quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Entendendo os nossos dias evangelicais

Reflexão de Alguém que não vive de maneira adequada.

Gostaria de refletir sobre a nossa condição enquanto igreja do Senhor. Não sei ao certo o que acontece com os crentes de hoje mas me parece que nossa fé não está tão firme assim. Somos uma amálgama de confussões complexas, parecemos estar falando outra língua e atitudes piedosas são esquecidas. É assim, mais ou menos a nossa realidade:
Quando estamos em casa ou em nosso mandato cultural teimamos em ter atitudes contrárias a Palavra. Muitas vezes somos confundidos com o mundo, porque participamos das mesmas coisas, das conversar torpes, da letargia paralizante e de uma infinidade de ações que parecem ir abertamente contra aquilo que pregamos e que deveríamos viver.
Na igreja a situação é mais séria ainda, temos dificuldades em absorver a Palavra e muitas vezes prefirimos os pastores que não se aprofundam na exposição, ou que são simplistas, pois se parece mais com a nossa linguagem cotidiana. Temas complexos para nós são um verdadeiro tédio e um expositor que se afadigue em profundidade bíblica para nós é deveras massante. O grupo de louvor é aparentemente a melhor parte do culto, geralmente neste período eles cantam umas músicas agitas e gostamos de "balançar o esqueleto", pouco sabemos da reverência e da introspecção necessária para este momento solene. Ah, falando em introspecção, quando saímos da igreja ao invés de meditarmos na pregação sinceramente, de forma que ela nos fale a alma, buscamos algum tipo de distração, ou vamos com os amigos para lanchonete lanchar, ou voltamos para casa para assistir o Fantástico ou outro programa dominical.
Orar para nós não é mais como era no passado, com nossos pais espirituais. Eles não tinham muito o que fazer, por esta razão perdiam tanto tempo orando, ou lendo a Bíblia, ou frequentando reuniões na igreja que quase sempre eram todos os dias, com pregações que passavam de quatro horas de exposição. O maneiro agora é orar pouco, refletir pouco e ser mais avulso nas coisas espirituais.
Quanto a questões espirituais não tem problema, o mundo é mesmo muito complexo, nos escondemos em desculpas que todos dão, não dou dízimo porque não me sobra, não invisto em missões e em obras de caridade porque ou é algo para alguns abnegados ou para o governo, portanto, não é, necessariamente conosco e outros inevitavelmente vão fazer.
Quanto ao pastor da igreja em minha opinião ele não passa de um funcionário da igreja, que os mais velhos cobram e nós apenas observamos, não tenho muita intimidade com ele, apenas conheço sua família e o meu contato maior é quando vou para a igreja. 
Nos dias de meio de  semana tão tem problema, acho que ir para igreja nestes dias é coisa de velhos, quase sempre aposentados e que não têm coisa melhor para fazer em casa ou fora. Por isso só vou à igreja aos domingos, ou para cumprir uma obrigação, ou para agradar os meus pais. Ir à Escola Dominical é para mim um grande sacrifício, já acordo cedo todos os dias, para estudar ou trabalhar, acordar cedo no domingo é sacrificial demais para mim. Quanto a me apresentar como crente sou meio reservado, não gosto de demonstrar a minha fé, sou daqueles que preferem ficar no anônimato, prefiro igrejas grandes onde tem muita gente pra fazer as coisas e o pastor ou o presbítero não me cobra por não ajudar. 
Enfim, vou seguindo minha vida assim, descompromisado mesmo, sei que Deus é misercordioso e me perdoa, afinal não sou perfeito mesmo. Penso que um dia tenho que assumir mais responsabilidade, quem sabe quando estiver mais velho e aposentado, talvez o meu tempo sem fazer nada me ajude. Respeito a igreja, mas não quero dedicar os meus melhores dias ao serviço do Senhor, seria algo muito estenuante e não sei se é isso que eu quero. Bom, é assim que eu penso, creio que não estou sozinho e que muitos pensam como eu.

Quantas pessoas pensam assim como este personagem fictício? Estamos vivendo dias em que a carência espiritual atinge todas as classes da igreja. Talvez você diga que isso é mais comum aos jovens e adolescentes, mas também entre os mais velhos a situação é parecida. Quantas desculpas são suficientes para justificar as nossas faltas? Estamos perdendo a oportunidade de crescermos mais no Senhor, de gastarmos os nossos dias em santidade, enquanto isso o nosso estilo de vida se parece a cada dia mais com o jeito mundano de conduzir as coisas. Não é por acaso que os nossos clamores por avivamento e santidade estão tão longe de serem atendidos. Deus desperte as nossas vidas e nos faça mais preocupados com o nosso destino eterno e com o bem de sua igreja.

Soli Deo Gloria 




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