domingo, 13 de março de 2011

A igreja e o retorno ao primeiro amor

Apocalipse 2.1-7

INTRODUÇÃO: O livro de apocalipse é um livro que suscita muitas indagações, algumas delas são puramente especulativas. As cartas às igrejas semelhantemente, tem sido alvo de várias especulações sobre o seu significado. Alguns entendem que elas individualmente referem-se às diversas fases da igreja. O que faz o período da grande Reforma constar em uma carta que lhe nega a vitalidade. Por esta razão e por outras isto é inconcebível. Mas a nossa defesa nesta noite é que estas cartas descrevem as diversas condições que a igreja vive repetidas vezes ao longo da história. Não necessariamente em ordem cronológica.
Éfeso era uma cidade importante da Ásia Menor. Era rica e conhecida pelo templo de Diana. Estava às margens do mar Egeu e próxima a foz do rio Caistro, por esta razão tinha um importante porto. Paulo visitou Éfeso na sua segunda viagem missionária, quando ia de Corinto a Jerusalém (At. 18.19-21). Lá ele deixou Priscila e Áquila e passou entre os efésios 3 anos. Tal foi o efeito do evangelho na cidade que em 262 d.C. a loja dos ídolos foi queimada para nunca mais ser reconstruída.
As cartas deste livro se constituem de uma forma básica, é mais ou menos assim.
1.     Elogio – Rejeita o mal, persevera e é paciente;
2.     Crítica – O amor por Cristo não é mais fervoroso;
3.     Instrução – Faça as obras que vez no início;
4.     Promessa – A árvore da vida.
Para tanto, sugiro então um título: “A igreja e o retorno ao primeiro amor”. Três implicações surgem do texto sobre esse assunto, as quais são:

I- A autoridade de quem exige esse amor (v.1)
a)     O anjo – Alguns defendem que essa expressão se refere ao ministro local, outros aos próprios anjos, mas nós ficaremos com a primeira. Ou seja, esta carta foi entregue ao pastor de Éfeso.
b)    A autoridade – É o mesmo Ser glorioso do capítulo um. Ele é descrito como conservando na mão direita sete estrelas e andando em meio a sete candeeiros. Isso indica a supervisão de Cristo sobre Sua igreja, visto que os símbolos estrela e candeeiros apontam para a igreja.

II- As obras da Igreja (vv. 2-4)
a)     A onisciência do Senhor (v.2) – As obras da igreja são conhecidas por Deus.
b)    Era uma igreja que lutava pela pureza – Como diz Hendriksen, “uma esposa pode ser fiel ao seu marido apenas pelo voto que fez no casamento e ainda assim não ter amor pelo cônjuge. Assim também é possível uma igreja ser ortodoxa e abandonar a vitalidade do amor a Cristo”.
c)     Uma atitude correta – A expulsão dos falsos apóstolos. Isso demonstrava o zelo pela ortodoxia.
d)    Uma igreja ativa – Não esmoreceu e suportou com garra a perseguição.
e)     A crítica – O Senhor, creio eu, nunca está satisfeito totalmente com a igreja, visto que ela sempre pode fazer mais. Nesse caso faltava o amor jovial da igreja, o apego as coisas santas do passado. Algo que devemos olhar sinceramente se não deixamos este amor morrer.
f)       Minha preocupação pessoal - Vejo com muita preocupação quando alguém diz que não parecemos com crentes e nos chamam de católicos mansos ou “sorveterianos”. Não somos pentecostais ou legalistas, mas nossas atitudes devem demonstrar Cristo em nós.

III- A solução para o retorno (vv.5-7)
A solução é:
a)     Lembrar da queda – Saber onde pecamos é importante. A forma de se curar a doença é saber como remediá-la. Devemos descobrir quais são os nossos males.
b)    Arrepender-se e voltar à prática das antigas obras – Aqui somos lembrados do arrependimento. Os puritanos diziam que só podíamos estar em um estado de contrição sincera se aprendêssemos a chorar pelos nossos pecados. A pureza do início da fé é um referencial para o crente.
c)     O alerta – Se essas atitudes não forem seguidas perderemos a vitalidade da igreja, como aconteceu em Éfeso.
d)    A mente unida a Cristo (v,6) – Ainda neste estado esta igreja pensava como igreja fiel a Cristo, mostrando que é possível manter atitudes corretas e ainda assim ser reprovado.
e)     A promessa – A árvore da vida, símbolo da firmeza em Cristo, bem como a habitação em solo santo, tipificado no Paraíso.

Conclusão: Para verdadeiramente agradar a Deus, não basta apenas sermos ortodoxos e dados a pureza no que é externo. É necessário amor integral ao Senhor. Ele exige de nós amor e práticas santas. Portanto, olhemos para nós mesmos como igreja e façamos um teste sincero, será que esta carta não tem algo também a nos dizer? Que Deus nos livre de termos o nosso candeeiro retirado. Deus nos livre de sermos ortodoxos e sem vida. Preferimos a prática correta, acompanhada da verdadeira vida em Cristo Jesus. Amém.





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