Antes de iniciarmos esse assunto que não
pretendo me delongar muito, não pretendo defender uma ideia “revolucionária”, ou mesmo me sentir um iluminado por conceber a igreja de forma a pensar acerca do que pode dar
certo ou errado nela, fazendo ponderações bombásticas e nunca praticadas. Falo ao considerar, sobretudo, aquilo que a bíblia ensina
sobre a função da igreja nesse mundo. Pensamos em tudo o que vemos e percebemos
que a igreja hodierna tem verdadeira sina por extremos. Neste entendimento
vemos grupos que são extremamente frouxos sobre os padrões de moralidade, onde
as pessoas que pertencem aos mesmos podem viver sem nenhuma crise de
consciência, não sendo confrontados com os padrões exigidos nas Escrituras, bebendo muito, falando palavrões, sendo descuidados com a
moralidade e outras licenciosidades e do outro lado encontramos grupos extremamente
legalistas em exacerbar os conceitos da Lei, fazendo que a mesma assuma uma
proeminência tão grande que pouco se pode conhecer acerca da graça de Deus em seus arraiais.
Tais pessoas são tão literalistas que estão dispostas a fincar estacas no
radicalismo, vendo os outros como relaxados e infiéis, apenas porque não comungam
com eles acerca de um ou outro ponto do Evangelho. Os puristas se consideram os
únicos santos autênticos e por essa razão se fecham em seu grupo que consequentemente, respeita
suas ideias e estilo de vida.
Estes dois grupos infestam o nosso
cenário religioso. A conclusão que vemos nisso tudo é que pouco ou quase nada
pode ser realmente vivido se caso pendermos para alguns desses extremos. O
Evangelho não é um claustro. Não nos leva a nos isolar do mundo como se
desejássemos uma “subcultura” ou mesmo “uma cultura de gueto”. Muito pelo
contrário o Evangelho nos leva a nos relacionar com o mundo de forma
transformadora e imersionista. O cristão de fato, não vive às margens da
cultura ou do seu relacionamento com o mundo, mas pensa a cultura com a visão
que Deus tem da cultura, ou seja, vendo a cultura que é concebida de forma
ímpia com a necessidade de modificação e usando aquilo que é possível usar de
maneira a fazer pontes para relacionamentos, que possam ser redentivos quanto a
proclamação do Evangelho.
Quanto ao outro grupo, os legalistas,
buscamos de modo sábio leva-los a conhecer a liberdade de Cristo, procurando
libertá-los das amarras da religião que aprisiona o homem, que faz com que
sejam vistos conceitos cristãos apenas na superfície e não na devida profundidade.
Por essa razão, é necessário ponderar a maneira como se debate, mas nunca se
entregando a uma posição ofensiva, por parte daqueles que desejam uma discussão sincera. Sempre levando em consideração que o Senhor
Jesus não levantava sua voz ao debater com os fariseus e que muitas vezes os
deixou falando sozinhos, pois os mesmos não apenas estavam errados acerca dos
pontos levantados pelo Senhor, mas também eram intransigentes na defesa de seus
posicionamentos inviabilizando um debate que pudesse produzir vida ou lhes
trazer algum benefício espiritual.
Em nossa defesa de uma conduta
missional precisamos nos conscientizar que não estar nesses dois polos nos
coloca em uma condição desfavorável, pois, teremos poucos que juntarão
forças ao nosso lado. Porém, isso não pode barrar nossa condição de luta em
favor de sermos ouvidos. Sempre procurando observar o Evangelho de modo que
este, por ser fator que liberta os homens das amarras do pecado, da
licenciosidade e do legalismo. Os dois pontos são extremamente danosos a
mensagem bíblica e devem ser postos como extremos e depreciativos ao Evangelho
de Cristo. Que Deus nos faça manter o real equilíbrio e sejamos usados assim,
amém.
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