sexta-feira, 18 de março de 2011

A graça de Deus ao Japão

Estou, tanto quanto qualquer outro surpreso com os fatos catastróficos ocorridos no Japão na última semana. É deveras lamentável a situação que esta admirada nação está passando. Diante desse quadro gostaria de refletir sobre as implicações decorrentes de fatos como esse, que certamente nos fazem refletir sobre a mão de Deus no curso da história humana. Observemos este evento das seguintes perspectivas:

a) Um Deus no controle. O teísmo clássico coloca Deus como providente mantenedor de todos os fatos ocorridos no mundo, sejam eles de natureza boa, de acordo com nossos conceitos, sejam eles maléficos, segundo o nosso conceito. Com isso não esperamos imaginar um deus carrasco, se agradando com a miséria e o sofrimento humano, mas um Deus que traçou um rumo para a humanidade e que neste projeto perfeito Ele resolve administrar eventos naturais catastróficos, que acontecem sim, segundo o Seu santo beneplácito, como também o pecado humano.

Os únicos que tem dificuldades quanto a este entendimento são os teístas abertos, estes sim confundem a questão da administração e providência divina, tentando inocentá-lo, sem considerar, no entanto, Sua soberania e governo. Quanto a isso nada nos conforta mais do que esta doutrina, sabemos que Deus não é um ser relutante e incapaz, mas que Ele determina e administra Seu propósito eterno e este sempre será perfeito e justo, independentemente das considerações humanas quanto à justiça.

b) Um Deus justo, apesar de... Quanto ao conceito de justiça derivado do homem, penso que é semelhante a alguém que não compreende nada sobre anatomia ou qualquer outra ciência e se conforma com suas próprias definições, mesmo que não domine tais ciências. Apesar desta calamidade Deus é justo. Alias, não apenas essa, mas todas as demais que já aconteceram antes dessa e as demais que estão prometidas para o futuro humano. Quanto a isso deveríamos pensar de que maneira estas situações nos levam a entender melhor o Seu propósito e não culpá-lo pela calamidade, visto que isso em nada nos edifica, senão que nos prende a um conceito errôneo de justiça que não condiz com a realidade de um Deus plenamente justo e perfeito em tudo o que faz.

c) Um Deus administrador da calamidade. Por trás de toda dor e sofrimento do povo japonês no momento existe uma consolação que não se pode mensurar para todos aqueles que forem conduzidos a ela. Deus em Sua graça está mostrando a este povo de uma maneira especial, que toda a história brilhante, do ponto de vista ético e moral que essa nação se construiu, pode ser conduzida agora por uma adoração ao Deus verdadeiro. Lançando fora os ídolos que nada são, o culto a ídolos do lar, além das filosofias que apenas colocam no homem a glória, enquanto desvia o foco do Deus verdadeiro, manifestado plenamente no perdão de Cristo por nossos pecados. Podemos ter certeza que este evento em si e suas implicações redentivas quanto à salvação do povo japonês, não pode significar a ausências de calamidades desta envergadura, mas certamente os fará por a confiança no único Deus que pode salvar, o único que fará sentido ser cultuado, mesmo em detrimento de uma tradição milenar de abandono e desconhecimento do Deus verdadeiro.

d) Um Deus de grandes obras prometidas. O povo japonês, assim como todos os demais, estão debaixo de uma grande promessa, aquela que diz que todos se dobrarão diante do Filho de Deus. Digo isto não no sentido de sujeição, do ponto de vista negativo, mas do ponto de vista positivo, onde sujeição signifique o dobrar as frontes de maneira a adorar este Deus e não por força da imposição no último dia. Logo, japoneses, italianos, franceses, africanos, brasileiros, enfim, devem estar certo de que Deus pesa suas ações. Tanto do ponto de vista individual, como do ponto de vista coletivo, ou seja, as ações das nações. No propósito redentivo traçado pelo Senhor, Ele certamente contemplou aqueles japoneses que neste instante procuram em seus ídolos e filosofias aquilo que não podem achar, ou seja, o consolo devido e que só podem encontrar nele, se o buscarem de todo o coração e de todas as suas forças por meio de Cristo e por Sua Palavra, pela instrumentização do Santo Espírito.

Conclusão. Todos nós choramos com os mortos e com o sofrimento desse povo admirável enquanto nação, mas também não podemos deixar de estender a mão de forma a apresentar a Cristo e não a vãs filosofias e ídolos mudos. Esse Cristo, herança de todas as nações é aquele que desejamos ver o mundo inteiro cheio de Sua glória. Aquele que provavelmente não nos transformará na nação mais rica e mais inteligente, como no caso do povo japonês, mas que pode nos oferecer uma eternidade repleta de venturas, muito maior do que qualquer desenvolvimento tecnológico dos nossos dias e mais pleno e repleto de perdão do que qualquer filosofia ou ídolo. Povo japonês, oferecemos nossa fé como reestruturação salvifíca. Oferecemos nosso Cristo como solução, não para problemas momentâneos, mas para o desterro eterno e para a satisfação em Cristo, de forma plena e cabal neste tão grave momento que por hora passa este grande povo. Deus vos guarde pelo seu poder, esta é nossa oração.

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