segunda-feira, 9 de julho de 2012

O Deus da Bíblia e Sua ira


Naum 1.5-6

Uma das grandes mentiras existentes em nossos dias é a apresentação de Deus como um Deus meramente amoroso. Que nos perdoa irrestritamente, sem ao menos serem bíblicos em sua apresentação de quem é Deus genuinamente. Deus é amor evidentemente, mas outra verdade a seu respeito é que Ele também é justiça.

Muitos crentes pensam assim, mesmo tendo mais textos que falam da ira de Deus, de Sua justiça e de sua indignação do que textos que falam de Seu amor. Os néscios desses tempos estão influenciando a imagem de muitos crentes quanto ao Seu Senhor. Eles estão, por não quererem se deparar com um Deus que é justiça, por estarem sempre desejando escaparem dessa justiça, inventando um deus que é simplesmente  permissivo.

Nós precisamos entender que não nos encontraremos com um ídolo, mas com o Deus da Bíblia, que não é um fantoche inventado, mas um Deus santo irado contra o pecado.

Diante disso, gostaria que a igreja refletisse comigo no seguinte título: “O Deus da Bíblia e Sua ira”. 

A Bíblia está repleta dessa grande verdade a respeito de Deus. Não somente o Antigo Testamento afirma isso, mas também o Novo. Precisamos, então, analisar essas passagens observando qual é o motivo de Deus estar irado e porque essa ira não afeta Sua santidade. Vejamos as seguintes verdades:

I- Porque Deus está irado? (Rm.1.18)
Deus está irado por causa do pecado – Essa ira não é apenas uma insatisfação passageira, semelhante à ira do homem, mas uma abominação entranhável acerca do não comprimento de Sua Lei.

Deus não tem uma ira pecaminosa – Diferentemente do homem que nutre uma ira pecaminosa pelos seus inimigos, Deus está irado de uma maneira santa e fiel. Ele odeia a rebelião e a descrença perniciosa dos ímpios. Sua ira é santificada pelos Seus motivos justíssimos de amor por Sua própria glória.

II- Porque Ele não poupou seu Filho da ira (Isaías 53.10)
O Filho como alvo da ira – Nem mesmo o Filho Eterno de Deus escapou da ira divina. O texto de Isaías 53.5 é claro quanto a este ensino. Ele, antes de morrer estava no “lugar da prensa” (Getsêmani), Lucas 22.40-46, onde frente a imensa agonia que sentia chorou gotas de sangue (v.44). Antes de receber aqueles que lhe entregariam ao tribunal, bradou “Meu Pai, se possível, passe de mim este cálice! (Mt. 26.39). Na cruz, antes de morrer, suas palavras demonstravam a imensa agonia que sentia “Deus meu, Deus meu, porque me desamparaste?”(Mc.15.34). As maiores aflições de Cristo em Sua morte não foram as lanças, cusparadas, acusações infundadas, humilhações, mas a ira de Deus, quando Ele levava nossos pecados.

Ele não poupará a humanidade de Sua ira (Na 1.3) – Não nos enganemos, Deus não deixará os pecados dos homens impunes, Ele já está fazendo isso agora mesmo, ou seja, punindo a humanidade com mortes, aflições, epidemias, doenças incuráveis e toda sorte mazelas. Nos crentes essa punição recaiu sobre Cristo, mas não significa que eles estão livres da ira temporalmente, eles poderão sentir o braço de Deus tão logo sejam negligentes com Suas obrigações (1 Pd 4.7).

III- O inferno e a ira de Deus (Lc 10.13-16)
O inferno é a manifestação da ira final (Mt 10.28) – O terror que o inferno produzirá nos réprobos será maior do que todas as aflições que neste mundo caído podemos ter. O inferno destina-se a ser o fogo consumidor da justiça de Deus, nas palavras de A. W. Pink “o inferno é mantido eternamente da mesma maneira que Deus mantém o céu”.

O terror daqueles dias de juízo (Lc 21.20-24) – A inauguração do inferno não será esquecida por toda a eternidade. A ira do Senhor fará daquele dia o dia da justiça do nosso Deus, onde Ele estará triunfando sobre seus adversários. Será um dia de júbilo e não de tristeza para a alma de todos os eleitos que se alegrarão grandiosamente (Ap 19.1-3).

Você deve estar se perguntando o porquê de um sermão como esse, que fala de temas tão desagradáveis e horrendos? Eu, como pregador devo pregar toda a Palavra de Deus e entendo que a ira de Deus faz parte dessa mesma Palavra. Outro dia eu posso lhe falar do amor de Deus e nossos corações estarão alegres com essa grande realidade, mas hoje preciso ratificar a importante doutrina a respeito da justiça de Deus e Sua ira. 
Não nutra em suas impressões o engano de pensar em um deus que não passa de um ídolo. Lembre-se que as verdades de Deus são para o nosso bem, para o bem dos crentes e daqueles que tiveram suas almas e pecados perdoados. Lembremo-nos dessas palavras “os ímpios não são assim; são, porém, como a palha que o vento dispersa” (Salmo 1.4). 

Sigamos a seguinte recomendação: “Ora, não tendes chegado ao fogo palpável e ardente, e à escuridão, e as trevas, e à tempestade, e ao clangor da trombeta, e ao som de palavras tais, que quantos o ouviram suplicaram que não lhes falasse mais, pois já não suportavam o que lhes era ordenado:
Até um animal, se tocar o monte, será apredejado.
Na verdade, de tal modo era horrível o espetáculo que Moisés disse: Sinto-me aterrado e trêmulo!
Mas tendes chegado ao monte Sião e à cidade do Deus vivo, a Jerusalém celestial, e a incontáveis hostes de anjos, e à universal assembleia e a igreja dos primogênitos arrolados nos céus, e a Deus, o Juíz de todos, e aos espíritos dos justos aperfeiçoados, e a Jesus, o Mediador da nova aliança, e ao sangue da aspersão que fala cousas superiores ao que fala o próprio Abel.
Tende cuidado, não recuseis ao que fala. Pois, se não escaparam aqueles que recusaram ouvir quem, divinamente, os advertia sobre a terra, muito menos nós, os que nos desviamos daquele que dos céus nos adverte, aquele, cuja voz abalou, então, a terra; agora, porém, ele promete, dizendo: Ainda uma vez por todas, farei abalar não só a terra, mas também o céu. 
Ora, esta palavra: Ainda uma vez por todas significa a remoção dessas coisas abaladas, como tinham sido feitas, para que as cousas que não são abaladas permaneçam.
Por isso, recebendo nós um reino inabalável, retenhamos a graça, pela qual sirvamos a Deus de modo agradável, com reverência e santo temor; porque o nosso Deus é fogo consumidor” (Hebreus 12.18-29). 




terça-feira, 12 de junho de 2012

O ensino de Cristo sobre o divórcio


Mateus 19.3-12

Fica evidente que ao longo dos anos o casamento cristão tem sido alvo de um duro golpe, o aumento do divórcio. Partindo do princípio que o casamento é uma instituição divina e como tal é mantido e abençoado por Deus, nada é mais natural do que a preservação da igreja por este tão importante princípio. Mas, quanto a isso, vemos alarmados o aumento impressionante do divórcio entre aqueles que são crentes. Nossa preocupação, então, é recorrer ao ensino de Cristo, quanto a esse particular, conforme exarado nesse texto, para que possamos ser alertados quanto às consequências do divórcio para todos aqueles que não estão levando a sério essa questão.

Na presente ocasião, o Senhor está exercendo seu ministério na região da Galiléia, precisamente na região da Peréia. Esse período envolve os capítulos 19 e 20 de Mateus. O Senhor tencionava alcançar Jerusalém, esse era o propósito dele, conforme 20.17,18. Já nessa altura os sacerdotes, escribas e fariseus tencionavam incriminá-lo em Seu ensinamento (v.3).

Para que possamos estar atentos quanto ao ensinamento do Senhor, com a intenção de obedece-lo e não que questioná-lo sugiro um título: “O ensino de Cristo sobre o divórcio”. Vejamos quais são as bases desse ensino de acordo com o texto:

I- O casamento criação, homem e mulher, uma só carne (vv.3-6). 
A argumentação levantada por Cristo é suscitada pela indagação de homens que desejavam por a prova o ensino de Cristo (v.3). Vejamos como isso é desenvolvido em nosso texto.

a) A pergunta teste (v.3) – É evidente que a pergunta em questão é deveras capciosa. Tinha como objetivo avaliar se o ensinamento de Cristo estava de acordo com a Lei chamada mosaica. Se estivesse, confirma a “autoridade”, senão, o Senhor poderia ter seu ensino qualificado como heterodoxo.
b) Argumento da criação (v.4) – O Senhor defende seu argumento a partir do ensino sobre a criação. Nele o Senhor enfatiza que o casamento é concebido entre um homem e uma mulher, a partir do objetivo em se criar dois seres que se completam.
c) Uma só carne (v.5) – A união entre esse homem e essa mulher reveste-se de algo singular, sendo o mesmo eminentemente espiritual e corporativo. Uma só carne também pode ser colocada como unidade de pensamento, volição e empreendimento. Algo único para os cônjuges e não condicionado a novas uniões vindouras.
d) Algo indissolúvel (v.6) – Essa união é ratificada nos votos propostos que fazem essa união. Esses votos são sagrados e feitos perante Deus, sendo eles irrevogáveis (Rm 11.29). Sendo propósito divino não podem ser destruídos pelo homem. 

II- Moisés institui o divórcio como concessão e não como mandamento (vv.7-8)

a) Moisés e o divórcio (v.7) – A referência feita é a Dt. 24.1-4. Nesse texto Moisés tem duas preocupações 1) Preservar a mulher para que não morresse, sendo acusada de adultério estando ela só; 2) Não permitir que aquele que deu carta venha ter relacionamento com sua ex-mulher, depois do divórcio.
b) A interpretação de Cristo (v.8) – O Senhor Jesus não foge do problema suscitado, ou seja, Moisés ter permitido o divórcio, no entanto, ele explica que a razão dessa atitude reside na dureza do coração pecador, que desprezou o ensino e resolveu empreender a dissolução do que Deus estabeleceu.

III- O ensino de Cristo quanto ao divórcio (v.9)

Nesse verso temos o ensino básico do Senhor acerca da relação marital. Ele delineia isso mostrando o seguinte:
a) O repúdio – O mesmo que divorciar hoje em dia, não pode acontecer, senão pela condição de traição. Esse ensino é autoritativo e permite a pessoa ofendida o divórcio, ficando passível de contrair novas núpcias, uma vez que a parte ofensora fica como se estivesse morta.
b) O adultério – Ao casar-se segunda vez, ambos, cometem adultério. Eles estarão em adultério enquanto viverem nessa situação, sendo restituídos a uma nova condição em Cristo apenas segundo o beneplácito divino. Não cabe a nós determinar o fim desta circunstância.

IV- Os eunucos e a consagração ao Reino de Deus (vv. 10-12).

Aqui temos um tema subjacente, por causa daquilo que foi dito por um dos ouvintes “Se essa é a condição do homem relativamente à sua mulher, não convém casar.” Esse ainda hoje é o argumento quanto ao casamento, ou seja, que só convém se o divórcio for permitido. Essa não é uma defesa recente, mas algo já enfrentado anteriormente. Depois disso vemos algo sobre a consagração de alguém que se dispõe a viver sem o casamento, vejamos isso:
a) O celibato é um dom (v.11) – Essa defesa desnorteia o argumento dos católicos quanto ao celibato. Jesus diz aqui que esse é um dom dado por Deus e não uma obrigação para o clero. Nesse entendimento estão o apóstolo Paulo e Barnabé, além do próprio Cristo.
b) Os eunucos do Reino (v.12) – Esses não se fizeram assim, nem foram feitos pelos homens, mas foram consagrados por Deus, com o consentimento deles próprios, por causa do Reino, mas está apto para isso apenas aqueles preparados para isso.

A igreja ainda hoje deve estar ciente desse ensino, visto que não somos conduzidos por uma cultura pagã, mas por aquilo que nos ensina a bíblia. O divórcio é uma violação da vontade de Deus, logo não podemos violá-la ao nosso querer apenas. Deus nos condiciona a obediência a Sua vontade e neste particular que alimentemos matrimônios maduros, duráveis e deleitáveis para a glória de Deus. Deus nos faça entender esta verdade, amém. 

domingo, 6 de maio de 2012

Quando nossa sabedoria é algo meramente humano


1 Reis 10.1-13

Os nossos dias enquanto nação são grandemente promissores. Em várias regiões do nosso país as pessoas estão saindo da pobreza e entrando na classe média. Vários campos de trabalho estão sendo abertos em diferentes regiões o que nos faz estarmos com nosso otimismo em dia. Com o crescimento do progresso cresce a necessidade de aumento do conhecimento, não somente nos setores econômicos, mas também em tudo que nos chega a mão.

O texto em questão fala-nos da época de ouro de um homem extremamente importante na história mundial, o rei Salomão. Ele era filho do grande rei Davi. Homem guerreiro que deu forma ao reino de Israel, mas também conhecido por sua fé em Deus. Salomão, apesar de ser filho de crente, precisava também demonstrar sua fé, algo que ele falha em fazer, conforme 1 Reis cap.11. 
Salomão fica marcado por sua sabedoria, apesar dessa mesma sabedoria não apontar para o objetivo correto. Nós também somos tentados a aumentar nosso conhecimento, só que esse deve buscar a glória de Deus. É nisto que se fundamenta nossa mensagem de hoje, a qual merece um título: “Quando nossa sabedoria é algo meramente humano”.

Devemos tomar cuidado para que não nos afastemos do Senhor em nenhuma condição de nossa vida, mas quão tentador é especularmos e nos desviarmos da simplicidade do evangelho (2 Coríntios 11.3), dando lugar as nossas próprias ideias ou as ideias dos outros. Isso não é comum apenas aos estudantes de hoje, mas a todos nós, por isso vejamos como fazer para que nossa sabedoria seja usada para a glória de Deus.

I- Ela deve revelar a Cristo e não a nós mesmos (1 Reis 10.1-13)
a) A sabedoria vem de Deus (1 Reis 3.11-12) – A sabedoria que Salomão pede a Deus vem num momento crucial da história de Israel, momento de transição de reinos e momento de grandes construções do povo de Deus. Salomão é um rei único na história, visto que reina, quase toda sua vida, sem guerras. Mas sua sabedoria cumpre apenas aquilo que foi determinado por Deus, faltando ainda o reconhecimento de onde vinha a mesma.
b) A fama de Salomão (1 Reis 10.1-13) – A fama do rei sábio corre o mundo. Ele é cantado em todos os lugares, está fama chega aos ouvidos da rainha de Sabá. Ela vem no intento de tirar suas dúvidas quanto a questões difíceis que não são mencionadas. Salomão parece as tirar, pois, é retribuído com presentes. A rainha observa a riqueza desse rei e o encontro fica registrado para celebrar essa sabedoria.
c) A saberia cumprindo apenas o objetivo (v.9) – Apesar de nesta parte a rainha exaltar o nome de Deus, isso ocorre em razão da disposição da mesma em ir até esse conhecimento glorioso, mas não para ver a opulência do rei Salomão. Aplicando ao nosso caso, podemos até mesmo parecer eloquentes e revelar Cristo aos outros, mas se essa sabedoria não refletir Cristo em nosso caráter, seremos apenas como meros instrumentos e não conseguiremos efeitos para nossa própria vida. 

II- A sabedoria divina é espiritual (1 Coríntios 2.6-10)
Paulo, ao escrever aos coríntios, nos mostra como essa sabedoria deve ser aplicada e entendida pelos crentes. Vejamos seu ensino:
a) Uma sabedoria para os experimentados (v.6) – Esses ‘experimentados’, são aqueles que foram chamados, não nos bancos da faculdade, mas como povo escolhido para ser revelado os mistérios divinos. Esse conhecimento vem não para os poderosos, mas para aqueles que são alvo da graça.
b) Uma sabedoria para a nossa glória (v.7) – Essa sabedoria está oculta a aqueles que ainda não nasceram de novo. Sabedoria que revela a graça de Deus a aqueles que a recebem, pois esse conhecimento é um conhecimento glorioso.
c) Uma sabedoria do conhecimento de Cristo (v.8) – Paulo afirma que essa sabedoria faz nutrir no crente um sentimento de culto ao Senhor, algo que ficou ausente no julgamento de Cristo pelos poderosos de sua época.
d) Uma sabedoria ainda incompleta (v.9) – Mesmo apesar de tudo que recebemos, ainda há muito para prosseguirmos. Deus ainda nos dará a conhecer muito mais a aqueles que nele esperam.
e) Uma sabedoria espiritual (v.10) – Por conhecer todos os acessos de Deus, essa sabedoria nos ensina a respeito desse próprio Deus. Conhecimento espiritual para aqueles que vivem espiritualmente.

III- A verdadeira sabedoria nos faz alcançar a salvação (Lucas 11.31). 
O Senhor Jesus ao referir-se sobre o empenho da rainha de Sabá, nos concede as seguintes informações:
a) Um enorme privilégio – Ela, pela fidelidade que demonstrou, estará na posição de crente no dia do juízo, julgando Israel por seu testemunho fiel.
b) Uma enorme dedicação – Ela tem seu empenho reconhecido, pois veio “dos confins da terra”, para ouvir Salomão, alguém que lhe apresentou o Salvador.
c) Jesus é maior do que Salomão – Isso significa que nossos esforços acadêmicos e devocionais devem ter também o mesmo foco, ou seja, a busca pelo conhecimento de Cristo. Este é espiritual e uma vez adquirido não pode ser desprezado por nenhum crente.

Somos grandemente privilegiados por Deus por termos na mão tão gracioso conhecimento. Esse conhecimento transcende o conhecimento da retórica, metafísica e da matemática, porque nos aponta para um caminho glorioso. É inadmissível que sejamos displicentes com este conhecimento, dormindo durante os sermões e fazendo ouvido de mercador durante a instrução pelo ensino. A rainha de Sabá será testemunha para a ruína de Israel, bem como para todos que não desejarem o conhecimento de Cristo, mesmo em nossos dias, “porque veio dos confins da terra”. Saia dos “confins” de sua ignorância e adquira ardentemente o conhecimento de Cristo.






quarta-feira, 25 de abril de 2012

O cuidado de Deus por Seu povo

O texto de 2 Reis 4.42-44, onde Eliseu supre a carência de alimento de 100 homens com apenas vinte pães de cevada e espigas verdes, nos fazem contemplar a imensa provisão divina às nossas necessidades mais básicas. A comida, as vestes, o sustento diário, nossos empregos, enfim, aquilo que não pode ser considerado luxo nem esbanjamento é aquilo que qualquer homem deseja para si mesmo ou para aqueles que estão consigo. No entanto, em uma vida onde parecemos estar em meio a lutas constantes, por dentro e por fora, somos inclinados a pensar que nem sempre alcançaremos êxito em questões que muitas vezes de tão básicas nos parecem, nosso direito, ou mesmo não concordamos que elas nos faltem.

A bíblia nos lembra, através de exemplos, para lá de claros, que o Deus que servimos é um Deus supridor. Deus que se agrada em conceder dádivas graciosas a seu povo. Muito embora as situações sejam contrárias e adversas. No entanto, Deus demonstra o Seu amor eletivo e especial por Seu povo que nEle espera, fazendo-os não somente serem alvo de Seu favor, mas também fazendo-os entender que em todos os instantes Ele estará suprindo as Suas necessidades no que for possível ou impossível.

Quanto aos descrentes, aqueles que não nutrem a mesma esperança, a bíblia nos informa que Deus faz nascer o Seu sol sobre justos e injustos (Mateus 5.45), logo eles também são alvo da misericórdia de Deus, só que por não serem gratos por este suprimento gracioso, muitas vezes sendo arrogantes, crendo que suas próprias mãos conseguem o seu próprio sustento, bem como atribuindo a ídolos ou deuses falsos tal manutenção, aumentam para si mesmos os seus próprios pecados. Ao recusar o favor gracioso de Deus, especialmente designado, naturalmente para todos, não conseguem entender "a largura, e o comprimento, e a altura, e a profundidade e conhecer o amor de Cristo, que excede todo entendimento" (Efésios 3.18, 19).

Esses fatores nos ajudam a entender a razão pela qual o Senhor vem suprindo a Sua igreja ao longo dos séculos. De fato, a prova mais evidente de que Deus não desampara a Sua igreja é ver Sua providente mão em momentos dos mais diversos. Momentos onde essa mesma igreja parecia ter desaparecido em razão da pouca importância ou da pouca influência em tempos áridos. Momentos onde inimigos poderosos ameaçavam riscar essa igreja do mapa, sem, contudo, conseguirem êxito. Enfim, Deus guardou e guarda o Seu povo amado. Em nada lhe impropera, mas em tudo supre aqueles que são "a menina dos olhos do Senhor" (Zacarias 2.8).

A nutrição do Senhor ao Seu povo é farta e abundante. Não serve para os corações opulentos e acostumados com as vaidades e riquezas deste mundo enganador, mas para o louvor daqueles que tiveram seus olhos aclarados pela santa vocação dos eleitos. Aqueles que conseguem ver o cuidado e o amor paternal de um Deus que cuida dos Seus. Um Deus amoroso que nunca nos abandona, mesmo quando estamos na região da sombra da morte, em lugares tenebrosos de sequidão de estio. O solo do coração de Deus sempre é produtivo e gracioso para os Seus eleitos e nunca nenhum bem sonegará a Seu povo. Quão grande graça é ser cuidado por um Deus amoroso, quão distante laboram aqueles que põe a força em seu braço e voltam-se para os ídolos. Quanto a nós povo de Deus, nos alegramos em toda a graça recebida dia a dia por esse gracioso e portentoso Deus. Aleluia.

segunda-feira, 2 de abril de 2012

Os adoradores imediatistas e a verdadeira fé


João 6.26

Sem dúvida nada ilustra mais o engano de muitos nessas épocas do que esse texto que estamos hoje contemplando. Muitos pensam que ganharão o favor da divindade apenas por realizar algo ou pertencer a um determinado movimento.

No texto em questão, nós vemos que o Senhor pode colocá-los em seu devido lugar, e demonstrar que certas ideias tão comuns nesses dias com relação à religião não passam de um grande engano. Vejamos atentamente a verdade a esse respeito, contemplando primeiramente um título: “Os adoradores imediatistas e a verdadeira fé”.

Na ocasião que observamos esse texto, o Senhor estava na Galiléia, realizando a obra de Deus por meio de milagres e proclamação da Palavra. Ele realiza um milagre grandioso, alimenta a multidão de mais de cinco mil homens apenas com cinco pães e dois peixinhos (vv.1-14).

Os homens que foram alimentados no dia anterior percebem que Jesus não estava mais ali e correm atrás dele, mas ao contrário de uma boa recepção, eles recebem uma lição que serve para todos nós nessa época. Vejamos então o que Ele tem para nos ensinar:

Eles não o buscavam sinceramente (vv.26-27).
Certamente o Senhor conhece os que lhe pertence, logo Ele também conhece os corações dos homens e não seria enganado tão facilmente.

- Adoradores do próprio ventre (v.26) – Nada é mais deplorável do que observar que estes que buscavam o Senhor estavam na realidade tentando cultuar seu próprio ventre. Pode ser engraçado o entendimento de que eles estavam interessados na comida, mas hoje em dia existem aqueles que fazem o mesmo, achando que também podem enganar o Senhor, com respeito às suas motivações.

- Adoradores do objetivo errado (v.27) – Jesus percebe qual é esse objetivo. Era o trabalho pela comida perecível, a partir disso, Ele apresenta a verdadeira comida que devemos trabalhar, esta é espiritual e ratificada pelo selo de Deus.

Eles não compreenderam a obra de Deus (vv.28-33).
- Uma pergunta hipócrita (v.28) – Eles não estavam interessados nas obras de Cristo, como fica evidente na defesa que fazem de Moisés (v.31). Eles tinham interesse de se manterem em sua religiosidade, logo, não buscavam conhecer e obedecer a Cristo.

- Apenas crer (v.29) – Jesus parece não oferecer algo muito grande para ser feito, mas recomenda apenas crer. O problema é que isso não estava dentro da capacidade deles, nem de ninguém, pois a fé é um dom exclusivo de Deus (Ef. 2.8), e é restrita aos eleitos (Tt 1.1).

- Uma proposta hipócrita (vv.30-31) – Eles queriam pôr Cristo à prova, como se aquilo que tinham visto no dia anterior não fosse suficiente. Ao contrário disso pedem mais sinais, querem ver mais de Cristo, no entanto queriam apenas se justificar diante da velha religião que professavam.

- A verdadeira comida é o próprio Cristo (vv.32-33) – Eles, corretamente lembram que o maná do A.T. veio do céu, mas não percebiam que estavam diante da verdadeira comida espiritual que é o próprio Cristo. Ele foi dado pelo mesmo Deus que deu o maná, mas diferentemente daquele, os efeitos desse pão do céu nos dá a vida eterna a todos os que lhe experimentam.

III- Eles não podiam compreender porque não eram eleitos (vv. 34-40).
- Um pedido inútil (v.34) – Apesar de fazerem o certo, pedir, eles não foram atendidos, qual é a explicação? Que ainda continuavam com a mesma hipocrisia. O desejo por este pão não era sincero, nem tão pouco estavam eles cientes de que precisavam dele.

- Jesus o pão da vida (v.35) – Duas atitudes são requeridas aqui, ir e crê. Eles tinham ido, mas ainda incrédulos, portanto, não atenderam essa exigência, ainda restava o crer e isso também não estava sendo realizado por eles.

- Eles não criam em Cristo (v.36) – Eles estavam presos à incredulidade natural ao homem sem Deus, bem como a hipocrisia e a religião pragmática de seus pais, por isso não podiam ser chamados de crentes.

- O efeito real dos que veem (v.37) – Contrastando o ir daqueles que não buscam firmemente, o Senhor mostra como os que buscam eficazmente buscam de forma completa. Eles são dados pelo Pai a Cristo, depois eles vão a Cristo e depois disso jamais serão lançados fora.

- A vontade de Deus é a salvação dos eleitos (v.38-40) – Cristo cumpre a vontade de Deus, que é boa, perfeita e agradável (Rm 12.2). A vontade não é dele próprio, mas do Pai. Essa vontade dá conta que nenhum dos eleitos perecerá, mas que seja ressuscitado no último dia.

Evidentemente que há grande diferença naqueles que buscam o Senhor de forma hipócrita e aqueles que são enviados a Cristo pelo Pai. Aqueles não o buscam para se satisfazer em Cristo, mas para se auto satisfazerem em suas próprias cobiças. O deus deles é o próprio ventre e não o Senhor. Aqueles que buscam o Senhor como eleitos, o recebem como aqueles que nunca terão fome e sede e que jamais serão lançados fora, recebendo por fim o Reino prometido aos eleitos, desde a fundação do mundo, em amor (Mt.25.34). 


terça-feira, 27 de março de 2012

UMA CONVERSA INFORMAL SOBRE O CRISTIANISMO


(Conversa hipotética entre um crente do século XVI e outro dos dias atuais)

Crente século XVI – Caríssimo irmão é um grande privilégio conversarmos sobre nossa fé comum, ainda que estejamos separados por quase cinco séculos. Gostaria muito de saber dos avanços da causa de Cristo nos seus dias. Importa se lhe fizer algumas perguntas?

Crente atual – Claro que não, digníssimo irmão. Eu é que me sinto honrado em conversar com alguém que esteve em uma época tão distinta de nossa história, fique a vontade para me fazer as suas perguntas.

Crente século XVI – Acredito que você está informado de nossas agruras no passado. De como labutamos por reformar a religião vigente em nossa época e como o Senhor nos concedeu graça de prevalecermos contra os nossos adversários. Gostaria de saber como andam eles e que tipo de adversários vocês têm nestes dias?

Crente atual – Estimado irmão, ainda contamos com muitas lutas para mantermos nossas convicções. Os mesmos inimigos do passado ainda prevalecem, de fato, eles receberam um duro golpe em sua época, porém ainda persistem, com suas mesmas idolatrias e dogmas ultrapassados, mas agora eles mantêm um discurso mais moderado, nos chamando de irmãos separados e empreendem esforços para unir todas as igrejas cristãs em algo chamado de ecumenismo. Na realidade nossos maiores inimigos são aqueles que estão dentro daquilo que chamamos “evangelicalismo”, aqueles que se parecem conosco e não são e que são contados como se fossem evangélicos.

Crente do século XVI – Ora, irmão. Em nossos dias também tínhamos nossos opositores que surgiram em nosso meio. Eles eram conhecidos como anabatistas e místicos e nos trouxeram muitos males. Quais são os inimigos da igreja de Cristo nesses dias e quais são suas doutrinas.

Crente atual – Os inimigos da igreja atualmente, travestidos de ovelhas são aqueles que anulam a cruz de Cristo e fazem do Seu sacrifício algo menor do que nada. Eles dizem que podem salvar a si mesmos e quando dão alguma parte a Cristo dizem que Ele possibilitou a salvação apenas, mas não que Salvou eficazmente os eleitos que Ele mesmo comprou com Seu precioso sangue. Alguns deles continuam acreditando em teologias místicas e pensam que Deus atende uma agenda evocada por líderes poderosos que fazem “grandes sinais”, como curas, línguas estranhas e que podem até mesmo falar com uma palavra de revelação divina. Mais recentemente, alguns grupos passaram a crer que não podem ser pobres e que a riqueza pode ser adquirida com a frequência em alguma reunião realizada pela igreja e por chamadas “campanhas”, onde se pode comprar, através da oferta, a bênção do Senhor. Esses são um grupo grande que não pregam a conversão e que mantém grandes impérios econômicos de mídia e em geral enfrentam processos na justiça.

Crente século XVI – Em nossa época já existiam pessoas assim, como mencionadas por você, esses eram conhecidos como semi-pelagianos e mais tarde foram chamados de arminianos. Com relação aos místicos eles eram mais comuns aos papistas que buscavam a glória do homem e não de Deus. As campanhas que você mencionou, também eram feitas por eles, estranho o fato desses que você comentou sejam conhecidos como evangélicos. Mas me diga como está à adoração do povo em dias tão modernos que tipo de experiência nosso povo tem experimentado com nosso Senhor?

Crente atual – Hoje em dia adorar na igreja e em particular é algo bem menos praticado. É bem mais comum a adoração coletiva, mas não a adoração coletiva pratica na igreja, onde o adorador é motivado a conhecer a glória de Deus e tem repulsa a sua vileza pecaminosa. Existem em nossos dias grandes grupos de músicas que são contratados pelos poderes públicos e que fazem grandes encontros religiosos. Esses ganham grande quantia de dinheiro ao fazerem esses encontros e se dizem “ministros de Cristo”. O povo consequentemente, vê nesses encontros a oportunidade de receber aquilo que não recebem na igreja. Esses encontros não contam com a ministração da Palavra, mas apenas menção dela, e os sentimentos proporcionados pela música são mais importantes do que a Palavra de Deus.

Crente século XVI – Isso realmente é muito sério. Mas o que dizer dos pastores dessas ovelhas de Cristo? O que eles fazem para manter a igreja longe dessas práticas?

Crente atual – Eles, hoje em dia, têm inúmeras dificuldades. São tentados a atender tais reivindicações com medo de perder suas funções em igrejas grandes, além de serem fracos em conhecimento bíblico e também no temor de Cristo. Aspiram grandes coisas, como crescimento econômico, influência e notoriedade pública através da política. Muitos deles não estudam mais as Santas Escrituras, nem mesmo a conhecem bem. Pois preferem o conhecimento de certas linhas do conhecimento humano como psicanálise e marketing, além de gestões empresarias. Eles são mais administradores do que pastores. Mas nem todos podem ser contados dessa maneira, havendo como sempre há pessoas fiéis ao Senhor que se empenham em ter seus ministérios aprovados pelo Senhor.

Crente século XVI – Caro irmão, quando entregamos o bastão as nossas gerações posteriores sabíamos que não teríamos solo fértil. Pois, a fábrica de ídolos insiste em ganhar o coração humano. Já em nossa época tínhamos muitos desafios, mas permanecemos firmes e conseguimos muitos avanços. Espero que vocês encontrem como barrar esses desafios tão urgentes na época de vocês e que o nome do Senhor sai vitorioso, no valioso testemunho de homens fiéis. Espero sinceramente que nossa época, bem como, nossos líderes sirvam de inspiração para vocês e que vocês sejam bem sucedidos em tudo. Essa é a nossa sincera oração pela igreja do Senhor.

Crente atual – Ficamos honrados por tão grande entusiasmo. Sabemos dos desafios e buscaremos sempre que possível levar adiante a mesma fé dos nossos antepassados. Mesmo sabendo da grande oposição, o Senhor será conosco. Que Ele continue a nos conduzir e certamente sairemos vitoriosos. Deus seja glorificado em todos os tempos, nações e circunstâncias, amém. 

quarta-feira, 21 de março de 2012

Implicações do Estado laico


No último dia 6 de março (terça-feira), a justiça do estado do Rio Grande do Sul, atendeu o pedido da ONG Liga Brasileira de Lésbicas, no que concerne a presença de símbolos religiosos, como crucifixos, que no entendimento da ONG, prejudicava o conceito de Estado laico. Na oportunidade o relator do caso, o desembargador Cláudio Baldino Maciel, afirmou que "que um julgamento feito em uma sala onde há um 'expressivo símbolo' de uma doutrina religiosa não é a melhor forma de mostrar que o julgador está "equidistante" dos valores em conflito." 

A presente situação acima, vivenciada pelas autoridades gaúchas não é, de forma alguma algo nova na atual conjuntura social daquilo que conhecemos como Ocidente. Vários países estão tendo a mesma interpretação, mudando suas posturas naquilo que os identifica com seus vínculos cristãos como nações formadas por heranças dessa orientação, mas que ainda guardam traços marcantes na formação de seu povo, bem como, muitas opiniões ainda são tomadas tendo por base o juízo de valores orientado por esta religião.

É fato que a ONG mencionada deva ter suas razões para fazer tal pedido, porém, fica mais do que comprovado que não somente os juízes, mas também toda a sociedade, guarda traços religiosos fortíssimos em suas opiniões. Todas elas concebidas, na sua maioria, por princípios cristãos. Tal é assim, que casos polêmicos como os direitos dos homossexuais e o aborto não podem ser analisados fora de uma perspectiva altamente norteada por aquilo que crê e prega a religião cristã. Mas algo bastante preocupante está acontecendo no Ocidente. Enquanto que nos estados muçulmanos é quase axiomática a teocracia, os países ocidentais, em troca da defesa da laicidade do Estado, rompe com suas tradições. Algo muito preocupante. Principalmente quando julgamos a filosofia muçulmana de expansão cultural em países que naturalmente estão se tornando pós-cristãos. 

Diante disso gostaria de refletir sobre as seguintes implicações, no que dizem respeito a importância do Estado em assuntos religiosos.

1. O Estado é laico, mais não é ateu. Apesar de não concordar totalmente com este jargão, pois entendo que o Estado não se constitui em um ser autônomo onde ele seja a diretriz de avaliação de suas diversas linhas religiosas, logo não pode ele ser qualificado por ser nem uma coisa nem outra, entendo que o Estado deve se manter isento de manifestações religiosas. Nisto, entendo que ele não pode promover qualquer religião que seja, ainda que preserve os traços dessa religião em seu foro íntimo, em cada cidadão que compõe a sociedade desse Estado.

2. O Estado deve preservar a religião culturalmente aceita em seu país. No caso do nosso país a religião cristã deve ser preservada pelo Estado em razão desta ser esta a principal corrente religiosa do seu povo. Tendo heranças profundas em sua sociedade. E como tal deve ser preservada assim como se mantém a cultura de um povo. Cultura essa que dá as qualificações dessa mesma sociedade. Também pelo valor das instituições religiosas para o bem deste mesmo país. Ainda que as reivindicações de certos setores posam ser importantes para o debate democrático, no entanto esses setores não podem contar com esse legado tão expressivo na história do nosso povo. Setores abortistas e homossexuais estão longe desta contribuição e nada podem garantir que estarão aptas se equiparar a igreja cristã, mesmo que isso leve muitas gerações.

3. O Estado deve se esforçar para não favorecer uma religião em detrimento de outra. Outro princípio do Estado laico é que ele não pode pender, em suas decisões, para o favorecimento de nenhuma linha religiosa. Isso serve para manter o equilíbrio democrático, fazendo com que as diferentes correntes existentes estejam equiparadas socialmente falando, mesmo que se possa levar em consideração o número de uma determinada religião, mesmo assim, faz-se necessário preservar as minorias religiosas.

4. O Estado deve ouvir a igreja em questões que afetem a sociedade. Se o Estado promover mudanças sociais que afetem a nação, por alguma orientação filosófica que se afaste do senso comum e que seja contra os interesses do seu povo, essa norma pode ser considerada arbitrária e distante da realidade social existente em seu país. o Estado não deve buscar apenas seus interesses de orientação partidária, afim de se comprometer com uma postura da época, mesmo que essa postura tenha resistência no seio religioso do seu povo. O Estado então, ao tomar decisões contrárias, estará entrando em conflito com sua própria sociedade, sendo de fato consideradas ditatoriais e arbitrárias essas decisões. Pois no sistema democrático não é possível a defesa de interesses de conotação meramente filosófica que ofenda o direito comum do povo em questão.

5. O Estado deve impedir os choques entre religiões. Por fim, entendo que o Estado deve buscar a harmonia entre os diferentes credos em suas políticas públicas. Não favorecendo uma linha em detrimento de outra. Ele é, portanto, na visão dos reformados, é o protetor da religião cristã e consequentemente, deve buscar a harmonia entre esses segmentos religiosos.

Concluo esse artigo entendendo que a postura defendida por alguns tribunais deve ser mais coerente com aquilo que citamos acima. Qualquer postura tomada por um segmento do Estado que esteja em desacordo com as diretrizes democráticas que promova uma reação social deve ser taxativamente evitada, a não ser que se deseje imprimir uma linha de raciocínio que faça esse mesmo Estado romper com os princípios democráticos estabelecidos constitucionalmente. Entendo que aqui começa o debate e devemos estar prontos para defender os nossos interesses como país cristão.

segunda-feira, 12 de março de 2012

O chamado divino firme e santa promessa


Daniel 9.19

Daniel é inspirado nessa belíssima oração em um contexto desfavorável para qualquer um. Nesta ocasião ele estava no exílio e apesar de ser um dos mais eminentes líderes no exílio ele não perdia de vista o propósito para o povo judeu, ou seja, de ser o povo escolhido, separado para a adoração ao Senhor, na terra de seus ancestrais. Sua oração nasce do entendimento que ele obteve quando estudava o livro do profeta Jeremias que o cativeiro duraria 70 anos (v.2). Esse entendimento não causou nele um sentimento de alívio pelo fim do cativeiro, mas um sentimento contrito, partindo do entendimento daquilo que fez a nação ser afligida pelo Senhor.

O final da oração é justamente o texto que eu gostaria de abordar, tendo em vista a consideração do nosso chamado diante de Deus. De acordo com Daniel esse chamado reveste-nos de uma grande consolação, uma vez que está respaldado em Deus. Diante disso, gostaria de refletir no seguinte título: “O chamado divino firme e santa promessa”.
Justifico o título no próprio texto, pois o profeta relaciona o fato das promessas desse chamado estarem intrinsicamente relacionadas com o nome do Senhor. Dito isso, gostaria de sugerir três verdades a este respeito:

A súplica do profeta evoca a ação divina (parte a)
Três súplicas menores são relacionadas aqui, observemos uma a uma individualmente:
Que o Senhor ouça – Esta sem dúvida é o objetivo de todo aquele que ora a Deus, não que não saibamos da Sua audiência, pois Ele é onipresente, mas se Ele está disposto a atentar para nossos anseios de uma maneira especial, santa e atenciosa. Daniel busca essa audiência, característica das orações que são feitas na vontade de Deus, o mesmo que deveríamos fazer todas as vezes que O buscamos.

Que o Senhor perdoe – Toda a oração anteriormente tinha esse foco, a confissão da maldade nacional de Israel. Aqui somos lembrados de que não é possível estar diante de Deus sem lembrarmos da nossa malignidade. O profeta, portanto, nos dá uma fórmula para que façamos o mesmo em nossas preces, pois estamos diante de um Deus Santo.

Que o Senhor atenda e agisse – Aqui está a expectativa do profeta, de que aquela oração não fosse apenas orar por orar, mas dada a sua importância, que ela fosse atendida cabalmente. Quantas vezes não começamos a orar sem motivação alguma, sem a expectativa de recebermos, esta não deve ser a nossa condição. Outra questão é a certeza de o Senhor agiria, tão logo houvesse a necessidade prevista por Ele mesmo. Isso não é uma ordem, mas uma súplica piedosa, fiada na santidade e no caráter divino.

A súplica do profeta evoca a urgência em socorrer (parte b)
O que justifica essa urgência, penso que tem a ver com:
A glória de Deus – O profeta, nem por um momento pensa e atenuar o seu próprio sofrimento e do seu povo. Ele não está se queixando dos efeitos do cativeiro, pois via neles a mão retribuitiva e justa de Deus punindo o povo. Mas sim na glória do seu nome. É por causa da honra e daquilo que Deus é que o profeta se preocupa e não consigo ou com o povo.

O efeito da demora – Poderia lançar o nome do Senhor, entre os pagãos, de uma maneira cruel, como se tivesse abandonado o povo que Ele mesmo escolheu, algo muito parecido com a visão de Moisés, a respeito da glória de Deus.

A súplica do profeta evoca o fato de o povo ser guardado nas promessas de Deus (parte c)
Deus de Seu povo – Deus é relacionado aqui no contexto grandemente pessoal. Ele não é o Deus dos pais de Daniel, nem do povo de Israel, mas seu Deus pessoal, amado e respeitado.

A cidade e o povo “chamados” pelo Teu nome – A identificação de Deus e Seu povo é uma verdade exposta nas Escrituras. Não defendemos nossos interesses, mas os de Deus. Não devemos meramente nos preocupar com nosso umbigo, mas com a glória de Deus, caso contrário, não podemos ser chamados de povo de Deus.

O chamado divino é a associação plena e completa que o fiel deve manter com seu Deus. Ele deve buscar o zênite dessa oração de Daniel que repousa tão somente na glória de Deus. Nossos interesses, nosso sofrimento, nossas expectativas devem descansar nessa grandiosa necessidade, sermos conhecidos como povo de Deus. Caso contrário, de nada adiantará, clamarmos em alto em bom som “Somos Teu povo”, se nossas vidas reprovarem nossas palavras. Que toda essa oração possa nos conduzir a este fim é o que devemos buscar imensamente por toda a nossa vida, amém.



segunda-feira, 5 de março de 2012

Como continuarmos nossa carreira guardando a fé


II Timóteo 4.6-8

Precisamos constantemente de incentivos para continuar nossa carreira cristã. É por esta razão que o Senhor dia a dia nos motiva a contemplar uma faceta nova dessa nossa carreira, nos ensinando coisas novas e revitalizando nossa esperança.

Nesta noite eu gostaria de falar a respeito de nossa capacidade de nos cansar e de como Deus nos levanta para recebermos um novo fôlego para que possamos continuar. Por esta razão eu gostaria de propor o seguinte título: “Como continuarmos nossa carreira guardando a fé”.

Em nosso texto o apóstolo Paulo está recomendando ao seu filho Timóteo à maneira de proceder como pastor em uma igreja, no caso aqui na igreja de Éfeso. Essa é a segunda carta que Paulo escreve tendo como destinatário Timóteo. Ela contém uma saudação (1.1-2), ações de graças (1.3-5), recomendações à firmeza no trabalho (1.6-14), Paulo queixando-se de alguns colaboradores seus (1.15-18), recomendações à perseverança (2.1-13), o dever de se portar como mestre (2.14-26), anúncios proféticos (3.1-9), a ênfase que deve ser dada a Palavra de Deus e os efeitos dela no ministério (3.10-17), a exortação à fidelidade na pregação (4.1-5), o anúncio de Paulo no que concerne ao seu martírio (4.6-8), a queixa de Paulo quanto ao seu abandono por todos os que lhe seguiam (4.9-18) e por fim suas saudações finais (4.19-22).

No presente texto, Paulo está nos mostrando como, mesmo velho (Fl.1.9), que não havia perdido o cuidado e o zelo pela causa de Cristo. Observemos o que ele quer nos dizer nesta noite:

Estamos próximos da prestação de contas com o Senhor (v.6)
Paulo prevê seu martírio, anunciando que estava mui próximo a sua entrega. Essa seria de uma forma sacrificial, como aroma suave ao Senhor, esta expressão encontra eco nas ofertas votivas do Antigo Testamento quando Deus aceitava o sacrifício. Paulo identifica seu ministério dessa forma, na certeza do que vez para Deus.
Nossa vida – Podemos dizer como apóstolo que nossa entrega a Cristo assemelha-se a uma oferta agradável ao Senhor?
Como prestaremos contas a Deus? – Qual é a forma que pretendemos comparecer diante do reto juiz? Uma vida frouxa e acovardada não nos fará ter uma identificação com essas solenes palavras.

Precisamos guardar a fé até o fim (v.7)
Paulo tinha certeza de que como bom soldado de Cristo ele tinha cumprido sua missão. A ordem foi dada e ele levou a termo. Mesmo depois de se encontrar com seu Capitão foi capaz de afirmar que tinha guardado a fé e completado sua carreira, como um valoroso guerreiro da causa de Cristo.
Estamos em guerra – Estamos alistados em uma guerra que tem feito baixas tremendas, onde homens e mulheres têm sido espezinhados pelo pecado, pelo mundo e por satanás. Porque nos comportamos como se isso não fosse conosco?
Completar a carreira – Ele se coloca aqui como um veterano de guerra. Ele olha para trás e vê o seu rastro histórico de lutas e conflitos que foram vencidos. O cristão maduro também faz o mesmo, não tem tempo para lamúrias e lágrimas desnecessárias, ele está fito em seu prêmio.
Guardei a fé – Isso não implica tão somente em morrer na igreja. Mas em manter sua consciência, na fala de Lutero, “cativa a Palavra de Deus”. Faz parte de uma consciência que jamais se inclinou a aceitar as fantasias atrativas do mundo, mas que, prementemente buscou o Senhor em Sua Palavra e encontrou.

Ao concluir a obra receberemos nossa coroa (v.8)
Paulo está certo nessas palavras que sua obra não foi em vão. Quantos de nós podemos dizer o mesmo? Poucos. Pois nossos maiores empreendimentos estão ligados a coisas corruptíveis. Vejamos o que ele diz:
A sua coroa está guardada – O crente deve morrer com esta esperança. O vale da sombra e da morte (Sl.23.4) para o crente não é um vale amargoso. Mas a grata esperança de que Cristo lhe encontrará do outro lado do rio. Ele o espera com uma coroa de justiça que é o presente de todos aqueles que são vitoriosos nesta vida.
O reto Juiz – O mesmo Senhor que justificou a vida de Paulo é o mesmo que lhe confiará esta vitória. É o mesmo que aprova e desaprova nossa vida. Juiz que não pode errar se vender ou revogar a Sua Lei. É esse que nos espera neste grande dia.
O amor pela vinda de Cristo – Isso faz toda a diferença. Apenas aqueles que amam esse dia receberão essa coroa. Os amantes desse século, como Demas (II Tm.4.10), não podem se alegrar no dia da vinda do Senhor. Esses não podem ter parte naquele dia, mas apenas aqueles que amam a Sua vinda.

O desânimo não pode imperar em nossa vida por grande tempo. Precisamos desempenhar valorosamente nossa carreira. Precisamos manter a fé, pois, o Justo Juiz nos aguarda. Ao entrarmos nessa guerra não podemos fazer parte das baixas que acometem aqueles que ficam pelo caminho. Amamos a vinda do Senhor e isso não nos faz amar o presente século. A obra que nos foi confiada depende da nossa saúde espiritual e de nosso vigor neste empreendimento. Amém.

sexta-feira, 2 de março de 2012

Novas igrejas do Presbitério de Petrolina

O Presbitério de Petrolina neste ano de 2012 demonstra seu vigor e sua organização eclesiástica na concretização de novos trabalhos nas cidades de Salgueiro-PE e Petrolina-PE. No último final de semana, nos dias 25 e 26 esteve organizando, através de comissão composta pelos reverendos Cornélio Beserra Gonzaga (relator), Fabiano Ramos Gomes e Manuel Tobias da Cruz, presbíteros Francisco de Oliveira e Ednaldo Francisco da Silva, a oitava igreja organizada deste concílio. Trata-se da Igreja Presbiteriana do Divino, situada no bairro do Divino Espírito Santo em Salgueiro-PE. Todo o processo de organização ocorreu com um profundo sentimento de gratidão a Deus, por parte de todos os membros da novel igreja, bem como dos membros da comissão. Aliás, este sentimento já tomara todo o concílio deste que o Presbitério recebeu a solicitação da Primeira Igreja Presbiteriana de Salgueiro o pedido de organização da igreja.

Na oportunidade foram arrolados novos membros que foram batizados e recebidos por profissão de fé, além da ordenação de oficiais, que totalizaram quatro diáconos e três presbíteros. A igreja será pastoreada no ano de 2012 pelo rev. Manuel Tobias da Cruz. A igreja Presbiteriana do Divino situa-se na Rua José Duperron, nº118, Bairro do Divino Espírito Santo, Salgueiro, Pernambuco. 

Petrolina também celebrou o nascimento do novo trabalho presbiteriano na cidade. Trata-se da Igreja Presbiteriana Reformada, pastoreada pelo rev. Marcelino Silva Oliveira. O trabalho nasceu de um sonho antigo do reverendo em trazer uma nova temática litúrgica para a igreja, o que se tornou uma identificação eclesiástica bastante singular em seu contexto. A Igreja Presbiteriana Reformada situa-se no principal acesso dos bairros COHAB VI e Rio Corrente. Tem também amplas condições de alcançar os bairros próximos como o Rio Claro e São Gonçalo. A igreja reforça o trabalho presbiteriano naquela região, região que já dispôs de um antigo trabalho no passado, mantido pela Primeira Igreja de Petrolina. Os irmãos remanescentes daquela época e que estavam congregando em outras igrejas se alegraram com a abertura da congregação, que está ligada a Primeira igreja de Juazeiro da Bahia, bem como outros irmãos, provindos de outras igrejas e que somam forças na plantação do novo trabalho.

O Presbitério de Petrolina prossegue valorosamente plantando novas igrejas presbiterianas no interior do Nordeste, apesar dos desafios de se encontrar em uma área geográfica bastante importante e contar com poucos recursos. Nossos desafios é a implantação de trabalhos presbiterianos em todas as cidades jurisdicionadas pelo nosso concílio. Uma grande tarefa, mas cremos na condução do Senhor neste empreendimento. Bem vindos os novos trabalhos, que o Senhor os fortaleça dia a dia nesta tão importante tarefa, amém.

Soli Deo Gloria

quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Por uma defesa do Sola Scriptura


Um debate infindável trava-se entre as principais correntes da igreja brasileira, o cessacionismo ou o continuísmo. Estas duas posições refletem o caráter problemático da união da igreja brasileira naquilo que deveria aproximar em seus dogmas e pressupostos.

Pertencendo a uma igreja histórica, a Igreja Presbiteriana do Brasil, defendo sua posição confessional, exarada na Confissão de Westminster que proclama “...tendo cessado aqueles antigos modos de revelar Deus a sua vontade ao seu povo”. Logo, é comum atribuir a Confissão de Fé de Westminster um caráter eminentemente cessacionista. David Dickson, teólogo escocês (1583-1663), vivendo nos dias da confecção da Confissão explica isso da seguinte forma:

Questão 3. Aqueles modos de Deus revelar a Sua vontade ao Seu povo cessaram? Sim. Deste modo, então, não estariam os Entusiastas e os Quakers errados, ao afirmarem que o Senhor não cessou de revelar a Sua vontade, como ele o fez na antiguidade? Sim. Por quais razões eles devem ser rejeitados? Porque Deus, que muitas vezes e de muitas maneiras, falou em tempos passados aos pais, por meio dos profetas, nestes últimos tem nos falado por meio de Seu Filho (Hb.1.1-2). O apóstolo chamou o tempo do Novo Testamento de últimos dias, por que sob o mesmo período nenhuma alteração deveria ser esperada, senão que todas as coisas estavam completas e deveriam permanecer sem adição ou mudança, como ensinadas e ordenadas por Cristo, até o último dia.

A posição histórica daqueles que se dizem confessionais é o cessacionismo e isso não implica em desmerecer o poder de Deus ou ser levado por uma incredulidade insuperável, por parte dos defensores dessa corrente, mas que o argumento cessacionista parte de uma defesa escriturística e séria. Os desmandos do pentecostalismo são a prova mais que cabal da ineficiência do continuísmo. O pentecostalismo não tem limites, ou seja, doutrina alguma pode ser considerada verdade absoluta, uma vez que novas interpretações e novas revelações podem ser comunicadas. Não existe uma área limítrofe que possa nortear os pressupostos pentecostais, uma vez que as Escrituras não lhe servem de cerca, ficando a critério de denominações ou interpretes pentecostais definir o que é e o que não é “de Deus”.

Críticas pertinentes tem vinculado o pentecostalismo ao catolicismo romano em sua defesa das tradições eclesiásticas. Assim como naquele ramo do cristianismo, o pentecostalismo precisa de aprovação de suas revelações. Estas nunca são submetidas ao escrutínio da Palavra de Deus, mas pauta-se, meramente na experiência mística, vivenciada por aquele que reivindica a autoridade.

O cessacionismo por outro lado não teme ser chamado incrédulo, visto que tal acusação parte daqueles que são seus opositores. Como chamar alguém de incrédulo se esse alguém não pede outra coisa para confirmar a sua fé que a Palavra de Deus. É incrédulo aquele que prefere viver por padrões definidos e ratificados apenas pelo Espírito de Cristo? Será que não corre o risco do movimento pentecostal estar se afastando da Santa Escritura por dar lugar em seus cultos a homens que sugerem grandes revelações, que afirmam ter visto Deus e que não estão interessados em expor a Bíblia Sagrada?
O continuísmo acompanha todas as seitas que tem sugerido acréscimos as Escrituras Sagradas. Os mórmons reivindicam um acréscimo a Bíblia, bem como os adventistas nas profecias de Helen White e outras tantas teses que esgotadas de todo e qualquer empreendimento para ratificar os seus dogmas de acordo com o texto sacro recorrem a fontes criadas por supostos “profetas” que buscam autoridade em algum tipo de acréscimo.

Confirmo minha opinião de que o continuísmo defendido pelos pentecostais não pode adequar-se com o lema reformado “Sola Scriptura”. As novas revelações do Espírito que alguns bradam portar não passam de delírios de uma mente perturbada, que busca por meio de transes místicos algo que iniciantes não podem portar, a não ser por ritos para os “experimentados”, algo que seitas gnósticas do primeiro século defendiam. Não é isso que defendem os pentecostais quando acusam aqueles que não falam em línguas como crentes de segunda classe?

Ir além da revelação divina é perigoso e um poço sem volta. Aqueles que contam essas experiências não guardam as mesmas para si próprios, mas trazem as experiências como fator normativo para as igrejas que lhes escutam, fazendo-os cegamente confiarem naquilo que falou o “profeta” e não naquilo que fala a Palavra de Deus. Igrejas que vivem estas experiências se cansam com a exposição da Palavra e aqueles que tentam expô-la, ao critério deles, não passam eruditos frios e sem vida, blindando o entendimento destes para aprenderem aos pés de Cristo e de Sua Palavra, fazendo este movimento algo grandemente nocivo para a igreja em todos os lugares.

O cessacionismo não é incredulidade é fidelidade à forma que Deus estabeleceu para a Sua igreja em todos os tempos. Seguir a Palavra de Deus é uma exigência do Senhor e não algo restrito a cismas entre denominações. A igreja que pretenda ser cristã não pode ter outro Profeta, Pastor ou Mestre a não ser o Senhor da Igreja o nosso Senhor Jesus Cristo, falando na Palavra de Deus por meio do Seu Santo Espirito, amém. Sola Scriptura!



domingo, 12 de fevereiro de 2012

A incompatibilidade da frequência do cristão ao carnaval


Não sou contra as festas. Na realidade a vida é repleta de situações que requerem celebrações espontâneas e alegres. Isso torna a vida um grande agradecimento a Deus. Agradecemos por um ciclo de coisas ruins que deixaram de nos incomodar, por vitórias nos estudos, na doença e assim por diante. Logo, não somos introspectivos e enfadonhos como crentes. Nossa vida celebra a providência de Deus em nosso favor e não nos reunimos meramente para nos desgastarmos em vícios e amizades conquistadas em troca de dar e receber, mas na certeza que somos um povo eleito e isso nos faz ir aos cultos ao Senhor em Seu dia e comemorarmos a salvação em todos os momentos. Mas muito me preocupa as recente opiniões sobre algumas celebrações seculares. Por esta razão, reflito neste post a respeito da incompatibilidade que há na frequência de um fiel em festas como o carnaval, observemos o seguinte quanto a este particular.

É incompatível não somente por ser algo defendido historicamente – Com isso não quero demonstrar que os velhos argumentos usados pelas gerações anteriores, de que o carnaval é a festa da carne e coisas do gênero, além de fazer uma pesquisa histórica pela festa e assim por diante são argumentos válidos ainda hoje, mas por uma série de argumentos que gostaria de refletir, mais detidamente no que concerne a esta festa que nos faz ser reconhecidos fora de nossa nação. Observemos então estes argumentos.

Um cristão não é movido pela efemeridade produzida no carnaval – Os foliões no carnaval precisam ser incitados a produzirem uma alegria meramente fugaz, ou seja, sua alegria é antes de tudo produto de uma circunstância que a própria festa proporciona e não em algo que venha a encher seus corações de real satisfação. Com isso o carnaval precisa fabricar ingredientes para a alegria dos foliões, bebidas, músicas, sentimentos que na maioria das vezes são ilícitos em outras ocasiões e assim por diante. No entanto, a alegria do cristão não é efêmera e fabricada, mas deve-se ao derramar do amor de Deus em nossos corações, isso nos faz repudiar qualquer tipo de alegria frustrante que não celebre a alegria de nossas vidas, o Senhor Jesus Cristo, nossa real alegria.

Um cristão incomoda-se a imagem passada pelo carnaval – Durante toda a nossa peregrinação neste mundo aprendemos na Palavra que não pertencemos a ele, mas que somos peregrinos e estrangeiros nesta terra, ou seja, temos uma pátria nos céus, incorruptível e preparada para os fiéis. Porém, mesmo sendo instruídos quanto a isso, somos interessados em reformar o mundo em que vivemos. Não nos conformamos com a injustiça e devemos nos esforçar para fazer deste mundo o palco onde Deus atua solenemente em nossas vidas como um todo, sendo nós mesmos coadjuvantes da redenção de Deus neste mundo caído. Por esta razão, o verdadeiro cristão, aquele que entende que fomos vocacionados sendo brasileiros, e que entende que a imagem do nosso país deve ser melhor do que a atual, percebe a grande mazela que faz o carnaval a esta nação. Somos conhecidos atualmente pelo país do sexo fácil, pela sensualidade, nação sem regras e povo sem objetivos. Com isso quero dizer que o verdadeiro cristão deveria orar para ver esta festa sendo extirpada de nossas manifestações culturais e não tentar modifica-la, pois tal postura pode fazê-la surgir no futuro causando mais danos ainda em outras ocasiões. Logo esta festa que emporcalha nossas cidades e que onera os cofres públicos, deve ser algo com que nos preocupamos, no sentido de vê-la completamente eliminada de nossas vidas e das futuras gerações de brasileiros.

O cristão e a ênfase na pureza moral – Já somos um país tropical, o que fornece a alguns a necessidade de usarmos roupas mais leves e fazer nossas praias estarem lotadas de pessoas em trajes de banho, quase sempre, sensuais e descompromissados com a compostura e a moralidade. O carnaval por sua vez, faz com que exista um precedente para o desleixo e uma postura favorável para com a sensualidade, isso em alguns é completamente perceptível, ajudando na perpetuação de uma cultura do sexo por longas gerações. Por isso é comum o alto nível de estupros nestas épocas, bem como, o aumento de abortos provocados por inconsequentes assassinas, que lançam fora seres humanos frutos de uma noite desvairada. Nós como cristãos temos um longo caminho para mudar esta situação. Começa em nosso próprio lar quanto fortalecermos uniões monogâmicas e heterossexuais. Bem como, buscarmos inculcar nos nossos jovens o dever de se manterem puros para o casamento, para a glória de Deus, além de não favorecermos essa “cultura” sexual tão comum em nossos dias. Isso pode ser o começo de uma nova mentalidade que surgirá entre os nossos jovens que continuarão nossa tarefa quando deixarmos este mundo.

Deve o cristão desconsiderar a mídia promotora do carnaval – Uma das grandes formas de mobilização seria alcançar os promotores da mídia pelo bolso e fazermos com que eventos como esses sejam desprezíveis no IBOPE. Não adianta nada fazermos campanhas em redes sociais, bem como lamentarmos nossa situação se não nos unirmos no ideal de alcançarmos nossos objetivos afetando os bolsos daqueles que promovem programas indecentes e festas profanas como o carnaval. Se somos mais de 30% da população temos potencial para isso de uma maneira contundente. Não consumirmos, não aprovarmos e não assistirmos nada que dê audiência a estes eventos. Mas no que se refere a isso, sabemos que a luta não é nada fácil, visto que individualmente devemos lutar para que nossas vidas não sejam contaminadas com a impudicícia.

Dentre as várias tarefas que temos como povo de Deus, uma das maiores é a purificação de nosso procedimento pessoal. Somente quando nossos olhos repulsarem a fornicação, o adultério e o sensual poderemos lutar contra o carnaval. Creio que o nosso Deus pode nos santificar totalmente para esta função. É necessário que seja assim se quisermos ver nossa nação aos pés do Senhor. Por esta razão, conclamo a todos a lutarem em favor da pureza moral e individual e apenas então, lutarmos em todas as frentes para ver esta festa extirpada de nossa sociedade, que Deus nos ajude nessa tarefa, amém.