quinta-feira, 21 de outubro de 2010

A oração pelos investidos de autoridade

"Antes de tudo, pois exorto que se use a prática de súplicas, orações, intercessões, ações de graças, em favor de todos os homens, em favor dos reis e de todos os que se acham investidos de autoridade, para que vivamos vida tranquila e mansa, com toda píedade e respeito. Isto é bom e aceitável diante de Deus nosso Salvador". (1 Timóteo 2.3)

Este texto nos chama atenção nestes dias que antecedem as eleições presidenciais em nosso país. É verdade que já ouvimos de tudo, desde propostas de ambos os candidatos, até uma série de impropérios provindos dos dois lados. Percebe-se uma natural distinção nestas eleições, de um lado temos um partido que ao longo de oito anos no poder teve ao seu dispor inúmeros aliados que se aproveitam do fato de se apoiarem no poder e na condição de se permanecer mais quatro anos. E do outro temos um partido que defende algumas idéias antigas sobre a democracia e liberdade, além de uma questionável postura quanto a regionalismos e classe social.
Esta eleição é diferente porque suscita aspectos que têm claramente conotações religiosas, onde temas como ética, valores democráticos e outros importantes para o cenário político estão sendo amplamente discutidos. Mas o que dizer das perspectivas nacionais? O que nos espera para o futuro, ou pelo menos para os próximos quatro anos? Creio que devemos nos apoiar no texto de 1 Timóteo 2.1-3. Nele somos informados de que antes de tudo devemos orar. Para muitos esta declaração pode ser meio simplista e para o homem natural tal conduta é inaceitável, pois também dirão que isto pertence ao foro íntimo de cada um e é questão de confessionalidade, porém, está é a prática que se requer da igreja de Cristo. Quanto a isso é imperativo, ainda que nos envolvêssemos na militância dos partidos políticos, ainda que divulguemos nossos pressupostos na internet e ai por diante, persiste o fato de que ainda somos dirigidos por normas maiores do que as conveniências destes dias, a Bíblia é nosso referencial e ela nos manda orar antes de tudo.
A recomendação aqui no verso primeiro é, portanto, para um jovem pastor. Que devia conduzir o seu povo a uma postura piedosa, por isso era urgente uma conduta que demonstrasse essa piedade, a prática da súplica a Deus era o começo de tudo para esta igreja. Tais imprecações não se direcionavam a atender os gostos políticos, do pastor ou da igreja, mas em favor dos homens revestidos de autoridade, fossem aqueles que agradassem, fossem aqueles que desagradassem. O termo usado para rei reflete um período em que a forma de governo das nações era particularmente a monarquia. Possivelmente um tanto quanto diferente dos reis medievais, mas ao que percebo refere-se a César, o principal homem no império romano na época do apóstolo Paulo. Acredito que este título possa também ser aplicado aos líderes hoje em dia, que mesmo que não sejam reis, tem sua autoridade conferida por Deus. Talvez as formas que utilizam este poder sejam diferentes dos antigos reis da antiguidade, mas a autoridade em uma nação por parte da democracia, monarquia ou outro sistema qualquer pode levar a esta aplicação.
Algo precisa ser considerado aqui quanto à necessidade desta oração. Ela não é para que o salário mínimo aumente, para que o pré-sal não seja privatizado, nem tão pouco para se ter ou não amizade com Chavez ou o presidente do Iran, mas para que a igreja viva uma vida tranqüila e mansa, com toda piedade e respeito. Entendo que com tranqüila e piedosa podemos desejar uma administração eficaz da nação, desde que esta não usurpe da igreja o direito de cultuar ao seu Deus e manifestar sua religião. Isso pode até acontecer, independentemente de estabilidade financeira ou não. Não precisamos de progresso para cultuar a Deus. Teremos isso, com Chaves ou não, com Ahmadinejad ou sem ele, desde que as idéias dos mesmos não influenciem a liberdade religiosa do Brasil. Logo, precisamos de leis que permitam nosso culto e é por isso que devemos orar. Claro que se também tivermos como agir o faremos, mas depende do uso de forças democráticas para isso.
Por fim, no verso terceiro, o apóstolo diz que isso é bom e aceitável diante de Deus, nosso Salvador. É desejo de Deus que assim nos portemos. Que não nos desesperemos ao ponto de nos preocuparmos com o amanhã. Pelo menos ao meu modo de ver, ainda que Dilma seja eleita ela pensará duas vezes antes de afrontar os princípios da religião. Que fique claro que José Serra não é crente. Ele não a salvação da lavoura. Quem quiser se unir a ele que se una pelas suas propostas de governabilidade da nação e não por ideais religiosos. Nem ele nem Dilma são governantes comprometidos com nossas causas. Seja quem for o presidente devemos interceder por ele ou por ela. Não devemos confundir as coisas. Opiniões partidárias não nos omitem das responsabilidades espirituais. Desejo que cada crente e cada igreja leve em consideração estes postulados eternos da Palavra e que não nos preocupemos com o dia de amanhã, pois serão justamente aquilo que Deus determinar.

Soli Deo Gloria!

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