sábado, 14 de agosto de 2010

ARREPENDIMENTO E CONVERSÃO


JOEL 2.12-14


A conversão é o primeiro ato externo do coração alcançado pela graça de Deus. É através da conversão que acontece uma guinada significativa na vida espiritual. É quando o homem morto em delitos e pecados, rendido à escravidão do pecado se volta para Cristo, arrependido, confessando seus pecados.
A conversão por esta razão é um ato que acontece de uma vez por todas. Logo não se converte duas ou três vezes, mas somente uma vez. Só que esta é totalmente eficaz a aquele que é chamado eficazmente. Só que ao longo dos anos a fé do eleito é provada através de inúmeras ocasiões e nem sempre os efeitos da conversão primária realizada no homem podem ser vistas abertamente. Mas o homem que foi alcançado, precisa paulatinamente de “conversões” constantes. É desse tipo de conversão que o profeta Joel está se referindo. Este texto foi escrito para homens e mulheres que já haviam sido alcançados pela graça de Deus na Antiga aliança, logo estes não eram descrentes, mas crentes no Senhor.
Hoje também precisamos ser alcançados por um renovo divino, por uma conversão, pois existem provas claras de estamos perdendo o foco, sendo a causa de inúmeros males que afligem a igreja brasileira. É por esta razão que o texto começa com o “ainda assim, agora mesmo”, demonstrando a urgência deste ato. Não podemos esperar mais para vermos vidas realmente comprometidas com o Evangelho se rendendo aos pés de Cristo. São danosas as influências aterradoras que destroem denominações inteiras, igrejas e famílias. A sociedade com um todo não pode deixar de contemplar tão grande calamidade, pois a igreja serve como bússola e prumo para este mundo caído, eles precisam olhar para ela para ver retidão e temor do Senhor, caso contrário ficaram desorientados e jamais encontraram o caminho certo. Portanto, creio que esta atitude não pode ser deixada para trás, nem para as próximas gerações de crentes, é para o dia de hoje, para este momento de crise moral, da perca da espiritualidade e da falta de confiança que se direciona esta vocação.
A conversão segundo Joel, deve ser de todo coração. Ou seja, não pode ser apenas nominal e de forma oratória, mas interna e completa. Deve ecoar em todas as facetas da vida humana, deve servir de ponto de referência para a moralidade da alma, antes de externar, completamente pois se assim não for revelará uma postura meramente hipócrita e sem vida e a conversão desejada por Deus é para o alcance da alma humana, antes de qualquer coisa.
As atitudes externas desta conversão são enumeradas por Joel de modo explicitamente religioso. É claro que o alcance desta conversão não é apenas exteriorizado de forma a enfatizar um aspecto isolado, mas antes deve vir acompanhado de uma atitude externa de explicitação da fé alcançada. Por isso o jejum é mencionado, pois o mesmo é a aflição voluntária do fiel para assumir a total dependência do Senhor, é voluntariedade de uma postura de mortificação dos valores deste mundo e uma preocupação reveladora com as bênçãos espirituais. Tal prática, ao longo dos anos vem sendo abandonada por um conceito meramente assertivo da fé, que certamente sofre deficiências agravantes a consagração do fiel.
Ainda Joel enfatiza o choro e o pranto, dando a entender que não se pode ter uma genuína conversão da alma se o arrependimento externado por esse lavar da alma não estiver presente. Logo, a alma convertida assume externamente, de uma maneira não sugestionável que tem padecido de interesses outros, que os tais não têm revelado uma atitude coerente com a fé professada. Por esta razão ela externa o sentimento por meio da lágrima e da contrição.
O verso treze continua a argumentação dizendo que esta atitude externa não pode ser confundida com indignação exterior. O ato de rasgar as vestes é muito comum no antigo testamento e até mesmo Paulo e Barnabé fizeram isso em sinal de indignação pela adoração que receberam em Icônio (At. 14.14). Tal prática explicita um inconformismo e uma atitude consciente de algo está fora da ordem natural. É um voto de protesto contra alguma situação. Apesar de não ser questionado o ato em si, Joel explica que antes devemos rasgar o coração, ou seja, a indignação contra o nosso pecado é eminentemente espiritual. Deve partir e rasgar um coração endurecido pelo pecado e expor um coração amainado pela Palavra de Deus.
A partir desta postura externa que um olhar para dentro de si, nós vemos que a conseqüência disso é uma recompensa deveras gratificante, a contemplação de virtudes divinas até então pouco conhecidas de nós. Ele inúmera estas virtudes começando pela misericórdia divina, que a prova inequívoca de que miseráveis como nós podem ser alcançados pelo favor do Senhor. Depois ele cita que podemos contemplar em Deus compassividade, antes de uma postura aterradora de condenação do pecado o nosso Deus compreende que a punição tem a ver com a restauração do dano, e nos permite nos reconciliar com Ele, por meio do Seu Filho. Depois cita em imediato o fato de o Senhor ser tardio em irar-se, ainda que tenha todos os motivos de se indignar conosco a ira de Deus nunca é apressada, mas tardia no sentido de que ele a exerce, mas antes concede ao pecador a condição de arrependimento, sendo Ele mesmo o condutor a isso. Após ele ressalta que Deus é grande em benignidade, mais benignidade do que a que reside em Deus não pode ser encontrado em nenhum outro. Sua benignidade prova que sua bondade é algo real e perceptível, palpável a todos que se achegam a Ele. Por fim Ele apresenta o Senhor como arrependido de fazer o mal. É claro que isso não quer dizer que o Senhor se arrepende de fazer o que quer, mas que Ele considera as implicações futuras de uma vida sem arrependimento, livrando o convertido da condenação pelo pecado.
Logo, onde reside um coração emperdenido e sem conversão não pode haver a plena restauração de uma atitude que se volta para Deus. A mensagem para o dia de hoje, portanto, é que aqueles que não se arrependeram a Deus apressem-se para isso e que aqueles que já são convertidos busquem o arrependimento diário, observando a afluência dos conceitos humanos, fazendo uma real análise de onde estão e de onde pretender chegar a Cristo e abandonem todo o mal que estiverem praticando. Deus nos livre de ter chegado a um estado que não contemplemos mais essa necessidade, que Deus fomente em nós arrependimento e conversão para anunciarmos fielmente a glória de Cristo, amém.
  

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