sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

O nosso silêncio e o silêncio de Deus

Não é possível traçar um paralelo entre aquilo que é divino e aquilo que é humano. O que é humano sempre é imperfeito e inacabado, enquanto que quando refletimos sobre o caráter e as perfeições divinas ficamos sempre embasbacados com tamanha perfeição e complexidade.

Quando nós silenciamos algumas nuances desse silêncio podem ser decifradas. Quando silenciamos diante de uma falha podemos simplesmente querer não tomar parte desse erro e isso traz implicações sérias como estar indiferente ou não desejar ajudar aquele que errou. Quando silenciamos diante de algo virtuoso exercido por alguém, podemos estar com isso apenas contemplando uma atitude nobre, de modo que nos falte palavras para o reconhecimento, mas também pode denotar inveja ou outro sentimento não muito nobre. Quando silenciamos em momentos importantes podemos estar totalmente dedicados a introspecção, fazendo-nos resolutos face a tão importante circunstância, porém, pode também significar que estamos atemorizados diante de grande desafio, o silêncio portanto, pode ser de covardia, ou mesmo de não saber o que fazer.

Quanto ao silêncio de Deus podemos tirar grandes ensinamentos. Deixando claro que o mesmo não é como o nosso, sujeito a diversidades e alterações de humor ou algum sentimento maléfico que brote no próprio Ser de Deus. O silêncio de Deus pode ser visto das seguintes perspectivas.

Sua soberania - Deus não é obrigado a nos responder no momento em que clamamos. Ele é totalmente autônomo em Suas escolhas e em Suas inclinações. O Seu silêncio nesta ocasião pode tão somente significar que Ele está exercendo a Sua soberania, reservando tempo para se manifestar quando e como achar propício, segundo Seu beneplácito.

Quando mais precisamos - Assim como acima foi dito, Deus não atende a nossa agenda. Nem sempre aquilo que julgamos importantíssimo é aos olhos de Deus tão importante assim. Ele tem Suas demandas eternas, preordenadas por Ele mesmo, que sem dúvida merecem Sua atenção santíssima. Isso não significa que esteja indiferente aos nossos interesses, mas assim como um pai humano trata os interesses de um filho pequeno de maneira a ensiná-lo a esperar, quando for necessário, assim é o nosso Deus, Ele em alguma ocasiões não nos escuta, porque entende que nossas súplicas não fazem parte de Suas demandas santíssimas. Contudo, amorosamente está interessado naquilo que desejamos, visto que deseja sempre nos ouvir, independentemente de atênde-las ou não.

Quando precisamos aprender - Dessa forma o Senhor tenciona nos dar apenas quando tivermos a maturidade adequada para recebermos. Assim como não se presenteia crianças com objetos que exigem responsabilidade, Deus também não nos dá algo que nóis ainda não estamos preparados. Se o pedido for algo que Ele mesmo se agrada, certamente aquilo que pedimos virá, mas em tempo oportuno, tempo onde teremos a devida responsabilidade para desfrutarmos sabiamente daquilo que pedimos.

Quando Ele quer mostrar Sua glória - Dessa feita observamos que o Senhor aplica-se ao silêncio, mas este não significa que seja algo perene, mas que Ele espera o momento adequado para que a Sua glória seja manifesta de maneira mais própria. Por isso escolhe o momento certo para que Seu nome e apenas ele seja glorificado, deixando de lado agentes humanos, fazendo levantar apenas Sua glória eterna e nada mais.

Resumindo, nosso silêncio pode revelar uma série de sentimentos que podem nos absolver ou condenar, ou até mesmo pode nos mostrar um caráter ainda em desenvolvimento. Diferentemente de Deus que em Seu silêncio está o Seu sapientíssimo decreto eterno, bem como Sua disposição em ouvir o piedoso, de forma a conceder Sua graça apenas em ocasião própria. Aprendamos a respeitar o silêncio de Deus, não deixemos de lembrar que Seus métodos não são humanos, mas revelam um caráter aprovado e santo. Aprendamos também a esperar em meio ao silêncio, visto que Deus tem planos e propósitos que satisfarão a Sua glória santa e nos farão glorificá-lo tão somente a esperar. Que todos nós possamos entender o silêncio divino, amém.


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