domingo, 24 de outubro de 2010

Um inigualável sermão para uma inigualável época


Atos 2.14-41

INTRODUÇÃO: Hoje estaremos observando um dos grandes sermões publicados nas páginas sagradas. Este sermão foi tão impactante que ao seu término quase três mil pessoas se renderam a Cristo.
Nesta noite nós não temos a pretensão de causar o mesmo efeito daquele dia, mas entender o que tinha de impactante naquele discurso e aplicar a nossa vida aquilo que aqueles ouvintes se sensibilizaram. Creio que será altamente produtiva esta nossa busca, pois visará obter o entendimento de questões espirituais profundas para todos nós. Bem como nos conduzirá ao entendimento daquilo que é necessário para um sermão em todos os tempos.
Para tanto, sugiro um título: “Um inigualável sermão para uma inigualável época”. Quando coloco este sermão como inigualável não quero dizer com isso que nada pode ser feito de parecido, mas que esta época em especial, agrupou fatores tais que nunca podem ser perdidos para a igreja de Deus.
Sugiro então três características que se fazem necessárias a todos os sermões depois deste sermão. São elas:

I- Uma pregação sob a influência dominadora do Espírito Santo (vv.14-21).
Este sermão não encontrou solo favorável. Nos versos anteriores foi dito que o evento das línguas despertou espanto e perplexidade (v.12), mas mesmo assim Deus utilizou o mesmo. Vejamos como a influência do Espírito foi determinante para esta prediga.
a)    Dissipando a contrariedade (vv.14-15) – Pedro inicia seu discurso lembrando que não havia necessidade para preconceitos. Esta ação é determinante para dar crédito ao que se queria dizer.
b)   A aplicação da profecia (v.16-21) – Pedro, conduzido pelo Espírito de Deus, aplica aquele evento a uma profecia do livro do profeta Joel 2.28-32. Os judeus viam naquele texto uma conotação escatológica. Logo, Pedro prega que esse dia havia chegado. Ele explica dizendo que:
c)    O Espírito é algo comum (vv.17-18) – No A.T. o Espírito era algo para poucos, mas na dispensação do Espírito este seria derramado sobre todos. A prova disso é a profecia.
d)   O Espírito e os sinais (vv.19-20) – Isso tem a ver não com os dias presentes, mas com a parousia (2ª vinda), onde os fundamentos da terra serão abalados. Mas tais eventos já estão acontecendo a partir desse evento maior.
e)    O Espírito e a salvação (v.21) – Nesta época espiritual a salvação é disponibilizada aos arrependidos, que entendem a mensagem do Evangelho, basta então clamar por esta salvação e conforme a graça de Deus alcança-se a mesma.   
II- Uma pregação eminentemente Cristológica e aplicativa (vv.22-36).
Logo após a evidência do Espírito sob a prediga, surge outra grande necessidade, a Cristologia do sermão. Vejamos como Pedro trata o assunto:
a)    Jesus foi enviado por Deus (vv.22-24) – Ele defende que Deus enviou a Cristo, depois que os sinais foram feitos também por este fato (v.22), sua morte foi propósito divino com a responsabilidade humana (v.23) e também foi ressuscitado pelo poder de Deus (v.24). Para tanto, ele justifica este fato citando Davi.
b)   Jesus e não Davi ressuscitaria (vv.25-28) – Para provar isso ele utiliza o salmo 16.8-11. Nele Davi enfatiza que o Reino de Cristo jamais será abalado (v.25), que nele há segurança nisso (v.26), a ressurreição faz parte de um propósito divino (v.27), em Deus o Messias se alegra pela providência (v.28).
c)    Davi não ressuscitou, mas sabia do propósito (v.29-31) – Ele ressuscitará no fim dos dias, mas a profecia não era para ele e sim para o Messias. Como profeta Davi mesmo sabia que não era para ele.
d)   Uma aplicação necessária (v.32) – Ele, então aplica ao que eles estavam vivendo, que Jesus já havia ressuscitado.
e)    O Senhor enviou o Espírito (v.33) – O Espírito foi enviado por obra de Cristo, depois do mesmo ter sido exaltado à destra de Deus.
f)     Jesus, Senhor e Cristo (vv.34-36) – Pedro então, cita o salmo 110.1 para fundamentar que o Senhor Deus exaltou a Cristo à Sua direita, bem como submeterá Seus inimigos, nomeando-O Senhor e Cristo, o mesmo que foi morto pelas mãos de Israel.

III- Uma pregação emotiva e eficaz para salvar pecadores (vv.36-41).
Esta corajosa afirmação termina com um desfecho surpreendente, vejamos o que acontece:
a)    Corações são compungidos (v.37) – Compungir significa causar dor, no grego significa que um ferrão perfurou suas almas, seus corações estavam inflamados com a pregação, algo sobrenatural os atingiu ao ponto de perguntarem o que fazer.
b)   A apresentação da solução (v.38) – Pedro a resposta suscitada apresenta a solução. Eles deveriam se arrepender para então serem batizados, só então teriam seus pecados removidos e por último também receberiam o Espírito de Deus.
c)    Uma promessa para gerações (v.39) – Texto muito utilizado para a teologia do pacto, onde os filhos dos crentes também recebem promessas concretas. Observe o final do texto, “para quantos o Senhor, nosso Deus chamar, explicando que isso é obra de Deus.
d)   Conselhos aos conversos (v.40) – Posteriormente vem o trabalho de discipulado extremamente necessário para a manutenção da fé.
e)    Crescimento real (v.41) – Ao contrário do que vemos hoje aquela pregação foi a principal responsável por um crescimento qualitativo.

Conclusão: Não somente para pregadores estas palavras são importantes, mas para todos nós. Devemos nos perguntar sinceramente o porquê de não estarmos vivendo dias assim. Sei que aqueles dias eram inigualáveis, mas podemos suplicar ao Senhor que nos faça ver conversões e intrepidez em nossa vida. Deus nos use assim como usou Pedro, não devemos desejar outro sentimento a não ser o desejo de servirmos a Deus com toda nossa força. Deus nos abençoe nesta tarefa, amém.


Soli Deo Gloria!
 

4 comentários:

  1. Parabéns pelo blog! Está bem diversificado e com muitas matérias e mensagens edificantes.

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  2. Olá Linhares. Agradeço pelas considerações. Trabalhamos para isso e é sempre bom termos incentivos como estes, um ab abraço.

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