domingo, 26 de setembro de 2010

A plenitude da vida vivida no Espírito


Gálatas 5.13-26

INTRODUÇÃO: Algo muito comum é vermos o Evangelho como um código moral do que se pode ou não se pode fazer. Só a Bíblia que a forma de viver do cristão corresponde à liberdade no Espírito. Ou seja, se sou um salvo tenho o Espírito Santo, conseqüentemente haveremos de manifestar as obras do Espírito, mas se ainda não sou salvo, estou na carne, conseqüentemente manifestarei as obras da carne.
Vejamos o que Paulo ensina nesta cara, observando com o seguinte título: “A plenitude da vida vivida no Espírito”. Pois é isso que é o propósito de Deus para nós, que vivamos uma vida plena e produtiva no Espírito de Deus.
A carta aos gálatas é uma carta circular, ou seja, foi escrita para uma região e não para uma igreja. Na oportunidade, Paulo queria orientar a igreja sobre várias coisas, mas principalmente sobre a inutilidade da Lei mosaica, segundo proponham os judaizantes. No texto em questão, Paulo defende a liberdade trazida pelo Espírito (5.13). Ele chama o retorno a Lei em obras da carne.
Observemos, portanto, o que é que devemos fazer para vivermos em plenitude do Espírito:

I- Nós devemos ser guiados pelo Espírito (vv.16-18)
No entendimento de Paulo a Lei traz consigo a inclinação para a prática de obras não recomendadas, enquanto que o Evangelho nos liberta das mesmas e até mesmo as elimina, suplantando-as. Vejamos o que ele diz:
a)    Andar no Espírito uma ordem (v.16) – Pode não parecer, mas esta recomendação na realidade é uma imposição de como deve ser portar o cristão. Não podemos manter dois tipos de vida antagônicos, devemos fazer prevalecer à forma de vida espiritual, revelada no evangelho.
b)   O conflito militante (v.17) – No crente existe um conflito interior (Rm. 7.14-25), não confundir com fraqueza, visto que este conflito é natural, fraqueza é quando nos damos se resistir.
c)    Um novo viver (v.18) – Vivemos em novidade de vida. A Lei simboliza o convívio com o pecado, a inevitável conclusão que somos culpados. Mas viver no Espírito (no evangelho) significa não viver mais na escravidão, mas um povo perdoado e redimido, livre para adorar a Deus.

II- Nós devemos conhecer as obras da carne (vv. 19-21)
 Eu digo “nós devemos”, mas já as conhecemos. Só que parece que estamos dando de novo lugar a estas coisas, não mais as percebendo. William Hendriksen propõe algumas divisões destes pecados. São elas:
1º Lista – Pecados sexuais
a)    Prostituição (v.19) ­– Não somente a que se faz com o corpo, mas a que se faz com outros ídolos.
b)   Impureza – Ligado a área sexual, assim como o anterior e o próximo.
c)    Lascívia – A imoralidade sexual.

2º Lista – Pecados ligados ao culto
d)   Idolatria (v.20) – A substituição do culto verdadeiro, perversão do culto ao Senhor.
e)    Feitiçarias – Amuletos, horóscopo, espiritismo e uma infinidade de práticas atuais.

3º Lista – Pecados ligados a falta de comunhão
f)     Inimizades – Algo muito comum nas igrejas hoje.
g)    Porfias – Repetição de mal entendidos.
h)   Ciúmes – Desejo de estar no lugar do outro.
i)     Iras – A revolta extravagante.
j)     Discórdias – A não aceitação de uma idéia, de forma a dividir o grupo.
k)   Dissensões – A discórdia levada a efeito é a divisão generalizada.
l)     Facções – A existência de partidos na igreja.
m)  Invejas (v.21) – A não aceitação daquilo que foi dado a outro.

4º Lista – Pecados ligados a uma forma desapropriada de viver socialmente
n)   Bebedices – O uso exagerado da bebida alcoólica.
o)    Glutonarias – A reunião que era feita apenas para comer. Às vezes feita na festa Ágape.
p)   Estas práticas e o Reino – Não apenas a prática, mas também os praticantes estarão de fora do Reino de santidade.

III- Nós devemos praticar as obras do Espírito (vv. 22-26)
Para que não fique apenas no lado negativo, Paulo mostra o ensinamento positivo, aquilo que se deve fazer, vejamos:
a)    Amor (v.22) – A primeira exigência toca logo em algo que não sabemos fazer sozinhos.
b)   Alegria – O exercício da alegria de Cristo.
c)    Paz – Tem a ver com um estado de Espírito e não com a ausência da guerra.
d)   Longanimidade – A atitude de quem sabe esperar.
e)    Benignidade – Uma postura daquelas que já foram tratados e aprenderam a tratar com benignidade.
f)     Bondade – Sermos bons, muito embora o mundo e as pessoas sejam maus.
g)    Fidelidade – Característica de Deus compartilhada com o homem eleito.
h)   Mansidão (v.23) – Atitude daquele que não provoca a guerra.
i)     Domínio próprio – A capacidade de controlar as emoções contrárias a natureza santificada.
j)     Atitudes ausentes de lei – Paulo termina enfatizando que o exercício dessas ações não são aprendidas pela Lei, mas faz parte da liberdade do Evangelho.
k)   Vivendo apropriadamente (v.25) – Nada é mais natural do que esta informação, se fomos capacitados para andarmos no Espírito, por que teimamos em praticar as obras da carne?
l)     Uma repreensão (v.26) – Paulo termina essa porção dizendo que não é lícito aos irmãos uma prática negligente do viver cristão.

Conclusão: Termino dizendo que nós nos identificamos muito com a primeira situação. Isso mostra porque desejamos a segunda e fazemos muito pouco. Mas isso não é motivo para deixarmos de buscá-la. Fomos criados em Cristo para isso mesmo. Portanto, almejemos imensamente a prática do verdadeiro Evangelho, esquecendo-nos das práticas da Lei. Em Cristo, amém.



Soli Deo Gloria!
 

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