domingo, 18 de dezembro de 2011

A doutrina dos meios de graça e a nossa devida recepção dela


Mateus 28.19

INTRODUÇÃO: O texto em questão faz parte daquilo que é conhecido como “grande comissão”. Isso porque dá conta daquilo que é ordenado a todos os cristãos, no intuito de cumprir sua missão como igreja, neste mundo que é nosso campo missionário. Hoje estaremos observando, como podemos servir a Deus e consequentemente usufruir dessa vida espiritual. Observaremos aquilo que ficou conhecido como “meios de graça”, ou seja, a maneira como Deus comunica Sua graça a nós, seus servos.
O texto acima nos dá conta claramente de um desses meios o batismo, mas também nos lembra de que devemos pregar o evangelho, é justamente essa a definição dos meios de graça, que de acordo com a Reforma se restringe a pregação e os sacramentos.
Para que possamos tirar o devido proveito dessa mensagem sugiro um título: “A doutrina dos meios de graça e a nossa devida recepção dela”. Isso porque é necessário valorizar os meios que o Senhor utilizou para o nosso crescimento e faremos isso da seguinte forma:

I- A pregação o nosso meio de graça da instrução (Hebreus 4.12)
a)   O Espírito e a Palavra trabalham juntos – Na conversão e na instrução não pode haver um trabalho completo sem esta constituição. O Espírito e a Palavra estão envolvidos em todo o processo.
b)   A Palavra não está restrita – Isso significa que não é necessária a existência de templos e oficiais para tornar a Palavra mais efetiva. Ela pode ser pregada em qualquer lugar com a mesma eficiência, mas sem dúvida deve ser preservada e honrada na reunião dos crentes, o culto público.
c)    A Palavra e seus efeitos – Apenas a Palavra chama o converso. Apenas encontramos consolação na Palavra de Cristo, de modo que, sem a Palavra não pode haver conversão genuína.

PONTOS DE SEMELHANÇA E DE DIFERENÇA ENTRE A PALAVRA E OS SACRAMENTOS
Pontos de semelhança
Pontos de diferença
1) No autor, visto que Deus mesmo instituiu ambos como meios de graça.
1) Em sua necessidade, sendo que a Palavra é indispensável, ao passo que os sacramentos não;
2) No conteúdo, pois Cristo é o conteúdo central tanto da Palavra como dos sacramentos.
2) Em seu propósito, desde que a Palavra visa gerar e fortalecer a fé, enquanto que os sacramentos servem somente para fortalecer a fé;
3)Na maneira pela qual o conteúdo é assimilado, isto é, pela fé.
3) Em sua extensão, visto que a Palavra vai pelo mundo inteiro, ao passo que os sacramentos só são ministrados aos que estão na igreja.

II- Os sacramentos o nosso meio de graça institucional (Mateus 28.19 e Lucas 22.19)
Segundo Louis Berkhof, sacramento é “uma santa ordenança instituída por Cristo, na qual, mediante sinais perceptíveis, a graça de Deus em Cristo e os benefícios da aliança da graça são representados, selados e aplicados aos crentes, e estes, por sua vez, expressam sua fé e sua fidelidade a Deus”. Chamamos de sacramentos o batismo e a Santa Ceia do Senhor. Vejamos mais de perto esses meios de graça:
a)   A representação simbólica – Cada sacramento é representado por símbolos externos e visíveis. No caso do batismo a água e da santa ceia, o pão e o vinho. Deve-se, no entanto observar que eles transmitem o que eles representam espiritualmente, segundo o propósito divino.
b)   Eles são necessários para nossa fé – Não participar dos sacramentos voluntariamente empobrece nossa fé, além do que demonstra desobediência a Deus, uma vez que os mesmos são ordenanças e preceitos divinos, mas não atribuímos a eles condição de necessário à salvação.
c)    Eles são graças especiais que nos alimentam a fé – Todas as vezes que participamos deles somos consolados na aliança com Deus, eles são a prova que Deus separou um povo para Si, fazendo-nos espiritualmente mais próximo do Senhor e nos fortificando todas as vezes que deles participamos.

Conclusão: Hoje cresce o número daqueles que não veem na igreja uma necessidade para a espiritualidade. Estes estão abandonando os cultos públicos e buscando uma espiritualidade individual. Quando contemplamos esta doutrina tão importante somos informados que devemos ser ministrados pela Palavra e sermos oficiados por ministros que administrem os sacramentos se quisermos receber estes meios de graça.
Portanto, em todos os tempos é dever da igreja zelar por estes meios antigos, que Deus escolheu para livremente edificar e conduzir Seu povo, caso contrário, estaremos fugindo de Sua presença e todo o nosso empenho pode ser classificado como fogo estranho diante do Senhor. Que nos livre o Senhor de tamanho ultraje em nome de Jesus, amém.

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

A verdadeira religião do arrependimento


Lucas 13.1-5

INTRODUÇÃO: A religião cristã é uma grande dádiva divina. Nela o Senhor nos chama a um relacionamento de intimidade com Ele. Sendo o nosso Deus e nós o Seu povo. Povo que vive por Sua Palavra e procura honrá-lo em tudo que faz.
O cristianismo não está livre dos abusos das religiões não inspiradas, por isso é comum vermos exigências e ditames contrárias a Palavra, propagando um costume que nunca foi exigência do Senhor. Para que tenhamos cuidado com o afastamento desse legalismo, proponho um título: “A verdadeira religião do arrependimento”.
O remédio para a hipocrisia é o arrependimento. Nunca, em parte alguma isso foi tão propagado do que nas Santas Escrituras. O problema é que mesmo entre aqueles que se chamam cristãos, essa verdade vem sendo esquecida e a religião que devia ser marcada por arrependimento pode encobrir posturas petulantes e pedantes, típicas de verdadeiros hipócritas.
Contemplemos como isso acontece neste texto e consequentemente observemos a recomendação do Senhor.

I- Os boatos a respeito de alguns galileus e os mortos na queda da torre.
Em uma porção da Escritura onde vários fatos são mencionados a respeito da vida de Jesus, Lucas relembra as palavras do Mestre a respeito de alguns fatos históricos existentes em Sua época. Observemos a situação da seguinte forma:
a)   O envolvimento de Cristo com o mundo – O Senhor estava atento quanto a tudo que estava acontecendo em Sua época. Neste texto vemos um claro exemplo disso. Esses boatos corriam por toda Judéia e Jesus se pronuncia sobre os fatos autoritariamente.
b)   A visão de mundo centrada na mensagem – Mesmo ao refletir sobre estes fatos o Senhor não perde a centralidade de Sua mensagem. Sua resposta contempla o Seu ensinamento geral, a fim de que a mesma mensagem fosse colocada de maneira prática.

II- O caso dos galileus mortos por Pilatos (vv.1-3)
a)      As barbáries de Pilatos (v.1) – Pôncio Pilatos foi prefeito da Judéia na época de Cristo. Esse é o mesmo que condenou Jesus a morte mais adiante. Este sanguinário romano é culpado de inúmeras mortes, como no caso da profanação do templo dos judeus e quando matou muitos samaritanos em 35 d.C. Ele morreu cometendo suicídio em 37 d.C. após a queda do imperador Calígula
b)     A refutação de um conhecido argumento (v.2) – É certo que Deus retribui o ímpio com sua justa mão. O problema é pensar que sempre que acontece algo calamitoso com alguém é porque este está em pecado. Aqui o Senhor prova que esta norma tem suas exceções. O pecado destes não era maior do que os pecados dos outros galileus, e essa questão é lembrada por Jesus.
c)      Exemplo para os impenitentes (v.3) – O Senhor aproveita este assunto para lembrar o castigo daqueles que não se arrependem. Ele enfatiza que a exemplo daqueles todos perecerão. O arrependimento faz parte das boas novas e é parte integrante da postura daquele que nasceu para Cristo, sem ele, não somos crentes, somos míseros telespectadores da graça, sem jamais termos nascido de novo.

III- O caso dos mortos do desabamento da torre de Siloé (vv.4-5)
Jesus narra aqui outro evento calamitoso muito popular em Seus dias, o desabamento da torre de Siloé. Neste desabamento muitos perderam suas vidas. Neste evento o Senhor nos ensina o seguinte:
a)   Os mortos não eram piores do que os habitantes de Jerusalém (v.4) – Aqueles que não estavam presentes e não foram mortos podiam estar pensando que eram mais dignos do que os outros que foram ceivados, mas o Senhor ensina que isto era algo enganoso. Os vivos tinham pecados parecidos, o Senhor simplesmente preordenou tal evento, não pelos pecados, mas por Sua soberania.
b)   Um recado repetido aos impenitentes (v.5) – A exemplo do que Ele tinha dito no verso 3, fica evidente que as calamidades atingem a todos. É fato que ela virá sobre o ímpio em maior quantidade do que no justo, mas isso não significa que o justo não possa sofrê-la. Ele termina novamente enfatizando o arrependimento, alertando que aquele que desconsidera este ponto sofrerá danos bem maiores.

Conclusão: Não pensemos como aqueles que foram mencionados neste texto que somos melhores, só pelo fato de estarmos vivos. A altivez em nossa condição espiritual é prova de que não nascemos de novo. Calamidades podem acontecer com qualquer um, seja crente ou descrente, mas o Senhor nos conduzirá a escapar da maior de todas as calamidades, o afastamento eterno de nosso Senhor. Apenas a aqueles que não se arrependeram de suas obras está destinada a condenação e os tormentos do inferno.
Analisemos sinceramente se já nos arrependemos, caso contrário jamais poderemos escapar deste triste fim.

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

As disposições sociais de uma raça eleita.

Tito 2.1-10

INTRODUÇÃO: A nossa sociedade vive uma crise existencial. Não existe um equilíbrio entre as gerações, nem tão pouco a disposição correta para conduzir esta mesma sociedade de forma harmônica e sadia. Infelizmente esta triste realidade não característica apenas do mundo sem Deus. Mas o é também da igreja, lamentavelmente.

Quanto a isso é necessário enfatizar que o propósito divino para a sociedade é que esta seja conduzida por sua mão, com padrões altíssimos de moralidade, respeito e amor. Logo, vivendo em um mundo caído, devemos nos esforçar para levar o mundo a esta conscientização. Para que isso aconteça precisamos saber como devemos agir em cada área da maneira agradável a Deus.

Diante disso, é necessário observarmos de acordo com o título: “As disposições sociais de uma raça eleita”. Essas disposições não serão feitas de modo aleatório, mas de acordo com uma regra de fé, vejamos como isso é orientado nas Escrituras pelo apóstolo Paulo. Paulo escolhe algumas classes de pessoas para fornecer estas informações, vejamos como ele aborda isso em cinco classes distintas:

I- O proceder dos homens idosos (v.2)
A primeira classe de pessoas que o apóstolo lança seu olhar são os idosos. Estes deveriam ter o seguinte proceder:
a)    Temperantes e respeitáveis – Não deveriam ser caracterizados pelas falhas da idade como a arrogância, mas temperantes, desejosos pelo aprendizado, mesmo que velhos. Estes, mesmo que no passado não fossem respeitáveis, precisam ser agora, em razão da idade e eminência do encontro com o Senhor.
b)    Sensatos, sadios na fé, no amor e na constância – Em razão da experiência devem demonstrar sensatez em tudo que fazem. A fé deve ser de acordo com o padrão bíblico, demonstrando amor pelos jovens e constantes no serviço.

II- As mulheres e suas atribuições (vv.3-5)
As mulheres não são esquecidas e através dessas atribuições, Paulo instrui todas as mulheres de modo geral.
a)    As mulheres idosas (vv.3-4) – Semelhantemente aos velhos, tratados anteriormente, deve estas serem sérias em tudo o que fazem, tomando cuidado com o envolvimento em situações que colocam em dúvida isso, como a calúnia. Devem tomar cuidado com os vícios, no caso aqui o vinho, mas poderíamos citar também o cigarro e outros. Elas pela idade devem ser referência na igreja, a fim de serem exemplos para as mais novas (v.4).
b)    As mulheres novas (v.5) – Devem ser sensatas, honestas em ações, que cuidem da casa e da família, bondosas, respeitando ao marido, tendo como objetivo a honra de Cristo.

III- Os deveres dos moços (v.6)
Quanto aos moços, Paulo recomenda alguns deveres, são eles:
a)    Aceitem a exortação – Isso talvez seja um dos grandes problemas da juventude, serem exortados. O crente fiel deve demonstrar esta qualidade, a fim de que aprenda a ser um adulto temente ao Senhor.
b)    Criteriosos – A juventude é uma fase onde temos a obrigação de fazermos muitas escolhas, sendo assim, compete ao jovem saber fazer essas escolhas de acordo com o padrão divino.

IV- O padrão ministerial (vv.7-8)
Paulo lança seu olhar aos ministros, especialmente Tito, alvo dessa carta. Aproveita o fato de esse também ser jovem, mas com uma responsabilidade a mais, ele é ministro, por esta razão ele orienta a todos os outros ministros da seguinte forma:
a)    O ministro é padrão de boas obras (v.7 parte a) – Os discípulos são como crianças observando o exemplo dos pastores, por isso a importância de ser padrão nas boas obras.
b)    O ministro, mestre e reverente (v.7 parte b) – O mesmo ministro deve ser um mestre para a igreja. Compete a ele a instrução do rebanho. Deve também demonstrar reverência e temor de Deus, no púlpito e na vida.
c)    O ministro e a linguagem – Esta deve ser sadia e irrepreensível. Ela não precisa ser culta, só basta ser irretocável moralmente. Isso impede a vitória de satanás sobre a vida do ministro, fazendo o inimigo ser envergonhado. Como também a fim de ser reconhecido como servo em todos os aspectos fora e dentro da igreja.

V- Os servos e seus compromissos (vv.9-10)
Finalmente é a vez dos servos. É necessário dizer que na época que esta carta foi escrita havia ainda a escravidão e Paulo mostra o padrão exigido para todos os servos, livres e escravos.
a)    Obediência ao seu senhor (v.9) – Trazendo para nossos dias, podemos tratar esse ponto nas relações profissionais. O servo não busca derrubar o seu senhor, mas lhe é fiel. Deve este dar satisfação ao seu patrão e senhor, além de não serem respondões.
b)    O compromisso para com Deus (v.10) – Assim como em outras partes que Paulo trata do assunto, aqui ele aborda esta responsabilidade, a fidelidade a Deus. Por isso ele recomenda a não roubar, porque isso compromete a integridade e o testemunho, depois exorta a ter como foco o desejo de glorificar a Deus em tudo o que faz.

Conclusão: Várias recomendações semelhantes nos são dadas em outras partes da bíblia, porém estas nos mostram que somos um povo separado. Nossas responsabilidades para com este mundo devem ser claras em nossos relacionamentos. É também verdadeiro que devemos modificar nossas vidas para que estejamos dentro dessas exigências. Que Deus nos ajude quanto a isso, pois em épocas como as nossas, isso se torna o grande diferencial.




sábado, 3 de dezembro de 2011

O NATAL É MAIS DO QUE O CONSUMISMO

Lamentavelmente as datas cristãs no ocidente tiveram um triste fim, a paganização. Em tempos globalizados algo tão triste quanto acontece, o consumismo. É assim com o Dia de Ação de Graças e também com o Natal. Tais festas são comemoradas pela maioria cristã nos países onde existe uma forte tradição neste segmento, o que contribui para que as comemorações tenham um teor familiar de celebração e por que não dizer de frenético consumismo. Isso acontece porque em dias de franca industrialização de tudo que consumimos, tendemos a buscar no comércio aquilo que desejamos para a festa. Ora se há procura, há demanda, iniciando as inevitáveis transações dessa natureza.

O natal está repleto de demandas mercadológicas quanto a isso. Se não bastasse a ceia natalina, tradição celebrada em muitos lares, existem também a necessidade da ornamentação das casas, tanto no que se refere à iluminação externa, como também a árvore de natal e assim por diante.

Do ponto de vista da fundamentação bíblica aqueles que defendem este comércio citam o texto de Mateus 2.11, onde na ocasião, os magos do oriente oferecem a Jesus ainda menino, tesouros e especiarias, conforme a Bíblia são estes: ouro, incenso e mirra. Daí existir a fundamentação para o comércio, bem como a celebração dos comerciantes da maior data para este segmento com vultosas movimentações financeiras.

Mas o que dizer do procedimento daquele que é cristão genuíno, daquele que deseja celebrar o natal sem os mesmos conceitos equivocados aplicados por uma massa cada vez mais distante do significado do natal, o nascimento de Cristo? Como devemos comemorá-lo nos desfazendo dessas falácias e do desenfreado apego aos lucros?

Entendo que algumas sugestões nos deveriam ser oferecido quanto a isso, por isso gostaria de sugerir algumas:

Sabermos o que significa a festa – O Natal não é a festa do bom velhinho, a “magia” dele não se encontra em renas, neve ou lareiras cheias de presentes. É necessário que essa verdade seja informada às crianças de nossa sociedade, para isso teremos que lutar contra o conglomerado midiático da propaganda secular, bem como, contra uma tradição deveras equivocada. Faremos isso ao lembrar que o Natal celebra o nascimento do Filho de Deus encarnado, o Senhor Jesus Cristo. Sua insofismável encarnação inaugura a restauração de todas as coisas, por esta razão, Jesus é o motivo maior dessa festa.

A comemoração da festa e o local – Defendo que o melhor local para comemorarmos esta festa não é em casa, mas na igreja. Isso porque a igreja é do maior interesse do aniversariante, logo se essa é sua preocupação, logo, deveria ser a nossa. Entendo que aqueles que buscam celebrar o natal em família acabam se posicionando com a cultura consumista e individualista de nossas épocas. É preciso honrar esta data no templo, com cânticos, louvores e júbilo pela encarnação do Verbo, que se fez carne e habitou entre nós. Celebrar a Sua divindade, mas também a Sua humanidade ao se fazer uma singela criança na noite de Natal.

O espírito natalino – Entendo que quanto a isso deveríamos nutrir este intento em cada dia de nossa vida e não apenas no natal especificamente. Porém, ao celebrarmos a data deveríamos ser conscientizados de que o natal é uma época de grande alegria. Alegria essa que deve ser compartilhada com todos. Por isso as igrejas, as famílias deveriam estender seu olhar para o bairro, os menos favorecidos e todos outros que são tidos como excludentes nesta sociedade e revelar o amor de Cristo, friso novamente, não apenas no natal, mas em todas as épocas.

Nós somos os presentes – Finalizando, proponho uma mudança radical para esta festa. Ao invés de presentearmos os outros com notebooks, tablets, roupas e outras coisas, que tal se não fossemos nós próprios os presentes? Refiro-me ao fato de podermos contribuir com a felicidade de outrem realizando ações como, visitar orfanatos, doar sangue, visitar asilos, fazer boas ações? Existem formas mais nobres do que meros presentes para se comemorar o natal e essas não serão perdidas e esquecidas quando acabar a festa. Outra coisa é buscarmos alimentar aqueles que têm fome ao invés de alimentarmos nossos corpos bem nutridos com peru e outros petiscos. O natal é uma época solitária para muitos e o que você vai fazer para diminuir isso?

Conclusão: Não precisamos de um Natal consumista. Precisamos do amor de Cristo em nossas vidas. Um amor que se rebaixa por nossa causa. Amor que não mede consequências, que não pensou na ostentação ao se encarnar, mas pensou em nossas dores e desventuras. Deus nos livre de sermos consumistas e egoístas e façamos da maior festa da cristandade, o exemplo daquele que é o seu único homenageado, Jesus Cristo o Filho de Deus.



sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

O nosso silêncio e o silêncio de Deus

Não é possível traçar um paralelo entre aquilo que é divino e aquilo que é humano. O que é humano sempre é imperfeito e inacabado, enquanto que quando refletimos sobre o caráter e as perfeições divinas ficamos sempre embasbacados com tamanha perfeição e complexidade.

Quando nós silenciamos algumas nuances desse silêncio podem ser decifradas. Quando silenciamos diante de uma falha podemos simplesmente querer não tomar parte desse erro e isso traz implicações sérias como estar indiferente ou não desejar ajudar aquele que errou. Quando silenciamos diante de algo virtuoso exercido por alguém, podemos estar com isso apenas contemplando uma atitude nobre, de modo que nos falte palavras para o reconhecimento, mas também pode denotar inveja ou outro sentimento não muito nobre. Quando silenciamos em momentos importantes podemos estar totalmente dedicados a introspecção, fazendo-nos resolutos face a tão importante circunstância, porém, pode também significar que estamos atemorizados diante de grande desafio, o silêncio portanto, pode ser de covardia, ou mesmo de não saber o que fazer.

Quanto ao silêncio de Deus podemos tirar grandes ensinamentos. Deixando claro que o mesmo não é como o nosso, sujeito a diversidades e alterações de humor ou algum sentimento maléfico que brote no próprio Ser de Deus. O silêncio de Deus pode ser visto das seguintes perspectivas.

Sua soberania - Deus não é obrigado a nos responder no momento em que clamamos. Ele é totalmente autônomo em Suas escolhas e em Suas inclinações. O Seu silêncio nesta ocasião pode tão somente significar que Ele está exercendo a Sua soberania, reservando tempo para se manifestar quando e como achar propício, segundo Seu beneplácito.

Quando mais precisamos - Assim como acima foi dito, Deus não atende a nossa agenda. Nem sempre aquilo que julgamos importantíssimo é aos olhos de Deus tão importante assim. Ele tem Suas demandas eternas, preordenadas por Ele mesmo, que sem dúvida merecem Sua atenção santíssima. Isso não significa que esteja indiferente aos nossos interesses, mas assim como um pai humano trata os interesses de um filho pequeno de maneira a ensiná-lo a esperar, quando for necessário, assim é o nosso Deus, Ele em alguma ocasiões não nos escuta, porque entende que nossas súplicas não fazem parte de Suas demandas santíssimas. Contudo, amorosamente está interessado naquilo que desejamos, visto que deseja sempre nos ouvir, independentemente de atênde-las ou não.

Quando precisamos aprender - Dessa forma o Senhor tenciona nos dar apenas quando tivermos a maturidade adequada para recebermos. Assim como não se presenteia crianças com objetos que exigem responsabilidade, Deus também não nos dá algo que nóis ainda não estamos preparados. Se o pedido for algo que Ele mesmo se agrada, certamente aquilo que pedimos virá, mas em tempo oportuno, tempo onde teremos a devida responsabilidade para desfrutarmos sabiamente daquilo que pedimos.

Quando Ele quer mostrar Sua glória - Dessa feita observamos que o Senhor aplica-se ao silêncio, mas este não significa que seja algo perene, mas que Ele espera o momento adequado para que a Sua glória seja manifesta de maneira mais própria. Por isso escolhe o momento certo para que Seu nome e apenas ele seja glorificado, deixando de lado agentes humanos, fazendo levantar apenas Sua glória eterna e nada mais.

Resumindo, nosso silêncio pode revelar uma série de sentimentos que podem nos absolver ou condenar, ou até mesmo pode nos mostrar um caráter ainda em desenvolvimento. Diferentemente de Deus que em Seu silêncio está o Seu sapientíssimo decreto eterno, bem como Sua disposição em ouvir o piedoso, de forma a conceder Sua graça apenas em ocasião própria. Aprendamos a respeitar o silêncio de Deus, não deixemos de lembrar que Seus métodos não são humanos, mas revelam um caráter aprovado e santo. Aprendamos também a esperar em meio ao silêncio, visto que Deus tem planos e propósitos que satisfarão a Sua glória santa e nos farão glorificá-lo tão somente a esperar. Que todos nós possamos entender o silêncio divino, amém.


sábado, 26 de novembro de 2011

Quando Jesus nos socorre na angústia


Lucas 7.11-17

INTRODUÇÃO: Estamos destinados a algumas calamidades em nossas vidas. Quanto a isso todos nós temos algum tipo de experiência. Não existe como escapar destas circunstâncias.
No texto em questão, estamos observando um evento assim, a morte. Neste caso esta morte traria muito mais efeitos do que simplesmente a falta que se sentiria. Isso porque nos tempos bíblicos o primogênito era o principal mantenedor do lar na ausência do pai. Esta mulher já era viúva e com a morte do filho estaria destinada a viver de favores, esperando da mercê e piedade de muitos.
Mas algo muito importante acontece com ela e é justamente para este evento que chamo a atenção da igreja nesta noite com o seguinte título: “Quando Jesus nos socorre na angústia”.
Não existe nada que seja maior do que a graça de Cristo, ela nos alcança justamente nos momentos mais críticos de nossas vidas. Quanto a isso podemos aprender muito neste texto, vejamos como Ele nos socorre na angústia e vejamos isso de três formas, conforme apresentado no texto:

I- Ele nos socorre no último momento (vv.11-12)
O féretro daquele homem era sua despedida. Aquelas pessoas que seguiam o cortejo estavam certos de que uma vida tinha se encerrado, por isso eram solidários a dor daquela mulher. Mas, sabemos que mesmo que tudo possa parecer encerrado, apenas Deus decreta se algo está finalizado.
a)   A ida a Naim (v.11) – A cidade de Naim não era uma cidade importante da Judéia. Ela é tão inexpressiva que este é o único lugar em que ela é citada, mas a Bíblia nos informa que Jesus daria para sempre notoriedade aquele lugar. Assim como por mais desconhecidos que sejamos, Ele nos contempla e nos alcança.
b)   O olhar eletivo (v.12) – Chamamos de olhar eletivo a capacidade de o Senhor escolher-nos para algum propósito específico. No caso em questão, ele foi ao encontro da mulher em, talvez seu momento mais angustiante, a morte de seu filho amado. Aquela mulher naquele dia não seria conhecida pela calamidade, mas pelo favor divino, isso porque Ele a tinha escolhido especialmente para este fim.

II- Ele nos socorre de forma compadecida (vv.13-14)
O nosso Deus não é um ser inflexível alheio às dores e os temores das Suas criaturas. Nesta ocasião fica clara esta condição amorosa de um Deus sensível e gracioso.
a)   O compadecimento do Senhor (v.13) – Esta passagem mostra-nos a ternura do Senhor ao nos ver em meio ao sofrimento. Ele se compadece, pois, não se agrada de nos ver sofrer, mas no enxerga em meio à multidão para de vez mudar a nossa sorte. Ao dizer “não chores”, o Senhor não estava tentando reprimir o ato de chorar, mas indicando aquilo que viria mais tarde, a alegria de lhe devolver o filho.
b)   A ressurreição do rapaz (v.14) – Jesus, posteriormente afirmaria “Eu sou a ressurreição e a vida; quem crê em mim, ainda que esteja morto, viverá” (João 11.25). Sua voz de autoridade chamou o morto à vida, assim como nos chama a existência, mediante Seu poder eterno.

III- Ele nos socorre e restitui nos visitando (vv.15-17)
a)   Um momento inesperado (v.15) – Aquela mulher estava certa de que naquele dia estaria vendo seu filho pela última vez. Mas Deus lhe vez algo inesperado, fazendo-nos ter a certeza de que as surpresas do Senhor nos alcançarão, mesmo nos momentos mais angustiantes.
b)   A visitação de Deus diante de todos (v.16) – Aqueles que observavam aquele momento glorificaram a Deus e perceberam que haviam sido visitados. Seus amigos lhe visitam na angústia? Pois, este mui especial amigo sim. Ele prefere estes momentos para mostrar sua graça à vista de todos.
c)    O anúncio deste feito (v.17) – A partir deste evento, o nome do Senhor foi glorificado. Assim Ele faz ao nos conceder sua misericórdia. Ele não apenas nos socorre, mas este socorro enaltece Sua infinita glória.

Conclusão: Você talvez possa estar vivendo uma angústia assim. Talvez não com a morte de alguém amado, mas por solidão, por dúvidas e temores. Deus continua a fazer-nos o inesperado. Ele continua a demonstrar a Sua visitação, Ele continua a exaltar Seu nome santo. Quem sabe não é justamente este esse dia? Quanto a receber a graça talvez seja preciso clamar, como fez Bartimeu (Marcos 10.46-52), ou apenas estar em meio a dor, como no caso desta mulher, mas o fato é que Ele te vê em meio a multidão e que certamente te será favorável, conforme nos informa o Salmo 23.24 “Pois não desprezou, nem abominou a dor do aflito, nem ocultou dele o rosto, mas ouviu, quando lhe gritou por socorro”.

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

A diferença entre o crente e o descrente


Salmo 1

INTRODUÇÃO: Toda humanidade, em todas as épocas, está dividida, entre eleitos e não eleitos. Aqueles que são destinados a glória e aqueles que estão destinados a perdição. Quanto a isso, chamamos de dupla predestinação, ou seja, Deus tem planos específicos para toda humanidade, mas ela está dividida e não compartilha um destino único.
Não podemos afirmar que aqueles que não são crentes hoje, estão nesse grupo para a destinação a danação, mas é possível afirmar que até serem chamados, eles ainda se encontram nesta divisão inevitavelmente.
A autoria desse salmo é credita a Esdras por alguns, Spurgeon o chama de prefácio de todos os salmos, enfatizando a busca pela Leio do Senhor. O fato é que este salmo é extremamente didático naquilo que o Senhor estabelece em sua graça para todos os homens. Observemos o seguinte título: “A diferença entre o crente e o descrente”. Observemos como isto acontece:

I- São classes distintas de pessoas (v.1)
Apesar de vivermos no mesmo mundo, não temos o mesmo destino, nem tão pouco nos agradamos nas mesmas coisas.
a)   Os conselhos do mundo – O mundo e seus habitantes são regidos por valores e conceitos diferentes. Por serem inclinados ao mal desde o nascimento, buscam o que é contrário a Lei de Deus. Tentam perverter os crentes a caírem nas suas ciladas, mas o fiel se recusa, por amor ao Senhor, a atender a estes conselhos.
b)   O caminho dos pecadores – O crente não permanece nele, ou seja, não busca a vida de pecado e desobediência.
c)    A roda dos escarnecedores – É amotinamento para a blasfêmia promovido pelos ímpios e descrentes. O fiel, a fim de agradar a Deus, se desvia desse ajuntamento.

II- O crente tem prazer no serviço sagrado (v.2)
a)   O prazer na Lei de Deus – Como nascido de novo, ele busca os hábitos de seu novo nascimento. Aqui a ênfase recai sobre o estudo da Lei e a busca pelos exercícios religiosos. Com o abandono da pratica pecaminosa, o crente se reveste de obras piedosas.
b)   Dia e noite – Esta prática não é algo meramente institucional, mas algo enraizado na própria alma do crente, ou seja, faz parte de sua nova natureza, por isso o interesse em saber dessa Lei em todas as horas de sua vida.

III- O descrente é fragilizado e objeto de ira (vv.4-5)
a)   A fragilidade do homem sem Deus (v.4) – Apesar da aparência opulenta e soberba do homem arrogante, ele não passa de alguém impulsionado por valores transitórios. Isso fica claro aqui. Eles serão dispersos pelo vento de Deus, não prevalecem, por não estarem firmados no Senhor.
b)   Eles são objetos da ira de Deus (v.5) – Este salmo demonstra o final eterno dos ímpios. Existe aqui uma profecia a respeito daqueles que se negarem a receber a Cristo como Senhor. Eles não permanecerão no juízo, não porque fugiram dele, mas porque não suportaram a sentença dada a eles. Depois, não estarão na assembleia dos justos, ou seja, não verão o gozo dos servos benditos do Pai, não avistarão a cidade de Deus, o louvor daquele lugar, nem tão pouco vivenciarão a santidade e a vida eterna com Cristo.

IV- Eles tem destinos distintos (v.6)
Por fim, o salmista conclui com o seguinte enfoque:
a)   O Senhor conhece os Seus – O texto enfatiza que o nosso Deus conhece o “caminho dos justos”, isso não é outra coisa, senão o conhecimento daquilo que eles são na Sua santa presença. Todos os justos estão diante dos olhos amorosos de Deus. De uma maneira especial e graciosa.
b)   Os ímpios perecem – Em caminhos distintos, o descrente não será bem sucedido. Perecerá todo intento vil e maligno daqueles que desprezam o Senhor e Sua igreja. Aqueles que se opõem ao reto Caminho, verão seus propósito se esfarelando, pois o Senhor não os aprova.

Conclusão: Precisamos saber que não estamos vivendo igualmente com todos os homens. Em algumas coisas podemos nos parecer com eles, porém, a nossa forma de vida é totalmente distinta daqueles. É preciso achegar-se a Cristo, para que possamos receber o perdão dos nossos pecados. É preciso arrependimento e novas obras, obras que glorifiquem a Deus e demonstre um caráter diferente. Apenas assim, seremos bem aventurados, hoje e na eternidade, amém.

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

O mundano proceder de uma igreja mundana


Efésios 4.4-6

INTRODUÇÃO: Hoje existe um verdadeiro frenesi com relação aos números que demonstram o crescimento da igreja evangélica em nossa pátria. Mas ao invés de haver júbilo existe uma enorme desconfiança com o movimento religioso que acontece no Brasil e isso não da parte daqueles que estão fora, mas daqueles que estão dentro.
Eu me encontro entre estes que não conseguem ver neste movimento algo animador, mas com uma grande desconfiança. Gostaria de nesta pregação tecer as razões para isso de acordo com a Palavra de Deus, para tanto gostaria de propor o seguinte título: “O mundano proceder de uma igreja mundana”.
Com esse título não pretendo ser apocalíptico ou redundante, mas enfocar aquilo que mais me chama atenção em nossa época, a fim de colocarmos o dedo em nossa ferida, buscando sua restauração. Proponho isso indicando onde está este mundano proceder desta igreja e onde ela mais se assemelha ao mundo sem Deus. Vejamos isso da seguinte forma:

I- Ela é mundana porque se afasta da Palavra (1 Coríntios 2.14). No texto em questão vemos o apóstolo defender que os incrédulos não podem discernir espiritualmente a Palavra de Deus. Eles ainda estão presos a conceitos naturais e a mensagem é loucura, mas o que dizer de uma igreja que faz a mesma coisa?
a)   O obscurantismo evangélico – O que dizer de uma igreja que seus pregadores são leigos e iletrados na Palavra, fazendo dela o que bem entendem, torcendo-a e usando-a apenas como pretexto para suas ideias?
b)   A manipulação da Palavra – Não são poucos aqueles que fazem da Palavra subterfúgio para as suas pretensões pessoais, bem como, para dar guarida a heresias e práticas estranhas à igreja de Cristo durante toda sua existência, é impressionante a originalidade maligna destes mestres, que não cansam de inovar destrutivamente.    

II- Ela é mundana porque se mistura ao mundo e com seus valores (Romanos 2.1-2).
a)   Uma igreja sem influência – Falo não da influência de cargos públicos importantes, nem de ricos pertencentes às igrejas, mas influência de convertidos sendo sal e luz em um mundo sem sabor e em trevas. Não parecemos nem de perto com aquilo que é o propósito de Deus para a Sua igreja.
b)   Posturas mundanas na vida de muitos – É bastante comum a aceitação de práticas escancaradamente mundanas como falar palavrões, a aceitação da pornografia e a falta de santidade. O que esperar de uma igreja que não vê com problemas práticas homossexuais, nem tão pouco, sabe o que defender como igreja?

III – Ela é mundana porque prega os desejos do mundo (Gênesis 19.26).
a)   A cobiça mundana – Uma igreja conhecida por suas propagandas na TV enfatiza que após conversão em suas fileiras é possível pagar dívidas e resolver os problemas de casamento. Muitos estão tendo a mesma ideia hoje em dia. Até parece que se esquecem de textos como 1 Co 7.15, onde Paulo lembra as dificuldades de ser crente e casar com um descrente, nem tão pouco da grande soma de exemplos de santos de Deus que jamais foram ricos.
b)   O misticismo evangélico – A fábrica de ídolos não para de funcionar no cenário gospel. Não falta nada, desde campanhas mirabolantes, sacrifício no monte e outras tantas bizarrices atuais. Como dizer que somos um povo que tem a vida fundamentada apenas na Palavra?

IV- Ela é mundana por não trazer novidade de vida (Ezequiel 37.1-2).
a)   Uma igreja sequíssima – Assim como esses ossos na visão de Ezequiel, assim tem sido a vida de muitos. Falta a óleo do Espírito em muitos, inclusive em muitos púlpitos, refletindo aquilo que diz na Palavra, “assim como é o profeta é o povo”, é o reflexo da liderança que não consegue ser guia em dias tão conturbados.
b)   O clamor do mundo – É claro que os inimigos não anseiam pelo Senhor, mas eles esperam atitudes condizentes com aquilo que pregamos. Se não formos exemplo jamais seremos diferenciados dos hipócritas.

V. Ela é mundana porque não busca o Reino de Deus e Sua justiça (Mateus 6.33).
a)   Estão preocupados com o aqui e o agora – Vivem como se nunca fossem prestar contas a Deus. Esquecem-se de Deus como Juiz e fazem de si próprios o padrão para suas pretensões.
b)   Não conseguem refletir os valores do Reino – Esta igreja também não consegue se portar como uma contra cultura, é absorvida pela malignidade, juntam-se com os malfeitores e desprezam o caminho do Senhor.

Conclusão: Espero não desmotivar alguns nesta noite. Não estou falando como amargurado, mas como alguém que acredita que a igreja de Cristo pode ser mais santa do que aquilo que estamos vendo nestas épocas. Voltemos a simplicidade da cruz, busquemos a glória de Deus, afastemo-nos do mundo, pois ele nada tem a ver com nosso Deus. Se assim o fizermos, faremos de nossas vidas e daqueles que creram em nossa Esperança bem aventurados e felizes, seremos aquilo que Deus espera de nós, oxalá.  

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

O desejo pela glória de Deus

Êxodo 33.17-20

INTRODUÇÃO: Shekhinah é uma palavra hebraica que significa habitação ou assentamento. Mas, biblicamente, ela passou a se identificar com a presença de Deus no templo, ou como a característica do evento em que o Senhor aparecia aos filhos de Israel na Antiga Aliança.
É verdade que ao longo dos anos nós nos acostumamos uma religião meramente institucional. Ou seja, boa parte dos nossos relacionamentos com Deus não acontece de uma maneira transcendente, mas muitas vezes apenas dentro do previsível. Perdemos oportunidades riquíssimas de nos achegar a Deus de uma maneira mais plena e podermos nos encontrar com Sua glória.
Moisés não vivenciava uma religião meramente “institucional”, o relacionamento deste com Deus era algo profundo, ao ponto de ser chamado “amigo de Deus”. No texto em questão vemos algumas características do compromisso de Moisés com Deus. Para tanto, sugiro um título para a nossa meditação: “O desejo pela glória de Deus”.
Se quisermos também manter um relacionamento íntimo com o Senhor precisamos observar, a partir deste texto, como era o relacionamento de Moisés, por isso vejamos:
 
I- Moisés tinha desejo pela glória de Deus (vv.17-18)
A passagem que estamos observando nasce em um período importante do êxodo israelita. O Senhor havia se indignado contra os idólatras que haviam erigido um ídolo, um bezerro de ouro. O Senhor estava disposto a matar a todos os que haviam saído, mas Moisés intercede pelo povo. No texto em questão, Moisés deseja saber que era Aquele que havia lhe comissionado para uma tarefa tão árdua, por isso ele solicita a presença de Deus (Êx. 33. 12-16). Vejamos como isso acontece:
a)    A resposta de Deus ao pedido (v.17) – O argumento divino quanto a súplica de Moisés e a razão pela qual ele seria atendido é bem óbvio, Moisés “achou graça” aos olhos de Deus. Deus também explica que Moisés era conhecido pelo nome. É claro que Deus conhece a todos, mas o eleito é conhecido de perto por Deus. A razão de Moisés receber algo tão grande não está nele, mas em Deus.
b)   Uma súplica repetida ansiosamente (v.18) – Moisés aqui suplica como alguém que não consegue deixar de pensar em algo. Ele estava resoluto quanto a isso. A glória era necessária, para que o relacionamento entre Deus e adorador fosse mais aproximado.

II – A glória de Deus é algo gracioso (v.19)
a)    A exigência divina – O evento não seria nos moldes de Moisés. O próprio Deus estabelece como ocorrerá. Ele manifestará toda a Sua bondade diante de Moisés e a exaltação do Seu nome será também conhecida.
b)   A graça para quem Ele quer dar – O texto em questão é lembrado por Paulo em Romanos 9.15. Moisés escuta aquilo que todo homem deveria clamar para escutar, ele escuta que Deus lhe quis manifestar Sua misericórdia e isso veio apenas por graça divina.

III- A glória de Deus e o lugar dos adoradores (vv.20-23)
Finalmente, Deus estabelece sua vontade quanto a este encontro, bem como, estabelece os limites para atuação de Moisés como adorador, vejamos o texto:
a)    Moisés não veria a face de Deus (v.20) – Cantamos um hino que diz “Nem Adão chegou a vê-Lo, antes mesmo de pecar”. Deus reserva os limites desse encontro, reservando uma parte de Sua glória que homem algum poderia ver.
b)   O local de Moisés na ocasião (v.21) – Não é claro o local que ambos estavam nesta ocasião, pelo texto parece indicar que este evento ocorre na tenda da congregação, mas também pode ter sido no Monte de Deus, o Sinai, porém, o que somos informados é que Moisés estaria num lugar específico, uma penha, um alto lugar para ver aquele que é altíssimo.
c)    A preocupação com Moisés (v.22) – Deus sabia que Moisés podia não resistir a visão de Sua glória, por isso Ele o leva com Sua própria mão para um local seguro, mas nem toda a glória lhe seria revelada, ele teria sua visão limitada, até que o Senhor houvesse passado.
d)   Deus pelas costas (v.23) – Isso não significa menosprezo, mais zelo com Sua glória e amor ao servo Moisés. Depois daquele dia, Moisés nunca mais foi o mesmo. Ele teve a certeza com quem estava tratando e isso o consolou profundamente.

Conclusão: Não podemos limitar nossa aproximação do Senhor. Ele está disponível para todos que assim como Moisés desejarem encontros profundíssimos (Jr. 29.13). Não podemos fazer de nossa adoração algo mecânico e institucional. Precisamos insistir para vermos a glória de um Deus gracioso, próximo de todos aqueles que clamarem. Compassivo e amoroso, preocupado com Sua glória e com nosso bem estar.