quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Os nossos olhos e a quem nós servimos?


Mateus 6.22-24

INTRODUÇÃO: Estamos diante de duas questões importantes tratadas pelo Senhor no Sermão do Monte. A primeira diz respeito aos nossos olhos e a maneira como ele se configura como bênção ou maldição e a segunda nos dá conta de uma reflexão para se descobrir a quem nós servimos Deus ou as riquezas. Antes de avançarmos na exposição é necessário darmos um título a nossa pregação: “Os nossos olhos e a quem nós servimos?”
Antes de qualquer coisa é necessário esclarecer que muitos comentaristas relacionam estes sentenças com a anterior observada no domingo passado 19-21. Logo, a passagem em questão ainda contempla o tema de nossas prioridades pessoais. Fator determinante para mostrar se estamos comprometidos ou não com o Reino dos Céus.
Para que possamos observar se estamos comprometidos ou não, observemos o texto da seguinte forma:

I- O estado de nossos olhos (vv.22-23)
a)   Os olhos bons (v.22) – O Senhor Jesus identifica os olhos como a “lâmpada do corpo”. Com estas palavras Ele quer nos ensinar que os olhos são capazes de nos demonstrar questões internas da alma. Como também mostram para onde se inclina o nosso coração com ralação a importância das coisas. Sendo eles bons teremos a certeza de um corpo luminoso, ou seja, um procedimento aprovado e temente, refletindo em nosso próprio caráter como filhos de Deus.
b)   Os Olhos maus (v.23 a) – Mas se nossos olhos forem maus o contrário também é certo, ou seja, não haverá luz em nós, mas estaremos submetidos a grandes trevas. Isso demonstra que tipo de vida estamos desejando, e que tipo de vida estamos vivendo.
c)    As grandes trevas (v.23 b) – Para dar mais ênfase à questão Ele acrescenta “... que grandes trevas serão!” Isso nos mostra que não é apenas uma questão simples que Ele tratava, mas aquilo que revela nossa própria condição espiritual. Esta declaração nos mostra que nossas inclinações nos levarão a conseqüências e essas podem ser muito graves dependendo do que estamos priorizando.

II- A quem estamos servindo? (v.24)
Por último, Ele trata de algo já visto nos versos 19-21, a respeito das riquezas. Falamos anteriormente que não é pecado possuir as coisas que conquistamos com nosso trabalho, mas sim que tipo de importância elas recebem. Para ratificar isso Ele nos diz:
a)   Ninguém serve a dois senhores – Ele compara as riquezas com uma pessoa que alguém serve e honra e diz que esta pessoa, a riqueza, rivaliza com outro Senhor, o próprio Deus.
b)   Aborrecimento e amor – No serviço a estas duas pessoas, caso queiramos agradar, poderemos desagradar o outro. Aqui, Ele claramente distingue estes pessoas uma da outra, mostrando claramente a oposição existente. Não é por acaso, que muitos ricos não conseguem viver completamente uma vida de fé e esta questão fica clara aqui.
c)    Deus e as riquezas – Por fim, Ele declara que é impossível esta convivência. Deus não reparte sua glória. Ele não está disponível para ter uma atenção dividida. O adorador não pode buscar as coisas dessa vida e Deus ao mesmo instante. Ele pode usar sutileza em argumentar em prol dessa busca, mas sempre terá a reprovação divina quanto a este particular.

Conclusão: Precisamos observar quais tem sido nossas prioridades. Bem como, devemos buscar uma vida que esteja firmada nos ensinamentos de Cristo. Ele não aceitará uma vida pela metade, Ele não tolerará um servo dividido entre o mundo e Ele. Uma característica de fé cristã é sua exclusividade. Uma adoração exclusiva, uma vida exclusiva e um Deus exclusivo é isso que devemos priorizar. Deus nos ajude neste intento, amém.

sábado, 27 de agosto de 2011

Refletindo sobre o batismo infantil

Todos nós sabemos que existe uma tensão entre aqueles que defendem o batismo infantil e aqueles que defendem o batismo somente de adultos. O principal argumento dos últimos é que a fé deve ser demonstrada por aquele que é batizado, logo, por inferência estes argumentam que crianças não podem assentir salvificamente à fé. Acho que cabe uma consideração aqui sobre este ponto de vista e depois pretendo falar sobre a defesa do batismo infantil.

A primeira questão que chamo atenção é o argumento de que a criança não pode demonstrar fé, ou provar que se converteu. Acredito que esta consideração parte do princípio de uma premissa falsa a respeito dos infantes. Alguns pensam que as crianças não passam de meros “anjinhos” sem pecado e totalmente impolutas. Esta idéia não encontra respaldo na doutrina da depravação total da humanidade. Não demonstramos malignidade apenas quando somos senhores de nossas capacidades, apenas na fase adulta, mas antes disso. Quantos exemplos hoje em dia temos de barbaridades cometidas por infratores infantes, que assustam aqueles que, horrorizados acompanham os noticiários com exemplos de uma orquestração maquiavélica desenvolvida por crianças muito jovens ainda.

A Bíblia está repleta de referências que dão conta dessa malignidade anterior ao nascimento como no Salmo 51.5. Neste salmo Davi nos informa que herdou uma malignidade gerada ainda no ventre. Algo bastante diferente do argumento daqueles que pretendem inocentar as crianças. A linha de raciocínio que podemos inferir quanto a isso é que se alguém consegue manifestar uma malignidade inata, pode este também manifestar uma virtude antes mesmo de uma época considerada como “idade da razão”, uma vez que malignidade e virtude são antagônicas entre si. Claro que a disposição para a maldade nasce anteriormente ao nascimento, enquanto que a virtude deve ser aprendida com a observação e o exemplo. Logo, ao meu entendimento é possível que crianças manifestem virtudes do Espírito Santo em idades tenras, comprovando suas inclinações para a fé cristã e que não precisa de uma época específica para isso.

Agora gostaria de me deter quanto ao argumento dos que batizam crianças justificando os mesmos.

A Bíblia está repleta de exemplos de como o Senhor empenhou-se em redimir a humanidade caída através de atos pactuais que garantiam certas exigências. Desde o início o Senhor intentou alcançar o homem salvadoramente. Desde o período remoto em nosso pai Adão, passando por Abel, Sem, Abraão, Moisés, Davi, até o último estabelecido por meio de Jesus Cristo como seu representante final pactual. Cristo assume a representatividade da humanidade, bem como da divindade, unindo o propósito indissolúvel desse pacto entre pactuantes distintos. Logo, nenhuma parte desse pacto, o de Cristo, pode ser quebrada, uma vez que as duas partes distintas são perfeitas. Cristo em Sua divindade e em sua humanidade, dando garantias fiéis de que esse pacto não terá um rompimento.

Em nosso caso defendemos que somos inseridos neste pacto apenas pela graça e não por algo que fazemos, visto que a fé é um dom e este é imerecido e não fazemos nada para conquistá-lo. A principal argumentação contrária é que manifestamos a inclusão neste pacto quando confessamos a Cristo como Senhor, dando um assentimento de fé, vindo esta a nos justificar perante Deus. Aqui algumas questões devem ser tratadas a este respeito. A primeira é que a justificação pela fé atesta externamente algo ocorrido internamente em nós pelo Espírito, mas quanto às crianças incluídas no pacto, estas manifestarão a fé apenas quando estiverem em uma idade prevista pelo próprio Deus. Nada garante que o batismo realmente atesta a justificação pela fé, uma vez que nem todos os que são batizados realmente receberam este dom. Caso pensemos desta perspectiva deveríamos, consequentemente, crer na regeneração batismal. Outra questão é que a fé é dom de Deus. Tanto as crianças como também os adultos a recebem sem merecimento algum (Ef 2.8). No caso das crianças filhas de crentes estas a recebem ainda num sentido de promessa, por estarem inseridas no pacto e numa família da aliança (1 Co 7.14), mas estas a manifestarão em tempo oportuno, não necessariamente na “idade da razão”, mas quando o Senhor aprouver manifestar.

Por último, o batismo assume o lugar do selo da circuncisão, visto que o pacto da graça não pode ser considerado como inferior ao de obras. Neste último aspecto devemos lembrar que todos os apóstolos tiveram este entendimento, uma vez que o argumento paulino em Gálatas e Romanos, reduziu a circuncisão a um contexto proeminentemente judaico. A substituição do selo externo acompanhou a idéia de pacto estabelecida com o povo judeu, uma vez que o rito da cirurgia havia sido conclusivamente aniquilado pelo apóstolo, o que fez a igreja desde seu nascedouro inserir toda a família como certeza da graça de Deus destinada a todos, mesmo naqueles que haveriam de nascer, se caso viessem a nascer em meio à semente da aliança (At. 2.39).  

Aqueles que argumentam favoráveis ao batismo apenas de adultos não contemplam as bênçãos destinadas à família como um todo. Visto que Deus inseriu a família cristã em Seu pacto. Perdem, portanto, uma rica esperança de salvação dos infantes, confiando apenas naquilo que é falho, como nossas resoluções pessoais para virmos a crer. Os eleitos confiam que Cristo salvará seus filhos, muito embora estes precisem, eles mesmos, manifestar a fé salfivica. Mas conferem a estes a promessa, o selo e a consequente esperança que existe em Provérbios 22.6 “Ensina a criança no caminho em que deve andar, e, ainda quando for velho, não se desviará dele.” Logo, este ensino tem a ver com exemplo em todos os níveis e o sacramento do batismo demonstra isso à criança. Ela perceberá que também é alvo da graça de Deus que o chama a responsabilidade de viver uma vida de fé, amparada por Sua graça.

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Aniversário da Igreja Presbiteriana de Trindade - PE em setembro

No próximo mês de setembro estaremos comemorando o aniversário da Igreja Presbiteriana de Trindade - PE. Na oportunidade teremos a seguinte programação: Dia 24 - Culto de ação de graças às 19h30min. Pregador: Rev. Marcelino Silva Oliveira, vice-presidente do PRPE e pastor da 2º Igreja Presbiteriana de Petrolina. Dia 25 - Culto Solene às 19hs00min. Pregador: Rev. Eudes Flávio Sobrinho, pastor da Igreja Presbiteriana de Araripina - PE. A programação completa ainda em fase de preparação e esperamos informar nossos leitores no decorrer dos dias. 

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

O tesouro nos céus o lugar para nosso coração


Mateus 6.19-21

INTRODUÇÃO: Questões que envolvem as nossas finanças são sempre controvertidas. Além disso, a maioria de nós trata o assunto como se fosse algo restrito e exclusivo, não aceitando que outros se intrometam por se tratar de algo particular. Só que a Bíblia não deixa que assuntos como esses fiquem sem consideração. O Senhor Jesus via em nossa administração financeira algo que envolvia nossa saúde espiritual é por isso que Ele trata disso aqui.
Para que possamos entender melhor esse assunto, dando continuidade ao Sermão do Monte, sugiro um título para contemplação: “O tesouro nos céus o lugar para nosso coração”
Acredito que esse assunto em nossos dias é grandemente palpitante. Principalmente pelas considerações que trouxeram as igrejas neo-pentecostais nestes últimos tempos. É necessário ouvir a Palavra de Cristo se quisermos ter um real discernimento sobre este assunto. Para tanto, observemos o mesmo sob três perspectivas propostas pelo Senhor:

I- O acúmulo de bens na terra (v.19)
A bíblia não vê o lucro e o acúmulo de bens como pecado. Em Eclesiastes lemos “Eis o que eu vi: boa e bela coisa é comer e beber e gozar cada um do bem de todo seu trabalho, com que se afadigou debaixo do sol, durante os poucos dias de vida que Deus lhe deu” (Ec.5.18). Pecado é o lucro e o acúmulo sem responsabilidade. Muitos discípulos na época do Senhor eram ricos (ex. Barnabé), mas a forma como eles encaravam a riqueza é que mudou ao longo dos anos. No texto em questão vemos as seguintes verdades:
a)   A transitoriedade das riquezas – O Senhor explica que elas nunca estão seguras. Quem fia sua confiança nelas tem sua vida pautada em areia movediça e não na rocha, visto que existe a transitoriedade das mesmas.
b)   Os riscos para aqueles que confiam nelas – Estes podem a qualquer intempérie ficar facilmente sem as mesmas. Seja por uma calamidade, por reveses na questão econômica ou por serem roubados. Logo, o Senhor demonstra para nós o quanto esta prática redunda em nada e revela um caráter desaprovado ao buscarmos as mesmas como um fim em si mesmo.
II- A prática do acúmulo para os céus (v.20)
Em contrapartida, a vida do fiel é empenhada em acumular para o reino de Deus, vejamos o que isso significa:
a)   Investimento de tempo – Assim como aquele que investe tempo num empreendimento para ficar rico, o fiel investe tempo para acumular riquezas para o reino de Deus (Mt 25.14-30).
b)   Investimento de dinheiro – O fiel, sempre que possível, quando suas condições lhes forem favoráveis, devem buscar não somente o sustento de si próprios, mas dos semelhantes e também da igreja. Isso passa pelos dízimos e ofertas, que demonstra o quanto devemos ser voluntariosos e abnegados para o trabalho.
c)    Investimento intelectual – Outra faceta desse investimento é a busca constante pelo crescimento intelectual nos princípios bíblicos. Assim como um estudante de medicina precisa estar por dentro de tudo que diz respeito a sua profissão, os servos do Senhor devem buscar o zelo no aprendizado das doutrinas cristãs, isso também é investimento.  

III- O nosso coração quanto às riquezas (v.21)
Diz-nos muito aquilo buscamos avidamente. De modo que se temos metas quanto a nossa vida, empreendemos o alcance das mesmas. Esta é a consideração do Senhor da seguinte forma:
a)   Se buscarmos as riquezas – A falta de equilíbrio quanto a esse particular nos mostra onde fatalmente estamos errando. Se buscarmos freneticamente ficar ricos, demonstramos que estas coisas são as mais importantes para nós, consequentemente, mostraremos a nossa distância daquilo que importa.
b)   Se buscarmos o Reino – Do contrário, quando buscamos o Reino fazemos de nossa busca aquilo que de fato é a vontade de Deus. Cumprindo a nossa responsabilidade em entesourar para ele, evangelizando, aprendendo e investindo nele.

Conclusão: Em dias onde o amor ao dinheiro e o materialismo tem alcançado níveis altíssimos ao ponto de vermos igrejas inteiras buscando esse fim, fica aqui esta advertência, não devemos ter o nosso coração naquilo que não permanece e que no máximo dura apenas essa vida. Os bens que se pode acumular neste mundo são transitórios e efêmeros, enquanto que aqueles que acumulamos no Reino de Deus são eternos. O que devemos buscar? Certamente a resposta correta é o Reino de Deus, se quisermos encomendar nossa vida a conceitos eternos e firmes.

terça-feira, 16 de agosto de 2011

A questões que envolvem o jejum e a correta forma de praticá-lo

Mateus 6.16-18

INTRODUÇÃO: Assim como as demais questões a respeito do cuidado de não se mostrar religioso a fim de ser admirado pelos homens que foram tratadas outrora, desta feita o Senhor se preocupa com o jejum. Talvez essa seja uma das formas mais explicitas de serviço religioso e os hipócritas dos dias do Senhor sabiam disso. Eles usavam a prática para se demonstrarem contristados e piedosos, algo severamente combatido pelo Senhor, mas o que dizer da prática atual de não se fazer mais jejum? Será necessário comentarmos a este respeito a fim de não errarmos neste particular, por esta razão é necessário darmos um título a nossa mensagem: “A questões que envolvem o jejum e a correta forma de praticá-lo”.
A igreja de hoje tem perdido esta prática, assim como tantas outras salutares para nossa edificação, a razão disso acontecer são as mais diversas, mas precisamos entender o que envolve o jejum e também a maneira onde obteremos os benefícios de o praticarmos, para tanto vejamos o jejum de três formas:

I- O jejum não é uma barganha nem um fim em si mesmo (v.16).
a)   O conceito farisaico do jejum – Como fica claro no ensinamento de Cristo, os fariseus sabiam que em outras épocas homens santos haviam feito uso desse recurso para buscar a face de Deus. O que estava acontecendo é que estes religiosos viam na religião uma fonte de lucro e admiração. O jejum para eles era algo sublime e não estou falando de apenas horas sem comer, mas dias que desfiguravam o semblante. Eles gostavam desse desfigurar, pois demonstrava religiosidade. O Senhor afirma que a recompensa que eles buscavam já tinham alcançado, não teriam mais nada para receber.
b)   Muitos ainda erram hoje em dia – Alguns grupos em nossos dias fazem do jejum uma prática importante da busca. Uns dizem que podem receber o Espírito Santo, que podem fazer votos com Deus e outras tantas finalidades. Esses, assim como os fariseus, continuam errando quanto ao jejum.


II- O jejum uma prática salutar para nossa espiritualidade (v.17)
A bíblia está repleta de exemplos de jejuns. Alguns importantes como: Do povo nos dias de Neemias (Ne 9.1); O dos tempos de Ester, lembrado até hoje pelos israelitas (Et 9.31); do povo de Níneve nos dias de Jonas (Jn 3.5), o do próprio Senhor Jesus antes de ser tentado (Mt.4.2), entre outros. Mas qual é a maneira correta de se jejuar? Vejamos então:
a)   O Jejum como arrependimento (Ne 9.1) – Esse é um clássico motivo para o jejum, no texto em loco serviu para demonstrar o desvio do povo, outros casos podem também ser citados quanto a este objetivo (Dn 9.3 e Jl 1.14). Está era uma prática legítima, buscar em arrependimento a mercê de Deus através do jejum.
b)   O jejum como objetivo diante de Deus (Sl 35.13) – Aqui vemos outra prática do jejum, a saber, a busca de um favor divino, algo tido como necessário e abnegado. É a busca de Davi para que seu filho vivesse, é o real motivo de Isaías 58, por causas que não são nossas, mas excelentes e pelos outros.
c)    O jejum diante de algo importante a se fazer (Mt. 4.2) – É o que faz o Senhor a fim de ser tentado e resistir, é a santificação do exército israelita diante das guerras (2 Cr 20.3), como também a consagração antes da expulsão de demônios (Mc.9.29).


III- O jejum como benefício espiritual do crente diante do Pai (v.18)
Os mesmos objetivos ainda hoje podem ser feitos pela igreja. Alguns listam outros como:
a)   Calamidades – Em favor de um povo que está sofrendo, por uma igreja e outros motivos de cunho calamitoso.
b)   Esvaziamento do eu – Talvez essa fosse uma prática muito necessária hoje em dias que buscamos a satisfação própria. Porque não buscarmos esse esvaziamento, demonstrando o quanto somos dependentes de Deus, mesmo em dias de luxúria como os nossos?
c)    Consagração – O jejum é um olhar introspectivo sobre a alma. Não sadomasoquismo, mas veemente busca pelo Senhor, a fim de estar mais perto dEle em total dedicação.

Conclusão: A bíblia é clara quanto aos nossos exercícios espirituais. Eles não devem ser feitos como um fim em si mesmo, mas em uma altruísta dedicação. Visando a glória de Deus, consequentemente redundando em nosso benefício. O jejum não é uma barganha, nem arrogância espiritual, é uma prática salutar para a igreja, algo que estamos nos afastando por uma tendência a não esperarmos benefícios espirituais de uma busca por santificação. A igreja está deixando de se santificar, através do jejum e dá oração, algo que nos faz pigmeus espirituais em uma época que deveríamos ser gigantes, diante da imensa necessidade de nossos dias.



sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Os Hedonistas modernos e a busca insana pelo prazer


O hedonismo é uma filosofia grega desenvolvida a partir do termo grego hedonê (prazer, vontade), onde a principal objetivo é a busca pelo prazer como bem supremo para a felicidade. Tais idéias foram posteriormente desenvolvidas pelos filósofos Aristopo de Cirene e Epicuro. Observamos historicamente que houve também o florescimento de uma nova forma de hedonismo assim denominada “hedonismo filosófico”. Nesta modalidade o hedonismo se confunde com o epicurismo, mas distingui-se dele em razão da forte ênfase nos prazeres sexuais.

Modernamente o hedonismo ganhou força no período iluminista através de vultos como Julien Offray de La Mettrie e seu discípulo Donatien Alphonse François de Sade. Algumas vertentes do hedonismo são também conhecidas como o hedonismo psicológico e também ético. Nos dias atuais vemos esta filosofia cada dia mais impregnada em nossa sociedade atualmente. O que dizer de slogans que enfatizam a busca desenfreada por prazeres como “o que pode fazer hoje não deixe para amanhã”, “ouça o seu coração” e outros tantos.

A sociedade hedonista contemporânea divulga sua ideologia em quase tudo que proclama. Temos no consumismo uma grande manifestação dessa filosofia, havendo aqueles que buscam prazer ao comprar e consumir. Na realidade a característica mais marcante dessa nossa sociedade é a luxúria, outra manifestação estendida do hedonismo, no que promulga abertamente a vaidade e o prazer como fim absoluto e meio de expor toda uma postura de promiscuidade moral. Falando nessa promiscuidade é notória a campanha difamatória empreendida por esta sociedade no intuito de sucumbir o recato e a moralidade. Posturas que enfatizem princípios éticos são esmagadoramente ridicularizadas sem nenhum constrangimento, onde a norma atualmente é simplesmente “curtir a vida”.

A Palavra de Deus nos ensina que “os que se inclinam para a carne cogitam das cousas da carne; mas os que se inclinam para o Espírito, das cousas do Espírito” (Romanos 8.5). Assim sendo, os que estão na carne não podem agradar a Deus (Rm. 8.8). Toda esta cultura que enfatiza o prazer acima de toda e qualquer busca configura-se num estado de carnalidade desenfreada. Os que são guiados pelo Espírito, isso é, os nascidos de novo, regenerados em uma nova natureza e consequentemente filhos de Deus, não devem manter uma vida na perspectiva dessa cultura vigente. Creio que a maior dificuldade existente na igreja atual é a proximidade que esta mantém com o mundo. Não falo no “mundanismo” defendido por John Stott, no sentido de ir ao mundo para resgatá-lo, visto que está claro que isso não é uma conduta muito popular na igreja dos dias atuais. Mas, na conivência e absorção de condutas peculiares a este mundo corrompido, que faz do testemunho da igreja hodierna algo extremamente debilitante.
A visão apropriada de mundo, da perspectiva do crente desejoso em manter sua fé incólume é de desconfiança, bem como, de afastamento daquilo que demonstra ser totalmente entorpecido na conduta mundana. Não defendo aqui um monasticismo ou uma teologia do claustro, mas uma desconfiança para com as propostas sedutoras do mundo. Quantos hoje em dia não se desviaram dos objetivos eternos por questões transitórias? Porque nós não deveríamos temer, concomitante, similar decadência, pelo fato de estarmos nos afastando daquilo que mais nos interessa, a glória de Deus e a busca não pelo prazer, mas pela santidade.

Assim como na igreja de Tiatira (Apocalipse 2.24) muitos hoje em dia defendem que se deve conhecer “as cousas profundas de satanás”, mas a real intenção é na realidade a mesma daqueles, se submeterem e viverem sob o julgo do pecado, dando lugar à carne. Quando aprofundamos esse debate observamos que a principal dificuldade da igreja quanto à sua missão reside no fato de não termos a devida preparação espiritual. Isso decorre da queda gigantesca no que consiste a santidade, fator primordial para que preguemos o evangelho em sua complexidade.

É necessária a expurgação dessa cultura hedonista. Se desejarmos as benesses espirituais que nos são prometidas em Cristo. Não podemos fazer uso do cálice do Senhor e do cálice dos demônios (1 Coríntios 10.21), existe uma grande diferença entre carnalidade e santidade e se não conseguirmos distinguir esta diferença é sinal de que há muito nos afastamos do caminho de Cristo. Que Deus por meio do Seu eterno poder expurgue esta mácula do seio da igreja e fomente uma vereda de santidade para Sua Grei, a fim de que a luz da verdadeira igreja de Cristo, afastada dessa época pecadora, possa de fato resplandecer completamente e hostes de santificados possam, por um exemplo santificado, anunciar a Cristo completamente, amém.

terça-feira, 9 de agosto de 2011

O PASTORADO NUM MUNDO PÓS-MODERNO

O pós-modernismo é uma época marcada por uma relativa compreensão pessimista de valores anteriormente tidos como fundamentais para a sociedade. Valores que são “desconstruídos” por um relativismo quase sempre corriqueiro em nosso mundo. Tal postura ataca a mentalidade dominante, seja naqueles tidos como cultos, seja naqueles tidos como simples. Partindo desse conceito, instituições outrora protegidas por séculos de tradição estão nesta época pós-moderna esfacelando-se em um ritmo jamais visto. Entre estes podemos citar o Estado, família e a igreja. Consequentemente, todos aqueles que estão envolvidos com estas instituições tendem a sofrer juntamente com elas, principalmente quando não se há uma preocupação em se adequar a esse sistema pós-moderno que prevalece em diversos setores sociais, altamente influentes e deveras ditatoriais.

Assim tem acontecido ao meu modo de ver com a função pastoral. Por estar vinculado a uma dessas instituições atacadas pelo sistema em loco, o pastor deve passar durante o seu ministério por uma série de demandas na atualidade, que não deveria passar em outros tempos. Assim, igrejas e membros envolvidos com a visão pós-moderna tendem a pouco valorizar a liderança, fazendo-os pouco menos que meros funcionários, que se tornam descartáveis à medida que não servem para estarem à frente dos projetos dessas igrejas.

As próprias doutrinas ao longo dos anos estão sendo reformuladas. Não por um novo sistema teológico, mas pelas demandas existenciais influenciadas por este sistema. Dentre elas destaco o feminismo militante, o homossexualismo e a própria evangelização desse novo sistema. Esta última influenciada por uma temática relativista que enfatiza uma conversão psicológica forçada, além de pragmática. Deixando-se de lado o apelo ao abandono do pecado, bem como a supremacia de Cristo e com isso fazendo da chamada a esse novo evangelho, algo destituído de mudança radical, mas apenas uma adequação qualquer ao grupo que se propõe promover.

Os pastores são os principais responsáveis pela manutenção de seu rebanho longe desses conceitos. Mas o que dizer das horas intermináveis de proselitismo pós-moderno que os crentes têm diariamente, enquanto que o pastor dispõe de apenas algumas horas durante o domingo? Os crentes de nossas igrejas atualmente não estão mais sendo instruídos diante das doutrinas cristãs, mas sim, diante do relativismo dominante e apóstata de nossos dias. Consequentemente cresce o número de pessoas envolvidas até o pescoço com estes conceitos, que assumem cargos de liderança e que não vêem problema nenhum em se adequar a essas novas demandas que têm sido cada vez mais prementes. Isto tem implicações profundas na cosmovisão implantada pelas igrejas, uma vez que lideranças doentes geram filhos igualmente doentes.

Quanto ao pastor vivendo nesses tempos entendo que lhe cumpre a função profética da Torre de Vigia. Ele deve ser imensamente comprometido em não se adequar a estas novas idéias. Isso não deve ser confundido com obscurantismo. Para que isso não aconteça faz-se necessário a dedicação ao estudo das Escrituras e também das novas idéias, não para se submeter, mas para ter o devido conhecimento de como enfrentar esses novos tempos.

Não podemos deixar que os baluartes defendidos com sangue pelos nossos antepassados sejam pisoteados pelo pós-modernismo. Precisamos de púlpitos cheios de Deus, homens dedicados a agirem com sinceridade, sem, contudo perderem a vanguarda. É possível ser vanguardista, sem ser pragmático. E para isso é necessária a busca pelo conhecimento e pela sinceridade diante de Deus. Os púlpitos que escaparão desses tempos serão aqueles fiéis a Palavra de Deus e não aqueles de ânimo dobre que se prostram diante dessas infames idéias liberais da pós-modernidade. Que Deus levante arautos da fé em dias tão confusos, amém.

  

sábado, 6 de agosto de 2011

O Pai nosso, modelo da prece do piedoso


Mateus 6.9-15

INTRODUÇÃO: Agora chegamos a uma parte que nos mostra como deve ser a nossa oração. Por muito tempo alguns erraram em pensar que estas palavras podiam ser repetidas e isso lhes traria algumas dádivas especiais. Exatamente caindo no erro condenado em 5.7. Pois, esta oração é na realidade um modelo de como o crente deve orar. É, portanto, por esta razão que daremos o seguinte título: “O Pai nosso, modelo da prece do piedoso”. Justifico o título levando em consideração que não sabemos orar como convém (Rm. 8.26), por isso além do Senhor nos conceder o Santo Espírito, nos deixou este exemplo, a oração do Senhor como parâmetro para todas as demais petições.

Diante disso, faz-se necessário observar de que maneira, se desejamos ser piedosos, devemos ter esta oração como sumo modelo para nós. Vejamos isso de acordo com as seguintes considerações.

I- O Pai, Aquele a quem pedimos (vv.9-10)
Algumas considerações devem ser feitas com relação ao foco da oração, vejamos então:
a)   O lugar de Deus (v.9) – Ele não é nosso igual. Não mantemos uma conversa amigável com Ele. Estamos revestidos de solenidade, estamos conscientes da Sua divindade e da nossa miséria humana ao orarmos.
b)   Deus Santo – Ele é Santo, enquanto nós somos pecadores. É bom ter isso em mente, antes mesmo de, começarmos a dirigir qualquer palavra diante dEle.
c)    A vinda do Reino (v.10) – O Senhor nos relembra que esta oração não é algo comum a aquele afastado da piedade, é algo que almeja os filhos de Deus, logo este filho, deseja ver o Reino divino manifestado hoje, em sua vida, na sociedade e em tudo o que vê.
d)   A vontade de Deus – A oração é uma confissão de insuficiência é o reconhecimento de que sem Deus nada podemos fazer, por isso, não temos pudor em confessar que a vontade de Deus é melhor do que a nossa própria. Tanto nas regiões celestes quanto nossa época, ela sempre será feita e isso nos faz descansar nEle, se é que estamos nEle como convém.

II- A lembrança de que tudo vem dEle (v.11)
Como dito anteriormente, o crente confessa na oração sua completa dependência diante de Deus. Aqui ele reconhece que o suprimento que lhe mantém de pé é somente proveniente de Deus. Aqui não há lugar para o ufanismo próprio dos arrogantes, mas a confissão piedosa e sincera diante de Deus.

III- O perdão que recebemos e nossa atitude (v.12)
As melhores traduções atribuem a palavra grega opheileima como débito, logo, seguindo esse raciocínio estamos em débito para com o Senhor. Na realidade temos falhado em viver uma vida santa, ao orarmos confessamos isso. Bem como, o Senhor pressupõe que estamos perdoando aqueles que estão falhando conosco. Então, Ele deseja para nós uma conduta similar ao do nosso Santo Pai, perdoando aqueles que nos ofendem.

IV- O clamor por proteção quanto à tentação (v.13)
O crente assume que em fraqueza pode muitas vezes cair em tentação, mas que apenas Deus pode livrá-lo delas, por isso roga para evitar as mesmas. Ele coloca as tentações como algo mal, ruim, que lhe causa dano a uma vida santa. A segunda parte desse texto encontra-se apenas em algumas traduções, mas expõe um complemento que na realidade é uma doxologia, diante de tão grande poder em nos acudir.

V- A aplicabilidade do perdão (v.14-15)
Por fim, este modelo de oração enfatiza algo importante sobre a idéia do perdão, vejamos o que nos ensina:
a)   Devemos perdoar a fim de recebermos perdão (v.14) – A ordem das sentenças aqui não é importante, visto que primeiro recebemos o perdão de Deus e não o contrário. Apenas o Senhor nos lembra que também devemos perdoar, pois isso é uma exigência para a vida do crente.
b)   Uma exigência qualificadora (v.15) – A prova de que somos perdoados é o fato de também podermos perdoar. Aqueles que são falhos neste particular demonstram reprovação e não sincero arrependimento.

Conclusão: Não devemos nos esquecer de que a maior mazela da igreja hoje é o esquecimento da prática da piedade manifestada na oração. A oração é o vínculo que nos une a Deus, mas para isso é necessário entender a postura daquilo que se deseja fazer na oração é por isso que recebemos esse modelo. Portanto, é necessário aprendê-la como modelo e não como reza ou ladainha. A profundidade dessas palavras devem nos fazer inspirar quando estivermos de joelhos diante de Deus. É assim que deseja o Senhor para a nossa vida de oração.