segunda-feira, 12 de agosto de 2013

O casamento de Oséias com a prostituta e seu ensino para a igreja em todos os tempos

Talvez nenhum outro profeta apareça nas páginas das Sagradas Escrituras de maneira mais dramática. Oséias é o verdadeiro exemplo de profeta que ele mesmo se confunde com aquilo que anuncia. Nestes dois impressionantes capítulos iniciais do seu livro é extremamente necessário vermos como o Senhor vê as transgressões de Sua igreja e como Ele as julga, de forma tão graciosa. A igreja de Cristo é a esposa do Seu amor, nada deve ocupar o lugar de Cristo, mas apenas a igreja deve se devotar a amá-lo e servi-lo.

Pouco se sabe sobre o autor desse livro profético. O que se sabe que seu nome era Oséias e ele era filho de Beeri. Ele exerceu seu ministério no período onde Israel tinha dois reinos, o do sul e o do norte. Sendo o do sul conhecido como Judá e o do norte como Israel. Sua profecia abrangeu os períodos críticos de apostasia do reino do Norte, aproximadamente entre 750-722 a.C. Período esse marcado por depravação sexual e sincretismo, além da falta de obediência a Lei de Deus. Nesse período cinco reis sucessivos foram assassinados pelos seus usurpadores, sendo que apenas um passou o reino para o seu herdeiro legítimo, Manaém (2Reis 15.23). Tudo isso ocorrido em apenas 25 anos.

Esse livro tem muito a nos ensinar sobre o compromisso que temos manter a fidelidade da igreja sob todos os aspectos, bem como nos ensina de que maneira Deus trata a rebelião do Seu povo, além de nos mostrar o tamanho da Sua misericórdia e amor. Para que vejamos isso de maneira a termos nossas vidas regidas pela bíblia sugiro o seguinte título: “O casamento de Oséias com a prostituta e seu ensino para a igreja em todos os tempos”.

Vejamos como podemos ser direcionados por esse texto quanto a este particular. De acordo com as Escrituras a igreja deve:

Evitar o exemplo da prostituta (Oséias 1 e 2.1-7)
Nesse impressionante texto o Senhor recomenda ao profeta casar-se com uma prostituta (v.2). Essa mulher se chamava Gômer e era filha de Diblain (v.3). Seu nome foi mudado para Jezreel, em razão do tipo de juízo que o Senhor teria sobre ela (vv.4-5). Essa era a tipificação das transgressões do reino do Norte, onde o Senhor anunciava a maneira como iria tratar o povo que residia nesta região. Para que possamos compreender a força desse texto vejamos:

Os filhos da prostituição (vv.6-11) – Dois filhos nascem dessa relação: 1) Desfavorecida – Isso porque Deus não mais seria favorável a Israel (v.6); 2) Não meu povo – Esse indicava que Israel não era mais o povo do Senhor (vv.8-11). Na profecia onde se ouvia isso existem promessas, no verso 11 Deus fala do Messias “uma só Cabeça”, logo ainda existia alívio para o povo.
A prostituta não é esposa (2.1-4) – Essa constatação do Senhor incriminava a prostituta, os filhos dela eram filhos de adultério, Deus não os considerava como filhos.
O desejo da prostituta era por seus amantes (vv.5-6) – Essa mulher não via em Deus o refúgio, buscava o sustento em suas prevaricações, ela não ia encontra-los, pois o Senhor não iria permitir tal coisa (v.6).
A volta ao Marido (v.7-8) – Finalmente ela retornará ao seu Marido, quando ela pensava que os amantes é quem a sustentavam (Baal), era o Senhor que a mantinha. Os amantes dela gastaram tudo com seus deuses.

Entender que Deus julgará as transgressões (Os. 2.9-13)
Todos os pecados da igreja são julgados como pecados de fato, Deus não os perdoará sem antes lhes infligir Sua justiça. Vejamos o que acontece aqui:

Ele retém o trigo e o vinho (v.9a) – Ele não permite o sustento.
Ele arrebata a lã e o vinho (v.9b) – Significando o estado de nudez espiritual.
Ele expõe a nudez (v.10) – Isso para que todos vejam a vergonha. Ninguém poderá deterá Sua mão, quanto a isso.
Ele faz cessar as festas (v.11) – Acaba-se a alegria fútil e idólatra
Ele devasta a figueira (v.12) – Não haverá lugar onde se possa se esconder de Deus.
Ele castigará a idolatria (v.13) – Ele se lembra dos cultos pagãos que Seu povo seguiu e não permitirá tais condições.

Deve conhecer a misericórdia de Deus (Os. 2.14-23)
Depois de infligir Seus juízos, o Senhor não permanecerá para sempre irado, vejamos a maneira amorosa como Ele vem tratar Seu povo.

Ele restitui a prosperidade (vv.14-15) – Lembra-se da aliança eterna e lhe prospera novamente.
Ele aceita o título de Marido (v.16) – Isso porque a Noiva não lhe chama mais “meu Baal”, ela deixou a idolatria.
 Não haverá mais adultérios (v.17) – Ela, a Noiva, nunca mais se lembrará dos ídolos.
Terá repouso e segurança (v.18) – Não existirão mais inimigos.
Um novo casamento (vv.19-20) – De novo o Senhor a aceitará e jamais a abandonará.
A graciosidade de Deus (vv.21-22) – O próprio Deus promete ser gracioso ao Seu povo.
Os filhos são mudados (v.23) – No lugar dos títulos e nomes que lembram a desobediência esses recebem novos nomes que manifestam o favor divino.

Deve esperar a promessa divina (3.1-5)
Finalmente o profeta recebe a ordem de buscar a que antes fora prostituta e a recebe como esposa (v.1), assim como Deus fará com eles. Vejamos quais são as promessas contidas aqui:

Ela deve esperar (vv.2-3) – Tal alta misericórdia deveria ainda aguardar. Era necessária uma vida casta e pura.
 Ele perderia seus símbolos (v.4) – Os símbolos do favor divino não estariam mais com o povo até a restauração.
Trêmulos pela bondade (v.5) – Essas promessas revelam o caráter piedoso do nosso Deus. Depois de tudo isso recebe Seu povo, não sem antes imprimir o Seu temor sobre eles.


Talvez precisemos lembrar o tamanho da misericórdia de Deus para com o Seu povo. Esse texto nos ensina tudo isso. Faz-nos lembrar que podemos incorrer em desobediência, essa tão grande que nada nos lembre que fomos o povo do Senhor. Mas num dia o Senhor nos receberá. Ele nos fará conhecer Sua justiça e nos conduzirá trêmulos a sua presença. Naquele dia nos lembraremos das nossas transgressões e correremos arrependidos para o Seu trono de graça e encontramos conforto e Refúgio em um Deus que jamais esconde Seu rosto de nós. Que o Senhor seja sempre propício a nós pecadores. Amém.

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