segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Os cinco solas reformados


Judas 3

INDRODUÇÃO: Amanhã comemora-se 494 anos que um monge agostiniano afixou 95 teses na porta de um castelo de uma cidade alemã, sem expressão, sendo ele mesmo desconhecido, que abalou o mundo. Estamos falando da grande Reforma Protestante. Seus efeitos ainda hoje causam fervor em nossos dias.
Pertencemos a uma igreja formada pouco tempo depois desses acontecimentos. Estamos próximos àqueles ideais que sacudiram o mundo naqueles dias. Por isso, aproveitamos este dia de culto ao Senhor para agradecer aquele dia.
Neste sermão quero chamar a atenção para os pilares da Reforma Protestante, aquilo que foi denominado em latim, os “cinco solas da Reforma”, trazendo o seguinte título para a nossa meditação: “Os cinco solas reformados”.
O texto de Judas que iniciamos mostra a importância de termos uma fé comum. Ele ao empreender esta carta, tem como objetivo preservar esta fé, bem como, exorta-nos a batalhar, lutar por nossa fé. Fé essa que foi entregue de uma só vez, aos santos. E é justamente isso que estamos fazendo nesta noite. Ao lembrar nossas doutrinas, estaremos preservando a nossa fé e daqueles que ainda estão sendo iniciados. Para tanto, vejamos os nossos pilares fazendo uma comparação com os nossos dias:

I- Sola Scriptura, somente as Escrituras (Jeremias 1.12).
a)    O que defendemos – Acreditamos que apenas a Bíblia é a Palavra de Deus e que são falsos todos os ensinos que não se possam provar biblicamente. Chamamos de Palavra de Deus as Escrituras do Velho e Novo Testamento. Em matéria de fé, não cremos em nada que venha de outra fonte, somente as Escrituras podem regular a vida da Igreja.
b)   Os nossos dias – Desde muito, sempre houve períodos que a Palavra de Deus foi esquecida e hoje não é diferente. A igreja de hoje está repleta de gurus, novas revelações e outras tantas heresias atuais. Mas se quisermos fazer a vontade de Deus, precisamos ser crentes bíblicos, tendo a Bíblia como nossa única regra de fé.

II- Sola Christus, somente Cristo (Atos 4.12).
a)    O que pensamos – Defendemos que a salvação vem apenas pelos méritos perfeitos de Jesus. Não acreditamos no mérito humano, mas no perfeito sacrifício do Senhor na cruz. É Ele que nos leva para próximo do Pai, Ele é o nosso Mediador, fonte de graça e misericórdia, é Ele quem nos livra da ira vindoura.
b)   Os nossos dias – Substituíram a mensagem da cruz e do sacrifício substitutivo por uma mensagem pragmática que visa agradar o homem. A salvação passou a ser pregada como algo possível ao homem caído. Técnicas mirabolantes foram colocadas na mensagem, enquanto se afastaram mais e mais do verdadeiro Evangelho.

III- Sola Gratia, somente a graça (Efésios 2.8).
a)    O que defendemos – Que o homem é liberto da escravidão do pecado apenas pela graça divina. Não existe nada nele que leve o Senhor a se inclinar em seu favor, mas apenas corrupção. O fato de estarmos em Cristo, não derivou de nossos merecimentos e busca, mas da exclusiva graça de Deus para míseros pecadores.
b)   Os nossos dias - Os pecadores acham-se merecedores da mercê divina, estamos quase ouvindo blasfêmias que dão conta da bondade humana e a quase necessidade de Deus salvar certos indivíduos. O “evangelho da mídia” é um evangelho que enaltece o homem e o eleva ao status de deus e não de servo, sendo uma verdadeira aberração aos olhos de Deus.

IV- Sola Fide, somente a fé (Tito 1.1).
a)    O que defendemos – Que a salvação é somente por Cristo e Sua graça, por meio da fé. Este é o ponto pelo qual a igreja permanece ou cai. A fé não é algo fabricado pela vontade do homem, mas algo conferido apenas aos eleitos. Apenas eles podem responder salvificamente a Deus e nenhum outro.
b)   Os nossos dias – Atualmente é possível ver aqueles que defendem que a salvação pode ser produzida através de certos métodos, bem como pensam que qualquer um pode manifestar a fé. Confundem a justificação como um processo comum. Ao fazerem isso estão trazendo fogo estranho para a igreja, bem como se afastando daquilo que é ensinado na Palavra de Deus.

V- Sola Deo Gloria, somente a glória a Deus (Isaías 6.3).
a)    O que defendemos – Que apenas Deus merece o louvor. Que o homem nada é diante de Deus (Hebreus 2.6). O Senhor, no entanto, é altíssimo, maior do que os céus, a terra não o pode conter. Não partilhamos sua glória com o homem, ídolos ou quem quer que seja, visto serem estas coisas idolatria. Só Ele merece a glória e o louvor, apenas Ele é o Deus da igreja.
b)   Os nossos dias – Fabricam deuses segundo a conveniência. Ou o dinheiro, ou o trabalho, ou cantores, ou pastores. Pastores se auto intitulam apóstolos, ou algum excêntrico título. Os homens são bajuladores e fazem ídolos a todo instante, parecem que nunca se livraram do romanismo.

Conclusão: Ao lembrarmos o dia de amanhã, lembremo-nos da nossa caríssima fé. Esta é a fé dos mártires, não a fé da teologia da prosperidade, do evangelho fácil e de tantos outros que pensam apenas em si mesmo. Comemore a Reforma, lembre-se do rastro de sangue que acompanha sua história. Lembre-se de seus votos diante de Deus, não seja mais propenso a este falso evangelho e retorne para Cristo e fundamentos de nossa fé comum. Esta é a melhor maneira de honrar a Deus no dia de amanhã.



sexta-feira, 28 de outubro de 2011

A REFORMA E A IGREJA BRASILEIRA

Lutero perante o imperador em Worns
Estamos a alguns dias das comemorações do dia da Reforma e no Brasil esta importante data deve ser considerada de uma maneira especial, principalmente por aqueles que se dizem herdeiros da Reforma. Estes são, cada dia mais raros em nosso país, uma vez que muitas igrejas, por opção, preferem não serem associadas às igrejas da Reforma e isso por algumas razões:

Obscurantismo – Quando me refiro ao obscurantismo da igreja brasileira, refiro-me a terrível situação de uma igreja que desassocia sua história e que parece promover uma condição de limbo histórico, quando prefere, intencionalmente, ignorar esta data e direcionar sua atenção ao confronto sobre o dia das bruxas.

O medo do calvinismo – Outra opção dessa igreja é fugir das doutrinas básicas da Reforma Protestante. O mesmo limbo que existe na questão histórica existe na doutrinária. Este também é intencional, uma vez que defende um conceito doutrinário oposto a Reforma na sua escatologia.

O medo da instrução – Até bem pouco tempo atrás esta mesma igreja brasileira era totalmente favorável a uma postura que fazia da teologia um monstro grandioso, causador da “apostasia” de muitos no meio evangélico. Estes também tinham um enorme pavor de instituições como seminários e livrarias, preferiam ver seu povo, que na maioria, procediam de classes menos favorecidas da sociedade, submersos em trevas e sem nenhuma capacidade de reflexão, para sequer ter capacidade de se entender um sermão.

Apesar de tudo o que foi dito anteriormente, não foi possível silenciar a Reforma. É impossível ignorar um evento desta magnitude. As redes sociais são indispensáveis para isso. Bem como o crescimento do conhecimento em um país em franco desenvolvimento como o Brasil. As demandas econômicas existentes forçam o povo a buscar conhecimento, o que favorece o interesse pelo estudo e pela qualificação no mercado de trabalho. Além do que a Reforma pode contribuir grandemente para o desenvolvimento espiritual da nossa nação, uma vez que os evangélicos crescem a níveis animadores em nossa sociedade. E quando cresce o interesse de Deus e Sua Palavra é necessário orientar o povo em um caminho que seja favorável para este desenvolvimento e isso a Reforma supre grandemente como nenhum outro segmento.

Finalizando, entendo que as épocas são propícias para a Reforma na igreja brasileira, apesar de saber que são grandes os nossos desafios. Inúmeros gigantes precisam ser desfeitos, como a mentalidade católica enraizada em muitos, inclusive evangélicos, além da desconfiança de um movimento ocorrido na Europa que nos remete à colonização portuguesa. Mas a Reforma não pertence a uma época, nem tão pouco a países, pertence ao próprio Deus que é o Seu Autor.  Deus seja louvado pela grande Reforma Protestante. Ela ainda é importante para nossa pátria e é isso que buscamos através das mídias e da influência das igrejas em todos os segmentos. Não descansaremos até ver esta mesma Reforma falando fluentemente o português em nosso país.



segunda-feira, 24 de outubro de 2011

O presente século e o fascínio que ele exerce em muitos ainda hoje

A expressão "presente século" aparece três vezes nas Escrituras Sagradas. A primeira vez que ela ocorre é em  Gálatas 1.4, onde em algumas traduções lemos: "O qual se deu por si mesmo por nossos pecados, para nos livrar do presente século mau, segundo a vontade de Deus nosso Pai". Em outras traduções utiliza-se a expressão "mundo perverso" como no caso da Revista e Atualizada de João Ferreira de Almeida. Neste texto o apóstolo Paulo está iniciando seu argumento aos gálatas em uma saudação que ele tenciona deixar claro aos ouvintes a tentação de dar ouvidos a doutrinas que visem nos conduzir ao apresso por este mundo transitório e isso ele fala em relação a judaização pretendida por seus adversários na Galácia. 

O segundo texto é 2 Timóteo 4.10, o mesmo apóstolo usa novamente a a expressão para enfatizar o declínio de espiritual de um homem chamado Demas, que resolve abandonar Paulo na prisão e vai para Tessalônica, provavelmente para viver uma vida de licenciosidade e promiscuidade, pelo menos é isso que parece querer dizer o apóstolo.

No último e terceiro texto, Tito 2.12, a ênfase não é negativa quanto ao presente século, mas sim positiva. Paulo orienta o jovem pastor a observar o presente século de uma maneira produtiva e adequada. Suas palavras indicam a forma de viver prudente, que pode ser reformada a partir da observância de uma  postura piedosa, regulada pelo evangelho.

É evidente, a partir dos textos fornecidos, que a expressão "presente século" não tinha nada a ver com os dias do apóstolo, ou seja o primeiro século da era cristã, mas com o amor ao mundo e com o relacionamento do cristão com este mundo mau, que ele tem que se relacionar, mesmo sem concordar plenamente com sua filosofia.

Tanto naqueles dias como nos atuais percebemos a fascinação que este mundo tem exercido em tantos atualmente. Isso faz com que a maior ameaça ao cristianismo não sejam as heresias em seu próprio contexto, mas a sedução do mundo que faz com que muitos cristãos, assim como Demas, amem este século.

Quanto a isso, uma grande soma de especulações tem sido ventiladas sobre a razão desse fenômeno, alguns tem argumentado que isso é fruto de um fenômeno global chamado "secularização", outros culpam a fragilidade dos púlpitos em nossos dias e outros ainda a opção pelo obscurantismo de muitas igrejas, como o crescimento do desinteresse da teologia e outros fatores. Acho, particularmente, que todos estes problemas citados realmente contribuem para tão grande apostasia atualmente, mas ainda falta-se mensurar o fato de que todos nós somos inclinados ao pecado e consequentemente o mundo produz grande soma de atrativos quanto a este particular, que seduz e atrai a atenção de muitos cristãos.

Os púlpitos, ao tratarem do tema, devem tratar o assunto com a ênfase doutrinária que a situação merece e não tentar mascarar a doença, oferecendo paliativos ao invés de tratar a infecção. Deve-se ainda enfatizar o fato de que somos pecadores inclinados ao mal moral. Acho que boa parte desses púlpitos estão influenciados por uma visão deficiente sobre os efeitos do pecado, além também de refletir ideologias psiquiátricas e sociológicas sobre o mal moral. Com isso, certamente, sofre a nossa concepção sobre o mal e pouco se pode combater quando o diagnóstico é deficiente.

Estes mesmos púlpitos parecem perder a prática de denúncia ao pecado. Uma pregação existencialista e reprimida não poderá alertar ao povo sobre o perigo dos andares superiores do prédio estarem incendiando, enquanto o térreo parece nada sofrer. Aqueles que estão no térreo precisam ser avisados, não com sussurros ou palavras sem preocupação, mas com gritos e clareza no falar. Muitos precisam ser avisados quanto ao perigo, não podemos nos esquecer que os pastores são profetas do Senhor, ao exemplo de Ezequiel 2.5-7 "Assim diz o Senhor. Eles, quer ouçam quer deixem de ouvir, porque são casa rebelde, hão de saber que esteve no meio deles um profeta. Tu, o Filho do homem, não os temas, nem temas as suas palavras, ainda que hajam sarças e espinhos para contigo, e tu habites com escorpiões; não temas as suas palavras, nem te assustes com o rosto deles, porque são casa rebelde. Mas tu lhes dirás as minhas palavras, quer ouçam, quer deixem de ouvir, pois são rebeldes".

O problema é que os púlpitos deixaram de ter esta características. Quanto aos escândalos, eles são inevitáveis, mais ai daqueles por onde eles chegarem (Lucas 17.1). Muitos Demas, estão destinados a aparecerem nas igrejas, quanto a isso não podemos evitar. Mas podemos alertar a igreja de Cristo quanto ao perigo que correm todos aqueles que mantiveram uma relação de amor com este mundo. Lembremos as palavras ditas pelo Senhor: "Não peço que os tires do mundo, e sim que os guarde do mal. Eles não são do mundo, como também eu não sou". (João 17.15-16). Todo aquele que quiser fazer a vontade de Deus quanto a este particular deve aproveitar a ênfase positiva que Paulo oferece a Tito (2.12), não precisamos ser inimigos do mundo, apenas precisamos nos acautelar dos seus atrativos, sabendo exatamente o que somos em Cristo.

Rogamos a Deus que os púlpitos sejam outra vez o lugar de alerta para o povo de Deus e não o lugar onde os egos são massageados para não se perder membros ou o status quo de muitos líderes hoje em dia. 

domingo, 23 de outubro de 2011

Um Sacerdote próximo às nossas aflições


Hebreus 4.14-16

INTRODUÇÃO: O livro de Hebreus é a única carta do novo testamento onde se há algumas dúvidas quanto a sua autoria. Alguns vão mais longe e defendem a autoria paulina, outros pensam ter sido Apolo, um discípulo influente do começo da igreja, mas a grande maioria prefere manter o autor no anonimato, posição mais prudente dada às dificuldades existentes.
O livro de Hebreus foi escrito originalmente para cristãos de origem hebraica, que enfrentavam problemas doutrinários relacionados a uma perspectiva judaica que fazia o evangelho inferior à Antiga Aliança. Os que defendiam esta doutrina eram conhecidos como judaizantes e buscavam adequar o cristianismo a Lei judaica.
No texto em foco, estaremos tratando de algo relativo à função sacerdotal do nosso Senhor e Seu relacionamento conosco e com nossas necessidades. Para que possamos entender melhor este ponto observemos o seguinte título: “Um Sacerdote próximo às nossas aflições”.
Tal prerrogativa nos faz ter a certeza de que jamais estaremos sozinhos em nossas dificuldades. Esse texto é imensamente consolador, ele nos fornece base para recorrermos a Cristo, para que isso seja feito a contento, observemos as maneiras apropriadas para isso:

I- Ele está próximo porque é Filho de Deus e penetrou além do véu (v.14).
Olhemos mais de perto as características deste Sacerdote:
a)    O Sacerdote é Filho de Deus – Na antiga aliança os sacerdotes deveriam pertencer a família de Levi, logo ele era semelhante as seus irmãos e sujeito aos mesmos defeitos de todos. Este nosso Sacerdote, no entanto é o próprio Filho de Deus, a segunda pessoa da Trindade, todo poderoso, o próprio Deus.
b)   O Sacerdote é grande e realizou grande obra – Por ser o Filho de Deus este Sacerdote é grande em poder, bem como a obra realizada dele também é grande, ao penetrar aos céus, Ele entra no Santíssimo lugar, lugar onde Deus está e faz intercessão por todos nós.
c)    O sacerdote nos conduz a firmeza – Tudo isso teremos acesso se estivermos firmes em nosso chamado, nossa consciência e nossa fidelidade doutrinária. Apesar de muitos defenderem uma postura menos rígida quanto a isso o fato é que nossa firmeza depende de nossa confissão, sóbria e dedicada ao Senhor para que possamos ser ouvidos por Deus.
II- Ele está próximo porque se compadece de nossas fraquezas (v.15).
a)    O nosso Sacerdote e as fraquezas – Ele não é um clérigo em um trono de marfim, Ele se compadece e sofre juntamente conosco. Isso Ele fez em sua encarnação, mas ainda hoje se mostra interessado em nossas dores e frustrações.
b)   O nosso Sacerdote e nossa humanidade – Ele não está distante de nossos dilemas e temores, nem tão pouco com nossa humanidade caída. Quando em Seu ministério terreno, como segundo Adão, Ele também sentiu as tentações que nos acometem, Ele sabe a força disso tudo e compreende bem, mas evidentemente sem pecado.

III- Ele está próximo e nos faz achegar ao trono da graça (v.16).
a)    A confiança em nos aproximarmos – Esta vem em Ele nos conceder esta certeza, não é algo que está em nós mesmos, pelo contrário, esta confiança vem dele próprio, que nos faz estarmos próximo dele, junto ao Seu próprio trono e este é o trono de graça, ou seja, que nos faz estar ali sem merecimento e recebermos também sem nenhum favor próprio.
b)   O trono e o favor divino – Lá, em apenas estarmos lá, encontramos misericórdia gratuita. Lá também achamos graça e esta em ocasião que o próprio Deus designa. Ele virá em bom tempo, de uma maneira que nos socorrerá, fazendo totalmente assistidos.

Conclusão: Queridos irmãos, a razão pela qual muitas vezes estamos perdidos frente às dificuldades é porque não estamos recorrendo a este Sacerdote. Isso nos dificulta a entrada além do véu, bem como, o não conhecimento desse trono de graça. A partir disso que falamos hoje não tenha outra saída a não ser recorrer a Ele confiando os seus problemas. Temos um Sacerdote compassivo e piedoso com acesso irrestrito. Deus nos faça sempre encontrar o Sacerdote e o Seu trono de graça para solucionarmos nossas aflições.



quarta-feira, 12 de outubro de 2011

A MÍDIA CATÓLICA E O PROSELITISMO DA TELEVISÃO BRASILEIRA


É claro que em dias como os nossos, todo recurso de áudio visual disponível é usado de uma maneira a divulgar idéias e porque não até mesmo fazer proselitismo entre as religiões existentes no Brasil.

Assim é comum que católicos e evangélicos busquem espaço quanto a este particular. Só que do ponto de vista da igualdade os evangélicos saem grandemente em desvantagem. Não que eu pense que este é o melhor meio de se buscar convertidos e membros de igreja, mas que é necessário considerar a maneira como as coisas são postas na TV brasileira. Tenho algumas opiniões a este respeito, convido-o a contemplar as mesmas.

A desigualdade – É claro que a mídia parece sempre estar inclinada a maioria. Não apenas por ser mais cômodo, mas porque esta postura ajuda a vender produtos e divulgar idéias comuns. No caso católico não é necessário nem mesmo lutar muito por espaços, visto que a esmagadora maioria das televisões brasileiras são dirigidas por pessoas ligadas a esta igreja ou simplesmente pretendem ficar neutras quanto a este particular, algo que contribui para o crescimento da mídia católica romana.

É tradição em nosso país, mais especificamente em todo feriado religioso mostrar-se as celebrações católicas em períodos escancaradamente privilegiados. Enquanto que os eventos ligados aos evangélicos não dispõe de nenhum destaque e quando não, recebem notas pequenas e inexpressivas.

As igrejas evangélicas – Estas não são nem de perto o quadro religioso brasileiro, ou seja, as igrejas que aparecem na televisão não refletem todas as características do cenário encontrado no Brasil. Não são representantes de nada, mas apenas representam suas próprias idéias e são divulgadoras de proselitismo denominacional, geralmente centrado em um tele evangelista carismático. Elas também são responsáveis em onerar os horários das mídias seculares, o que inviabiliza a igualdade na TV brasileira no que concerne a divulgação da grande maioria das igrejas.

O ideal para o espaço religioso – Não é aceitável em um país democrático que qualquer mídia ou grupo televisivo seja abertamente religioso. Cada indivíduo que trabalhe nestes grupos tem o direito de manifestar a sua fé, seja em que for, porém, não é correto que grupos televisivos que tem suas concessões administradas pelo poder público dêem mais espaço a religiões mais aceitas por eles. Isso digo, no caso também de haver uma televisão que seja evangélica ou de qualquer outro credo. Espaço igualitário deveria ser o mínimo a ser buscado e posto em prática nas mídias televisivas, ao invés de trazerem um conteúdo abertamente proselitista.

A corrupção política e religiosa quanto a este particular – Boa parte daqueles que são eleitos e trazem consigo alguma bandeira denominacional são eleitos basicamente para fomentar esses conglomerados religiosos. Isso corrompe não somente a função deste parlamentar, mas também as próprias igrejas que eles representam. É preciso lamentar tal postura proveniente de ambas as partes e lutar para que uma mentalidade, sobretudo, democrática seja desenvolvida. É claro que em outras questões é possível que estes parlamentares manifestem suas questões éticas e religiosas, porém, nunca pervertendo sua função.

Hoje, em um dia que um feriado e tantos outros servem como plataforma proselitista, devemos lutar para que tão grande retrocesso não seja desenvolvido. “O Brasil é um país laico”, algo tão bradado por muitos, mas que na realidade, tem sido apenas para aprovar leis que favorecem a falta de debate social e não necessariamente em todas as questões que envolvem o relacionamento Igreja-Estado. Uma nação desenvolvida deveria buscar este equilíbrio e não favorecer a desigualdade entre as religiões. Algo do que digo neste post parece soar bastante utópico, mas esta deveria ser a postura a ser tomada.

Lamento nossa situação atual e rogo a Deus que Sua Palavra cresça, mesmo a despeito de tão grande proselitismo.   

  

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Dois caminhos e uma única saída


Mateus 7.13-14

INTRODUÇÃO: Num mundo confuso como esse em que vivemos atualmente, muitas verdades também parecem ser confusas em sua essência. Um exemplo marcante a este respeito é a que estamos diante nesta noite, a doutrina da salvação. Aqui o Senhor nos apresenta a salvação como dois caminhos distintos. Só que aos olhos da atualidade a salvação depende de uma série de fatores, ou de uma miríade de propostas religiosas que redundam neste objetivo.
Somos um país religioso. E todos por aqui acreditam na vida após a morte. A maioria dos conceitos a respeito da vida após a morte dá conta de um lugar de gozo e sossego para as almas aflitas. Mas a Bíblia esta longe de ser um livro conciliatório. A sua verdade exposta é axiomática. Então partindo da idéia que ela, a Bíblia, não reflete este caráter confuso, sugiro a contemplação do seguinte tema: “Dois caminhos e uma única saída”.
Justifico o título da seguinte maneira. Esqueça o que foi dito por muitos a respeito da salvação. Contemple apenas o infalível argumento do Mestre a este respeito e veja que não são tão grandes as possibilidades assim. Vejamos isso mais de perto analisando estes dois caminhos com uma única saída apenas:

I- O primeiro caminho, a porta larga (v.13)
O Senhor começa seu argumento apresentando logo de pronto o caminho verdadeiro e algumas questões ficam claras a este respeito, vejamos então:
a)   A questão do entrar – Alguns ao verem este texto pensam que o Senhor coloca sobre nós a responsabilidade de encontrarmos a porta, só que o há aqui é uma indicação a respeito de onde encontraremos a porta. É de fato um imperativo, tem como objetivo deixar claro que se trata de uma ordem, por isso a frase está nestas condições.
b)   A porta é estreita – Eu costumo dizer que não é por acaso que esta porta é estreita. Ela tem como objetivo nos fazer pensar naquilo que aos nossos olhos parece desonroso e sem fama. De fato ela é pequena a fim de nos humilhar, nos fazendo ajoelhar.
c)    A porta larga – Aqui Ele muda o foco, que já não é mais na estreita, mas na larga. Essa simboliza o mundo e o caminho deste. Aponta para o caminho das massas. A estrutura da porta dá conta da quantidade que passam por ela, é larga e confortável para os que passam, mas ela não conduz a um caminho confiável, mas a um caminho de morte e destruição. Mas, o mais incrível que isso possa parecer, aqueles que estão passando por ela não se dão conta disso.

II- O segundo caminho, a porta estreita (v.14)
O Senhor aqui retorna sua atenção para a porta mais importante, que a despeito de não ser popular é a mais excelente, vejamos o que Ele nos diz:
a)   Ela é estreita e apertada – A estrutura da porta dá conta daquilo que ela significa. Ele não é grande e espaçosa como a outra, mas estreita e apertada, uma vez que aqueles que passaram por ela não são muitos, comparando com a outra.
b)   O significado da porta – Esta é um acesso conduzindo a um lugar, assim como a outra que conduz a reprovação e condenação, esta conduz a vida com Deus, é a salvação em termos claros e bíblicos, sem dúvida, sem sofisma, mas claramente anunciada.
c)    Aqueles que entram – Estes são poucos, mas são exatamente aqueles que deveriam passar por ela. Deus não se preocupa com número. Todo aquele que quer ratificar um movimento ou algo importante fala em termos de número, daqueles que abraçam a idéia, mas no conceito do Reino não está aqui o desejo de que sejam muitos, mas aqueles por quem o Senhor se agradou morrer, o fruto de Seu amor eletivo e não a multidão, as massas e a fama.

Conclusão: O mundo de hoje pensa que a salvação é algo fácil de encontrar, mas este texto mostra primeiramente que não existem vários caminhos, segundo que a salvação não é algo fácil e terceiro que são poucos aqueles que encontram. Talvez você esteja querendo saber como encontrar esta porta, a resposta está em João 10.9 “Eu sou a porta. Se alguém entrar por mim, será salvo; entrará, e sairá, e achará pastagem.”
Esta porta, Jesus, tem sido pedra de tropeço e rocha de escândalos (1 Pe 2.8) para muitos, mas a todos os quantos o receberam deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, a saber, aos que crêem em Seu nome (Jo 1.12). Se você já encontrou esta porta saiba que ela nada tem a ver com este mundo e que é totalmente diferente dele. Viva conforme esta porta e abomine o caminho da multidão que é caminho de morte e sofrimento. Mas a porta, Cristo, é vida e pastagem segura a todas as ovelhas. Ó bendita esperança que têm os eleitos, louvado seja Deus por infida graça, amém.