terça-feira, 9 de agosto de 2011

O PASTORADO NUM MUNDO PÓS-MODERNO

O pós-modernismo é uma época marcada por uma relativa compreensão pessimista de valores anteriormente tidos como fundamentais para a sociedade. Valores que são “desconstruídos” por um relativismo quase sempre corriqueiro em nosso mundo. Tal postura ataca a mentalidade dominante, seja naqueles tidos como cultos, seja naqueles tidos como simples. Partindo desse conceito, instituições outrora protegidas por séculos de tradição estão nesta época pós-moderna esfacelando-se em um ritmo jamais visto. Entre estes podemos citar o Estado, família e a igreja. Consequentemente, todos aqueles que estão envolvidos com estas instituições tendem a sofrer juntamente com elas, principalmente quando não se há uma preocupação em se adequar a esse sistema pós-moderno que prevalece em diversos setores sociais, altamente influentes e deveras ditatoriais.

Assim tem acontecido ao meu modo de ver com a função pastoral. Por estar vinculado a uma dessas instituições atacadas pelo sistema em loco, o pastor deve passar durante o seu ministério por uma série de demandas na atualidade, que não deveria passar em outros tempos. Assim, igrejas e membros envolvidos com a visão pós-moderna tendem a pouco valorizar a liderança, fazendo-os pouco menos que meros funcionários, que se tornam descartáveis à medida que não servem para estarem à frente dos projetos dessas igrejas.

As próprias doutrinas ao longo dos anos estão sendo reformuladas. Não por um novo sistema teológico, mas pelas demandas existenciais influenciadas por este sistema. Dentre elas destaco o feminismo militante, o homossexualismo e a própria evangelização desse novo sistema. Esta última influenciada por uma temática relativista que enfatiza uma conversão psicológica forçada, além de pragmática. Deixando-se de lado o apelo ao abandono do pecado, bem como a supremacia de Cristo e com isso fazendo da chamada a esse novo evangelho, algo destituído de mudança radical, mas apenas uma adequação qualquer ao grupo que se propõe promover.

Os pastores são os principais responsáveis pela manutenção de seu rebanho longe desses conceitos. Mas o que dizer das horas intermináveis de proselitismo pós-moderno que os crentes têm diariamente, enquanto que o pastor dispõe de apenas algumas horas durante o domingo? Os crentes de nossas igrejas atualmente não estão mais sendo instruídos diante das doutrinas cristãs, mas sim, diante do relativismo dominante e apóstata de nossos dias. Consequentemente cresce o número de pessoas envolvidas até o pescoço com estes conceitos, que assumem cargos de liderança e que não vêem problema nenhum em se adequar a essas novas demandas que têm sido cada vez mais prementes. Isto tem implicações profundas na cosmovisão implantada pelas igrejas, uma vez que lideranças doentes geram filhos igualmente doentes.

Quanto ao pastor vivendo nesses tempos entendo que lhe cumpre a função profética da Torre de Vigia. Ele deve ser imensamente comprometido em não se adequar a estas novas idéias. Isso não deve ser confundido com obscurantismo. Para que isso não aconteça faz-se necessário a dedicação ao estudo das Escrituras e também das novas idéias, não para se submeter, mas para ter o devido conhecimento de como enfrentar esses novos tempos.

Não podemos deixar que os baluartes defendidos com sangue pelos nossos antepassados sejam pisoteados pelo pós-modernismo. Precisamos de púlpitos cheios de Deus, homens dedicados a agirem com sinceridade, sem, contudo perderem a vanguarda. É possível ser vanguardista, sem ser pragmático. E para isso é necessária a busca pelo conhecimento e pela sinceridade diante de Deus. Os púlpitos que escaparão desses tempos serão aqueles fiéis a Palavra de Deus e não aqueles de ânimo dobre que se prostram diante dessas infames idéias liberais da pós-modernidade. Que Deus levante arautos da fé em dias tão confusos, amém.

  

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