quarta-feira, 28 de julho de 2010

A EVANGELIZAÇÃO DO HOMEM – UMA GUERRA MENTAL


A alma humana, bem como, toda a sua complexidade foi afetada drasticamente pela queda. O homem, após este fato histórico, foi grandemente atingido de forma a se obliterar imensamente contra Deus e o mundo proposto pelo Senhor. A queda histórica não foi um evento preso a super história da humanidade como querem os liberais, mas aconteceu realmente, seus efeitos são perceptíveis e imensamente danosos à humanidade. Assim, como defendeu Francis Shaffer em seu livro A Verdadeira Espiritualidade, tal condição submeteu o homem a uma imensa defesa psicológica, contra o conceito de Deus.
A guerra mental acontece quando este homem caído arma defesa contra a proposta redentiva do Reino de Deus. Dois níveis estão envolvidos nesta questão toda. Primeiro existe a voluntariedade e a disposição própria do indivíduo para fazer de Deus uma tese desconexa com sua visão de vida. Isso porque a adequação ao conceito de Deus lhe é frontalmente distinta. Depois, secundariamente, ele está envolvido porque não consegue fugir da batalha, por nascer do lado abertamente opositor ao conceito de Deus.
A evangelização da igreja de Cristo ao ter como foco o alcance das almas cativas, envolve-se diretamente com o “front” desta guerra e com suas implicações conflituosas. A partir do anúncio de Cristo se descortina a tensão do conflito, onde o conceito divino é tido como um elemento estranho ao pecador, fazendo-o agir, quase instantaneamente, de modo contrário. O evangelista ao se envolver com esta guerra assume a responsabilidade de conduzir-se a um nível de comprometimento espiritual, sendo ele mesmo atingido pelas as implicações do conceito anti-Deus, ou seja, é alvo daquilo que ele se propõe obstacular. Isso é a causa de ser uma verdadeira luta ater-se a evangelização, mas do que ao combate mental sobre teologia, a ação social e outras facetas do ministério cristão.
Desenvolver o conceito divino na alma humana é desafiador para a igreja em tempo integral. Desde quando se inicia a evangelização até a entrega do fiel de sua alma ao Criador. Digo isto no sentido de não ser fácil viver na atual conjuntura hodierna, característica do homem em rebelião, que mesmo sendo alcançado pelo Evangelho ainda precisa se desvencilhar da oposição a Deus, do conceito anti-Deus de sua própria natureza caída, que luta para se submeter inteiramente ao Criador. Esta luta recebe o nome de santificação e dura toda a vida.
O homem com o conceito anti-Deus atuando plenamente nas faculdades da sua mente é, portanto, confrontado abertamente neste embate que estamos falando. Tem a ver com o posicionamento interno e externo da humanidade e sem a distinção sofremos pelo antagonismo existente entre as partes, mas ainda assim estamos nos posicionando em qualquer dos dois lados. Quando um cristão se opõe a sua tarefa de ser um instrumento de modificação e de embate contra o conceito anti-Deus, ele contribui consubstancialmente para sua própria ruína, visto que, internamente o combate que a Bíblia chama de bom, é sufocado pela preguiça e pelo ócio, além de suas próprias forças, além do estado que clama pelo conceito divino que expande a visão de Deus a todas as áreas da vida.
A função divina nisto tudo é imensamente percebida em todos os momentos do embate, desde o suprimento redentivo da predestinação da Palavra para a conversão, até os efeitos sentidos quando o pecador triunfa sobre o pecado e conseqüentemente expande o conceito divino, interna e externamente. Logo, Deus tem seu envolvimento integral e pleno neste embate mental. Ele se preocupa com o aliciamento dos envolvidos, pois predestina os meios e os fins para isso. Ele focaliza aqueles foram escolhidos, descortinando as sujidades próprias ao pecador, fazendo verem-se como desmerecedores de favor é então por isso que podem entender o conceito da graça atuante na mente e nas faculdades do eleito. Seu Espírito pessoal e residente na alma que é encontrada por Ele é deveras norteador no que tange a sujeição do homem interior. Sendo claro o entendimento daquilo que acontece no interno, refletindo no que é externo. Isso mina a oposição anti-Deus inerente ao pecador e subjuga a rebelião contumaz.
A guerra da evangelização começa na mente isso nada tem a ver com a idéia de que voluntariamente o homem tem o poder de se voltar para Deus, mas com o conceito de aprisionamento da mente caída submissa por condições distintas do conceito divino apresentado pela Palavra de Deus. Deus e apenas Deus, tem o poder de subjugar as mentes caídas. O Evangelho nos torna compartilhadores da mesma função e não agentes diretos da aplicação do conceito divino de transformação do homem. Isto exclui a jactância e o orgulho da obra missionária, quando somos meramente instrumentos e compartilhadores da obra redentiva proposta por Deus.
Talvez a explicação de que o Evangelho é um homem sedento dizendo a outro homem sedento onde tem água seja amplamente compreendido aqui. Quando anunciamos o Evangelho não o fazemos de forma indiferente, mas nos envolvemos com aquilo que nos propomos anunciar. É, portanto, uma via de mão dupla aonde eu vou e volto, onde vivo aquilo que prego e não sou indiferente quanto a isso.
Temos então, uma luta mental a travar. E isso acontece em duplicidade. Luto contra o meu próprio conceito anti-Deus. Luto a fim de vê-lo subjugado por Cristo e nocauteado pela graça divina. Mas também luto com o conceito anti-Deus do meu próximo, daquele que está comigo pelo caminho, aquele que ainda não percebeu a necessidade de se voltar para Cristo. O anúncio do Evangelho é a vitória do conceito divino da humanidade restaurada, refletindo sua nuances na sociedade, artes, ciência, cultura e comportamento. É o triunfo da alma que está sendo restaurada, que se completará perfeitamente com Cristo em Sua glória.

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