domingo, 15 de setembro de 2013

Artigo sobre a pregação do apóstolo Paulo em Antioquia da Pisídia

Já está disponível no site ISSUU um artigo escrito pelo reverendo Fabiano sobre que tem por título "A abordagem evangélica de Paulo na sinagoga dos judeus em Antioquia da Pisídia". O artigo na íntegra pode ser lido aqui. Esse é o primeiro texto publicado nesta temática e os demais você encontra também em nosso blog Evangelismo e Reforma. 

segunda-feira, 2 de setembro de 2013

Os cegos no buraco, uma parábola para os nossos dias


O ensino para a igreja de Cristo é uma grande responsabilidade. Vivemos uma fé revelacional e isso indica que uma de nossas grandes responsabilidades é justamente repassar o ensino que aprendemos do próprio Cristo a todos aqueles que nosso ministério alcançar.

Talvez uma das grandes dificuldades da igreja atual seja professar uma fé condizente com as Sagradas Escrituras. Vivemos um momento ateológico em nossos arraiais. A igreja de Cristo parece perder o fôlego para o aprendizado das Escrituras e apesar crescer em números nunca vistos em nossa nação, cresce também em ignorância da Bíblia, nossa regra de fé e prática. Nunca se produziu tantas Bíblias, nunca livro algum foi tão lido, mas é verdade que nunca a compreensão de uma mensagem foi tão distorcida em nossos dias.

Será que é do agrado de Cristo que Sua mensagem tenha tantas interpretações e tanta confusão entre aqueles que dizem serem Seus discípulos? Acredito que o texto de hoje nos responde essa pergunta. Não, Cristo não nos chamou para termos uma fé confusa, mas para crermos em Sua uma única Palavra, que é a Sua própria.

O texto em questão está uma porção do livro de Lucas dedicada à exposição de alguns ensinamentos de Cristo sobre diversos assuntos. Talvez o texto correlato de Mateus 15.14 nos ajude a identificar o contexto, pois nos informa que Jesus discutia com alguns fariseus, que julgavam conhecer a Lei, mas que torciam as Escrituras. Em Mateus Jesus profere essas palavras, deixando que os mesmos fossem embora, pois “não passavam de cegos”.

Diante do exposto gostaria de propor um tema para a nossa meditação essa noite: “Os cegos no buraco, uma parábola para os nossos dias”. Justifico o mesmo considerando que essa parábola é realmente algo muito atual na igreja dessa época. Devemos nos esforçar para que não sejamos nem um cego nem o outro, mas sim pessoas que possuam esclarecimentos que nos façam escapar dos abismos da incredulidade e heresia.

Vejamos o que o Senhor que nos ensinar aqui:

A linguagem parabólica de Jesus.
Jesus falava por parábolas – Esse recurso literário utilizado por Jesus tinha nitidamente um objetivo específico. Na definição a parábola serve para fazer uma comparação, uma ilustração de algo ou mesmo uma analogia. A bíblia atribui à parábola o status de enigma (Salmos 49.4 e 78.2).
O objetivo da parábola (Mt.13.10) – O texto nos ensina que tinha o objetivo de revelar o conhecimento espiritual a aqueles que estavam perto, no caso os discípulos, mas também de confundir os que não fazem parte da aliança, os descrentes. Essa dupla função da parábola também pode ser aplicada a toda a Escritura, uma vez que esse é o seu efeito.

A impossibilidade de um cego guiar outro cego.
Jesus propõe algo impossível – No início da parábola Jesus propõe algo impossível. Nenhum cego pode servir de referencial, nem mesmo para ele, quem dirá para os outros. O objetivo do argumento de Jesus é provocar a resposta, algo que Ele faz posteriormente. Ninguém pode conduzir alguém sem que este mesmo conheça o caminho.
Quem são os cegos? – Algumas perguntas são pertinentes aqui, primeiro quem são os cegos. É lógico que o Senhor está falando dos líderes de Israel, conforme a explicação de Mateus 15.14. Mas isso também se aplica de forma mais especifica a outras pessoas, então vejamos. 1) Geral – De uma forma geral são todos que não entendem o Evangelho; 2) Alguém que se considera líder – Esses buscam ensinar aquilo que não aplicam a si mesmos, são, portanto, impostores; 3) Os cegos – O primeiro se faz de líder, enquanto o segundo o cegue irrestritamente.
O que é o ensino? – Sem dúvida a aplicação aqui se refere ao Evangelho. Ninguém pode ensinar aquilo que não conhece. Talvez seja esse um dos grandes problemas existentes na liderança da igreja como um todo, do discipulado e do evangelismo. Isso é refletido na prática de adoração da igreja, na sua liturgia e no seu testemunho.
A quem compete o ensino? – Pelo texto vemos que os líderes da igreja são responsáveis pelo ensino à igreja e à nação em que são chamados a servir. Esses são chamados de guias (Hb 13.17), são responsáveis pelo ensino na igreja e Deus cobrará deles esta questão. Porém algo precisa ser dito aos maridos e pais cristãos: 1) Maridos (1 Tm 2.11, 12 e 1 Co 14.35) – Estes são responsáveis pelo ensino do evangelho as suas esposas, lamentavelmente não é o que vemos hoje em dia. Mas cabe ao esposo o ensino; 2) Pais (Êx. 20.5; Dt 6.7 e Ef.6.1). Os pais são sacerdotes em seus lares. Eles devem ensinar pela vida e testemunho, mas ensinar também pela Palavra. Não deve esperar apenas que a igreja ensine, mas ele também ser, fundamentalmente, o exemplo maior de seus filhos.

O fim catastrófico de tal empreitada.
A negativa de Cristo – Cristo indica que nada que empreendem esses homens será bem sucedido. Ele mesmo responde a indagação e descarta completamente o empreendimento dos homens a uma perspectiva positiva.
Uma catástrofe os aguarda – Nenhum empreendimento que não busque os meios estabelecidos por Deus pode ser bem sucedido. Os crentes são guardados de cair, porque Deus os conduz como conduziu Israel no deserto, com a luz de Cristo. Isso os impede de incorrerem em erro, mas aqueles que não portam essa promessa serão acometidos com um fim catastrófico.
O abismo - A palavra grega βόθυνον (bathynon), significa, abismo, buraco, vala. Seja qual preferir usar, chegamos a uma só conclusão inevitável, não há promessa de salvação para estes aqui. Cristo não lhes promete auxílio, cairão e ficarão prostrados, talvez porque o Senhor tenha em mente o que diz Lucas 17.2 “Melhor lhe fora que se lhe pendurasse ao pescoço uma pedra de moinho, e fosse atirado no mar, do que fazer tropeçar a um destes pequeninos”. Tanto em um caso como no outro não existe escape.

Não pensemos que estamos livres dessas ameaçadoras palavras. 
Somos responsáveis pelo ensino do Evangelho. Seja eu como pastor dessa igreja, seja você como discipulador, sejam os pais ou maridos. Não devemos negligenciar o que aprendemos na igreja. Tenhamos cuidado em não nos interessar pelas coisas que pertencem à salvação. Cada um de nós prestará contas a Deus. Não devemos ser cegos, pois ou estaremos na posição do que lidera ou do que é liderado, mas o fim de ambos é um só, o abismo, o barranco.


Tomemos cuidado com aquilo que aprendemos. Tenhamos o costume de inquerir se faz parte ou não do ensino de Cristo. Num mundo como o nosso, muitos são aqueles que desejam nos ensinar, mas pese na balança de Deus que são as Escrituras se tal ensinamento é ou não é fiel. Que Deus nos ajude a apenas seguir a Cristo e a não sermos cegos, caso contrário o nosso fim não será nada interessante. Que Deus nos seja Guia eternamente.