terça-feira, 16 de agosto de 2011

A questões que envolvem o jejum e a correta forma de praticá-lo

Mateus 6.16-18

INTRODUÇÃO: Assim como as demais questões a respeito do cuidado de não se mostrar religioso a fim de ser admirado pelos homens que foram tratadas outrora, desta feita o Senhor se preocupa com o jejum. Talvez essa seja uma das formas mais explicitas de serviço religioso e os hipócritas dos dias do Senhor sabiam disso. Eles usavam a prática para se demonstrarem contristados e piedosos, algo severamente combatido pelo Senhor, mas o que dizer da prática atual de não se fazer mais jejum? Será necessário comentarmos a este respeito a fim de não errarmos neste particular, por esta razão é necessário darmos um título a nossa mensagem: “A questões que envolvem o jejum e a correta forma de praticá-lo”.
A igreja de hoje tem perdido esta prática, assim como tantas outras salutares para nossa edificação, a razão disso acontecer são as mais diversas, mas precisamos entender o que envolve o jejum e também a maneira onde obteremos os benefícios de o praticarmos, para tanto vejamos o jejum de três formas:

I- O jejum não é uma barganha nem um fim em si mesmo (v.16).
a)   O conceito farisaico do jejum – Como fica claro no ensinamento de Cristo, os fariseus sabiam que em outras épocas homens santos haviam feito uso desse recurso para buscar a face de Deus. O que estava acontecendo é que estes religiosos viam na religião uma fonte de lucro e admiração. O jejum para eles era algo sublime e não estou falando de apenas horas sem comer, mas dias que desfiguravam o semblante. Eles gostavam desse desfigurar, pois demonstrava religiosidade. O Senhor afirma que a recompensa que eles buscavam já tinham alcançado, não teriam mais nada para receber.
b)   Muitos ainda erram hoje em dia – Alguns grupos em nossos dias fazem do jejum uma prática importante da busca. Uns dizem que podem receber o Espírito Santo, que podem fazer votos com Deus e outras tantas finalidades. Esses, assim como os fariseus, continuam errando quanto ao jejum.


II- O jejum uma prática salutar para nossa espiritualidade (v.17)
A bíblia está repleta de exemplos de jejuns. Alguns importantes como: Do povo nos dias de Neemias (Ne 9.1); O dos tempos de Ester, lembrado até hoje pelos israelitas (Et 9.31); do povo de Níneve nos dias de Jonas (Jn 3.5), o do próprio Senhor Jesus antes de ser tentado (Mt.4.2), entre outros. Mas qual é a maneira correta de se jejuar? Vejamos então:
a)   O Jejum como arrependimento (Ne 9.1) – Esse é um clássico motivo para o jejum, no texto em loco serviu para demonstrar o desvio do povo, outros casos podem também ser citados quanto a este objetivo (Dn 9.3 e Jl 1.14). Está era uma prática legítima, buscar em arrependimento a mercê de Deus através do jejum.
b)   O jejum como objetivo diante de Deus (Sl 35.13) – Aqui vemos outra prática do jejum, a saber, a busca de um favor divino, algo tido como necessário e abnegado. É a busca de Davi para que seu filho vivesse, é o real motivo de Isaías 58, por causas que não são nossas, mas excelentes e pelos outros.
c)    O jejum diante de algo importante a se fazer (Mt. 4.2) – É o que faz o Senhor a fim de ser tentado e resistir, é a santificação do exército israelita diante das guerras (2 Cr 20.3), como também a consagração antes da expulsão de demônios (Mc.9.29).


III- O jejum como benefício espiritual do crente diante do Pai (v.18)
Os mesmos objetivos ainda hoje podem ser feitos pela igreja. Alguns listam outros como:
a)   Calamidades – Em favor de um povo que está sofrendo, por uma igreja e outros motivos de cunho calamitoso.
b)   Esvaziamento do eu – Talvez essa fosse uma prática muito necessária hoje em dias que buscamos a satisfação própria. Porque não buscarmos esse esvaziamento, demonstrando o quanto somos dependentes de Deus, mesmo em dias de luxúria como os nossos?
c)    Consagração – O jejum é um olhar introspectivo sobre a alma. Não sadomasoquismo, mas veemente busca pelo Senhor, a fim de estar mais perto dEle em total dedicação.

Conclusão: A bíblia é clara quanto aos nossos exercícios espirituais. Eles não devem ser feitos como um fim em si mesmo, mas em uma altruísta dedicação. Visando a glória de Deus, consequentemente redundando em nosso benefício. O jejum não é uma barganha, nem arrogância espiritual, é uma prática salutar para a igreja, algo que estamos nos afastando por uma tendência a não esperarmos benefícios espirituais de uma busca por santificação. A igreja está deixando de se santificar, através do jejum e dá oração, algo que nos faz pigmeus espirituais em uma época que deveríamos ser gigantes, diante da imensa necessidade de nossos dias.



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