segunda-feira, 19 de julho de 2010
A Ansiedade
A esperança que se adia faz adoecer o coração, mas o desejo cumprido é árvore de vida (Pv 13.12)
A ansiedade é um dos grandes desafios para o homem moderno. Apesar dos inúmeros avanços em áreas como a informática, tecnologia e outras, a nossa geração pode ser conhecida como a geração da ansiedade. Esta ansiedade tem sido até mesmo a causa de algumas doenças psicológicas, trazendo patologias até então desconhecidas e que ainda estão sendo estudadas pelos especialistas.
Mas o que dizer das implicações trazidas pelo texto em questão? Certamente, traz-nos uma compreensão de como lidar com este importante assunto. Somos levados a concluir que a esperança é vista pelo escritor bíblico como algo a ser nutrido, mas desde que não seja para toda a vida, ou seja, não é justo que se espere muito por algo, pois, naturalmente ao pormos nossa confiança em Deus estamos certos do cumprimento de suas promessas para conosco e evidentemente devemos crer na efetuação destas mesmas promessas.
É importante também aguardar tais bênçãos em condições realmente seguras, visto que para muitos a fundamentação da esperança em muitos casos baseia-se apenas em expectativas pueris e sem nenhuma segurança consistente. É certo que a religiosidade de muitos tem sofrido ataques consideráveis por uma série de fatores e que ensinar o homem moderno a confiar em promessas divinas é uma tarefa árdua e plenamente dependente do propósito divino. Só que este conceito é o único que pode permanecer em dias tão relativistas. O ensinamento de que as promessas de Deus são inalienáveis e seguras para os eleitos é uma consolação que muitos têm desconsiderado e consequentemente até muitas pessoas que tem acesso a religião tem deixado a desejar no exercício da sua própria fé.
É preciso saber ainda que aqueles que dependem de Deus quanto as suas expectativas e professa a religião cristã devem exercer esta fé apenas pelos princípios da Palavra de Deus, caso contrário esta esperança será também fundamentada em princípios movediços, alimentados por superstições e doutrinas estranhas, anulando plenamente a segurança desta esperança. Quanto àquele que realmente crê e espera por promessas que lhe foram dirigidas, que tem sido consolado na perseverança piedosa e paciente, fundamentada na Palavra de Deus, deve, ainda que tais bênçãos possam parecer, quanto ao cumprimento, demoradas, acreditar que o Senhor nos confia a esperança para desenvolver em nós o caráter de Cristo, a paciência e o nosso próprio crescimento espiritual. Logo, a esperança que faz adoecer o coração é a esperança que não é firmada na fé genuína, que se fundamenta em princípios meramente carnais e humanos. Sem dúvida, por esta razão, adoece a alma, pois acumula para si inúmeras frustrações e decepções.
Este texto ainda traz a implicação de que somos movidos por este entendimento a termos nossa esperança fundamentada nas conseqüências desta. A prova de que nossas expectativas não são alicerçadas no erro é própria efetuação desta. As promessas foram feitas para trazer por meio do êxito das mesmas, a alegria da consumação. Satisfazendo aquele a quem foi destinada. Esta esperança no texto é comparada a árvore da vida, símbolo pleno de todas as expectativas do genuíno fiel. A árvore que foi escondida dos pecadores é reconsiderada no plano eterno de Deus, específico para os eleitos, pois, somente eles podem ser consolados quanto a esta esperança.
Ainda que para este mundo cético e não religioso a mensagem da esperança possa parecer outra incerteza e outra frustração ela é diferenciada pelo próprio objetivo que ela direciona. O objetivo é trazer esperança para um mundo sem esperança. É fazer homens e mulheres que anteriormente eram atribulados por inúmeras inseguranças, crer de forma segura e espiritual. Lembremo-nos de consolações como “E eis que estou convosco todos os dias até à consumação do século” (Mt. 28.20) e saibamos que mesmo acreditando contra a esperança, não a real esperança, mas a movediça esperança destes tempos, vejamos a concretização de nossas expectativas, pois que fez as promessas aos santos é Fiel.
O aguardo perfeito, desenvolvido a partir de um entendimento de fé é o que verdadeiramente consola o coração e faz experimentar os reais benefícios da verdadeira esperança. Citando o apóstolo Paulo nós também “Tendo, porém, o mesmo espírito da fé, como está escrito: Eu cri; por isso, é que falei. Também nós cremos; por isso, também falamos” (1 Co.4.13), falamos para que nos ouçam todos aqueles que não nutrem esta esperança que existe consolação para projetos feitos tendo como objetivo a glória de Deus. É nesta esperança inalienável que morreram nossos pais na fé, e em que vive todo aquele que se aproxima de Deus, é nesta esperança que devemos viver se quisermos escapar do gélido ceticismo que decrépita o nossos tempos. Fazendo da Igreja de Deus o solo seguro da esperança e da consolação para este mundo sem paz.
Deus nos ajude a experimentarmos os frutos advindos da árvore da vida quando exercermos a nossa esperança confiada apenas na graça de Deus, direcionada aos seus eleitos, mas para ser compartilhada com todos os homens. Seja esta a nossa mais sincera confiança.
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