segunda-feira, 18 de julho de 2011

2º Artigo do Pacto de Lausanne - A autoridade e o poder da Bíblia

Continuaremos nossa exposição a respeito dos principais temas alocados pelo Pacto de Lausanne em 1974. Infelizmente por questões de tempo fui impedido de continuar, o que faço a partir dessa postagem. Falamos anteriormente como base no primeiro artigo do Pacto (vide aqui), que trata do propósito de Deus. Neste ponto o Pacto lamenta não influenciarmos como igreja este mundo corrompido. Desta feita passaremos para o segundo artigo, A autoridade e o poder da Bíblia. Desta feita pretendemos abordar as implicações realçadas no próprio texto, bem como, faremos uma análise daquilo que se foi prometido pelas igrejas envolvidas na assinatura do Pacto.

Diz o artigo 2º do Pacto da Lausanne:

A autoridade e o poder da Bíblia

Afirmamos a inspiração divina, a veracidade e autoridade das Escrituras tanto do Velho como do Novo Testamento, em sua totalidade, como única Palavra de Deus escrita, sem erro em tudo o que ela afirma, e a única regra infalível de fé e prática. Também afirmamos o poder da Palavra de Deus para cumprir o seu propósito de salvação. A mensagem da Bíblia destina-se a toda a humanidade, pois a revelação de Deus em Cristo e na Escritura é imutável. Através dela o Espírito Santo fala ainda hoje. Ele ilumina as mentes do povo de Deus em toda cultura, de modo a perceberem a sua verdade, de maneira sempre nova, com os próprios olhos, e assim revela a toda a igreja uma porção cada vez maior da multiforme sabedoria de Deus.

1) Afirmamos a inspiração divina, a veracidade e autoridade das Escrituras tanto do Velho como do Novo Testamento, em sua totalidade, como única Palavra de Deus escrita, sem erro em tudo o que ela afirma, e a única regra infalível de fé e prática. Nos tempos em que o Pacto foi escrito, década de 70, boa parte das maiores instituições de evangelismo do mundo, bem como suas respectivas denominações, além de muitos seminários ao redor do mundo, tinham aceitado completa e irrestritamente a teologia liberal, além do que em países latinos americanos, surgia outra teologia de cunho político, chamada teologia da libertação. Logo, essas palavras do Pacto surgem como um verdadeiro tapa de luvas em toda essa tendência de substituir a Sagrada Escritura por uma interpretação mais aberta, fato que fez muitas igrejas que assinaram essa declaração incorrerem neste erro. De fato, as Escrituras Sagradas, do Velho e Novo Testamento, são, a autoritativa Palavra de Deus. Tal declaração está em harmonia com os principais credos reformados e históricos.

A declaração ainda ratifica que a Bíblia não contém erros. Fato esse que ajuda na compreensão da missão da igreja no alcance dos povos, uma vez que não podemos conceber uma mensagem deficiente, porque isso implicaria em receptores deficientes e em um cristianismo deficiente. Logo, tal postura adotada pelos signatários do Pacto demonstra o seu compromisso com a verdade, apesar do momento vivido na conjectura mundial envolvendo as igrejas participantes naquela época.

2) Também afirmamos o poder da Palavra de Deus para cumprir o seu propósito de salvação. A mensagem da Bíblia destina-se a toda a humanidade, pois a revelação de Deus em Cristo e na Escritura é imutável. Nesse aspecto o Pacto de Lausanne enfatiza o objetivo dessa Palavra autoritativa, única regra de fé e prática, para aqueles que são o alvo dessa Palavra transformadora, os pecadores. Ela tem poder para salvar e resgatar pecadores e não somente isso, a mensagem bíblica destina-se a toda humanidade. Neste ponto essas palavras não soam universalistas na redenção, no aspecto sotereológico, mas no que confirma a grande comissão, de Evangelho pregado a todos e para todos. Influenciando este mundo corrompido através de sua influência transformadora e revolucionária em todas as culturas existentes no mundo. Esta imutável revelação não pode ser substituída de acordo com as conveniências de cada geração, nem tão pouco pelos ditames das épocas, mas ela permanece imutável para todos e em todos os momentos da humanidade.

3) Através dela o Espírito Santo fala ainda hoje. Ele ilumina as mentes do povo de Deus em toda cultura, de modo a perceberem a sua verdade, de maneira sempre nova, com os próprios olhos, e assim revela a toda a igreja uma porção cada vez maior da multiforme sabedoria de Deus. A última parte deste artigo nos remete a instrumentabilidade do Santo Espírito de Deus. Ele é o responsável por esta entrega realizada em poder, na salvação de todo pecador. Fica realçada aqui a completa influência do Santo Espírito e nenhuma honra é prestada a pragmáticos que tratam a mensagem cristã como uma fórmula simples de persuasão do homem. Aqui o Espírito Santo e apenas Ele, é responsável pela iluminação de uma cultura nessa mesma Palavra, fazendo-os reconhecerem seus delitos e aceitarem a verdade de Deus. Os autores do texto, no entanto, não excluem as formas novas e legítimas de anunciar este Evangelho. Ela pode vir através de várias outras formas de proclamação, sem, contudo, haver a negociação de valores axiomáticos para o anúncio sincero e comprometido da Palavra. Esse anúncio, utilizando-se desses meios adequados, demonstra toda a multiforme sabedoria de um Deus santo que utiliza vasos de barro neste empreendimento tão importante.

Conclusão

Concluo o presente artigo, levando em consideração que as igrejas das 150 nações representadas e seus 4.000 representantes, sendo estes pastores, teólogos e evangelistas, em sua maioria desenvolveram, com o auxílio de homens como os reputados Dr. John R. W. Stott e do Dr. Billy Graham, um documento eminentemente ortodoxo quanto a este particular. Se estas mesmas igrejas ao longo dos anos não conseguiram manter estes postulados, deve-se ao fato da natural corrupção que tem abatido a muitos nestes dias relativistas. Mas fica clara a preocupação com a ortodoxia neste importante documento. Devemos ainda contemplar outros pontos do Pacto de Lausanne, convido a você, nosso leitor a acompanhar nossas considerações posteriores. Soli Deo Gloria!

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