor


Lucas 2.8-20

INTRODUÇÃO: Neste domingo acho justo fazer uma menção a maior festa da cristandade, o Natal. Festa esta que tem recebido duramente críticas quanto a sua essência e aplicabilidade, bem como ao fato de ser acusada de conter elementos pagãos, principalmente na festa produzida pelo comércio que não obedece aos princípios divinos.
Desta feita estaremos retornando ao primeiro natal. A noite do nascimento do menino Deus e observando os fatos relativos que envolvem aquela noite. Para tanto, sugiro um título: “O primeiro natal, anjos e pastores louvam ao Senhor”.
Vejamos as características da comemoração dessa noite, o primeiro natal, observemos o que esse texto nos ensina:

I- Uma celebração compartilhada (vv. 8-12)
Duas espécies de seres são colocados aqui como personagens que se congratulam no nascimento do Salvador, anjos e homens. A celebração do primeiro natal não ficou apenas no céu, mas foi compartilhado com a humanidade, vejamos como:
a)    Objetivava os homens (vv.8-10) – Como fica claro no verso 10 a alegria dos anjos tencionava alcançar os homens, alvo do amor redentivo do Pai.
b)   A encarnação (vv. 11-12) – Ali os pastores encontrariam uma das maiores maravilhas de Deus, a encarnação no Filho. O Todo poderoso Deus estaria ali, humildemente entre fraudas e amor familiar.

II- Uma celebração de Louvor (vv. 13-14)
Aqui realçamos o louvor dos anjos, levando em consideração:
a)    Glória nas maiores alturas (v. 14) – Os mais excelentes lugares celestiais estavam em festa. Não havia um centímetro que não irradiasse a luz desta alegria gloriosa, o céu estava em festas.
b)   Paz na terra aos homens bem quistos de Deus – Outra questão enfatizada é que o alvo desta tão grande salvação eram os homens, não os homens de bem, como divulga um hino, mas aqueles que “Ele” quer bem, ou seja, os seus eleitos amados. Ele, o Senhor, foi enviado para a alegria deles e para a paz  deles com Deus.

III- Uma celebração para os homens (vv. 16-20)
A partir daqui, vemos como os homens, representados pelos pastores, também ficam contagiados. Observemos o que acontece:
a)    A visita (v.16) – Eles resolvem visitar o menino e o encontram com seus pais.
b)   A proclamação das novas aos pais (v.17-18) – Imediatamente eles contam o que tinham visto e aquilo que se tinha dito a respeito do menino.
c)    A posição de Maria (v. 19) – Maria guardava estas questões em seu coração, demonstrando a suspeita de Maria de que aquele menino era mais que especial.
d)   O júbilo dos pastores (v. 20) – Ao saírem dali, todos estavam jubilosos de terem presenciado tamanho acontecimento. Não somente isso, ele glorificavam a Deus, fazendo com que neste natal, Deus fosse adorado pelos homens.

Conclusão: Nesta noite, antes da data mais celebrada da cristandade, gostaria de enfatizar a importância desse acontecimento. Não foi algo desprezível, visto que no propósito de Deus anjos e homens celebram juntos. Hoje, certamente é da vontade de Deus que nos alegremos, pois celebramos o início do Reino de paz que foi trazido por Cristo. É nosso dever nos alegrar nestes dias. Celebre o natal como anjos e com todos os homens que “Ele” quer bem.




Soli Deo Gloria!





sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

O ano novo e nossas expectativas

Quem já viveu um pouco mais sabe que todo ano novo é a mesma coisa, nos reunimos nas igrejas e com os amigos e familiares para fazer um balanço daquilo que foi o ano que se finda e para desejarmos dias melhores no ano nascente. Diante de uma prática tão comum hoje em dia, gostaria de tecer alguns comentários.
É natural que tenhamos o desejo de que tudo vá bem em nossa vida. Na realidade quando planejamos o futuro quase nunca contamos com dias difíceis. Mas apesar de não serem previstos, eles sempre virão. Claro que isto nada tem a ver com pessimismo, mas com um realismo daqueles que podem fazer uma leitura correta dos seus dias, logo não podemos esperar apenas dias fáceis no ano que vem, mas também dias difíceis. É de fato bom que pensemos assim, pois agindo assim poderemos ver os efeitos pedagógicos dos dias difíceis, pois nos farão aprender mais da dependência de Deus e nos fortalecerá para outros tantos dias difíceis que nos aguardam em nossa vida.
Outra prática bem comum é procurarmos esquecer aquilo que foi ruim no ano que passou. Julgamos os anos como bons ou ruins baseado naquilo que passamos. Creio que todos os anos são períodos distintos de nossa vida e que por esta razão, nada tem a ver com ano ruim ou bom, mas períodos onde Deus quis nos ensinar algo. Evidentemente isso tem a ver com uma visão cristã, visto que o mundo geralmente procura esquecer os fracassos e espera não repití-los no outro ano. Só que se não fracassarmos naquilo que fizemos no ano anterior poderemos fracasar em outras áreas, talvez até com muito maior estrago. Esquecer os fracasos não é bom, visto que eles também tem efeito pedagógico para o nosso crescimento. Digamos que é de fracasos que evitamos certas posturas danosas que não serão mais repetidas no futuro.
Outra questão muito corrente é o desejo por alegria, paz e felicidades, que geralmente nutrimos para com familiares e amigos, além de para nós mesmos. É natural que assim pensemos, porque desejamos o bem para aqueles que amamos. Eles, tanto quanto nós, também viverão dias difíceis no ano seguinte, podemos até imaginar que alguns de nossos amados não estarão mais conosco na mesma data no ano que vem, visto que somos sujeitos à morte. Mas em nossa condição otimista, também não pensamos nisso. É por isso que devemos aproveitar cada dia em que estamos ao lado de quem amamos e não fazer planos a longo prazo, com relação ao nosso convívio com os amados, pois isso pode ser algo que não aconteça.
Quanto a fazer planos para emagrecer, para estudar mais e assim por diante, isso não é algo que se espera fazer apenas no outro ano, pois o outro ano é apenas outro dia vivido no futuro. Se quisermos realmente colocar os nossos planos em ação façamos agora, este é o momento mais adequado, sem dúvida alguma.
Concluo dizendo que também desejo o melhor para todos os que leêm o nosso blog, mas também desejo que o ano que vem, venha repleto de realizações espirituais, sejam elas vivenciadas de forma boa ou ruim, pois o crente fiel deve estar preparado para dias ruins ou bons. Acredito que Deus nos concederá compartilhar de mais reflexões, pois enquanto estivermos peregrinos por aqui temos que refletir sobre a fé, portanto, Evangelismo e Reforma glorifica a Deus por esse nosso primeiro ano de Blog, desejando a todos as mais ricas bênçãos divinas, do modo divino, na calamidade ou na alegria. Feliz ano de 2011.

domingo, 12 de dezembro de 2010

As cidades de Refúgio, sinais da misericórdia divina


Dia do Senhor - 12 de Dezembro de 2010
Números 35.9-15

INTRODUÇÃO: No primeiro século, um herege chamado Marcião, desenvolveu uma teoria de que o Deus do Antigo Testamento era um Deus diferente do Novo Testamento. Ao deus do Antigo Testamento ele deu o nome de dimiurgo, que segundo ele era um deus iracundo e limitado. Mas ao Deus do Novo ele observou misericórdia e graça. Diferente dele, podemos ver nos dois períodos o quanto Deus é misericordioso para com o Seu povo. Isso fica claro na instituição das cidades de refúgio, cidades que Deus designou para que aqueles que haviam cometido delitos não fossem mortos.
Diante dessa misericórdia que pode ser vista em todas as páginas da Bíblia, sugiro um título: “As cidades de Refúgio, sinais da misericórdia divina”.  
O cristianismo não é um sistema cruel, onde pecadores não têm chances e que Deus sorve ira e condenação. Nada nos consola mais do que saber que o Deus em que cremos também disse por meio do Seu Filho “vinde a mim, todos os que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei” (Mat. 11.28). Logo vemos um Deus amoroso, que apesar de exercer a justiça, jamais inocentando o culpado, permite a estes mesmos culpados o alcance da misericórdia. Para que possamos entender isso melhor observemos mais detidamente; as cidades de refúgio eram:

I- Um projeto para a nova nação (vv. 10-11)
No plano divino para Israel a nação deveria manifestar princípios que nenhuma outra na terra possuía. Por esta razão, tais princípios misericordiosos era uma tarefa exclusiva deste povo.
a)    Nação estabelecida, nação justa (v.10) – Durante o período que Israel era nômade várias de suas instituições ainda não haviam sido dadas. Foi preciso transpassar o Jordão para enfim experimentar os benefícios da nova sociedade.
b)   Propósito separado (v.11) – Deus sabia que muitas injustiças podiam advir do julgamento errado dos juízes israelitas (Nm 35.16-21). Por esta razão, aqueles que haviam cometidos crimes de forma involuntária poderiam recorrer a estas cidades e lá receberem um julgamento justo.

II- Um porto seguro de justiça (vv. 12-14)
Estas cidades, no entanto, não visavam encobrir a transgressão, elas eram para aqueles que tinham feito algo sem querer, ou por acidente ou imperícia, ou por ignorância.
a)    Julgamento certo (v.12) – Os que recorressem à cidade não ficariam sem juízo, mas enfrentariam o julgamento das autoridades do lugar, Deus jamais inocenta o culpado.
b)   Refúgio para os judeus (vv.13-14) – Estas seis cidades foram distribuídas conforme a organização das tribos. Os que ficaram antes do Jordão e os que estivessem em Canaã.

III- Misericórdia gratuita para todos (v.15)
Esta misericórdia não era apenas para os naturais do lugar, mas também para todos, até mesmo para o estrangeiro.
a)    O alvo estendido (v.15) – Assim, aquele que não era judeu podia receber um julgamento justo, pois as cidades de refúgio também contemplavam os estrangeiros.
b)   As cidades de refúgio e Jesus Cristo – Nós, por assim dizer, somos também carentes desse refúgio, buscamos no Senhor Jesus, nossa cidade de refúgio. Somos também pecadores, que receberemos juízo certo, Sua substituição. Ele nos recebe com misericórdia e nos inocenta, segundo a Sua graça.

Conclusão: Cheguem-se também a esta plena e espaçosa cidade de Refúgio. Nela encontramos abrigo daqueles que procuram nos tirar a vida. Ele nos recebe quando todos querem nosso fim, ele nos dá conforto e perdão quando o mundo em que vivemos nos despreza. Corra para a cidade de Refúgio que é Cristo e não tenha medo daquilo que pode acontecer depois, pois lá e apenas lá tem graça gratuita, perdão para todos os pecados cometidos na ignorância. Deus sempre nos leve para lá, aleluia.




Soli Deo Gloria!




sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

A GENUÍNA PREGAÇÃO CRISTÃ



O chamado cristão para o ministério implica em uma série de exigências que envolvem a atuação dos líderes em áreas das mais distintas. Tanto aqueles que são ministros do Evangelho, quanto a qualquer outro cristão que se importe em servir adequadamente ao seu Senhor, deverão pô-las em prática. É comum no chamado cristão observamos o envolvimento desses irmãos em áreas das mais diversas tais como ação social, magistério eclesiástico, política, entre outras. Mas talvez nenhuma outra área da igreja seja mais urgente do que o envolvimento na promoção do ministério da Palavra.

Este surge com a própria essência da mensagem, ou seja, não é temporal, findando-se em alguma época específica, mas atemporal, pois é a essência do ministério da igreja. Para ser um pregador da Palavra não basta apenas portar um dom retórico ou ser versado em algumas áreas do conhecimento, nem mesmo dominar algum poder persuasivo sobre o público em questão, no caso específico aqui, a igreja do Senhor. Deve o pregador ser imensamente capacitado de uma unção espiritual, que não pode ser conseguida sem o consentimento divino. Tendo em vista o caráter espiritual do ministério em questão, bem como do seu chamado.

Além do quê, aquele quê, aquele pretende atender a e esse chamado perante os seus pares, não pode ser um neófito, ou noviço, mas um cristão experiente, pois estará sob a incumbência de ensinar a sacra doutrina a aqueles que são também seus irmãos na fé. Jamais um pregador deve se colocar acima da congregação que pastoreia. Não deve ser comum que aqueles que têm seu chamado posto a prova arroguem qualquer tipo de pretensão. Sei que nesses dias é comum a busca de títulos para se alcançar primazia frente ao povo de Deus. Isso ocorre em razão daqueles que fazem da igreja comércio e lucram em torno da piedade, fazendo da igreja uma espécie de balcão da fé, conseguindo com isso muitos seguidores. Mas este não deve ser o procedimento daquele que se dedica fielmente a prediga. O pregador deve ser sempre voluntarioso e disposto em buscar o serviço Deus como um conservo e não de um líder que se põe acima daqueles que estão ao seu lado para a mesma tarefa que é prosseguir durante a vida glorificando a Deus e encontrando-se na satisfação do gozo espiritual que faz a igreja um local onde Cristo e buscado e apreendido de modo a ser observado por todos, inclusive os que estão de fora da comunidade cristã.

O pregador da Palavra é, portanto um servo que busca a fidelidade no ministério. Não apenas no que se refere ao texto bíblico, mas o é também na vivência da fé cristã. Sendo experimentado suficientemente para expor os principais desafios da fé com maturidade. Deve também fornecer não somente o ensino, mas também a prática daquilo que está ensinando, sendo ele próprio àquele que viveu e teve experiência suficiente para deduzir lógica e criticamente em algum aspecto espiritual. Este pregador também é alguém intimamente ligado ao cotidiano da congregação que pastoreia, ou seja, ele deve viver todas as demandas daqueles que o escutam diariamente. Não pode se blindar como se nada acontecesse com ele, como se vivesse longe dos desafios de sua própria comunidade. Deve este viver, razoavelmente parecido com o padrão de vida do seu povo, não buscando no poder econômico, que porventura consiga, muito provavelmente com a ajuda de outra área em que atue, pois na grande maioria das vezes, o ministério não consegue proporcionar tal coisa.  Pois, se assim for acabará se mostrando alheia a vida de seu povo, sendo mais um estrangeiro em meio a aqueles que deveria admoestar como pai.

Quanto à ministração da mensagem, esta deve ser clara e contundente. Não pode ser rebuscada com rodeios ou com peripécias retóricas para se camuflar o real sentido da Palavra. Deve também ser imensamente compreensível, evitando-se o uso de palavras que dificultem a assimilação por parte do povo. Deve buscar a excelência do significado, ainda que se deva ir geralmente a recursos mais rebuscados como o uso de léxicos das línguas estrangeiras que compunham o texto sagrado, mas nunca florear demasiadamente a ponto de tornar a prediga algo acessível apenas a intelectuais do seu mesmo nível. A igreja é composta de pessoas de diversos níveis intelectuais e o pregador deverá buscar o bom senso no que se refere ao uso da linguagem que utiliza de acordo, sobretudo, das exigências do seu público. Logo, ele é alguém que faz uso de um recurso imensamente erudito, mas que também em sua exposição torna o pensamento espiritual como algo simples e inteligível. Os requintes ou a exposição de assuntos mais elevados devem ser guardados para os meios onde tais artifícios sejam compreendidos, mas isso não significa que a prediga é simplória ou destituída de vitalidade intelectual. O pregador deverá saber dosar essa intelectualidade, por causa do seu público distinto, porém jamais deverá parecer desqualificado sob qualquer aspecto, pois não transmitiria segurança a aqueles que dispõem de uma mentalidade mais crítica.
Várias considerações veem a mente do pregador quando este se põe a frente da igreja, mas a principal delas é que ele é apenas um instrumento da vontade divina. Ele edificará os santos e também convencerá os pecadores. Por meio dele alguns serão chamados para fé e, grandes trevas serão dissipadas de mentes até então, entenebrecidas com superstições e equívocos, além do que, uma nuvem de testemunhas deverão atestar o seu ensino, esses são aqueles que fazem parte da igreja do Senhor, que nunca podem ser vistos com passividade, mas como parte legítima e capaz de analisar o ensino do seu pastor ou pregador.

Lamentavelmente nos dias atuais temos visto as mais bizarras figuras que se propõe instruir o povo de Deus. É certo que boa parte deles é exatamente aquilo que os seus ouvintes gostariam que eles fossem. Estes se comportam como se fossem meros funcionários do seu auditório e não profetas. Esta caricatura deformada da pregação é uma característica que danifica a mensagem e atende gostos alheios ao recebimento do verdadeiro ensino da Palavra de Deus. O pregador verdadeiro não aceitar comercializar sua pregação, seu envolvimento com a pregação deve ser algo inteiramente fiel. Ele deve estar tão envolvido com a mensagem que ele mesmo deva se confundir com ela, em muitos momentos. Portanto, essas “caricaturas de pregadores” que vemos hoje não são os genuínos ministros da Palavra de Deus, são, de fato uma grande aberração que prestam um desserviço ao Evangelho, dignos representantes de uma farsa que chamam erroneamente de evangelicalismo contemporâneo. Tais pessoas, ao invés de promover a causa de Cristo, a deformam monstruosamente e os adeptos de suas ideias são semelhante uma imagem monstruosa e repugnante do que deveria ser um cristão genuíno.

Se desejarmos ser aceitos neste ofício precisamos primeiramente do tratamento divino. Este tratamento não pode ser entendido como uma colônia de férias, nem tão pouco tem lugar para principiantes e aventureiros, este é um lugar para aqueles que foram provados pelo fogo, para aqueles que subiram ao terceiro céu da sublimidade de Cristo, para aqueles que são servos e não senhores. Ao meu modo de ver existem dois tipos de pregadores, aqueles que são forjados por Deus e aqueles que são forjados pela sua congregação, de modo a atender aos caprichos destes. Os primeiros não temem sofrer as agruras do ministério, os últimos repudiam o escárnio da função preferindo as honras dos homens no lugar da aprovação divina.

Logo, como pregadores somos profetas e como profetas não devemos nos mover por conveniências ou por sórdida ganância. Pregamos o evangelho como disse Charles H. Spurgeon, “mais claro do que nunca”, um evangelho que é escândalo para judeus e loucura para os gentios, o evangelho do poder de Deus, que é mais sábio do que a sabedoria humana. Que não depende dos artifícios intelectualizantes e retóricos, mas do Cristo crucificado. Quem tem posto a mão no arado do ministério não olha para trás, mas avança firmemente na direção de Cristo e seu total empenho, ainda que seja extenuante e exaustivo não é nada daquilo que deveria ser, mas ainda falta muito para alcançar o prêmio da soberana vocação. Que os pregadores dessa nova geração saibam aquilo que foi tão comum em outras épocas, que o temor do Senhor é o princípio da sabedoria e que o ministério sem fogo na exposição é irrelevante e frívolo, desnecessário, portanto para a igreja de Deus.

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Uma breve consideração sobre o Natal

O natal é uma época mágica. Todos ficam paralizados diante das luzes, dos enfeites e do apelativo comercial da maior data da cristandade ocidental. O natal, apesar de ser muito comemorado, está envolto em muitas polêmicas do ponto de vista do Sola Scriptura, princípio reformado de validação de uma doutrina ou prática. Alguns cristãos tradicionalmente aceitam a festa irrestritamente, não fazendo uso de critérios balizadores e a festa neste meio se confunde imensamente com a temática comercial. Já outros segmentos são mais criteriosos quanto ao natal e há até mesmo aqueles que não comemoram a data, fazendo ferrenhas críticas e rotulando a mesma de pagã. Mas afinal, que tipo de consideração podemos fazer com respeito ao natal? É uma festa válida para a igreja ou sua origem vinculada ao paganismo pode ser um entrave na comemoração por parte das igrejas? Vejamos algumas considerações a este respeito:


Origem - Muitos creditam ao natal uma origem pagã, sem fundamento bíblico. A data em que comemoramos o natal é a principal argumentação para isso. Nos países europeus e escandinavos entre  os dias 23 a 25 de dezembro havia uma festa que comemorava o Dia do Sol Invicto, era uma celebração ao término de um período rigoroso de inverno. Na Roma antiga havia a festa da saturnália, esta era uma comeração a Saturno, patriarca das colheitas, onde também  estas tinham uma grande conotação sexual. Apenas a partir do século III é que se registram as primeiras informações sobre o natal. Muitos acreditam que este foi fruto de um sincretismo entre a Igreja e os povos conquistados pelo o cristianismo de origem pagã. O fato é que esta data pode ter sido utilizada para substituir estas antigas festas, uma vez que não é possível que este tenha sido realmente o dia que o Senhor nasceu.


Fundamentação Bíblica - Do ponto de vista hermenêutico não há como defender esta questão, uma vez que não existe fundamentação para isso. Como foi dito acima não há registro da comemoração até o século III, logo no período apóstolico não havia nenhuma referência ao dia natalício do Senhor. Mas é perfeitamente aceitável em alguns lugares o uso de certos dias para comemoração de um evento especial, conforme a passagem de Romanos 14.6. Logo, baseado neste texto, é possível a guarda de um dia para um fim específico.


Finalidade - Alguém pode estar perguntando, se não tem fundamentação, qual é a razão da celebração? Respondo dizendo que todas as grandes religiões possuem festas e o cristianismo não é diferente. Defendo que o natal serve para levar uma cultura cristã até mesmo a países que não são influenciados pelo cristianismo. É o caso do Japão, que mesmo que não possua maioria cristã, usa a festa com fins comercias, crescendo o interesse pelo significado da festa. Do ponto de vista da proclamação o natal é uma data ímpar para se proclamar o Salvador e abre portas para a apresentação de equipes de canto Coral de algumas igrejas em Shopping Centers, escolas e tantos outros setores, que seriam impossíveis de ser alcançados em outras circunstâncias. Também pode-se convidar descrentes para as festas nas igrejas, onde geralmente existe uma programação especial para este fim. A ministração da Palavra pode ser direcionada de um ponto de vista da encarnação, do esvaziamento e do amor de Deus pelos pecadores, sendo uma ótima oportunidade para ventilar tais doutrinas.


Conclusão Geral - Acredito que tudo deve ser sistematicamente analizado. Até onde a igreja se misturou com o paganismo na comemoração da data? Será que esta mistura comprometeu o objetivo? Creio que não. O objetivo da glorificação de Cristo pode ser amplamente divulgado através do natal. A igreja quando faz uso do natal não se mistura ao paganismo, mas aproveita a oportunidade para celebrar o nascimento do Salvador do mundo. É perfeitamente aceitável tal postura ao meu modo de ver, claro que respeitando as opiniões contrárias. Sei que os irmãos que preferem não comemorar a data também buscam fidelidade. Porém, creio que os benefícios da mensagem natalina tem suas vantagens. Podemos anunciar a Cristo em uma data só para Ele, quanto a isso não se faz diferenciação entre católicos ou evangélicos, pois todos pensam relativamente parecidos quanto a isso. Também creio que mostrando-se a ênfase na mensagem e não no consumismo a perfeita aplicabilidade da ocasião pode também nos favorecer ricamente. Sou, portanto, favorável ao natal, mas considero que apenas a mensagem bíblica é que deve ser exaltada. Percebo que em dias cada vez mais sem princípios religiosos, abrir mão do natal seria um grande tiro no pé e jogar fora a água suja da bacia juntamente com o bebê. Deus nos faça celebrar esta data e aproveitar as oportunidades de proclamação do nosso Eterno Salvador Jesus Cristo.