sábado, 19 de fevereiro de 2011

O profeta Elias e seu referencial para nós pastores, como homem de Deus


Sermão de posse do rev. Cornélio Beserra, Salgueiro-PE

I Reis 17.24

INTRODUÇÃO: Esta é uma ocasião oportuna para observarmos um pouco sobre a vocação pastoral. Quase nunca isso acontece, a não ser em ocasiões assim, visto que o próprio pastor, muitas vezes não expõe essa verdade bíblica para o povo, visto que se preocupa em alimentar o rebanho e nem sempre ele mesmo é alimentado durante os seus dias no pastorado.  
O dois livros de Reis são composições de um autor único. A tradição judaica indica o profeta Jeremias como seu autor, mas essa tese não é comprovada sem críticas. Acredita-se que a data da composição do livro é situada entre 560-550 a.C., uma vez que não faz menção do retorno de Israel do cativeiro babilônico. Segundo o comentário de Genebra, o principal objetivo do livro é narrar fatos importantes da vida de Israel, levando em consideração as vidas de reis e profetas importantes.
A expressão “homem de Deus” usada aqui pela viúva é uma expressão recorrente nos dois livros, o que fazia do profeta alguém ligado a Deus, bem como, sua própria mensagem em si.
Uma vez que estamos falando de um ministério como homem de Deus, durante os dias proféticos, gostaria de refletir sobre o seguinte tema: “O profeta Elias e seu referencial para nós pastores, como homem de Deus.”
Dito isso, faz-se necessário, por meio desse modelo bíblico, observemos o que fazia de Elias um homem de Deus, vejamos então isso:

I- Elias era um homem dependente de Deus (cap.17.1-7)
Durante uma grande seca ocorrida em Israel, Deus resolve sustentar Elias. Vejamos como se deu isso:
a)   O próprio Deus assim o orientou (v.1) – Os profetas são preservados pelo Senhor. Muitos morreram durante aquela seca, mas não a Palavra e o profeta. Ele foi posto perto de águas (torrente) ele não passaria sede.
b)   O próprio Deus lhe proveu alimento (v.2 e 6) – Miraculosamente ele era sustentado por aves de rapina. Eles davam o mantimento que o próprio Deus enviava. No ministério pastoral somos provas vivas desse sustento divino.
c)    O próprio Deus lhe sustentou por uma viúva pobre (vv.8-16) Deus, para mostrar o Seu poder, sustenta o profeta em um lar pobre. Duas misericórdias são vistas aqui, pela eleita mulher serepta e pelo profeta. Indicando que somos, como alguém já disse, “miseráveis dizendo a outros miseráveis onde tem alimento”. O pastor alimenta o seu povo da mesma mesa que se alimenta (II Co 1.4).

II- Elias era um homem como poucos na adoração a Deus (cap.18. 20-46)
 Nesta porção vemos como era a adoração de Elias:
a)   Uma adoração confiante (vv.22-26) – Elias permite a dianteira dos inimigos. Ele sabia o que ia acontecer e não temeu os opositores, chegando até mesmo a zombar deles ao meio dia (v.27)
b)   Elias restaura o altar da adoração a Deus (v.30) – Esse altar compunha-se de 12 pedras, simbolizando a união de Israel, altar este que estava arruinado pela idolatria. O pastor é responsável pela restauração do altar da adoração divina, visto que isso é algo exigido dele.
c)    Elias mata os profetas de Baal (v.40) – Este é um sinal do compromisso com esta adoração. Os profetas de Baal simbolizam o desvio, a morte espiritual e toda a ruína de Israel. Matando estes homens, Elias estava pondo fim a esta ruína e glorificando a Deus com uma adoração genuína. Hoje não precisamos matar homens, mas precisamos matar intenções impuras que nos afastam de Deus.

III- Elias era um homem com fragilidades como nós (cap. 19. 3-4 e Tg 5.17)
Nós pastores, somos falhos e pecadores, como todos os homens. Apesar de sermos assim, não perdemos o título de homens de Deus, mas não nos esqueçamos, como ouvi um dia, que temos pés de barro. Observemos de novo Elias:
a)   Ele temeu a morte (v.3-4) – Mesmo após uma grande vitória, ele fraquejou. Onde estava o Elias vitorioso do Carmelo, estava preso a idiossincrasias que não podia vencer.
b)   O sustento de Deus (v. 5-8) – Deus não o condena por falta de fé, ao invés disso sustenta o profeta se apiedando de sua situação, mas mesmo assim ele foi tratado com misericórdia.
c)    A visão de Deus na caverna (v.9-15) – A depressão do profeta é um grande exemplo do que somos, mas é prova também que Deus nos auxilia em nossa fraqueza, revelando-se aos homens de Deus e reconduzindo-os ao ministério dado por Ele.

Conclusão: Queridos irmãos, ao receberem nosso irmão como vosso pastor queiram lembrar desses três ensinamentos sobre a vida de Elias: Que ele dependerá de Deus, que ele vos conduzirá na adoração e que ele muitas vezes exporá suas fragilidades. Aceitem, portanto, a sua autoridade sobre a igreja, respeitando-o, auxiliando-o e fortalecendo-o. Deus abençoe o ministério do rev. Cornélio Beserra na Igreja Presbiteriana de Salgueiro.


Soli Deo Gloria!  

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