terça-feira, 28 de maio de 2013

O poder de Cristo manifestado no perdão de pecados

Poucas doenças eram mais desesperadoras do que a paralisia, hoje conhecida como poliomielite. Essa doença prostrou inúmeras pessoas no passado e nos tempos de Cristo havia implicações graves, levando muitos a óbito. A pólio é transmitida por via fecal-oral. É uma inflamação que atinge a medula e que na grande maioria dos casos (90%) não manifesta sintomas. Em apenas 1% dos casos atinge o sistema nervoso central, destruindo os neurônios motores e causando a paralisia. A vacina da pólio foi descoberta apenas na década de 1950. Até lá, milhares contraíram a doença.

No texto em particular, somos transportados às implicações, não apenas da doença do paralítico, mas também acerca do debate desenvolvido a partir do momento que Jesus resolve perdoar os pecados deste. No judaísmo era inerente a Deus essa função, os judeus taxam o Senhor de blasfemo por entenderem que essa era uma prerrogativa exclusiva de Deus.

Até hoje existem pessoas que se comportam da mesma forma desses homens letrados em Moisés. Seus dogmas são mais importantes do que a misericórdia. A religião deles não passa de palavras, são havidos em defender suas teses, mas não são capazes de ver a carência e as necessidades mais básicas daquele que sofre bem embaixo dos seus narizes.

Quanta hipocrisia existe nessa religião de língua. Hoje veremos o extremo oposto disso, veremos isso sob o seguinte título: “O poder de Cristo manifestado no perdão de pecados”. Justifico o título defendendo que se quisermos ser semelhantes a Cristo, precisamos manifestar o mesmo perdão. Precisaremos desenvolver esse caráter santo, com auxílio de Deus o Espírito, que qualifica todos aqueles que foram lavados e remidos por Cristo. Vejamos como podemos fazer isso da seguinte forma:

I- O companheirismo e absolvição coletiva (vv.17-19).
O ensino de Cristo confrontando a apatia espiritual (v17) – Parece que essa ocasião ocorreu bem defronte onde havia alguns homens dos mais críticos de Jesus. Eles se representavam com aqueles que vinham da Judéia, Galileia e Jerusalém. Jesus não se importou com a presença deles ali, mesmo sabendo que não estava em solo amistoso. Ele continuou sem ensino, muito embora sua plateia se voltasse contra Ele. Jesus mantinha Seu ensino e vida em perfeita harmonia, Ele não era um mero teórico, mas claramente evidenciava o que falava através dos Seus milagres.
Um companheirismo mais do que bendito (v.18) – Certo ditado popular diz “diga-me com quem andas e eu te direi quem és”. Acredito que aqui se aplica esse ditado. Muitas pessoas se associam a diversos grupos de interesses, mas apenas aquelas que têm em seu círculo de amigos, pessoas piedosas podem se regozijar como esse homem. Quais são seus amigos? Eles lhe levam a Cristo? Eles são como esses homens? Se não são, suponho que você os escolhe de modo leviano as suas amizades e que de fato não seja um cristão piedoso, caso contrário teria amigos piedosos como esse homem.
O esforço desses homens é evidente (v.19) – A bíblia está cheia de exemplos que nos fazem entender que nada pode atrapalhar o nosso movimento em direção a Cristo. Esses homens tinham uma casa pequena pela frente, uma grande multidão e muitos que se incomodaram com a ação deles. Mas, isso não foi o suficiente para detê-los. O acordo inicial, entre eles e o paralítico tinha que ter um bom desfecho, por isso eles o levaram diante de Cristo. Quem tem amigos ao exemplo daqueles homens, deve confiar que mesmo que exista uma grande dificuldade, esta pode ser transposta pela fé, que grande e santo exemplo de companheirismo!

II- O perdão não entendido pelos cultos homens questionadores (vv.20-23).
A fé recompensada pelo reconhecimento de Cristo (v.20) – A princípio Jesus direciona Sua atenção aos homens “vendo-lhes a fé”. Estes não tiveram papel secundário neste propósito, eles, tanto quanto o homem paralítico, precisavam ouvir de Cristo que seus pecados estavam perdoados, algo que sem dúvida encontraram, por isso, eles não podem ser desprezados aqui nesse texto. Em segundo lugar, Jesus contempla a fé daquele homem inerte, que acometido por esse terrível mal, ouviu as solenes palavras “Homem, estão perdoados os seus pecados”. Dando a entender que é mais urgente o perdão de pecados do que a cura do corpo. Se muitos se conscientizassem disso, certamente tremeriam antes de ver nosso Senhor como apenas um curandeiro, Ele é antes de tudo Aquele que nos perdoa pecados.
A cegueira espiritual dos homens cultos (v.21) – Estes homens não estavam preocupados com aquele que estava diante deles em estado de miséria, o paralítico. Também não estavam preocupados com Aquele que perdoara os pecados destes, Jesus. A preocupação deles era com dogmas antigos, que faziam de Deus um conceito abstrato e frio. Poucos sabiam acerca do Messias, sendo Ele Deus, tinha o poder para fazer tal coisa. De fato ninguém pode perdoar pecados, só Deus, a questão é que Jesus é Deus e eles não tinham condições espirituais para enxergar isso.
A repreensão de Jesus (v.22) – Aqui o Messias, entende que eles em seus corações maquinavam o engano e o erro. Ele não precisou que ninguém fornecesse informações sobre aqueles homens. Em Sua onisciência, percebeu o dolo nestes homens e os repreendeu severamente. Ele estava vendo seus corações malignos, manifestando eles mesmos a blasfêmia que condenavam em Cristo.
A pergunta de Cristo (v.23) – Essa pergunta é retórica, visto que Ele não a fez com intuito de ser instruído, mas de respondê-la segundo aquilo que Ele é capaz de fazer. Ele tanto podia fazer uma coisa como a outra e realmente o fez.

III- O perdão alcançado e demonstrado fisicamente (vv.24-26).
O perdão e o milagre físico (v.24) – Esse texto emudece os adversários que subestimam o poder de Cristo. Sim, Ele tem poder para perdoar. Ele não diz novamente o que já havia dito, mas sim aquilo que ainda precisava dizer “Eu te ordeno: Levanta-te, toma teu leito e vai para casa”. Sim, Ele pode perdoar, bem como pode fazer o paralítico andar e fez isso na frente de todos para que soubessem quem era o Filho do Homem.
A ação do paralítico (v.25) – Aquele que não tinha o menor interesse com debate em questão, uma vez que já sabia quem era o Filho do Homem, pois para isso creu, louvou a Deus por tão grande benefício. Seu salto revela o quanto Deus nos soergue para uma nova vida em Cristo, confiados no amor do Senhor e em Sua graça. Pela primeira vez, seus pés o levaram de volta para o lar, sem ajuda de ninguém a não ser do próprio Cristo.
A admiração de todos os presentes (v.26) – O texto não é claro em dizer se entre aqueles que se maravilharam existia algum homem culto, mas com certeza, aqueles que murmuravam viram de fato uma pregação não apenas de língua, mas de vida. Esse último versículo narra a frase “Hoje, vimos prodígios”. Ninguém deixou de vê-los apesar da descrença de muitos. Jesus não precisa de artifícios para fazer a Sua obra. Tudo quanto Ele decretou se cumpriu independentemente da descrença e dos opositores.

Algumas questões precisam ser reforçadas antes de terminarmos:

Em primeiro lugar quem são seus amigos? Eles te levam para Cristo ou te afastam de Cristo. Com quem você se agrada ficar quando direciona sua vida? Ninguém será plenamente cristão se não tiver a companhia de pessoas piedosas. Esses te levaram constantemente para perto de Cristo, assim como esses rapazes fizeram com seu amigo doente.

Segundo, tomemos cuidado com nosso juízo acerca do poder de Deus. Não temos o direito de limitar o Seu poder, fazendo que ele atinja apenas as nossas débeis expectativas. Não penetrou no coração humano aquilo que Deus preparou para os que o temem, logo, descrer do poder de Deus e viver sem a completa confiança nEle e consequentemente viver uma fé pobre e vacilante.

Terceiro, nossa religião precisa ser demostrada. Assim como Cristo a demostrou. Não seja um fariseu acusador, seja alguém envolvido com a causa de Cristo, alguém que visa em todos os aspectos provar que a fé que habita em seu coração é sobrenatural e que tem efeitos permanentes.

E por último, aprendamos o poder que existe no poder manifestado por Cristo no perdão de pecados. Perdoe aquele que te ofendeu isso lhe caracterizará como filho de Deus. Não guarde mágoas em seu coração. Permita-se viver uma vida destituída de conceitos que nos fazem sempre estar na defensiva. Destitua-se desse sentimento que o próprio Deus desprezou ao nos perdoar. Se quisermos ser como Ele, precisamos fazer o mesmo. Que Deus abençoe sua vida, amém.


Soli Deo Gloria!!!


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