quinta-feira, 23 de fevereiro de 2017

A missionalidade da igreja em tempos onde imperam a frouxidão e o legalismo

Antes de iniciarmos esse assunto que não pretendo me delongar muito, não pretendo defender uma ideia “revolucionária”, ou mesmo me sentir um iluminado por conceber a igreja de forma a pensar acerca do que pode dar certo ou errado nela, fazendo ponderações bombásticas e nunca praticadas. Falo ao considerar, sobretudo, aquilo que a bíblia ensina sobre a função da igreja nesse mundo. Pensamos em tudo o que vemos e percebemos que a igreja hodierna tem verdadeira sina por extremos. Neste entendimento vemos grupos que são extremamente frouxos sobre os padrões de moralidade, onde as pessoas que pertencem aos mesmos podem viver sem nenhuma crise de consciência, não sendo confrontados com os padrões exigidos nas Escrituras, bebendo muito, falando palavrões, sendo descuidados com a moralidade e outras licenciosidades e do outro lado encontramos grupos extremamente legalistas em exacerbar os conceitos da Lei, fazendo que a mesma assuma uma proeminência tão grande que pouco se pode conhecer acerca da graça de Deus em seus arraiais. Tais pessoas são tão literalistas que estão dispostas a fincar estacas no radicalismo, vendo os outros como relaxados e infiéis, apenas porque não comungam com eles acerca de um ou outro ponto do Evangelho. Os puristas se consideram os únicos santos autênticos e por essa razão se fecham em seu grupo que consequentemente, respeita suas ideias e estilo de vida.

Estes dois grupos infestam o nosso cenário religioso. A conclusão que vemos nisso tudo é que pouco ou quase nada pode ser realmente vivido se caso pendermos para alguns desses extremos. O Evangelho não é um claustro. Não nos leva a nos isolar do mundo como se desejássemos uma “subcultura” ou mesmo “uma cultura de gueto”. Muito pelo contrário o Evangelho nos leva a nos relacionar com o mundo de forma transformadora e imersionista. O cristão de fato, não vive às margens da cultura ou do seu relacionamento com o mundo, mas pensa a cultura com a visão que Deus tem da cultura, ou seja, vendo a cultura que é concebida de forma ímpia com a necessidade de modificação e usando aquilo que é possível usar de maneira a fazer pontes para relacionamentos, que possam ser redentivos quanto a proclamação do Evangelho.

Quanto ao outro grupo, os legalistas, buscamos de modo sábio leva-los a conhecer a liberdade de Cristo, procurando libertá-los das amarras da religião que aprisiona o homem, que faz com que sejam vistos conceitos cristãos apenas na superfície e não na devida profundidade. Por essa razão, é necessário ponderar a maneira como se debate, mas nunca se entregando a uma posição ofensiva, por parte daqueles que desejam uma discussão sincera. Sempre levando em consideração que o Senhor Jesus não levantava sua voz ao debater com os fariseus e que muitas vezes os deixou falando sozinhos, pois os mesmos não apenas estavam errados acerca dos pontos levantados pelo Senhor, mas também eram intransigentes na defesa de seus posicionamentos inviabilizando um debate que pudesse produzir vida ou lhes trazer algum benefício espiritual.


Em nossa defesa de uma conduta missional precisamos nos conscientizar que não estar nesses dois polos nos coloca em uma condição desfavorável, pois, teremos poucos que juntarão forças ao nosso lado. Porém, isso não pode barrar nossa condição de luta em favor de sermos ouvidos. Sempre procurando observar o Evangelho de modo que este, por ser fator que liberta os homens das amarras do pecado, da licenciosidade e do legalismo. Os dois pontos são extremamente danosos a mensagem bíblica e devem ser postos como extremos e depreciativos ao Evangelho de Cristo. Que Deus nos faça manter o real equilíbrio e sejamos usados assim, amém. 

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