quinta-feira, 30 de setembro de 2010

A Consciência do Estado e a Religião

No início do cristianismo, em meio ao seu nascedouro, entre os judeus, o cristianismo não era a religião institucionalizada, mas com o decorrer dos fatos relacionados à providência divina, o cristianismo passou a ser religião do povo, não a religião do poder. Quando da destruição da nação judaica em 70 d.C, com a destruição do templo e a submissão dos judeus ao império romano o cristianismo migrou para regiões menos afetadas pelo conflito e chegou aos países orientais como a Turquia e o ocidentais na Europa. Na Europa os cristãos atingiram as côrtes e áreas de respeito na sociedade. Havendo até mesmo no livro de Filipenses referência à casa de César (Fil. 4.22), dando a entender que o cristianismo chegou ao recôndido do poder, a casa do Imperador Romano. 
Pela providência divina, o cristianismo alcançou as artes e a erudição, havendo muitos filósofos que aderiram a fé, sendo defensores em um períodos que foram conhecidos como apologetas. Estes foram essenciais para o cristianismo neste período, apesar de serem criticados por acrescentarem filosofias estranhas a fé cristã, mas seu papel foi prepoderante a sobrevivência da religião.Nesta época observou-se grandes perseguições aos cristãos, durante este período os cristãos foram entregues as feras, tiveram seus bens confiscados e muitos morreram em nome da fé em Cristo.
Logo após este período o cristianismo foi consideravelmente projetado nas estruturas do poder. No período de Constantino o cristianismo se tornou a religião oficial do império, fato este ainda contestado, pois não se há indícios da conversão do imperador, mas apenas a certeza de que neste período o cristianismo foi  mais tolerado. Paulativamente este relacionamento do cristianismo com o poder foi ficando cada vez mais estreito, até o ponto de se fundir completamente, e na idade média os dois se unirem inseparavelmente.
Quando alcançamos o período reformado vemos o florescimento de ideais iluministas que já promulgavam a separação, mas muitos países influenciados pela Reforma tiveram ainda uma ligação profunda com o Estado. Em Genebra, por exemplo, Calvino uniu os poderes seculares e religiosos, assim com Knox na Escócia, além da Inglaterra durante o regime de Crowell. Nos Estados Unidos a formação das colônias puritanas também contemplavam a religião como a consciência do Estado e muitas decisões ainda hoje nos EUA são pautadas nesse relacionamento.
No Brasil não foi diferente, diferente foi a forma com que a religião se desenvolveu junto ao Estado. Aqui observamos como país colônia, a absorção da religião católica romana como religião oficial  até o império. Posteriormente, observamos com o florescimento da República a abertura do Estado para novas igrejas. Com isso aqui chegaram luteranos, congregacionais, presbiterianos e batistas. Os mesmos foram fortes motivadores da nascedoura república, que participaram ativamente de eventos importantes da nação. Só que ainda de forma muito acanhada, visto o tamanho da representatividade, apesar disso as mesmas eram extramente qualificadas.
Com a mudança imensa alcançada no século XX, as igrejas ficaram mais restritas às suas organizações e se perdeu muito tempo se estabilazando internamente. Com isso o Estado passava por graves mudanças. Guerras, ditaduras, diretas já e várias ações ocorridas no Estado Brasileiro, fizeram, portanto, que os dois segmentos andassem, na maioria das vezes, em lados opostos. Apenas na década de 90 vemos, com o crescimento dos evangélicos, uma participação mais ativa da igreja evangélica brasileira. em questões políticas Quanto aos católicos romanos é inegável a participação, desde do envolvimento com ações locais, até a organização da CNBB (Convenção Nacional dos Bispos do Brasil). Mas os evangélicos começaram a votar em candidatos evangélicos, desde deputados até presidentes da República.
Na presente situação temos a candidata Marina Silva como crente praticante. A mesma diferentemente de Anthony Garotinho em 2002 não se declara abertamente evangélica, apesar de ter acesso a estes meios mais do que os outros demais candidatos. E preferencialmente os evangélicos preferem votar nela, pelo menos no 1º turno. Debates acirrados têm sido travados quanto a questões éticas nas atuais eleições e nós deveríamos fazer uma pergunta. Qual é o posicionamento da igreja em situações atuais? No decorrer do término deste processo eleitoral pretendemos tratar de assuntos desta envergadora. Como igreja brasileira precisamos reflitir sobre este assunto, visto que inevitavelmente somos arguidos da nossa responsabilidade como voz da consciência do Estado. Nesse processo somos parte ativa e nossa negligência será algo que colheremos os frutos. Acompanhe nossas colocações e veja o que Evangelismo e Reforma tem a dizer sobre isso.








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