terça-feira, 12 de junho de 2012

O ensino de Cristo sobre o divórcio


Mateus 19.3-12

Fica evidente que ao longo dos anos o casamento cristão tem sido alvo de um duro golpe, o aumento do divórcio. Partindo do princípio que o casamento é uma instituição divina e como tal é mantido e abençoado por Deus, nada é mais natural do que a preservação da igreja por este tão importante princípio. Mas, quanto a isso, vemos alarmados o aumento impressionante do divórcio entre aqueles que são crentes. Nossa preocupação, então, é recorrer ao ensino de Cristo, quanto a esse particular, conforme exarado nesse texto, para que possamos ser alertados quanto às consequências do divórcio para todos aqueles que não estão levando a sério essa questão.

Na presente ocasião, o Senhor está exercendo seu ministério na região da Galiléia, precisamente na região da Peréia. Esse período envolve os capítulos 19 e 20 de Mateus. O Senhor tencionava alcançar Jerusalém, esse era o propósito dele, conforme 20.17,18. Já nessa altura os sacerdotes, escribas e fariseus tencionavam incriminá-lo em Seu ensinamento (v.3).

Para que possamos estar atentos quanto ao ensinamento do Senhor, com a intenção de obedece-lo e não que questioná-lo sugiro um título: “O ensino de Cristo sobre o divórcio”. Vejamos quais são as bases desse ensino de acordo com o texto:

I- O casamento criação, homem e mulher, uma só carne (vv.3-6). 
A argumentação levantada por Cristo é suscitada pela indagação de homens que desejavam por a prova o ensino de Cristo (v.3). Vejamos como isso é desenvolvido em nosso texto.

a) A pergunta teste (v.3) – É evidente que a pergunta em questão é deveras capciosa. Tinha como objetivo avaliar se o ensinamento de Cristo estava de acordo com a Lei chamada mosaica. Se estivesse, confirma a “autoridade”, senão, o Senhor poderia ter seu ensino qualificado como heterodoxo.
b) Argumento da criação (v.4) – O Senhor defende seu argumento a partir do ensino sobre a criação. Nele o Senhor enfatiza que o casamento é concebido entre um homem e uma mulher, a partir do objetivo em se criar dois seres que se completam.
c) Uma só carne (v.5) – A união entre esse homem e essa mulher reveste-se de algo singular, sendo o mesmo eminentemente espiritual e corporativo. Uma só carne também pode ser colocada como unidade de pensamento, volição e empreendimento. Algo único para os cônjuges e não condicionado a novas uniões vindouras.
d) Algo indissolúvel (v.6) – Essa união é ratificada nos votos propostos que fazem essa união. Esses votos são sagrados e feitos perante Deus, sendo eles irrevogáveis (Rm 11.29). Sendo propósito divino não podem ser destruídos pelo homem. 

II- Moisés institui o divórcio como concessão e não como mandamento (vv.7-8)

a) Moisés e o divórcio (v.7) – A referência feita é a Dt. 24.1-4. Nesse texto Moisés tem duas preocupações 1) Preservar a mulher para que não morresse, sendo acusada de adultério estando ela só; 2) Não permitir que aquele que deu carta venha ter relacionamento com sua ex-mulher, depois do divórcio.
b) A interpretação de Cristo (v.8) – O Senhor Jesus não foge do problema suscitado, ou seja, Moisés ter permitido o divórcio, no entanto, ele explica que a razão dessa atitude reside na dureza do coração pecador, que desprezou o ensino e resolveu empreender a dissolução do que Deus estabeleceu.

III- O ensino de Cristo quanto ao divórcio (v.9)

Nesse verso temos o ensino básico do Senhor acerca da relação marital. Ele delineia isso mostrando o seguinte:
a) O repúdio – O mesmo que divorciar hoje em dia, não pode acontecer, senão pela condição de traição. Esse ensino é autoritativo e permite a pessoa ofendida o divórcio, ficando passível de contrair novas núpcias, uma vez que a parte ofensora fica como se estivesse morta.
b) O adultério – Ao casar-se segunda vez, ambos, cometem adultério. Eles estarão em adultério enquanto viverem nessa situação, sendo restituídos a uma nova condição em Cristo apenas segundo o beneplácito divino. Não cabe a nós determinar o fim desta circunstância.

IV- Os eunucos e a consagração ao Reino de Deus (vv. 10-12).

Aqui temos um tema subjacente, por causa daquilo que foi dito por um dos ouvintes “Se essa é a condição do homem relativamente à sua mulher, não convém casar.” Esse ainda hoje é o argumento quanto ao casamento, ou seja, que só convém se o divórcio for permitido. Essa não é uma defesa recente, mas algo já enfrentado anteriormente. Depois disso vemos algo sobre a consagração de alguém que se dispõe a viver sem o casamento, vejamos isso:
a) O celibato é um dom (v.11) – Essa defesa desnorteia o argumento dos católicos quanto ao celibato. Jesus diz aqui que esse é um dom dado por Deus e não uma obrigação para o clero. Nesse entendimento estão o apóstolo Paulo e Barnabé, além do próprio Cristo.
b) Os eunucos do Reino (v.12) – Esses não se fizeram assim, nem foram feitos pelos homens, mas foram consagrados por Deus, com o consentimento deles próprios, por causa do Reino, mas está apto para isso apenas aqueles preparados para isso.

A igreja ainda hoje deve estar ciente desse ensino, visto que não somos conduzidos por uma cultura pagã, mas por aquilo que nos ensina a bíblia. O divórcio é uma violação da vontade de Deus, logo não podemos violá-la ao nosso querer apenas. Deus nos condiciona a obediência a Sua vontade e neste particular que alimentemos matrimônios maduros, duráveis e deleitáveis para a glória de Deus. Deus nos faça entender esta verdade, amém. 

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