domingo, 12 de setembro de 2010

Acautelando-nos de nossos apetites


Dia do Senhor-12 de Setembro de 2010
Números 11.33

INTRODUÇÃO: Todos nós somos humanos e temos as nossas necessidades, mas devemos tomar cuidado para que estas não sejam abertamente conflitantes com aquilo que Deus deseja para nós.
Estaremos observando hoje algo assim. O povo de Israel havia recebido algo providencial de Deus, o Maná, mas ainda assim essa providência foi descartada pelo povo, por entender que sua visão do que era melhor devia ser atendida. Este caso não terminou bem e nós para estarmos alertas quanto a nossa vida estaremos observando isso a partir do seguinte texto: “Acautelando-nos de nossos apetites”.
Porque devemos nos acautelar? Porque nossos apetites muitas vezes revelam uma postura carnal de desejarmos algo e é por esta razão que devemos buscar a orientação de Deus quanto a isso.
Vejamos então três princípios que nos ajudaram a entender isso a partir do povo de Israel:

I- O maná divino (Êxodo 16)
Logo após a transposição do povo pelo mar vermelho (Nm 14), Deus providencia a forma de alimentação que o povo, enquanto estivesse no deserto, haveria de se manter. Algumas características dessa alimentação devem ser observadas:
a)    A murmuração imediata do povo (16.2-3) – Mal havia saído o povo e imediatamente lembraram-se do Egito. Foi uma espécie de chantagem emocional.
b)   A misericórdia divina (16.4-10) – Deus se compadece do povo e envia o pão celestial. Esta ação tem a ver com a manutenção espiritual do povo de Deus, um alimento totalmente diferente daquilo que eles conheciam.
c)    Um alimento anteriormente conhecido (16.11-13) – Primeiro e antes do pão veio algo que eles já conheciam. Talvez Deus quisesse mostrar que Ele supriria o povo com qualquer alimento.
d)   O maná, o pão do céu (vv.14-36) – Aquele alimento era especial. Diferente de tudo que já vimos. Era de conotação espiritual. Cessava de cair nas sextas feiras (v.26) e vinha o restante dos dias. Respeitava o dia de descanso.
Era um alimento para a alma. Purificado que atendia aos anseios do corpo. Era uma prova da providência divina e do benefício alcançado pelo povo. Isso nos ensina o caráter diferenciado que nos trata o Senhor, sua providência e amor pelo Seu povo.

II- A murmuração do povo (Números 11.1-30)
O povo com o passar do tempo enjoou o alimento espiritual. Eles queriam novidades para a manutenção, vejamos o que isso quer dizer:
a)    A murmuração e o incêndio (vv.1-3) – Logo após murmurar o povo Deus se ira. Na sua ira levanta-se um incêndio sem vítimas. Deus não estava satisfeito com as exigências do povo. Apenas pela intercessão de Moisés o fogo se apaga.
b)   A murmuração e a lembrança do Egito (vv.4-9) – O povo começou a comparar as comidas do Egito com o maná. Estavam na realidade desejando o próprio Egito ao invés de Deus. Suas argumentações são repletas de justificativas. Era uma apostasia velada, um desejo pelo mundo e não por Deus.
c)    A murmuração e Moisés (vv.10-30) – Moisés a partir deste evento tem uma crise ministerial (10-15), ele pede até mesmo a morte porque não agüentava as exigências do povo. Mas Deus se compadece de Moisés, aliviando-lhe o fardo, designando homens piedosos (vv.16-30).
Deus ouviu o povo. Agora eles podiam ter carne, “até vos sair pelos narizes” (v.20). Contudo, o Senhor com isso não aprovou a solicitação do povo, mas deixou claro que eles desejavam o Egito.

III- As codornizes e a punição (Números 11-31-35)
Para mostrar que não tinha aprovado a solicitação, Deus retribuiu o agravo. Consideremos o que isso implica:
a)    O povo foi atendido (vv.31-32) – Aquilo que tanto desejavam foi atendido, o que significa que quando queremos aquilo que Deus não quer, algumas vezes podemos ser atendidos. Isso não significa permissão de Deus, mas que ele nos deu por causa de nossas cobiças.
b)   O derramar da ira divina (vv.33-35) – Eles ainda estavam com as carnes nos dentes quando foram surpreendidos. Deus matou alguns do povo para demonstrar Sua insatisfação. Ficou marcado que aquele lugar (Quibrote-Taavá), era o lugar do sepultamento daqueles que desejaram o Egito.

Conclusão: É nos dada a mesma condição hoje. Temos um alimento espiritual que é a presença de Deus conosco, a santificação e a Palavra. Mas devemos estar atentos quando desejarmos o que o mundo deseja. Nossos apetites devem ser pela glória de Deus (Jo 6.55) e não por aquele que é do mundo. Os israelitas aprenderam isso da pior maneira, como aprenderemos nós, copiando aquilo que foi feito por eles? Não. Buscaremos a alegria cristã na satisfação de vivermos no Espírito, nos alimentando do genuíno alimento espiritual que é a Palavra de Deus.



Soli Deo Gloria!
 

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